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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Literatura portuguesa
Questão 3 925410
PUC-RS Verão 2019“Consagrai-vos a dois gêneros de estudos. Em primeiro lugar deveis adquirir um conhecimento das letras, não vulgar, mas sério e aprofundado.... Depois, familiarizai-vos com a vida e as boas maneiras – aquilo a que se chamam de estudos humanos, pois que eles embelezam os homens. Neste domínio os vossos conhecimentos devem ser extensos, variados e hauridos em todas as espécies de experiências, sem nada negligenciar daquilo que possa contribuir para a conduta da vossa vida, para a vossa glória e a vossa reputação. Aconselho-vos a ler os autores que possam ajudar-vos, não somente pelo seu assunto, mas também pelo esplendor de seu estilo e seu talento literário, a saber: as obras de Cícero e as de todos aqueles que se aproximam do seu nível..., pois quereria que um homem distinto seja muito erudito e capaz de dar aos seus conhecimentos uma formulação elegante... É por isso que não se deve somente seguir as lições dos mestres, mas também instruir-se com os poetas, os oradores e os historiadores, para adquirir um estilo elegante, eloquente...”
BRUNI, Leonardo. “Correspondência”. In: FREITAS, Gustavo. 900 Textos e documentos de História. Lisboa: Bertrand, 1976. p. 143.
Com qual dos movimentos intelectuais do período moderno o texto se relaciona?
Questão 10 139294
UNESP 2017/1Para responder à questão, leia o excerto de Auto da Barca do Inferno do escritor português Gil Vicente (1465?-1536?). A peça prefigura o destino das almas que chegam a um braço de mar onde se encontram duas barcas (embarcações): uma destinada ao Paraíso, comandada pelo anjo, e outra destinada ao Inferno, comandada pelo diabo.
Vem um Frade com uma Moça pela mão […]; e ele mesmo fazendo a baixa1 começou a dançar, dizendo
Frade: Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã;
Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã;
Tã-tã-ta-ri-rim-rim-rã, huha!
Diabo: Que é isso, padre? Quem vai lá?
Frade: Deo gratias2! Sou cortesão.
Diabo: Danças também o tordião3?
Frade: Por que não? Vê como sei.
Diabo: Pois entrai, eu tangerei4
e faremos um serão.
E essa dama, porventura?
Frade: Por minha a tenho eu,
e sempre a tive de meu.
Diabo: Fizeste bem, que é lindura!
Não vos punham lá censura
no vosso convento santo?
Frade: E eles fazem outro tanto!
Diabo: Que preciosa clausura5!
Entrai, padre reverendo!
Frade: Para onde levais gente?
Diabo: Para aquele fogo ardente
que não temestes vivendo.
Frade: Juro a Deus que não te entendo!
E este hábito6 não me val7?
Diabo: Gentil padre mundanal8,
a Belzebu vos encomendo!
Frade: Corpo de Deus consagrado!
Pela fé de Jesus Cristo,
que eu não posso entender isto!
Eu hei de ser condenado?
Um padre tão namorado
e tanto dado à virtude?
Assim Deus me dê saúde,
que eu estou maravilhado!
Diabo: Não façamos mais detença9
embarcai e partiremos;
tomareis um par de remos.
Frade: Não ficou isso na avença10.
Diabo: Pois dada está já a sentença!
Frade: Por Deus! Essa seria ela?
Não vai em tal caravela
minha senhora Florença?
Como? Por ser namorado
e folgar c’uma mulher?
Se há um frade de perder,
com tanto salmo rezado?!
Diabo: Ora estás bem arranjado!
Frade: Mas estás tu bem servido.
Diabo: Devoto padre e marido,
haveis de ser cá pingado11…
(Auto da Barca do Inferno, 2007.)
1 baixa: dança popular no século XVI.
2 Deo gratias: graças a Deus.
3 tordião: outra dança popular no século XVI.
4 tanger: fazer soar um instrumento.
5 clausura: convento.
6 hábito: traje religioso.
7 val: vale.
8 mundanal: mundano.
9 detença: demora.
10 avença: acordo.
11 ser pingado: ser pingado com gotas de gordura fervendo (segundo o imaginário popular, processo de tortura que ocorreria no inferno).
Com a fala “E eles fazem outro tanto!”, o frade sugere que seus companheiros de convento
Questão 38 138149
FACERES Medicina 2016/2Trecho I - retirado de Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente (os parênteses representam informações sobre o texto ou sinônimos)
DIABO: Quem vem aí? Oh! Santo sapateiro honrado, Como vens tão carregado!...
SAPATEIRO: Mandaram-me vir assim... (cheio de objetos (*) Os objetos que as personagem carregam representam os pecados que cometeram em vida.]
E para onde é a viagem?
DIABO: Para o lago dos danados.
SAPATEIRO: E os que morrem confessados, Onde têm a sua passagem?
DIABO: Não digas tais linguagem! Esta é a tua barca, esta!
(...)
Tu morreste excomungado! Mesmo sem o saberes. O que esperavas depois de viver, Fazendo dois mil engano… Tu roubaste em trinta anos, O povo com a tua mestria. (com o teu oficio) Embarca, esta barca é para ti, Que há já muito que te espero!
SAPATEIRO: Pois digo-te que não quero!
DIABO: Mas hás de ir, sim, sim!
SAPATEIRO: Quantas missas eu ouvi... Não me hão elas de agora prestar? (valer)
DIABO: Ouvir missa, depois roubar... É caminho para aqui.
SAPATEIRO: E as ofertas que servirão? (as esmolas) E as horas dos finados?
DIABO: E os dinheiros mal cobrados, Que foi da tua satisfação?
Trecho II - Retirado de Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
,PADEIRO: Que história é essa? Então Vossa Senhoria pode benzer o cachorro do major Antônio Morais e o meu não?
PADRE, apaziguador: Que é isso, que é isso?
PADEIRO: Eu é que pergunto: que é isso? Afinal de contas eu sou presidente da Irmandade das Almas, e isso é alguma coisa.
JOÃO GRILO: É, padre, o homem aí é coisa muita. Presidente da Irmandade das Almas! Para mim isso, é um caso claro de cachorro bento. Benza logo o cachorro e tudo fica em paz.
PADRE: Não benzo, não benzo e acabou-se! Não estou pronto para fazer essas coisas assim de repente. Sem pensar, não.
MULHER, furiosa: Quer dizer, quando era o cachorro do major, já estava tudo pensado, para benzer o meu é essa complicação! Olhe que meu marido é presidente e sócio benfeitor da Irmandade Almas! Vou pedir a demissão dele!
Ao analisar os personagens que aparecem nos trechos citados, conclui-se que:
Questão 53 1368501
PUC-RS Inverno 2012INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere o seguinte texto, sobre um aspecto essencial da cultura renascentista, no início da Idade Moderna.
“Apostura dos humanistas valorizava o que de divino havia em cada homem, induzindo-o a expandir suas forças, a criar e a produzir, agindo sobre o mundo para transformá-lo de acordo com sua vontade e interesse.”
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento, São Paulo: Atual, 1985, p. 16)
O autor destaca no texto especificamente a característica do humanismo renascentista denominada
Questão 47 1160639
EsPCEx 2003O trecho abaixo, extraído de uma peça de Shakespeare, escrita em 1599, deve ser utilizado para responder à pergunta
“Toda vez que a Águia Inglaterra sai para caçar, deixando o seu ninho desguarnecido, a fuinha Escócia vem rastejando para comer os seus principescos ovos; na ausência do gato, o rato faz bagunça, rompendo e destruindo mais do que pode comer.”
Personagem Westmoreland. Cena 2, Ato I de Henrique V.
(SHAKESPEARE, William. The Complete Works. New York, Gramercy, 1975.)
Como pode ser percebido no texto, uma das características das peças históricas de Shakespeare é a exaltação nacionalista.
Contudo, a produção do grande dramaturgo possui também características marcantes do movimento artístico-cultural conhecido como
Questão 84 1442738
UNICAMP 2020Em 1516, Thomas Morus criou a ideia de utopia, ao descrever uma ilha imaginária. Surgia um gênero literário, associado à história, à filosofia e à política. A lógica dessa ideia levou à construção de critérios universalmente válidos para cada atividade, com normas e códigos. Surgiram assim os tratados sobre o perfeito cortesão, sobre o perfeito homem do mundo, sobre a cidade perfeita.
(Adaptado de Carlos Eduardo O. Berriel, “Cidades Utópicas do Renascimento”. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 56, n. 2. abr./jun. 2004. Disponível em http://cienciaecultura.bvs.br /scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0009-67252004000200021.)
Considerando o texto acima e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.