Questões de Português - Gramática
Analise a ilustração.
Journey, ilustração do artista polonês Pawel Kuczynski, é a concretização, por meio de imagens, de uma figura de linguagem.
Assinale a alternativa que identifica essa figura de linguagem e que interpreta corretamente a obra.
É preciso saber viver
Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Para mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra do caminho
Você deve retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver, ah, ah
ESTEVES, Erasmo Carlos; BRAGA, Roberto Carlos (Comps.). É preciso saber viver. Intérprete: Titãs. Disponível em: https://www.letras.mus.br/titas/. Acesso em: set. 2022.
Os versos “Toda pedra no caminho” e “Se o bem e o mal existem” contêm, respectivamente, as figuras de linguagem indicadas na alternativa
Leia o seguinte trecho do filme “O carteiro e o poeta”
Pablo Neruda: “Mas, Mário, o que é que você tá fazendo aí parado como um poste?”
Mário Ruoppolo: “Na verdade, estou cravado como um arpão”.
Pablo Neruda: “Imóvel como uma torre num tabuleiro de xadrez”.
Mário Ruoppolo: “Mais quieto do que um gato de porcelana”. Com um sorriso de soslaio que vai se abrindo como a mão estendida para a amizade, Neruda diz a Mário que “você está me cobrindo com o musgo das metáforas”. (Ao que Mário talvez pudesse replicar: agora, Neruda, você coberto com o musgo das metáforas como uma rocha que, refém de sua paralisia, precisa suportar as investidas do mar.) Ocorre que Mário não sabe o que são metáforas.
Pablo Neruda: “Hum, como é que eu vou te explicar?… Metáfora, metáfora… Bom… metáfora é quando se fala de uma coisa comparando-a com outra”.
Disponível em: https://outraspalavras.net/poeticas/o-carteiro-e-o-poeta/. Acesso em: 23 Maio 2023
No trecho do filme, Pablo Neruda tenta explicar o que é metáfora. Assinale a alternativa que contém uma metáfora.
No enunciado “as Terras Indígenas aparecem como verdadeiros oásis de florestas”, extraído de WAPICHANA, Cristino. A Boca da Noite.
Rio de Janeiro: ZIT, 2016 (1ªedição), verificamos o uso do sentido figurado, por meio da construção de uma figura de linguagem bastante produtiva – metáfora - que:
Texto
O LEGADO FEMININO NAS OLIMPÍADAS DE TÓQUIO
Definitivamente, as mulheres
deixaram sua marca nas Olimpíadas de
Tóquio, que se encerram neste domingo. Elas
se destacaram desde a abertura dos Jogos,
[5] com a escolha da japonesa Naomi Osaka,
uma tenista negra, para acender a pira
olímpica, em uma edição com participação
recorde de atletas femininas: 48,8% do total.
Essas atletas, das mais diferentes
[10] nacionalidades, não só encantaram o mundo
com suas conquistas históricas e quebras de
recordes, como também jogaram luz sobre as
discriminações, preconceitos e o sexismo ao
qual ainda hoje muitas delas são submetidas,
[15] seja no esporte ou em tantas outras áreas.
GAROTAS DOURADAS
As atletas brasileiras, em especial,
voltam para a casa podendo comemorar o
maior número de pódios em uma única
[20] edição dos jogos, desde que a nadadora
Maria Lenk entrou para a história nacional
como a 1ª mulher brasileira a participar de
uma Olimpíada em 1932.
Uma trajetória que começou com a
[25] dança da nossa ‘Fadinha do Skate’? A
maranhense Rayssa Leal, de apenas 13 anos
de idade, a mais jovem atleta brasileira a
subir no pódio olímpico até hoje. Garantiu a
prata no ‘skate street’, uma das novas
[30] modalidades olímpicas que fizeram sua
estreia em Tóquio.
Em seguida, veio Rebeca Andrade, 1ª
ginasta brasileira a ganhar uma medalha
olímpica. Na verdade, ela fez história em
[35] dose dupla: com 1 medalha de ouro no salto
e outra prata no individual geral. O que lhe
garantiu o merecido convite para ser a porta-
bandeira do Brasil no encerramento dos
Jogos de Tóquio.
[40] Como ficar indiferente ao ouro
olímpico de Ana Marcela Cunha na maratona
aquática ou da dupla Martine Grael e Kahena
Kunze, amigas de infância e, agora,
bicampeãs olímpicas na classe 49er FX da
[45] vela?
Cabe ainda uma reverência à seleção
feminina de vôlei, que conseguiu chegar à
final, a despeito do baque sofrido com a
perda de uma de suas principais jogadoras,
[50] flagrada em exame antidoping na reta final
da disputa. Aplausos também à garra de
Beatriz Ferreira na busca de um ouro inédito
para o boxe feminino.
Medalhistas essas que ajudaram o
[55] Brasil a ter, em Tóquio, o seu melhor
desempenho em Olimpíadas, superando as
19 conquistadas no Rio de Janeiro em 2016.
Das 21 medalhas trazidas na
bagagem de volta para casa, 9 foram
[60] conquistadas por elas, refletindo o equilíbrio
entre homens e mulheres na composição da
delegação brasileira que desembarcou este
ano no Japão.
MUITO ALÉM DA PARIDADE
[65] Mas a pauta levantada pelas atletas
femininas desta edição olímpica foi muito
além da bem-vinda paridade de gênero, que
será adotada a partir dos Jogos de Paris em
2024.
[70] A ginasta norte-americana Simone
Biles, por exemplo, chegou ao Japão em
busca de um recorde de 6 medalhas de ouro,
o que a tornaria a atleta olímpica mais bem-
sucedida de todos os tempos. Acabou
[75] voltando para os Estados Unidos com uma
prata e um bronze, o suficiente para se
consagrar como a mulher negra mais
vitoriosa da história olímpica da ginástica
artística.
[80] Fora da arena olímpica, Biles ainda
deflagrou o debate mundial sobre a saúde
mental de atletas de alto rendimento. Isso,
após ela abandonar parte das provas que
disputaria e expor publicamente que estava
[85] lidando com twisties, uma espécie de
bloqueio mental que desorienta atletas em
movimentos que desafiam a gravidade.
PROTESTO CONTRA O SEXISMO
Já a equipe de ginastas da Alemanha
[90] marcou posição com a opção das atletas de
usar macacões até o tornozelo em vez dos
tradicionais collants, em protesto contra a
sexualização da ginástica artística feminina.
Um posicionamento político que
[95] reforça a discussão aberta, durante o último
campeonato europeu de handebol, sobre
como o sexismo se reflete no controle dos
uniformes de atletas. Na ocasião, a equipe
feminina da Noruega foi multada em 1,5 mil
[100] euros ao trocar o biquíni pelo short,
permitido apenas para homens, na
modalidade de praia.
MÃES OLÍMPICAS
A meio-fundista queniana Faith
[105] Kipyegon foi outra a fazer história em Tóquio,
ao vencer a prova dos 1.500 metros feminino
e bater o recorde olímpico que resistia desde
os Jogos de Seul, em 1988. E de quebra,
ainda deu uma resposta dourada àqueles que
[110] ela se afastou por 1 ano das pistas, em 2017,
para ser mãe.
Um enredo parecido com o
enfrentado por Allyson Felix, que conquistou
sua 10ª medalha em Tóquio e se igualou a
[115] Carl Lewis como a maior medalhista olímpica
do atletismo dos Estados Unidos. Ela já havia
ultrapassado a marca do ex-velocista
jamaicano Usain Bolt, em 2019, e se tornado
a maior medalhista da história em
[120] Campeonatos Mundiais, apenas 10 meses
após o nascimento da filha.
Aliás, quando engravidou da filha,
Felix indignou-se quando seus patrocinadores
propuseram a redução de 70% dos seus
[125] ganhos. Não só expôs publicamente a
discriminação contra atletas grávidas e mães,
como liderou uma campanha nos Estados
Unidos, que aboliram contratos deste tipo no
país. Fica assim a lição dessas maravilhosas
[130 ] mulheres olímpicas, que nos remetem a
imagens incríveis como a protagonizada pela
atleta holandesa Sifan Hassan, que caiu, se
levantou e venceu uma eliminatória para a
prova dos 1.500 m do atletismo feminino.
VASCONCELOS, ADRIANA. O LEGADO FEMININO NAS OLIMPÍADAS DE TÓQUIO. Disponível em https://www.poder360.com.br/opiniao/olimpiada/o-legadofeminino-nas-olimpiadas-de-toquio-escreve-adrianavasconcelos. Acesso em 16 de agosto de 2021. (Texto adaptado.)
Na expressão “GAROTAS DOURADAS” (linha 16), a palavra destacada é exemplo de
No enunciado “as Terras Indígenas aparecem como verdadeiros oásis de florestas”, extraído de WAPICHANA, Cristino. A Boca da Noite.
Rio de Janeiro: ZIT, 2016 (1ªedição), verificamos o uso do sentido figurado, por meio da construção de uma figura de linguagem bastante produtiva – metáfora - que: