Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Quinhentismo
65 Questões
Questão 9 11440109
FAME Medicina 2023/1Sermão da Sexagésima
E se quisesse Deus que este tão ilustre e tão numeroso auditório saísse hoje tão desenganado da pregação, como vem enganado com o pregador! Ouçamos o Evangelho, e ouçamo-lo todo, que todo é do caso que me levou e trouxe de tão longe.
[...]
Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae: “Ide e pregai a toda a criatura”. Como assim, Senhor?! Os animais não são criaturas?! As árvores não são criaturas?! As pedras não são criaturas?! Pois hão os Apóstolos de pregar às pedras?! Hão-de pregar aos troncos?! Hão-de pregar aos animais?! Sim, diz S. Gregório, depois de Santo Agostinho. Porque como os Apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam de achar os homens degenerados em todas as espécies de criaturas: haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras.
VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da Sexagésima. Disponível em: http://bocc.ubi.pt/pag/vieira-antonio-sermaosexagesima.html. Acesso em: 15 ago. 2022.
O sermão de Padre Antônio Vieira pertence à chamada Literatura de Catequese, movimento que fez parte do Quinhentismo.
Um dos objetivos desse tipo de texto é
Questão 62 4536182
Unichristus 2019/2“Os cabelos deles são lisos. E os usavam cortados e raspados até acima das orelhas. E um deles trazia como uma cabeleira feita de penas amarelas que lhe cobria toda a cabeça até a nuca (…) Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, eles se tornariam logo cristãos, visto que não aparentam ter nem conhecer crença alguma. Portanto, se os degredados que vão ficar aqui aprenderem bem a sua fala e só entenderem, não duvido que eles, de acordo com a santa intenção de Vossa Alteza, se tornem cristãos e passem a crer na nossa santa fé. Isso há de agradar a Nosso Senhor, porque certamente essa gente é boa e de bela simplicidade. E poderá ser facilmente impressa neles qualquer marca que lhes quiserem dar, já que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens. E creio que não foi sem razão o fato de Ele nos ter trazido até aqui.”
Disponível em: http://historiadornet.blogspot.com/2012/04/trechos-da-carta-de-pero-vaz-de-caminha.html Acesso em: 5 fev. 2019.
A visão do colonizador em relação ao indígena demonstrada na carta de Pero Vaz de Caminha nos faz compreender sociologicamente que
Questão 13 1132519
Unichristus 2016/2Texto para a questão.
LITERATURA JESUÍTICA
Uma abordagem acerca da literatura jesuítica deve, necessariamente, começar por uma reflexão a respeito do sentido e da importância da Companhia de Jesus na colonização e na história da cultura do Brasil. A ação dos jesuítas entre nós durante os séculos coloniais precisa ser encarada em dois planos: um referente ao expansionismo geográfico da Metrópole, outro referente à cultura que os informava e que se propuseram disseminar nesta parte do mundo.
História da Literatura Brasileira, Massaud Moisés. Adaptado.
O texto acima faz referência à literatura jesuítica no Brasil no Período Colonial.
A atividade cultural dos jesuítas norteava-se em dois rumos pragmaticamente bem definidos: a educação dos colonos, embriagados com a liberdade paradisíaca que desfrutavam na terra ainda inexplorada, e
Questão 22 177785
UnB 1° Dia 2016[1] A feição deles é serem pardos, maneira de
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir
[4] ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência
como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de
[7] comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de
algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela
parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço
[10] e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal
sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou
no beber.
[13] Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados,
de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e
rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo
[16] da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de
cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento
de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço
[19] e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com
uma confeição branda como cera (mas não o era), de maneira
que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e
[22] não fazia míngua mais lavagem para a levantar.
Silvio Castro. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1985 (com adaptações)
Tendo o trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha como referência inicial, julgue o item.
Na linha 20, a oração “mas não o era” expressa uma oposição em relação à possibilidade de a cabeleira de penas que um dos habitantes do novo mundo trazia ser de “confeição branda como cera”. Na organização da informação do texto, a referida oração consiste em um comentário considerado relevante por parte de Caminha.
Questão 20 177783
UnB 1° Dia 2016[1] A feição deles é serem pardos, maneira de
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir
[4] ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência
como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de
[7] comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de
algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela
parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço
[10] e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal
sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou
no beber.
[13] Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados,
de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e
rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo
[16] da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de
cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento
de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço
[19] e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com
uma confeição branda como cera (mas não o era), de maneira
que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e
[22] não fazia míngua mais lavagem para a levantar.
Silvio Castro. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1985 (com adaptações)
Tendo o trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha como referência inicial, julgue o item.
Tendo advindo do processo de colonização, a literatura brasileira se constituiu contraditoriamente como fruto da imposição dos valores da metrópole e como expressão do local.
Questão 18 177780
UnB 1° Dia 2016[1] A feição deles é serem pardos, maneira de
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir
[4] ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência
como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de
[7] comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de
algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela
parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço
[10] e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal
sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou
no beber.
[13] Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados,
de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e
rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo
[16] da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de
cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento
de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço
[19] e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com
uma confeição branda como cera (mas não o era), de maneira
que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e
[22] não fazia míngua mais lavagem para a levantar.
Silvio Castro. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1985 (com adaptações)
Tendo o trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha como referência inicial, julgue o item.
O texto de Caminha é relevante tanto por seu caráter histórico — o registro da chegada dos portugueses ao Brasil —, quanto por apresentar certa qualidade literária, presente, por exemplo, na exposição da subjetividade do autor, das suas impressões e surpresas. A linguagem da Carta extrapola a linguagem usualmente empregada em um relatório.
Pastas
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