Questões de Literatura - Literatura portuguesa - Escolas Literárias - Barroco
16 Questões
Questão 7 12619535
UEA - SIS 1ª Etapa 2024/2026Para responder à questão abaixo, leia o trecho do “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa, no ano de 1655.
Assim como Cristo, Senhor nosso, disse a Dimas1 : “Hoje serás comigo no Paraíso”, assim disse a Zaqueu2 : “Hoje entrou a salvação nesta tua casa”. Mas o que muito se deve notar, é que a Dimas prometeu-lhe o Senhor a salvação logo, e a Zaqueu não logo, senão muito depois. E por que, se ambos eram ladrões, e ambos convertidos? Porque Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir o que roubara; Zaqueu era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, diz o evangelista. E ainda que ele o não dissera, o estado de um e outro ladrão o declarava assaz. Por quê? Porque Dimas era ladrão condenado e se ele fora rico, claro está que não havia de chegar à forca; porém Zaqueu era ladrão tolerado, e a sua mesma riqueza era a imunidade que tinha para roubar sem castigo, e ainda sem culpa. E como Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir, também não tinha impedimento a sua salvação, e por isso Cristo lha concedeu no mesmo momento. Pelo contrário: Zaqueu como era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, não lhe podia Cristo segurar a salvação antes que restituísse, e por isso lhe dilatou a promessa. A mesma narração do Evangelho é a melhor prova desta diferença.
(Antônio Vieira. Essencial, 2011. Adaptado.)
1 Dimas, conhecido como “o bom ladrão”, foi um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus Cristo.
2 Zaqueu era um coletor de impostos corrupto. Os coletores de impostos eram odiados pelos seus compatriotas judeus, que os viam como traidores trabalhando para o Império Romano.
Por razões estilísticas, Antônio Vieira recorre a várias inversões (ou seja, a alterações da ordem direta da frase). Em ordem direta, o trecho “a Dimas prometeu [...] o Senhor a salvação” assume a seguinte redação:
Questão 5 12619516
UEA - SIS 1ª Etapa 2024/2026Para responder à questão abaixo, leia o trecho do “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa, no ano de 1655.
Assim como Cristo, Senhor nosso, disse a Dimas1 : “Hoje serás comigo no Paraíso”, assim disse a Zaqueu2 : “Hoje entrou a salvação nesta tua casa”. Mas o que muito se deve notar, é que a Dimas prometeu-lhe o Senhor a salvação logo, e a Zaqueu não logo, senão muito depois. E por que, se ambos eram ladrões, e ambos convertidos? Porque Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir o que roubara; Zaqueu era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, diz o evangelista. E ainda que ele o não dissera, o estado de um e outro ladrão o declarava assaz. Por quê? Porque Dimas era ladrão condenado e se ele fora rico, claro está que não havia de chegar à forca; porém Zaqueu era ladrão tolerado, e a sua mesma riqueza era a imunidade que tinha para roubar sem castigo, e ainda sem culpa. E como Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir, também não tinha impedimento a sua salvação, e por isso Cristo lha concedeu no mesmo momento. Pelo contrário: Zaqueu como era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, não lhe podia Cristo segurar a salvação antes que restituísse, e por isso lhe dilatou a promessa. A mesma narração do Evangelho é a melhor prova desta diferença.
(Antônio Vieira. Essencial, 2011. Adaptado.)
1 Dimas, conhecido como “o bom ladrão”, foi um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus Cristo.
2 Zaqueu era um coletor de impostos corrupto. Os coletores de impostos eram odiados pelos seus compatriotas judeus, que os viam como traidores trabalhando para o Império Romano.
Em “ainda que ele o não dissera, o estado de um e outro ladrão o declarava assaz”, a locução sublinhada pode ser substituída, sem qualquer prejuízo para o sentido da frase, por:
Questão 10 11116303
Anhembi Morumbi Medicina 2020O elemento cristão da Idade Média e o racionalista do Renascimento geraram o dualismo _______, característico de um período em que o homem busca a conciliação do espiritualismo medieval com o humanismo posto em voga pelos renascentistas. A tentativa de conciliar essas tendências provocou a tensão, tão peculiar a esse estilo, e as contradições próprias a uma tendência que ora festeja a razão, ora a fé; ora o sensorial, ora o espiritual.
(Lígia Cademartori. Períodos literários, 1987. Adaptado.)
A lacuna do texto deve ser preenchida por:
Questão 46 11623445
APMBB 2015Leia o texto para responder à questão.
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso, quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo, e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos, e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus meu, a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos agora tão trocada em nós e tão diferente conosco? Quais foram estes convidados e quais são estes cegos e mancos? Os convidados fomos nós, a quem primeiro chamastes para estas terras, e nelas nos pusestes a mesa, tão franca e abundante, como de vossa grandeza se podia esperar. Os cegos e mancos são os luteranos e calvinistas, cegos sem fé e mancos sem obras, na reprovação das quais consiste o principal erro da sua heresia. Pois se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem duvidamos de vir, antes rompemos por muitos inconvenientes em que pudéramos duvidar; se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares aos hereges? Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira, Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda)
Tratando o interlocutor como Você e passando os verbos para o futuro, a passagem “... se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares aos hereges?” assume a seguinte redação:
Questão 6 12619526
UEA - SIS 1ª Etapa 2024/2026Para responder à questão abaixo, leia o trecho do “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa, no ano de 1655.
Assim como Cristo, Senhor nosso, disse a Dimas1 : “Hoje serás comigo no Paraíso”, assim disse a Zaqueu2 : “Hoje entrou a salvação nesta tua casa”. Mas o que muito se deve notar, é que a Dimas prometeu-lhe o Senhor a salvação logo, e a Zaqueu não logo, senão muito depois. E por que, se ambos eram ladrões, e ambos convertidos? Porque Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir o que roubara; Zaqueu era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, diz o evangelista. E ainda que ele o não dissera, o estado de um e outro ladrão o declarava assaz. Por quê? Porque Dimas era ladrão condenado e se ele fora rico, claro está que não havia de chegar à forca; porém Zaqueu era ladrão tolerado, e a sua mesma riqueza era a imunidade que tinha para roubar sem castigo, e ainda sem culpa. E como Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir, também não tinha impedimento a sua salvação, e por isso Cristo lha concedeu no mesmo momento. Pelo contrário: Zaqueu como era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, não lhe podia Cristo segurar a salvação antes que restituísse, e por isso lhe dilatou a promessa. A mesma narração do Evangelho é a melhor prova desta diferença.
(Antônio Vieira. Essencial, 2011. Adaptado.)
1 Dimas, conhecido como “o bom ladrão”, foi um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus Cristo.
2 Zaqueu era um coletor de impostos corrupto. Os coletores de impostos eram odiados pelos seus compatriotas judeus, que os viam como traidores trabalhando para o Império Romano.
Em “Zaqueu como era ladrão rico, e tinha muito com que restituir, não lhe podia Cristo segurar a salvação antes que restituísse, e por isso lhe dilatou a promessa”, o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Questão 4 12289692
PUC-GO Medicina 2023/2Leia o fragmento do texto Conceito de Barroco Literário, de Afrânio Coutinho:
[...] Em virtude das tentativas de reforma e reformulação dos objetivos e métodos da história literária em conformidade com a tendência a emprestarlhe conteúdo estético-literário, libertando-a do jugo historicista, procuravam-se novas denominações que exprimissem propósito. A literatura seiscentista oferecia aspectos inteiramente “dé-classés” e muitos dos autores do período eram arrolados como “attardés” ou “égaés”, por não caberem nos quadros dominantes, sobretudo segundo os cânones do classicismo francês. Para as outras correntes, era um vasto lençol que se cobria de condenação, repúdio ou ridículo, sob denominações de sentido pejorativo, como preciosismo, conceptismo, culteranismo, cultismo, gongorismo, eufuísmo, etc. Em toda uma produção do espírito que, por não obedecer aos cânones do neoclassicismo, recebia a condenação como formas inferiores de arte.
(COUTINHO, Afrânio. Conceito de Barroco Literário. In. Do Barroco. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. Tempo Brasileiro, 1994. p. 205. [Grifos do autor].)
Dados:
1. dé-classés = rebaixados
2. attardés = retardados
3. égaés = perdidos
Analise as seguintes proposições sobre o Barroco:
I - O uso exagerado de paradoxos e inversões sintáticas são a tônica que ilustra os conflitos éticos do homem do período Barroco.
II - Aestética barroca trazia por excelência a retomada do passado local, ambientado em um cenário de natureza exuberante.
III - O Barroco foi o estilo observado na arquitetura, pintura, literatura e música na Europa do século XVII.
IV - Nas obras do período barroco, transparece a forte influência religiosa sobre o homem que vivia o contexto histórico da Reforma Protestante e da Contrarreforma.
Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:
Pastas
06