Questões de Literatura - Realismo brasileiro
36 Questões
Questão 44 14094174
UNIFOR Demais cursos 2025/1Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu sei bem que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfi co. A realidade pura é que almocei, como nos demais dias…
Assis, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Scipione, 2004. p.114.
A obra literária Memória Póstumas de Brás Cubas pertence à escola literária Realismo.
Como característica dessa escola, tem-se
Questão 44 14091187
UNIFOR Medicina 2025/1Não se irrite o leitor com esta confi ssão. Eu sei bem que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfi co. A realidade pura é que almocei, como nos demais dias…
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Scipione, 2004. p.114.
A obra literária Memória Póstumas de Brás Cubas pertence à escola literária Realismo. Como característica dessa escola, tem-se
Questão 8 14021173
UEA - SIS 2º Serie 2025/2027 2024Para responder à questão, leia o trecho do romance A falência, de Júlia Lopes de Almeida.
Na limpeza da casa, Nina encontrara em um caixote, no porão, entre um sem-número de objetos mutilados e antiquíssimos, o chicotinho com que Mário a zurzia nos dias de cólera, quando, pequena e magra, ela fazia reboar pelos corredores a sua tosse de cão, que ele abafava gritando-lhe:
— Cala a boca! Cala a boca!
(A falência, 2018.)
Um tópico bastante explorado por romances realistas do século XIX (como O primo Basílio, de Eça de Queirós, e Dom Casmurro, de Machado de Assis) e que também se faz presente em A falência é a temática
Questão 2 14021164
UEA - SIS 2º Serie 2025/2027 2024Para responder à questão abaixo, leia o trecho do conto “Marcha fúnebre”, de Machado de Assis, que integra a coletânea Relíquias de casa velha.
O deputado Cordovil não podia pregar olho uma noite de agosto de 186… Viera cedo do Cassino Fluminense, depois da retirada do imperador, e durante o baile não tivera o mínimo incômodo moral nem físico. Ao contrário, a noite foi excelente; tão excelente que um inimigo seu, que padecia do coração, faleceu antes das dez horas, e a notícia chegou ao Cassino pouco depois das onze.
Naturalmente concluis que ele ficou alegre com a morte do homem, espécie de vingança que os corações adversos e fracos tomam em falta de outra. Digo-te que concluis mal; não foi alegria, foi desabafo. A morte vinha de meses, era daquelas que não acabam mais, e moem, mordem, comem, trituram a pobre criatura humana. Cordovil sabia dos padecimentos do adversário. Alguns amigos, para o consolar de antigas injúrias, iam contar-lhe o que viam ou sabiam do enfermo, pregado a uma cadeira de braços, vivendo as noites horrivelmente, sem que as auroras lhe trouxessem esperanças, nem as tardes desenganos. Cordovil pagava-lhes com alguma palavra de compaixão, que o alvissareiro adotava, e repetia, e era mais sincera naquele que neste. Enfim acabara de padecer; daí o desabafo.
Este sentimento pegava com a piedade humana. Cordovil, salvo em política, não gostava do mal alheio. Quando rezava, ao levantar da cama: “Padre Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; perdoa as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores...” não imitava um de seus amigos que rezava a mesma prece, sem todavia perdoar aos devedores, como dizia de língua; esse chegava a cobrar além do que eles lhe deviam, isto é, se ouvia maldizer de alguém, decorava tudo e mais alguma coisa e ia repeti-lo a outra parte. No dia seguinte, porém, a bela oração de Jesus tornava a sair dos lábios da véspera com a mesma caridade de ofício.
Cordovil não ia nas águas desse amigo; perdoava deveras. Que entrasse no perdão um tantinho de preguiça, é possível, sem aliás ser evidente. Preguiça amamenta muita virtude. Sempre é alguma coisa minguar força à ação do mal. Não esqueça que o deputado só gostava do mal alheio em política, e o inimigo morto era inimigo pessoal. Quanto à causa da inimizade, não a sei eu, e o nome do homem acabou com a vida.
— Coitado! descansou, disse Cordovil.
(Machado de Assis. Contos: uma antologia, 1998.)
Considerando o contexto, constitui exemplo de eufemismo o verbo sublinhado em:
Questão 7 14018913
UFAM PSC 3º etapa 2021Lima Barreto apresenta o subúrbio como o refúgio dos infelizes, um lugar para o negro, o pobre, o desempregado, para o falido em seus negócios, para o ex-rico, ou seja, o lugar em que se aninham todos os que perderam ou nunca tiveram poder econômico. Em Clara dos Anjos, os personagens canalizam em suas falas um discurso politicamente incorreto para os tempos atuais e, ao mesmo tempo, revelam o tom de denúncia e engajamento político de Lima Barreto, usando essa condição socioeconômica de seus moradores e os colocando como vítimas de um olhar preconceituoso, estigmatizado e segregador.
Analise as falas dessa personagem apresentadas a seguir para identificar os discursos presentes:
I. “É isto! - acudiu com pressa Marramaque. - Clapin é muito generoso com o dinheiro dos outros, do Estado. Com o dele, é de uma sovinice de judeu e de uma ganância de agiota. Jesuíta!” (p. 6).
II. “A mãe recebia-lhe a confissão, mas não acreditava; entretanto, como tinha as suas presunções fidalgas, repugnava-lhe ver o filho casado com uma criada preta, ou com uma pobre mulata costureira, ou com uma moça branca lavadeira e analfabeta. Graças a esses seus preconceitos de fidalguia e alta estirpe, não trepidava em ir empenhar-se com o marido, a fim de livrar o filho da cadeia ou do casamento pela polícia. [...] - Mas tudo isto já passou, Maneco. Você quer que o seu filho vá para a cadeia? Porque, casar com essas biraias, ele não se casa. Eu não quero. - Era preferível que ele fosse para a cadeia, ao menos não estava desmoralizando todo o dia a casa.” (p. 7)
III. “Que é que a senhora quer que eu faça? [...] Ao ouvir a pergunta de Dona Salustiana, não se pôde conter e respondeu como fora de si: - Que se case comigo. Dona Salustiana ficou lívida; a intervenção da mulatinha a exasperou. Olhou-a cheia de malvadez e indignação, demorando o olhar propositadamente. Por fim, expectorou: - Que é que você diz, sua negra?” (p. 75)
IV. “[...] Falou a Dona Salustiana e esta, empertigandose toda, disse secamente: - Minha senhora, eu não posso fazer nada. Meu filho é maior. (p. 7) [...] A atração por uma qualquer mulher não lhe desdobrava em sentimentos outros, às vezes contraditórios, em sonhos, em anseios e depressões desta ou daquela natureza. O seu sentimento ficava reduzido ao mais simples elemento do Amor - a posse. Obtida esta, bem cedo se enfarava, desprezava a vítima, com a qual não sentia ter mais nenhuma ligação especial; e procurava outra.” (p. 34)
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000048.pdf
Assinale a alternativa que relaciona os discursos na ordem em que foram apresentados nos excertos:
Questão 7 11820606
UEPA 1ª Etapa 2012Leia o Texto para responder à questão.
Texto
“Lampião dava a vida para estar entre os coronéis”, contou, num depoimento ao historiador Frederico Pernambucano de Melo, o cangaceiro Miguel Feitosa, que conheceu Virgulino na década de 1920. “Vivia de coronel em coronel”, ele completa. Em 1923, Lampião invadiu a cidade de Triunfo, na Paraíba, só para tirar de lá um homem chamado Marcolino Diniz, que tinha matado o juiz da cidade durante uma discussão. A invasão da delegacia foi um serviço encomendado pelo sogro do assassino, José Pereira Lima, maior chefe político do interior da Paraíba naquela época. Já com pobres, mulheres e vilas indefesas, o cangaceiro não era tão camarada. Há relatos de que marcou, com ferro quente, o rosto de mulheres surpreendidas com vestidos curtos e decotes cavados. Contrário à construção de estradas no sertão, em pelo menos cinco ocasiões atirou em operários quando eles trabalhavam em alguma obra.
(in: NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do Brasil. São Paulo: Leya, 2011)
Assinale a passagem do Texto que expressa um tipo de preconceito moral.
Pastas
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