Questões de Português - Gramática - Figuras de Linguagem - Assonância
21 Questões
Questão 1 10973262
FCMMG Medicina 2021/2Para responder à questão, leia o poema de Marina Colasanti.
UM OUTRO DESTINO
Toda a vida aprendi
que a vitamina está na casca.
Agora na casca estão
os pesticidas
os defensivos agrícolas
os causadores de câncer.
A casca
e as vitaminas
jogamos ao lixo
com as lições da infância.
(COLASANTI, Marina. Passageira em trânsito. Rio de Janeiro: Record, 2009, p.92.)
Assinale a alternativa CORRETA sobre o texto.
Questão 59 5941597
FGV-RJ 2021/1Texto para a pergunta.
PAI CONTRA MÃE
A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a
outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a
certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também
a máscara de folha de flandres*. A máscara fazia perder o vício da embriaguez
[5] aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um
para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de
beber perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do
senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados
extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas
[10] a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez
o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas
não cuidemos de máscaras.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira
grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da
[15] cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos
castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava
um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem
todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada,
[20] e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas
repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono
não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação,
porque dinheiro também dói.
Machado de Assis, Relíquias de casa velha.
* "folha de flandres": fina chapa de ferro laminado, coberta com uma camada de estanho.
No poema, além da reiteração da rima na estrofe 5, destacam-se os efeitos sonoros da assonância e da aliteração, respectivamente, nos versos:
Questão 39 399422
URCA 2° Dia 2018/2TEXTO
Quando era criança
Vivi, sem saber,
Só para hoje ter
Aquela lembrança.
E hoje que sinto
Aquilo que fui.
Minha vida flui,
Feita do que minto.
Mas nesta prisão,
Livro único, leio
O sorriso alheio
De quem fui então.
Fernando Pessoa, Cancioneiro
O texto é parte integrante da poesia de Fernando Pessoa. O poeta utiliza-se de vários recursos da linguagem poética, dentre os quais, o elemento sonoro. Marque a opção que justifica o explícito acima:
Questão 15 10787804
UFT Manhã 2024/1Leia o fragmento de texto para responder a QUESTÃO.
Santo Cristo não sabia o que fazer
Quando viu repórter na televisão
Que deu notícia do duelo na TV
Dizendo a hora e o local e a razão.
No sábado então, às duas horas, todo o povo
Sem demora foi lá só para assistir
Um homem que atirava pelas costas e acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir.
Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir
E olhou pro sorveteiro e pras câmeras
E a gente da TV que filmava tudo ali.
E se lembrou de quando era uma criança e de tudo o que
vivera até ali
E decidiu entrar de vez naquela dança
– Se a via-crucis virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos e então Maria Lúcia ele
reconheceu.
Ela trazia a Winchester 22
A arma que seu primo Pablo lhe deu.
Fonte: LEGIÃO URBANA. Que País É Este 1978/1987. Rio de Janeiro: EMIOdeon Brasil, 1987. (encarte do álbum) [Fragmento]
Sobre o fragmento da canção Faroeste Caboclo, de Renato Russo, assinale a alternativa CORRETA quanto às figuras de linguagem presentes nos versos.
Questão 32 8482101
UNITINS Caderno 2 2023/1Texto para a questão.
Coletânea de poesias reúne artistas das periferias de SP
Autora: Kaliny Santos (da Agência Mural)
A coletânea de poesias “Espelhos da Quebrada”, lançada em 2022, reúne 40 artistas das periferias de São Paulo e da região metropolitana em cinco livros – um para cada região da capital paulista: norte, sul, leste, oeste e centro. A iniciativa é da editora independente Grandir Produções, fundada pela produtora e gestora de projetos Juliana Correia, 29. [...] “Boa parte das poesias são inspiradas nas batalhas e nos slams [competições poéticas], usando as referências do dia a dia, referências artísticas e culturais”, explica a produtora. [...]
O “Espelhos da Quebrada” foi contemplado pela Lei de Incentivo Aldir Blanc e a editora abriu um edital para convidar autores e autoras a participar do projeto, dando incentivo à inscrição de pessoas negras, com deficiência e LGBTQI+ (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo e mais). “Muitas pessoas deixaram de se inscrever para participar da coletânea por medo e insegurança”, conta a gestora. [...]
Um dos escritores é o poeta Matheus Lima, 26. Nascido em Salvador, na Bahia, ele veio morar no município de Osasco, na região oeste da Grande São Paulo, em 2009, aos 13 anos. Na adolescência, descobriu as batalhas de rimas que aconteciam em bairros próximos, como a batalha do Rochdale, na periferia da cidade, onde conheceu a forma de criar e declamar a poesia em cima dos beats. Foi nessa época que ele passou a ser conhecido como Teteu na Voz.
[...] Nas poesias rimadas, Matheus faz referências a mulheres fortes como exemplos a serem seguidos e cita as cantoras Nina Simone (foi pianista, compositora e ativista pelos direitos civis dos negros norte-americanos) e Dina Di (foi rapper e cantora brasileira de rap nacional, vocalista do grupo Visão de Rua), e a pintora Frida Khalo (pintora mexicana que representava nos quadros as tragédias de sua vida e seus amores). Na coletânea, Matheus participa com duas poesias: Preto Tipo A e P.C.C – um trocadilho para Papel, Caneta e Coração. “Por não estar conseguindo pagar aluguel, vem sempre na cabeça o crime, né? É a porta de entrada mais fácil para a gente. Então escrevi uma rima que mostra que precisamos ser diferentes disso”, explica. “Noiz” não é o crime,/“Noiz” não é o creme,/“Noiz” é o PCC/ Papel, /Caneta / & Coração.
Disponível em: https://www.terra.com.br/comunidade/visao-do-corre/role-de-quebrada/coletanea-de- -poesias-reune-artistas-das-periferias-de-sp. Acesso em: 3 set. 2022. (Excertos. Com adaptações)
Considerando o texto de Kaliny, avalie as afirmações a seguir.
I - O texto foi escrito, primordialmente, em terceira pessoa do singular, em discurso indireto, entretanto apresenta alguns trechos em primeira pessoa, discurso direto.
II - Quanto ao gênero, o texto é uma crônica literária que aborda, de forma narrativa, as produções de literatura de jovens da periferia.
III - No trecho do poema “Noiz” não é o crime, /“Noiz” não é o creme,/ “Noiz” é o PCC/ Papel, /Caneta / & Coração, o eu poético utiliza anáfora, assonância e aliteração como recursos de linguagem na escolha de palavras.
É correto o que se afirma em
Questão 38 6943124
URCA 2° Dia 2022/1Leia o texto a seguir e responda a questão.
Segurança privada em supermercados reproduz racismo no Brasil
A morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado por seguranças prestadores de serviço do Carrefour, em novembro de 2020, levantou o debate sobre a existência de racismo estrutural no funcionamento do setor de segurança privada no país. Na avaliação de José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, há um olhar seletivo dos vigilantes, quase automático, que se volta contra a população negra. "Ele se sente como sendo o responsável por manter a ordem. No entanto, este conceito de ’ordem’ exclui a pele negra. A reação é o olhar de suspeita, a perseguição pelos corredores, a postura intimidadora e o constrangimento. Isso acontece mesmo se o vigilante for negro, por conta do racismo enraizado na sociedade contra os corpos negros", explica.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há aproximadamente 687 mil policiais e bombeiros e 99 mil guardas municipais no Brasil em exercício da função. Logo, o percentual de profissionais que fazem ’bico’ equivale a pelo menos 47 mil policiais, bombeiros e guardas municipais que também trabalham de maneira informal. Dados compilados pela Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores) e publicados na 15ª. Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que o setor formal de segurança privada tem reduzido a quantidade de pessoas contratadas nos últimos anos. Em 2018, havia no país 604.746 seguranças privados aptos a exercer a profissão na ativa. Em 2020, esse número foi reduzido para 526.108.
(Texto de Caroline Nunes e Juca Guimarães, disponível em https://ojoioeotrigo.com.br/2022/03/seguranca-privada-emsupermercados-reproduz-racismo-no-brasil/. Adaptado.)
Na frase "Ele se sente como sendo o responsável por manter a ’ordem’.
No entanto, este conceito de ’ordem’ exclui a pele negra.", observa-se uma figura de linguagem conhecida como:
Pastas
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