
Faça seu login
Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 30 498252
FDV 2015/1Relacione os fragmentos à figura de linguagem correspondente e marque a sequência correta:
I. “Que boia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.”
II. “Passas sem ver teu vigia
catando a poesia
que entornas no chão”
III. “Com seus gestos de neve e de metal.”
IV. Milady, é perigoso contemplá-la,”
( ) Metáfora
( ) Antítese
( ) Apóstrofe
( ) Comparação
Questão 11 1140608
Unichristus 2016/1Texto para responder à questão.
HINO À DOR
Dor, saúde dos seres que se fanam,
Riqueza da alma, psíquico tesouro,
Alegria das glândulas do choro
De onde todas as lágrimas emanam.
És suprema! Os meus átomos se ufanam
De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro
Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
De que as próprias desgraças se engalanam!
Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstrato.
Com os corpúsculos mágicos do tato
Prendo a orquestra de chamas que executas...
E, assim, sem convulsão que me alvorece,
Minha maior ventura é estar de posse
De tuas claridades absolutas!
Augusto dos Anjos.
Um dos recursos linguísticos utilizados no poema é a apóstrofe, que denota uma interpelação emotiva do poeta em algum momento do texto.
Esse recurso pode ser constatado no seguinte verso:
Questão 12 7303169
UNIFAN Medicina 2016/2Leia o texto de Cecília Meireles, para a questão
ROMANCE LIII OU DAS PALAVRAS AÉREAS
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova!
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
Detrás de grossas paredes,
de leve, quem vos desfolha?
Pareceis de tênue seda,
sem peso de ação nem de hora...
– e estais no bico das penas,
– e estais na tinta que as molha,
– e estais nas mãos dos juízes,
– e sois o ferro que arrocha,
– e sois barco para o exílio,
– e sois Moçambique e Angola!
Ai, palavras, ai, palavras,
íeis pela estrada afora,
erguendo asas muito incertas,
entre verdade e galhofa,
desejos do tempo inquieto,
promessas que o mundo sopra...
Ai, palavras, ai, palavras,
mirai-vos: que sois, agora?
– Acusações, sentinelas,
bacamarte, algema, escolta;
– o olho ardente da perfídia,
a velar, na noite morta;
– a umidade dos presídios,
– a solidão pavorosa;
– duro ferro de perguntas,
com sangue em cada resposta;
– e a sentença que caminha,
– e a esperança que não volta,
– e o coração que vacila,
– e o castigo que galopa...
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Perdão podíeis ter sido!
– sois madeira que se corta,
– sois vinte degraus de escada,
– sois um pedaço de corda...
– sois povo pelas janelas,
cortejo, bandeiras, tropa...
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Éreis um sopro na aragem...
– sois um homem que se enforca!
MEIRELES, Cecília. Romance LIII ou Das palavras aéreas. In: Romanceiro da Inconfidência. Porto Alegre: L&PM, 2008. p. 142-144.
Identifique a alternativa em que é correta a sequência dos nomes das figuras presentes nos trechos do poema acima, enumerados a seguir.
1. /Ai, palavras, ai, palavras,/ que estranha potência, a vossa!/
2. /Perdão podíeis ter sido!/
3. /sois a mais fina retorta: frágil, frágil como o vidro/ e mais que o aço poderosa!/
4. /– sois madeira que se corta,/ – sois vinte degraus de escada, /
5. /íeis pela estrada afora,/ erguendo asas muito incertas,/ entre verdade e galhofa,/
Questão 74 251280
UNITINS 2015Leia o poema de Manuel Bandeira com bastante atenção.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Analise as afirmações sobre as figuras de linguagem apresentadas no texto.
I. Na construção do poema, o autor utiliza a metáfora. Isso fica evidente no primeiro verso “Vi ontem um bicho”, que, no final, descobrimos que se tratava de um homem.
II. Manuel Bandeira constrói um poema utilizando a prosopopeia, pois humaniza um animal.
III. Na segunda estrofe, percebemos a figura de linguagem denominada elipse.
IV. No último verso “O bicho, meu Deus, era um homem”, o termo “meu Deus” é uma figura de linguagem denominada de apóstrofe.
Podemos afirmar que são verdadeiras
Questão 19 593549
FDSM 2018Observe o texto e responda à questão.
O meu guri
Chico Buarque/1981
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
1981 © - Marola Edições Musicais Ltda. Todos os direitos reservados Direitos de Execução Pública controlados pelo ECAD (AMAR) Internacional Copyright Secured
É muito comum o emprego de figuras de linguagem em obras literárias, músicas etc. Trata-se de recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem mais rica e expressiva. No verso : “Quando, seu moço, nasceu meu rebento”, podemos remeter que o autor empregou: