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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 2 6312516
FCMSCSP 2022Para responder às questão, examine a tirinha de Tom Gauld, publicada em sua conta no Instagram em 19.04.2021.
Contribui decisivamente para o efeito de humor da tirinha o recurso
Questão 7 6696351
UNIFAE 2022Considere o texto de Carlos Drummond de Andrade para responder a questão.
Vinte livros na ilha deserta
Aqui e ali continua a formular-se a velha pergunta: se fosse obrigado a passar seis meses numa ilha deserta, com direito a levar vinte livros, que obras escolheria? A indagação é capciosa e convida à cisma.
No fundo da pergunta, porém, é fácil descobrir logo outra preocupação. E vem a ser o gosto romântico que todos nós guardamos pela viagem, cada vez menos possível, às terras misteriosas que a civilização não desencantou. No mundo moderno, esse nomadismo elementar do homem encontra satisfação nas inúmeras possibilidades que lhe oferecem — ou ofereciam — trens, aviões, e vapores em contínuo movimento. Mas as viagens eram previstas escrupulosamente pelas companhias de transporte. Guias cautelosos conduziam o nômade pelas ruas em que ele amaria perder-se; ministravam-lhe noções exatas sobre a significação dos monumentos; tudo lhe davam, mas igualmente tudo lhe tiravam.
Por que será que o homem civilizado sonha tanto com a ilha deserta? Pelo desejo romântico de aventura, já se disse. Pela aflitiva necessidade de solidão, convém acrescentar. As grandes cidades atormentam-no de tal sorte com os ruídos incoerentes e a complexidade de sua vida, que ele se volta para a ilha anônima como para um deserto habitável.
(“Folha da Manhã”, São Paulo, 08.10.1942. In: Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. Hélio de Seixas Guimarães (org.), 2019. Adaptado.)
No trecho “tudo lhe davam, mas igualmente tudo lhe tiravam” (2º parágrafo), verifica-se emprego de
Questão 28 7591735
FATEC 2022/2Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram os olhos de minha mãe? [...]
Sempre ao lado de minha mãe, aprendi a conhecê-la. Decifrava o seu silêncio nas horas de dificuldades, como também sabia reconhecer, em seus gestos, prenúncios de possíveis alegrias. Naquele momento, entretanto, me descobria cheia de culpa, por não recordar de que cor seriam os seus olhos. [...]
Eu me lembrava de algumas histórias da infância de minha mãe. [...] Às vezes, as histórias de minha mãe confundiam-se com as de minha própria infância. Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse, ali, apenas o nosso desesperado desejo de alimento. As labaredas, sob a água solitária que fervia na panela cheia de fome, pareciam debochar do vazio do nosso estômago, ignorando nossas bocas infantis em que as línguas brincavam a salivar sonho de comida. E era justamente nesses dias de parco ou nenhum alimento que ela mais brincava com as filhas. Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era a Senhora, a Rainha. Ela se assentava em seu trono, um pequeno banquinho de madeira. Felizes, colhíamos flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco.
E foi então que, tomada pelo desespero por não me lembrar de que cor seriam os olhos de minha mãe, naquele momento resolvi deixar tudo e, no dia seguinte, voltar à cidade em que nasci. [...]
E quando, após longos dias de viagem para chegar à minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de minha mãe, sabem o que vi?
Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. Mas eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente em si, águas correntezas. Por isso, prantos e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos d’água. [...]
Conceição Evaristo, Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas – Fundação Biblioteca Nacional, 2016.
A personificação é uma figura de linguagem amplamente empregada pela autora, por meio da qual ela dá vida ou traços humanos a objetos inanimados.
Assinale a alternativa em que esse recurso é empregado
Questão 23 8553332
ESA 2022Assinale a alternativa cuja definição da figura de linguagem esteja correta:
Questão 6 6706713
UNIFUNEC 2021Leia um trecho do conto “A caçada”, de Lygia Fagundes Telles, para responder à questão.
A loja de antiguidades tinha o cheiro de uma arca de sacristia com seus anos embolorados e livros comidos de traça. Com as pontas dos dedos, o homem tocou numa pilha de quadros. Uma mariposa levantou vôo e foi chocar-se contra uma imagem de mãos decepadas.
— Bonita imagem — disse ele.
A velha tirou um grampo do coque, e limpou a unha do polegar. Tornou a enfiar o grampo no cabelo.
— É um São Francisco.
Ele então voltou-se lentamente para a tapeçaria que tomava toda a parede no fundo da loja. Aproximou-se mais. A velha aproximou-se também.
— Já vi que o senhor se interessa mesmo é por isso… Pena que esteja nesse estado.
O homem estendeu a mão até a tapeçaria, mas não chegou a tocá-la.
— Parece que hoje está mais nítida…
— Nítida? — repetiu a velha, pondo os óculos. Deslizou a mão pela superfície puída. — Nítida, como?
— As cores estão mais vivas. A senhora passou alguma coisa nela? [...]
— Não passei nada, imagine… Por que o senhor pergunta?
— Notei uma diferença.
— Não, não passei nada, essa tapeçaria não aguenta a mais leve escova, o senhor não vê? Acho que é a poeira que está sustentando o tecido — acrescentou, tirando novamente o grampo da cabeça. Rodou-o entre os dedos com ar pensativo. [...]
Era uma caçada. No primeiro plano, estava o caçador de arco retesado, apontando para uma touceira espessa. Num plano mais profundo, o segundo caçador espreitava por entre as árvores do bosque, mas esta era apenas uma vaga silhueta, cujo rosto se reduzira a um esmaecido contorno. Poderoso, absoluto era o primeiro caçador, a barba violenta como um bolo de serpentes, os músculos tensos, à espera de que a caça levantasse para desferir-lhe a seta.
O homem respirava com esforço. Vagou o olhar pela tapeçaria que tinha a cor esverdeada de um céu de tempestade. Envenenando o tom verde-musgo do tecido, destacavam-se manchas de um negro-violáceo e que pareciam escorrer da folhagem, deslizar pelas botas do caçador e espalhar-se no chão como um líquido maligno. A touceira na qual a caça estava escondida também tinha as mesmas manchas e que tanto podiam fazer parte do desenho como ser simples efeito do tempo devorando o pano.
— Parece que hoje tudo está mais próximo — disse o homem em voz baixa. — É como se… Mas não está diferente? A velha firmou mais o olhar. Tirou os óculos e voltou a pô-los.
— Não vejo diferença nenhuma.
— Ontem não se podia ver se ele tinha ou não disparado a seta…
— Que seta? O senhor está vendo alguma seta?
— Aquele pontinho ali no arco… A velha suspirou.
— Mas esse não é um buraco de traça? Olha aí, a parede já está aparecendo, essas traças dão cabo de tudo — lamentou, disfarçando um bocejo. [...]
(Os cem melhores contos brasileiros do século, 2000. Adaptado.)
Nas passagens “a barba violenta como um bolo de serpentes” (14º parágrafo) e “simples efeito do tempo devorando o pano” (15º parágrafo), ocorrem, respectivamente, as figuras de linguagem
Questão 10 6723958
USS 2021/2Na tirinha, a mágoa é definida por meio da utilização de: