Questões de Português - Gramática - Figuras de Linguagem - Perífrase
8 Questões
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou coroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria e diga:
— Alô iniludível.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. 16.ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2000.
No texto, identifica-se uma figura de linguagem denominada
Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo fogo, às vezes acordam de seu sono para contar noticias do passado.
E assim que se descobre algo novo de um nome antigo, sobre o qual já se julgava saber tudo, como Machado de Assis.
Por exemplo, você provavelmente não sabe que o autor carioca, morto em 1908, escreveu uma letra do hino nacional em 1867 — e não poderia saber mesmo, porque os versos seguiam inéditos. Até hoje.
Essa letra acaba de ser descoberta, em um jornal antigo de Florianópolis, pelo pesquisador independente Felipe Rissato.
"Das florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/ Em honra e glória de Pedro/ O gigante do Brasil”, diz o começo do hino, composto de sete estrofes em redondilhas maiores, ou seja, versos de sete silabas poéticas. O trecho também é o refrão da música.
O Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo do Cosme Velho compôs a letra para o aniversário de 42 anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano — o hino seria apresentado naquele dia no teatro da
cidade de Desterro, antigo nome de Florianópolis.
Disponivol em www revestaprosaversoserie com Acesso em é dez 2018 (adaptado)
Considerando-se as operações de retomada de informações na estruturação do texto, há interdependência entre as expressões
TEXTO
Dragão do Mar fez Ceará abolir a escravidão 4 anos antes da Lei Áurea
Maria Fernanda Garcia
O Brasil comemora no dia 13 de maio a
abolição da escravidão no país, oficializada
pela Lei Áurea, em 1888. O que muitos
[180] desconhecem é que o estado do Ceará
aboliu a escravidão quatro anos antes da
Lei Áurea. Em 25 de março de 1884, o
presidente da província, Sátiro de Oliveira
Dias, declarou a libertação de todos os
[185] escravos do Ceará, tornando o estado o
primeiro a abolir a escravidão no país.
Isso foi possível graças a Francisco
José do Nascimento, também conhecido
como Dragão do Mar ou Chico da Matilde.
[190] Homem de origem humilde, jangadeiro e
abolicionista, teve participação ativa no
Movimento Abolicionista no Ceará.
Francisco José era chefe dos
jangadeiros e, em 1881, convenceu os
[195] colegas jangadeiros a se recusarem a
transportar para os navios negreiros
os escravos vendidos para o sul do Brasil.
A ação repercutiu no país e somada às
ações dos outros abolicionistas do Ceará,
[200] que pertenciam à elite econômica e
intelectual do estado, levou ao fim da
escravidão no Ceará.
A ação iniciada pelo Dragão do Mar foi
tão importante que Angelo Agostini
[205] (desenhista ítalo-brasileiro) registrou o fato
na capa da Revista Illustrada, com uma
ilustração alegórica de Francisco
Nascimento, com a seguinte legenda: “À
testa dos jangadeiros cearenses,
[210] Nascimento impede o tráfico dos escravos
da província do Ceará vendidos para o sul”.
Francisco José do Nascimento virou um
símbolo da resistência popular cearense
contra a escravidão e foi homenageado pelo
[215] governo do Ceará, com seu nome dado ao
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura,
pelo que ele e seus colegas realizaram em
nome da liberdade, em 1881, na Praia de
Iracema. Francisco faleceu em Fortaleza em
[220] 05 de março de 1914.
GARCIA, Maria Fernanda. Dragão do Mar fez Ceará abolir a escravidão 4 anos antes da Lei Áurea. Observatório do Terceiro Setor. 2018. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br/carrossel/dragao-domar-fez-ceara-abolir-a-escravidao-4-anos-antes-da-leiaurea/ Acesso em: 09 de maio de 2019.
O texto apresenta Francisco José do Nascimento como líder dos jangadeiros. Seu nome é retomado de várias formas, tais como Dragão do Mar, Chico da Matilde, Francisco e Nascimento.
O objetivo dessa retomada é
Leia o texto para responder à questão.
O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se, afinal.
Passa, certo dia, à sua porta, a primeira turma de “retirantes”. Vê-a, assombrado, atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de poeira, na curva do caminho... No outro dia, outra. E outras. É o sertão que se esvazia.
Não resiste mais. Amatula-se num daqueles bandos, que lá se vão caminho em fora, debruando de ossadas as veredas, e lá se vai ele no êxodo penosíssimo para a costa, para as serras distantes, para quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida.
Atinge-os. Salva-se.
Passam-se meses. Acaba-se o flagelo. Ei-lo de volta. Vence-o saudade do sertão. Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando; esquecido de infortúnios, buscando as mesmas horas passageiras da ventura perdidiça e instável, os mesmos dias longos de transes e provações demoradas.
(Euclides da Cunha. Os Sertões)
No trecho do terceiro parágrafo – ... para quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida. –, a figura de linguagem que se constitui na expressão destacada é
Leia o texto para responder à questão.
O presbítero Eurico era o pastor da pobre paróquia de Carteia. Descendente de uma antiga família bárbara, gardingo1 na corte de Vítiza, depois de ter sido tiufado2 ou milenário3 do exército visigótico vivera os ligeiros dias da mocidade no meio dos deleites da opulenta Toletum. Rico, poderoso, gentil, o amor viera, apesar disso, quebrar a cadeia brilhante da sua felicidade. Namorado de Hermengarda, filha de Favila, duque de Cantábria, e irmã do valoroso e depois tão célebre Pelágio, o seu amor fora infeliz. O orgulhoso Favila não consentira que o menos nobre gardingo pusesse tão alto a mira dos seus desejos. Depois de mil provas de um afeto imenso, de uma paixão ardente, o moço guerreiro vira submergir todas as suas esperanças. Eurico era uma destas almas ricas de sublime poesia a que o mundo deu o nome de imaginações desregradas, porque não é para o mundo entendê-las. Desventurado, o seu coração de fogo queimou-lhe o viço da existência ao despertar dos sonhos do amor que o tinham embalado. A ingratidão de Hermengarda, que parecera ceder sem resistência à vontade de seu pai, e o orgulho insultuoso do velho prócer4 deram em terra com aquele ânimo, que o aspecto da morte não seria capaz de abater. A melancolia que o devorava, consumindo-lhe as forças, fê-lo cair em longa e perigosa enfermidade, e, quando a energia de uma constituição vigorosa o arrancou das bordas do túmulo, semelhante ao anjo rebelde, os toques belos e puros do seu gesto formoso e varonil transpareciam-lhe a custo através do véu de muda tristeza que lhe entenebrecia a fronte. O cedro pendia fulminado pelo fogo do céu.
Educado na crença viva daqueles tempos; naturalmente religioso porque poeta, foi procurar abrigo e consolações aos pés d’Aquele cujos braços estão sempre abertos para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das grandezas cortesãs, o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano do mundo. A cabo da estreita senda da cruz, acharia ele, porventura, a vida e o repouso íntimos?
O moço presbítero, legando à catedral uma porção dos senhorios que herdara juntamente com a espada conquistadora de seus avós, havia reservado apenas uma parte das próprias riquezas. Era esta a herança dos miseráveis, que ele sabia não escassearem na quase solitária e meia arruinada Carteia.
(Alexandre Herculano. Eurico, o presbítero, 1988)
1 gardingo: nobre visigodo que exercia altas funções na corte dos príncipes
2 tiufado: o comandante de uma tropa de mil soldados, no exército godo
3 milenário: seguidor da crença de que a segunda vinda de Cristo se
daria no ano 1000
4 prócer: indivíduo importante, influente; magnata
A perífrase é uma figura de linguagem por meio da qual se cria um torneio de palavras a fim de expressar uma ideia.
Essa figura está presente em:
Um olhar crítico sobre o consumismo
O consumismo é caracterizado pela aquisição, substituição e renovação precipitada, exagerada e indiscriminada dos bens de consumo pelas pessoas em nossa sociedade contemporânea. Este é fundamental para sustentar e alavancar a atual dinâmica econômica, sendo estimulado pelo sistema mercantil na medida em que o associa à felicidade.
Para suprir o consumidor ávido pelo novo, as empresas lançam releituras das mercadorias em um ritmo cada vez maior, expandem as séries, modelos e tipos dos produtos ofertados, modificam os bens com uma frequência crescente e segmentam cada vez mais o mercado para que ninguém deixe de ser impactado.
Junto às empresas, um grande aparato publicitário amplifica as pequenas diferenças dos produtos lançados no mercado, exalta os benefícios das novidades vendendo-os como imprescindíveis ao sujeito, e associa indiscriminadamente os mais diversos signos e imagens aos bens que ofertam com o intuito de legitimar a aquisição desses. Desse modo, novas necessidades são criadas, a obsolescência das mercadorias é dirigida e o ciclo de vida dos produtos encurtado. Observamos o culto aos bens de consumo e uma dependência crescente das pessoas em relação a esses, na medida em que eles ditam cada vez mais os comportamentos e moldam os modos de vida de muitos indivíduos.
Daniel Borgoni.
Revista Filosofia, nº 36, p. 59.
Assinale a alternativa correta.
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