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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 4 6981050
FUVEST 2022Considerando a ironia da tirinha, é possível inferir que
Questão 10 5097083
UERJ 2021A questão refere-se ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.
O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam em favor de sua ideia, pede vênia para lembrar que a língua é a mais alta manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a emancipação política do país requer como complemento e consequência a sua emancipação idiomática.
PRIMEIRA PARTE
IV - Desastrosas Consequências de um Requerimento
O teor da solicitação de Policarpo Quaresma expressa uma ironia ao deixar implícita uma crítica histórica.
O alvo dessa crítica é:
Questão 2 5232540
CESUPA 2021Texto para a questão
A frase
O melhor texto de publicidade que já vi era assim: uma foto colorida de uma garrafa de uísque Chivas Regal e, embaixo, uma única frase: “O Chivas Regal dos uísques”.
O anúncio é americano. Em alguns anuários de propaganda, desses que a gente folheia nas agências em busca de ideias originais na esperança de que o cliente não tenha o mesmo anuário, deve aparecer o nome do autor do texto. No dia em que eu descobrir quem é, mando um telegrama com uma única palavra. Um palavrão. Que tanto pode expressar surpresa quanto admiração, inveja, submissão ou raiva. No meu caso, significará tudo ao mesmo tempo.
Duvido que o autor da frase receba o telegrama. O cara que escreveu um anúncio assim não recebe mais telegramas. Não atende mais nem a porta. Não se mexe da cadeira. Não lê mais nada, não vê televisão, não vai a cinema e fala somente o indispensável. Passa o dia sentado, de pernas cruzadas, com o olhar perdido. Alimenta-se de coisas vagamente brancas e bebe champanhe brut em copos de tulipa. Com um leve sorriso nos cantos da boca.
(Luís Fernando Veríssimo in Comédia da vida privada)
No excerto reside, implícita, uma avaliação negativa sobre a criatividade dos profissionais de propaganda, uma vez que a expressão “ideias originais” adquire, no contexto, conotação
Questão 47 5322978
EPCAR 2021TEXTO
O teor crítico da charge decorre da união de vários elementos, que se complementam no ato da leitura, levando o leitor à reflexão. Considerando-se isso, assinale V para as proposições verdadeiras e F para as falsas.
A seguir, marque a sequência correta.
( ) O duplo sentido presente no termo “consumo”, que pode ser lido como substantivo ou como verbo, não tem relevância para a interpretação da charge.
( ) A pontuação na fala dos personagens – exclamação nos 2 primeiros quadrinhos e reticências no último – poderia ser substituída por ponto final, sem alteração do sentido global da charge.
( ) A informação visual permite estabelecer a diferença entre o que é nomeado como “orgânico” na primeira e na terceira cenas.
( ) No último quadrinho, a referência ao dado da ONU enfatiza a desigualdade do personagem deste quadrinho em relação aos anteriores.
Questão 46 1425379
UNIFOR 2020Maior tragédia do trabalho brasileira, o rompimento da represa da Vale em Brumadinho coloca em xeque o posicionamento do novo governo federal sobre questões socioambientais.
Fonte: Planeta, 546, fev. /mar.2019.
O efeito de sentido da ilustração da capa da revista Planeta se dá pela junção de informações visuais e recursos linguísticos.
No contexto da ilustração, o termo em destaque recorre a
Questão 12 3651105
UERJ 2020/2COM A LAMA NA ALMA
Metáforas são um perigo. Quando rompem suas barragens de figuração e jorram pelas encostas
do sentido literal, fenômeno menos raro do que parece, têm grande poder de destruição física.
Veja-se o proverbial “mar de lama”. Na crise que conduziu ao suicídio de Getúlio Vargas em 1954, a
expressão brandida pela UDN no parlamento e na imprensa virou um dos mais poderosos bordões
[05] da política brasileira em todos os tempos.
É a senha definitiva da denúncia – meio justificada, meio histérica – de uma corrupção supostamente
universal e sem freios instalada no seio do populismo de esquerda, arma de mobilização eleitoral
que o populismo de direita não inventou agora.
Curiosamente, a paternidade de “mar de lama” é atribuída ao próprio Vargas, que com imagem tão
[10] gráfica teria expressado a um coronel da Aeronáutica sua decepção com as jogadas corruptas de
Gregório Fortunato, chefe de sua guarda pessoal. Mas essa é outra história.
“Mar de lama” virou chavão, metáfora morta, mas em sua origem era uma imagem potente. É claro
que, entre aquele Brasil dos anos 1950, que mal engatinhava esperançosamente na modernidade,
e o de agora, mistura grotesca e já exausta de arcaico e pós-moderno, o mar de lama do Palácio do
[15] Catete ganhou um ar até bucólico de poça d’água, mas não é disso que quero falar aqui. O que me
interessa é a história de uma boa metáfora.
Na tradição rural – vastíssima nos sentidos geográfico e histórico – em que o Brasil nasceu e foi
criado, a lama simboliza o atraso. A urbanização é uma guerra contra ela. Carros de boi atolavam
na lama, vacas iam para o brejo.
[20] Além do atraso, coube à lama simbolizar a pobreza e a sujeira física e moral a ela associada:
metiam-se os pés cascudos no barro, emporcalhavam-se os tratadores de porcos em chiqueiros,
enlameavam-se reputações, chafurdava-se em charcos.
Pode parecer que, definitivamente suja, a lama tem o mesmo conjunto de sentidos em qualquer
cultura, mas não é assim. No repertório de diversos povos da antiguidade, a principal força
[25] simbólica da pasta de terra e água é positiva à beça: liga-se à criação da vida.
Na mitologia de gregos, sumérios, egípcios, chineses, hindus, iorubás e, claro, no próprio “Gênese”,
a humanidade foi moldada por mãos divinas tendo por matéria-prima algum tipo de argila, o que
pode estar mais perto da verdade do que se imagina.
O oceano goza de boa reputação científica como provável criadouro da vida na Terra, mas nunca abafou
[30] por completo a teoria do “laguinho morno” – cheio de lama, óbvio – que Charles Darwin propôs.
Com Mariana e, em versão incomparavelmente mais letal e absurda, Brumadinho, a velha lama brasileira,
agora acrescida de toneladas de metais venenosos e desprezo, não se limita a romper as barragens do
sentido figurado: soterra qualquer ligação com a vida que pudesse estar enterrada no barro.
Atraso, sujeira física e moral, tudo isso já parece pouco. Nossa lama simboliza a morte, ponto.
[35] Estamos enlameados até a alma.
SÉRGIO RODRIGUES
Adaptado de www1.folha.uol.com.br, 31/01/2019.
Para expor um ponto de vista, o autor se vale de ironia no seguinte trecho: