Questões de Literatura - Literatura Contemporânea
29 Questões
Questão 49 12580006
UECE 2ª Fase 1º Dia 2024/2Texto
A rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
[80] Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
[85] Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
[90] Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinicius de Moraes. Nova antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Os verbos dispostos no texto estão no modo imperativo.
Isso ocorre porque o autor intenciona que o leitor
Questão 48 12579992
UECE 2ª Fase 1º Dia 2024/2Texto
A rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
[80] Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
[85] Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
[90] Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinicius de Moraes. Nova antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
O poema de Vinícius de Moraes foi criado a partir dos acontecimentos no final da Segunda Guerra Mundial, no Japão.
O texto intenciona fazer com que o leitor
Questão 17 12067424
UERJ 2024/2CONTO “COPACABANA”
Copacabana, essa sim, eu conhecia de ponta a ponta, mas mesmo morando diante do mar, às vezes me sentia contaminado pelo lado sombrio do bairro. Visto de frente, eu era um adolescente de belas cores, o rosto bronzeado e uns olhos claros de fulminar as garotas que mirava na praia. Já minhas costas eram de pobre, apinhadas de cravos, espinhas, quistos e furúnculos (p. 91)
A descrição física do personagem o mostra como uma representação do bairro de Copacabana, também descrito.
Essa representação se constrói por meio de um recurso conhecido como:
Questão 1 11748704
CFO-BM 2022INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir, para responder à questão.
Um persistente cio
É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.
Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.
Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.
Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.
A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.
Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.
CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/ eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]
Na construção desse texto, o autor defende que
Questão 58 12411955
UECE 2ª Fase - 1º Dia 2020/1TEXTO
Pela Internet
Criar meu web site
[155] Fazer minha homepage
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
[160] Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
[165] Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
[170] Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
[175] Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
[180] Que lá na praça Onze
Tem um videopôquer para se jogar
GIL, Gilberto. Pela internet. In: Quanta. WarnerMusic Brasil ltda. Rio de Janeiro, 1997. Disponível em: https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/68924/ Acesso em 29 de out. de 2019.
No texto da letra da canção, o autor utiliza termos como website, homepage, gigabytes, e-mail, hot-link, hacker, entre outros. Isso significa que
Questão 58 12991915
UECE 2ª fase 1º dia 2018/2TEXTO
Tempo Rei
Gilberto Gil
[110] Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito
Que tem sido
Transcorrendo, transformando
Tempo e espaço navegando todos os
sentidos
[115] Pães de Açúcar, Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole, pedra dura
Tanto bate que não restará nem
pensamento
[120] Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo socorrei
Pensamento, mesmo fundamento singular
[125] Do ser humano, de um momento para o
outro
Poderá não mais fundar nem gregos nem
baianos
Mães zelosas, pais corujas
[130] Vejam como as águas de repente ficam
sujas
Não se iludam, não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um
segundo
[135] Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo socorrei
GIL, Gilberto. Tempo Rei. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/gilbertogil/tempo-rei.html. Acesso: 22.06.2018.
Na canção de Gilberto Gil, o tempo é concebido como
Pastas
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