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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Literatura brasileira
Questão 12 8493417
UNESP 2023/2Para responder à questão, leia alguns trechos do “Prefácio Interessantíssimo” de Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade, obra considerada marco do Modernismo brasileiro e publicada originalmente em julho de 1922.
Leitor:
Está fundado o Desvairismo.
*
Este prefácio, apesar de interessante, inútil.
*
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo
o que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para
corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste
Prefácio Interessantíssimo.
*
E desculpe-me por estar tão atrasado dos movimentos
artísticos atuais. Sou passadista, confesso. Ninguém pode se
libertar duma só vez das teorias-avós que bebeu; e o autor
deste livro seria hipócrita se pretendesse representar orienta-
ção moderna que ainda não compreende bem.
*
Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o.
Tenho pontos de contato com o futurismo. Oswald de Andra-
de, chamando-me de futurista, errou. A culpa é minha. Sabia
da existência do artigo e deixei que saísse. Tal foi o escânda-
lo, que desejei a morte do mundo. Era vaidoso. Quis sair da
obscuridade. Hoje tenho orgulho. Não me pesaria reentrar na
obscuridade. Pensei que se discutiram minhas ideias (que
nem são minhas): discutiram minhas intenções.
*
Um pouco de teoria?
Acredito que o lirismo, nascido no subconsciente, acriso-
lado num pensamento claro ou confuso, cria frases que são
versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com
acentuação determinada.
(Mário de Andrade. Poesias completas, 2013.)
Mário de Andrade recorre à metalinguagem no seguinte trecho:
Questão 25 8493701
UNESP 2023/2Observe a reprodução da tela Morro de Favela, de Tarsila do Amaral.
A tela, produzida em 1924, traz elementos coincidentes com as propostas do Manifesto Pau-Brasil, como
Questão 25 6308989
ITA 2022Leia atentamente, os versos destacados de “Amar”, da seção “AMAR-AMARO”.
Este o nosso destino:
amor sem conta,
distribuído pelas coisas
pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma
completa ingratidão,
e na concha vazia do
amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais
amor
Em seguida, assinale a alternativa CORRETA
Questão 56 6916509
UnB 1° Dia 2022Livre dos piuns das doenças amolantes,
Com dinheiro sobrando, organizava
As poucas viagens que desejo... Iria
Viajar todo esse Mato Grosso grosso,
[5] Danado guardador da indiada feia,
E o Paraná verdinho... Ara, si acaso
Tivesse imaginado no que dava
A Isidora, não vê que ficaria
Na expectativa pança em que fiquei!
[10] Revoltoso banzando em viagens tontas,
Ao menos o meu sul conheceria,
Pampas forraginosos do Rio Grande
E praias ondejantes do Iguaçu...
Tarde, com os cobres feitos com teu ouro,
[15] Paguei subir pelo Amazonas... Mundos
Desbarrancando, chãos desbarrancados,
Aonde no quiriri do mato brabo
A terra em formação devora os homens...
Este refrão dos meus sentidos... Nada
[20] Matutarei mais sem medida, ôh tarde,
Do que essa pátria tão despatriada!
Vibro! Vibro. Mas constatar sossega
A gente. Pronto, sosseguei. O forde
Recomeça tosando a rodovia.
[25] “Nosso ranchinho assim tava bom”... Sonho...
Já sabe: desejando sempre... Um sítio,
Colonizado, sem necessidade
De japoneses nem de estefanóderis...
Que desse umas quatorze mil arrobas...
[30] Já me bastava. Gordas invernadas
Pra novecentos caracus bem…
Tarde,
Mário de Andrade. Louvação da Tarde. Apud Antonio Candido. O discurso e a cidade. Apêndice 2. São Paulo: Duas Cidades, 1993. p. 311-312.
No poema Louvação da Tarde, Mário de Andrade reformula a tradição inglesa do lirismo reflexivo ao mesmo tempo em que marca a incorporação das recentes conquistas de liberdade formal. Essa forma segura, menos combativa e pitoresca faz parte de uma síntese crítica na qual o poeta contempla alguns dos valores da tradição e reorganiza sua poética em função da expressividade interior.
O vocabulário e as lendas indígenas reunidas por Mário de Andrade em Macunaíma são resultado de longa pesquisa que dá a essa obra características de uma rapsódia, ou seja, uma peça musical ou narrativa composta de várias lendas tradicionais ou populares.
Questão 58 6916517
UnB 1° Dia 2022Livre dos piuns das doenças amolantes,
Com dinheiro sobrando, organizava
As poucas viagens que desejo... Iria
Viajar todo esse Mato Grosso grosso,
[5] Danado guardador da indiada feia,
E o Paraná verdinho... Ara, si acaso
Tivesse imaginado no que dava
A Isidora, não vê que ficaria
Na expectativa pança em que fiquei!
[10] Revoltoso banzando em viagens tontas,
Ao menos o meu sul conheceria,
Pampas forraginosos do Rio Grande
E praias ondejantes do Iguaçu...
Tarde, com os cobres feitos com teu ouro,
[15] Paguei subir pelo Amazonas... Mundos
Desbarrancando, chãos desbarrancados,
Aonde no quiriri do mato brabo
A terra em formação devora os homens...
Este refrão dos meus sentidos... Nada
[20] Matutarei mais sem medida, ôh tarde,
Do que essa pátria tão despatriada!
Vibro! Vibro. Mas constatar sossega
A gente. Pronto, sosseguei. O forde
Recomeça tosando a rodovia.
[25] “Nosso ranchinho assim tava bom”... Sonho...
Já sabe: desejando sempre... Um sítio,
Colonizado, sem necessidade
De japoneses nem de estefanóderis...
Que desse umas quatorze mil arrobas...
[30] Já me bastava. Gordas invernadas
Pra novecentos caracus bem…
Tarde,
Mário de Andrade. Louvação da Tarde. Apud Antonio Candido. O discurso e a cidade. Apêndice 2. São Paulo: Duas Cidades, 1993. p. 311-312.
No poema Louvação da Tarde, Mário de Andrade reformula a tradição inglesa do lirismo reflexivo ao mesmo tempo em que marca a incorporação das recentes conquistas de liberdade formal. Essa forma segura, menos combativa e pitoresca faz parte de uma síntese crítica na qual o poeta contempla alguns dos valores da tradição e reorganiza sua poética em função da expressividade interior.
Anita Malfatti, Villa-Lobos, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Graça Aranha, são artistas que participaram da Semana de Arte Moderna a fim de apresentar as novas tendências estéticas que animavam os debates do grupo.
Questão 87 6983878
FUVEST 2022Martín Fierro acredita na importância da contribuição intelectual da América, prévia tesourada a todo cordão umbilical. Acentuar e generalizar para as demais manifestações intelectuais o movimento de independência iniciado, no idioma, por Ruben Darío, não significa, entretanto, que haveremos de renunciar, nem muito menos que finjamos desconhecer que todas as manhãs nos servimos de um creme dental sueco, de umas toalhas francesas e de um sabonete inglês.
Martín Fierro tem fé em nossa fonética, em nossa visão, em nossas maneiras, em nosso ouvido, em nossa capacidade digestiva e de assimilação.
“Manifesto Martín Fierro”, de Oliverio Girondo, 15/5/1924. In: Jorge Schwartz, Vanguardas latino-americanas: polêmicas, manifestos e textos críticos. São Paulo: EDUSP; Iluminuras; FAPESP, 1995, p. 116.
A revista de vanguarda literária Martín Fierro foi fundada em Buenos Aires, na Argentina, em 1924.
O “Manifesto”, publicado no seu nº 4, apresentava sintonias com o movimento modernista paulistano, ao