Questões de Literatura - Escritores
37 Questões
Questão 7 10878065
UNIFESP 1º Dia 2023Mesmo em seus primeiros livros, quando ainda o cerceavam os cânones românticos e possivelmente o inibia a timidez, o receio de ser diferente dos outros, de enveredar por caminhos até então indevassáveis, já as suas figuras se distinguem pela independência em relação ao meio físico e ao moralismo convencional. Não obedeceu nem ao preconceito, então de rigor, de filiar à natureza tropical o feitio das criaturas, nem ao de fazer personagens exclusivamente boas ou más, tão caro ao romantismo.
Sem preocupação de escola literária desde que se libertou do romantismo, ele observou, como ninguém entre nós, as criaturas em toda a sua realidade, dando a cada aspecto o justo valor, isto é, apreciando a todos com um critério relativo. Foi assim que esse tímido realizou uma audaciosa revolução na nossa literatura ficcionista, até ele subordinada a valores absolutos, que reduziam a simples figurantes as personagens dominadas pela natureza e pela ética convencional.
Dentro, porém, do mundo burguês que descreveu, e que foi, afinal, o seu, não se contentou com as aparências; abismava-se na contemplação das perspectivas inumeráveis da alma humana. Tudo o que o homem da época e da condição de suas criaturas pode pensar, sentir e sonhar, ele o perscrutou. A realidade que via se prolongava na que pressentia, nas reações interiores que acima de tudo o atraíam.
(Lúcia Miguel Pereira. História da literatura brasileira: prosa de ficção, 1988. Adaptado.)
O texto trata do escritor
Questão 10 11749068
CFO-BM 2022Um dos mais ferrenhos defensores das ideias modernistas no Brasil, Oswald de Andrade publicou, imediatamente após a realização da Semana de Arte Moderna, um dos manifestos mais importantes para a nossa literatura: o “Manifesto Pau-Brasil”.
Com esse manifesto, Oswald de Andrade
Questão 38 11722920
UNIFENAS Tarde 2024Leia o poema.
Uma cidade tão nobre,
uma gente tão honrada
veja-se um dia louvada
desde o mais rico ao mais pobre:
cada pessoa o seu cobre,
mas se o diabo me atiça,
que indo a fazer-lhe justiça
algum saia a justiçar,
não me poderão negar
que por direito, e por Lei
esta é a justiça, que manda El-Rei
O Fidalgo de solar
se dá por envergonhado
de um tostão pedir prestado
para o ventre sustentar:
diz que antes o quer furtar
por manter a negra honra,
que passar pela desonra
de que lhe neguem talvez;
mas se o virdes nas galés
com honras de Vice-Rei,
esta é a justiça, que manda El-Rei
[...] CUNHA, H. P. Convivência maneirista e barroca na obra de Gregório de Matos. In: Origens da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979.
O Barroco mineiro foi um movimento complexo, caracterizado pelos contrates, que refletiam particularidades presentes na vida colonial do século XVII.
Considerando a realidade e os entraves da vida colonial, o poema de Gregório de Matos destaca
Questão 12 10790237
UEL Conhecimentos Gerais 2024/2Leia a passagem do romance O seminarista e responda à questão.
Como remédio prático para combater a tentação, recomendou-lhe que se desse a trabalhos incessantes do corpo e do espírito; exercício ativo e violento mesmo nas horas de recreio, lição dobrada a estudar na ocasião do repouso, e sobretudo orações, penitências e mortificações durante a noite.
O estudante ouvia com a maior atenção, e recolhia no fundo da alma todos os conselhos e exortações do padre, dispondo a pô-los em prática imediatamente. De todas as coisas, porém, que disse o padre, a que mais profunda mossa deixou em seu espírito foi a alusão da serpente no paraíso. Lembrou-se da cobra que se tinha enleado ao corpo de Margarida, quando era pequenina, das palavras que então sua mãe proferiu com respeito à serpente que tentou Eva no paraíso, e estremeceu.
Havia ali uma terrível analogia de situações, que ele sentia confusamente; as sinistras apreensões da mãe pareciam tender a realizar-se; um terror vago se apoderou da alma de Eugênio.
(GUIMARÃES, Bernardo. O seminarista. 9. ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 39-40.)
Com base na leitura da passagem do romance e de sua íntegra e nos conhecimentos sobre as escolas literárias, assinale a alternativa correta.
Questão 13 10787764
UFT Manhã 2024/1Leia o fragmento para responder a QUESTÃO.
Viveram assim dois anos. Ao fim desse tempo, os ardores do marido haviam diminuído, alguns amores passageiros vieram meter-se entre ambos. Maria Cora, ao contrário do que lhe dissera, perdoou essas faltas. [...] Os desgostos, entretanto, apareceram e grandes. Houve cenas violentas. Ela parece que chegou mais de uma vez a ameaçar que se mataria; mas, posto não lhe faltasse o preciso ânimo, não fez tentativa nenhuma, a tal ponto lhe doía deixar a própria causa do mal, que era o marido. João da Fonseca percebeu isto mesmo, acaso explorou a fascinação que exercia na mulher. [...]
Já cuidavam disto desde algum tempo, mas a reconciliação não seria impossível, apesar da palavra de Maria Cora, graças à intervenção da tia; esta havia insinuado à sobrinha que residisse três ou quatro meses no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Sucedeu, porém, uma coisa triste de dizer. O marido, em um momento de desvario, ameaçou a mulher com o rebenque. Outra versão diz que ele tentara esganá-la. Quero crer que a verídica é a primeira, e que a segunda foi inventada para tirar à violência de João da Fonseca o que pudesse haver deprimente e vulgar. Maria Cora não disse mais uma só palavra ao marido. A separação foi imediata; a mulher veio com a tia para o Rio de Janeiro, depois de arranjados amigavelmente os interesses pecuniários. Demais, a tia era rica. Fonte:
ASSIS, Machado. Contos escolhidos. São Paulo, Martin Claret, 2012, p.240-241. Fragmento.
Assinale a alternativa INCORRETA.
O fragmento do conto “Maria Cora”, de Machado de Assis
Questão 13 10806073
ACAFE Inverno 2023A partir da leitura da obra Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade, é CORRETO afirmar.
Pastas
06