O canário 

Ele terminara a aula, dirige-se ao pequeno bosque, senta-se no banco de cimento e a espera. Sabe que não tardará entre muitas cabeças jovens, que também deixam as salas de aula. Impressão de pássaros voejantes e tagarelas. Procura-lhe os cabelos fartos e soltos entre as outras. Lá está ela, vem vindo, com o seu ar disfarçado, olhos no chão, velando certo vexame ou cautela. Senta-se ao seu lado, ajeita livros e cadernos. A presença dele é uma espécie de chamado, trino do macho que apela para a fêmea. Ele próprio se apelidou de canário, e a ela de canária.

[...]

(CAMPOS, Moreira. O canário. In: _____. A gota delirante. Fortaleza: Tipogresso, 2014. p.43.)

No excerto, o narrador utiliza uma figura de linguagem para descrever a saída dos alunos das salas de aula e a forma como o casal se reconhece entre as muitas pessoas presentes no espaço.

Tal figura de linguagem é conhecida como