Questões de Português - Gramática
14.640 Questões
Questão 18 12679698
UFAM PSI - CG 1 2024Leia a tirinha de Calvin e Haroldo, a seguir, para responder a questão:
Disponível em: https://www.facebook.com/photo/?fbid=926736052145987&set=a.3376051677257 48. Acesso em: 29/10/2023.
Todas as falas da tirinha foram reproduzidas na forma do chamado discurso direto. Assinale a alternativa que converte, CORRETAMENTE, um desses discursos diretos em indireto, mantendo, naturalmente, o sentido:
Questão 23 12612518
ESA 2024TEXTO
EMISSORAS VERDE-OLIVA DE RÁDIO
Desde 2002, as emissoras do Sistema Verde-Oliva de Rádio têm conquistado seu espaço na audiência desse tipo de mídia. Essa realidade é fruto da parceria entre a Fundação Cultural do Exército Brasileiro (FUNCEB) e o Centro de Comunicação Social do Exército, com o apoio cultural da Fundação Habitacional do Exército (FHE).
Com o slogan “SINAL VERDE PARA A BOA MÚSICA”, as emissoras têm a missão de produzir uma programação de conteúdos de qualidade, transmitindo músicas, notícias gerais e informações institucionais que aproximem o Exército da sociedade, o que colabora para a educação, a cultura e o civismo dos ouvintes.
Ouça no rádio e pela internet!
Disponível em: https://www.eb.mil.br/web/radio-verde-oliva. Acesso em 13 de janeiro de 2023.
Qual figura de linguagem pode ser identificada no slogan em destaque no Texto?
Questão 7 12296660
UNESP Meio do Ano 2024Para responder à questão, leia o epílogo do livro O fim da Terra e do Céu, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.
A sabedoria dos céus
Cada vez que tocamos algo na Natureza, causamos reverberações no resto do Universo. John Muir (1838-1914)
Existe magia nos céus. E essa magia nos compele a olhar para cima, a explicar, de alguma forma, nosso lugar no vasto Universo em que vivemos. Afinal, nós somos poeira das estrelas, nossa química deriva de explosões estelares que ocorreram antes ainda da formação do sistema solar. Se durante a história da humanidade nossas explicações vieram originalmente das várias religiões, hoje elas provêm da ciência. Mas, conforme procurei argumentar neste livro, não existe uma ruptura abrupta entre o discurso religioso e o discurso científico. O fascínio e o medo dos céus, que são parte integral de muitas religiões, influenciaram e influenciam o desenvolvimento das teorias científicas que criamos para explicar os movimentos celestes. O que antes era inesperado, assustador, tantas vezes interpretado como uma mensagem dos deuses ou mesmo como um prenúncio do Fim, é hoje incorporado nas nossas teorias cósmicas, que visam descrever os diversos fenômenos celestes como sendo consequência de relações de causa e efeito entre objetos materiais. A magia, mesmo que agora faça parte do discurso científico, persiste.
É difícil aceitar a ideia de que nós somos relativamente insignificantes dentro do contexto cósmico, de que nossa existência individual ou mesmo como espécie tem tão pouca influência no desenrolar das criações e destruições que se propagam pelo Universo. Como podemos reconciliar nossa capacidade de refletir sobre o mundo e sobre nós mesmos com o fato de que nossas vidas são tão curtas, de que por mais que amemos e aprendamos, teremos sempre muito mais o que amar e aprender? Não existe uma única resposta para essa pergunta. Cada pessoa tenta, consciente ou inconscientemente, responder a ela de alguma forma. Talvez a resposta esteja na própria pergunta, no fato de que nos sa existência é limitada. Sem limites não existem desejos. E sem desejo não existe criação. Seria frustrante passar toda uma vida nos preocupando com o que não teremos chance de fazer após morrermos. Mais do que frustrante, seria um desperdício.
Nós vimos como processos regenerativos ocorrem a partir de eventos destrutivos: asteroides caem sobre a Terra, extinguindo várias espécies mas permitindo que outras evoluam; estrelas são criadas a partir dos restos de outras, em um ciclo de renovação que se perpetua de galáxia em galáxia; até mesmo o nosso Universo tem uma história, cujo começo ainda não conhecemos e cujo fim talvez jamais vamos conhecer. Esses processos de regeneração não são uma exclusividade celeste, mas ocorrem à nossa volta todos os dias. Cada árvore que tomba dá origem a muitas outras; cada vida humana semeia muitas outras. Nós somos seres complicados, imaturos, capazes das mais belas criações e dos crimes mais horrendos. Talvez, ao aprendermos mais sobre o mundo à nossa volta, sobre os vários ciclos de criação e destruição que acontecem continuamente nos céus e na Terra, sejamos capazes de crescer um pouco mais, de enxergar além das nossas diferenças, e de trabalhar juntos para a preservação do nosso planeta e da nossa espécie. O primeiro passo é simples: é só olhar para os lados, com respeito, curiosidade, humildade e admiração. E não temos sequer um minuto a perder.
(O fim da Terra e do Céu, 2011.)
Em “A magia, mesmo que agora faça parte do discurso científico, persiste.” (1o parágrafo), a locução conjuntiva sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Questão 29 12172738
UECE 2ª Fase 1º Dia 2024/1TEXTO
Cartas para minha avó
Querida vó Antônia,
Minhas lembranças de você têm gosto de manga
verde e doce de abóbora. Têm cheiro de feijão e
jantar às seis da tarde. Você me adoçava a boca e
[5] benzia a alma. “É cobreiro, tem que benzer.” Ou:
“Essa menina está aguada, dê o que ela quer
comer”. Eu amava passar minhas férias na sua casa,
sentir o amor em sua melhor forma.
Guardo na memória os mimos, as broncas
[10] na minha mãe quando ela brigava comigo, o cheiro
do Yamasterol no cabelo. As mesadas que me dava
escondido, os passeios com o tio Edson. Como
meus pais não tinham carro, uma das minhas
maiores alegrias era saber que o tio Edson estava
[15] indo a Santos me buscar para passar férias com
você em Piracicaba. Lá em casa, só quem passava
de ano direto tinha esse benefício. Muitas vezes fui
sozinha, sem Denis, Helder e Dara — o que eu
adorava, confesso, pois sem meus irmãos por perto
[20] teria você só pra mim. Quando Dara ia, a gente não
somente disputava sua atenção, mas também
disputava para ver quem atenderia aquele telefone
bonito que você tinha. A vencedora sempre
acabava caçoando da perdedora.
[25] Como morava em apartamento, eu
adorava brincar pela sua casa, vó, correr pelo
quintal, subir nas árvores, fugir dos meus primos
que colocavam cigarras no bolso para meter medo
em mim. “Parem de assustar sua prima”, você
[30] dizia. Eu admirava sua coragem em acender uma
tocha de fogos para queimar a casa que os
marimbondos insistiam em construir na entrada da
sua casa no bairro São Dimas. “Quando algum te
picar, quero ver você sentir pena”, dizia quando eu
[35] lamentava a morte dos bichos. Aliás, foi numa
dessas férias com você que eu fui picada pela
primeira vez por uma abelha. Voltei chorando para
casa, aos berros, e você gritando “O que foi,
menina?”. Foi toda uma operação de guerra para
[40] conseguir tirar o ferrão. Depois, você passou uma
mistura de ervas que fez meu braço desinchar
rápido, e logo eu estava na rua de novo.
Lembro também, vó, de seu colo quente e
amoroso, das suas mãos rápidas que benziam meu
[45] corpo enquanto sussurrava rezas quase
incompreensíveis. As mesmas mãos que benziam
eram as que preparavam comidas fartas e
apetitosas no domingo. Que saudade de suas mãos
lindas, mãos com história, com calos, mas macias
[50] ao acarinhar e trançar meus cabelos. Hoje tento
entender o significado de certo mistério que te
envolvia.
Quando você ia a Santos nos visitar, eu
mal dormia na véspera, de tanta ansiedade. Como
[55] era gostoso tê-la em casa nos mimando. Sempre
trazia na mala presentes para os netos, fazia doces
deliciosos para todos, cuidava para que ninguém
brigasse. O que eu mais gostava era ter você
comigo, trançando meus cabelos. Todas as vezes
[60] que você ia embora, eu chorava. Até hoje
despedidas são difíceis pra mim.
Nunca consegui perguntar a você como foi
criar sete filhos com meu avô. Como foi ser a mãe
da Edna, do João, do José Roberto, da Erani
[65] Benedita, do Avelino, do Edson e do Edmilson.
Como foi ser a esposa de José dos Santos. Como
você se sentiu ao construir uma boa casa depois de
uma vida inteira trabalhando fora, em casa de
família. Como foi ser a matriarca de uma das
[70] poucas famílias negras de São Dimas, bairro que
depois se tornaria de classe média. Como você
lidava com o racismo. Será que pensava sobre isso
ou foi forçada a naturalizá-lo? Eu não tive tempo
de lhe perguntar nada disso. Quais eram os seus
[75] sonhos, seus medos.
Um bicho-barbeiro te picou, e você
precisou colocar um marca-passo. Com a saúde
muito fragilizada, aos 68 anos você nos deixou,
com muito ainda para viver. [...]
(RIBEIRO, Djamila. Cartas para minha avó. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p.9-11. Trecho. Texto adaptado.)
O sentido correspondente do vocábulo destacado no trecho “A vencedora sempre acabava caçoando da perdedora”, nas linhas 23 e 24, é
Questão 27 12172721
UECE 2ª Fase 1º Dia 2024/1TEXTO
Cartas para minha avó
Querida vó Antônia,
Minhas lembranças de você têm gosto de manga
verde e doce de abóbora. Têm cheiro de feijão e
jantar às seis da tarde. Você me adoçava a boca e
[5] benzia a alma. “É cobreiro, tem que benzer.” Ou:
“Essa menina está aguada, dê o que ela quer
comer”. Eu amava passar minhas férias na sua casa,
sentir o amor em sua melhor forma.
Guardo na memória os mimos, as broncas
[10] na minha mãe quando ela brigava comigo, o cheiro
do Yamasterol no cabelo. As mesadas que me dava
escondido, os passeios com o tio Edson. Como
meus pais não tinham carro, uma das minhas
maiores alegrias era saber que o tio Edson estava
[15] indo a Santos me buscar para passar férias com
você em Piracicaba. Lá em casa, só quem passava
de ano direto tinha esse benefício. Muitas vezes fui
sozinha, sem Denis, Helder e Dara — o que eu
adorava, confesso, pois sem meus irmãos por perto
[20] teria você só pra mim. Quando Dara ia, a gente não
somente disputava sua atenção, mas também
disputava para ver quem atenderia aquele telefone
bonito que você tinha. A vencedora sempre
acabava caçoando da perdedora.
[25] Como morava em apartamento, eu
adorava brincar pela sua casa, vó, correr pelo
quintal, subir nas árvores, fugir dos meus primos
que colocavam cigarras no bolso para meter medo
em mim. “Parem de assustar sua prima”, você
[30] dizia. Eu admirava sua coragem em acender uma
tocha de fogos para queimar a casa que os
marimbondos insistiam em construir na entrada da
sua casa no bairro São Dimas. “Quando algum te
picar, quero ver você sentir pena”, dizia quando eu
[35] lamentava a morte dos bichos. Aliás, foi numa
dessas férias com você que eu fui picada pela
primeira vez por uma abelha. Voltei chorando para
casa, aos berros, e você gritando “O que foi,
menina?”. Foi toda uma operação de guerra para
[40] conseguir tirar o ferrão. Depois, você passou uma
mistura de ervas que fez meu braço desinchar
rápido, e logo eu estava na rua de novo.
Lembro também, vó, de seu colo quente e
amoroso, das suas mãos rápidas que benziam meu
[45] corpo enquanto sussurrava rezas quase
incompreensíveis. As mesmas mãos que benziam
eram as que preparavam comidas fartas e
apetitosas no domingo. Que saudade de suas mãos
lindas, mãos com história, com calos, mas macias
[50] ao acarinhar e trançar meus cabelos. Hoje tento
entender o significado de certo mistério que te
envolvia.
Quando você ia a Santos nos visitar, eu
mal dormia na véspera, de tanta ansiedade. Como
[55] era gostoso tê-la em casa nos mimando. Sempre
trazia na mala presentes para os netos, fazia doces
deliciosos para todos, cuidava para que ninguém
brigasse. O que eu mais gostava era ter você
comigo, trançando meus cabelos. Todas as vezes
[60] que você ia embora, eu chorava. Até hoje
despedidas são difíceis pra mim.
Nunca consegui perguntar a você como foi
criar sete filhos com meu avô. Como foi ser a mãe
da Edna, do João, do José Roberto, da Erani
[65] Benedita, do Avelino, do Edson e do Edmilson.
Como foi ser a esposa de José dos Santos. Como
você se sentiu ao construir uma boa casa depois de
uma vida inteira trabalhando fora, em casa de
família. Como foi ser a matriarca de uma das
[70] poucas famílias negras de São Dimas, bairro que
depois se tornaria de classe média. Como você
lidava com o racismo. Será que pensava sobre isso
ou foi forçada a naturalizá-lo? Eu não tive tempo
de lhe perguntar nada disso. Quais eram os seus
[75] sonhos, seus medos.
Um bicho-barbeiro te picou, e você
precisou colocar um marca-passo. Com a saúde
muito fragilizada, aos 68 anos você nos deixou,
com muito ainda para viver. [...]
(RIBEIRO, Djamila. Cartas para minha avó. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p.9-11. Trecho. Texto adaptado.)
O texto é autobiográfico porque
Questão 23 12172653
UECE 2ª Fase 1º Dia 2024/1TEXTO
Cartas para minha avó
Querida vó Antônia,
Minhas lembranças de você têm gosto de manga
verde e doce de abóbora. Têm cheiro de feijão e
jantar às seis da tarde. Você me adoçava a boca e
[5] benzia a alma. “É cobreiro, tem que benzer.” Ou:
“Essa menina está aguada, dê o que ela quer
comer”. Eu amava passar minhas férias na sua casa,
sentir o amor em sua melhor forma.
Guardo na memória os mimos, as broncas
[10] na minha mãe quando ela brigava comigo, o cheiro
do Yamasterol no cabelo. As mesadas que me dava
escondido, os passeios com o tio Edson. Como
meus pais não tinham carro, uma das minhas
maiores alegrias era saber que o tio Edson estava
[15] indo a Santos me buscar para passar férias com
você em Piracicaba. Lá em casa, só quem passava
de ano direto tinha esse benefício. Muitas vezes fui
sozinha, sem Denis, Helder e Dara — o que eu
adorava, confesso, pois sem meus irmãos por perto
[20] teria você só pra mim. Quando Dara ia, a gente não
somente disputava sua atenção, mas também
disputava para ver quem atenderia aquele telefone
bonito que você tinha. A vencedora sempre
acabava caçoando da perdedora.
[25] Como morava em apartamento, eu
adorava brincar pela sua casa, vó, correr pelo
quintal, subir nas árvores, fugir dos meus primos
que colocavam cigarras no bolso para meter medo
em mim. “Parem de assustar sua prima”, você
[30] dizia. Eu admirava sua coragem em acender uma
tocha de fogos para queimar a casa que os
marimbondos insistiam em construir na entrada da
sua casa no bairro São Dimas. “Quando algum te
picar, quero ver você sentir pena”, dizia quando eu
[35] lamentava a morte dos bichos. Aliás, foi numa
dessas férias com você que eu fui picada pela
primeira vez por uma abelha. Voltei chorando para
casa, aos berros, e você gritando “O que foi,
menina?”. Foi toda uma operação de guerra para
[40] conseguir tirar o ferrão. Depois, você passou uma
mistura de ervas que fez meu braço desinchar
rápido, e logo eu estava na rua de novo.
Lembro também, vó, de seu colo quente e
amoroso, das suas mãos rápidas que benziam meu
[45] corpo enquanto sussurrava rezas quase
incompreensíveis. As mesmas mãos que benziam
eram as que preparavam comidas fartas e
apetitosas no domingo. Que saudade de suas mãos
lindas, mãos com história, com calos, mas macias
[50] ao acarinhar e trançar meus cabelos. Hoje tento
entender o significado de certo mistério que te
envolvia.
Quando você ia a Santos nos visitar, eu
mal dormia na véspera, de tanta ansiedade. Como
[55] era gostoso tê-la em casa nos mimando. Sempre
trazia na mala presentes para os netos, fazia doces
deliciosos para todos, cuidava para que ninguém
brigasse. O que eu mais gostava era ter você
comigo, trançando meus cabelos. Todas as vezes
[60] que você ia embora, eu chorava. Até hoje
despedidas são difíceis pra mim.
Nunca consegui perguntar a você como foi
criar sete filhos com meu avô. Como foi ser a mãe
da Edna, do João, do José Roberto, da Erani
[65] Benedita, do Avelino, do Edson e do Edmilson.
Como foi ser a esposa de José dos Santos. Como
você se sentiu ao construir uma boa casa depois de
uma vida inteira trabalhando fora, em casa de
família. Como foi ser a matriarca de uma das
[70] poucas famílias negras de São Dimas, bairro que
depois se tornaria de classe média. Como você
lidava com o racismo. Será que pensava sobre isso
ou foi forçada a naturalizá-lo? Eu não tive tempo
de lhe perguntar nada disso. Quais eram os seus
[75] sonhos, seus medos.
Um bicho-barbeiro te picou, e você
precisou colocar um marca-passo. Com a saúde
muito fragilizada, aos 68 anos você nos deixou,
com muito ainda para viver. [...]
(RIBEIRO, Djamila. Cartas para minha avó. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p.9-11. Trecho. Texto adaptado.)
Ao escrever o texto, a autora vê a escrita das cartas como uma forma de afirmar
Pastas
06