Questões de Português - Gramática - Linguagem
Examine o quadrinho de André Dahmer.
O neologismo “smartphonismo” contribui para o humor do quadrinho.
No contexto apresentado, o sufixo “–ismo” atribui a essa nova palavra efeito de sentido semelhante ao da palavra
Leia o texto
Filosofia Africana e Saberes Ancestrais Femininos: útero do mundo
Um dia, quando ainda morava no sertão cearense, a menina que me habita acreditou que a
filosofia fosse possibilidade de construir pensamentos e práxis de libertação, onde a pluralidade de
saberes, de culturas, de povos fosse fonte para suas tessituras. Entretanto, ao chegar à Universidade,
encontrei uma filosofia sem poéticas de libertação, patriarcal e racista! No
[5] pensamento universal apresentado nas histórias da filosofia, nas metafísicas, éticas, teorias do
conhecimento, dentre outras “disciplinas”, não se viam / conheciam filosofias negras, femininas... ou seja,
o pensamento ocidental se instituía como universal, colocando os povos africanos e seus descendentes à
margem do pensamento. Dizia-se que só era (é) possível filosofar em alemão! E esse alemão é branco,
[10] masculino e heteronormativo.
O desencantamento do mundo provocado pela filosofia que se aprende nas universidades me
levou a um questionamento que mudou todo o meu percurso e acabou por me trazer, finalmente, o
encantamento do mundo... Perguntei-me: como será a filosofia em África? Como filosofar em “pretuguês”,
como nos ensina a pensadora Lélia Gonzalez?
[15] A filosofia africana traz encantamento. É vital tornar visível o pensamento africano,
afrorreferenciado. Compreendo que a(s) filosofia(s) africana(s), africano-brasileira, afrorreferenciada,
implica(m) a busca do rompimento com a colonialidade, que não acabou com o fim das diversas
colonizações de países europeus no continente africano e no Brasil. Implica a valorização e re-
[20] conhecimento de nossos saberes, de nossas culturas, de nossas filosofias, de nossos corpos. Re-
conhecimento de nossas escrevivências. Pois, como nos ensina Conceição Evaristo, nada nasce imune
ao que somos, às nossas vivências e experiências. Negar nossas escrevivências é seguir negando
nossas filosofias, nossos saberes produzidos por corpos vivos, produtores de conhecimentos.
[25] Quero seguir o texto dialogando com os saberes ancestrais femininos; dialogando com a filosofia
africana desde e com vozes de mulheres e do feminino que habita em todas as pessoas. Esses saberes
se apresentam como fonte de potencialização de nossas existências, de pertencimento, de ancestralidade
e de encantamento.
[30] Partindo dessa perspectiva, cada pessoa é constituída pelas energias femininas e masculinas. É
importante trabalharmos para mantê-las em harmonia. Entretanto, é a energia feminina que contém a
cabaça da existência, cabaça que gera, cria, co-cria. O feminino é o útero do mundo, potência da vida
comunitária, coletiva, pautada pela justiça e pelo bem viver. Carregamos toda uma ancestralidade que nos
[35] permite ser, existir, resistir, re-existir. Assim, somos ancestrais; nossos corpos são ancestrais e, portanto,
sagrados. Desse modo, nossa existência só é possível em contato com a natureza. Sem ela não somos. A
ancestralidade é a natureza. Os saberes ancestrais femininos nos ensinam que devemos voltar à terra,
pois ela é o centro da vida. Voltarmos ao centro da terra é ouvirmos nossa ancestralidade e nos
[40] encantarmos com essa escuta, uma escuta sensível que tece nosso ser-tão. É a escuta de nosso útero.
A escuta sensível se inicia com a escuta de nossa intimidade, portanto, de nossa ancestralidade,
de nossos corações. Essa escuta privilegia o corpo como produtor de sentidos, de conhecimentos, corpo
ancestral. Assim re-conhecemos suas singularidades diante do coletivo que permite nossa existência.
Nosso corpo é suporte de nossas vivências, experiências e sabedorias, de nossos sentidos; ele cria
[45] textualidades, reinventando a vida, potencializando o encantamento.
Os saberes ancestrais femininos são tecidos pelo conhecimento de nossa natureza, da natureza
que há em nós, conhecimento de nossos ciclos, da nossa potência criativa, do nosso poder de permitir e
potencializar a vida. Os saberes ancestrais femininos são a escuta da água que há em nosso útero, pois é
[50] escuta de nossa ancestralidade.
As filosofias da ancestralidade e do encantamento que tecem as filosofias africanas são bordadas
pelo pertencimento. Pertencimento é construção, formação e escuta uterina e, assim, descoberta do que
está inscrito em nosso íntimo; é ouvir o ritmo de nossos corações. É entender nosso eu interior e
[55] compreender o mundo, a vida desde esse pertencimento que é coletivo, enraizado, que é ser-tão.
Definimos nossa existência pelo comunitarismo e pela justiça social, ou seja, pela ancestralidade e pelo
encantamento.
Os saberes ancestrais femininos propõem que nos autorizemos a contar nossas histórias, a
[60] construí-las, reconstruí-las, contar sobre nossos valores, nossos saberes, nossas lógicas de
pertencimento, de sociedade, de partilha, contar sobre nós mesmas, desde
nossas escrevivências. Filosofar anunciando, resistindo, re-existindo, em um desafio cotidiano de
descolonização, desconstruções, transformAções e encantamento! Aprender a ouvir / sentir / conhecer /
[65] filosofar de corpo inteiro, desde o chão que pisamos e que nos fortalece, é enraizar-se. O enraizamento é
um movimento de expansão, fixação, movimento e profundidade, absorção da água para manter a energia
vital... não há vida sem a água. O feminino é o útero, a cabaça, a água que permite a existência.
MACHADO, Adilvênia Freire. Filosofia Africana e Saberes Ancestrais Femininos: útero do mundo. Disponível em: https://diplomatique.org.br/filosofia- africana-e-saberes-ancestrais-femininos-utero-do-mundo/ Acesso em: 06 nov. 2020. (Adaptado).
O uso dos termos “pretuguês” (linha 12) e “escrevivências” (linha 19) revela a
O texto a seguir é referência para a próxima questão.
OMS combate uma epidemia além do Coronavírus - uma 'infodemia'
Organização Mundial da Saúde vem trabalhando com redes sociais como Facebook, Twitter, Pinterest e também com o Google para combater a disseminação de fake news sobre a doença
Com a ameaça do coronavírus crescendo, Aleksandra Kusmanovic sentou-se diante do seu computador, em Genebra, na segunda-feira, e enviou um importante e-mail de saúde pública. Ela trabalha na Organização Mundial da Saúde (OMS) e seu trabalho é avaliar e conter algo que vem se propagando globalmente, e não se trata do perigoso vírus, mas de informações falsas perigosas.
Disponível em: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,oms-combate-uma-epidemia-alem-do-coronavirus-uma-infodemia,70003189336. Acesso em: 7/2/20.
Com base nas informações e escolhas vocabulares do texto, infere-se que
Leia o texto para responder às questão.
Texto
Declaração
1. Nós, chefes de Estado e de Governo e altos representantes, reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York de 25 a 27 de setembro de 2015 no momento em que a Organização comemora seu septuagésimo aniversário, decidimos hoje sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Globais
2. Em nome dos povos que servimos, nós adotamos uma decisão histórica sobre um conjunto de objetivos e metas universais e transformadoras que é abrangente, de longo alcance e centrado nas pessoas. Comprometemo-nos a trabalhar incansavelmente para a plena implementação dessa agenda em 2030. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Estamos empenhados em alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões – econômica, social e ambiental – de forma equilibrada e integrada. Também vamos dar continuidade às conquistas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e buscar atingir suas metas inacabadas.
3. Nós resolvemos, entre agora e 2030, acabar com a pobreza e a fome em todos os lugares; combater as desigualdades dentro e entre os países; construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas; proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas; e assegurar a proteção duradoura do planeta e seus recursos naturais. Resolvemos também criar condições para um crescimento sustentável, inclusivo e economicamente sustentado, prosperidade compartilhada e trabalho decente para todos, tendo em conta os diferentes níveis de desenvolvimento e capacidades nacionais.
4. Ao embarcarmos nessa grande jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém será deixado para trás. Reconhecendo a dignidade da pessoa humana como fundamental, queremos ver os objetivos e metas cumpridos para todas as nações e povos e para todos os segmentos da sociedade. E faremos o possível para alcançar, em primeiro lugar, aqueles que ficaram mais para trás. (...)
Traduzido pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), última edição em 13 de outubro de 2015. Acesse este documento em inglês em http://bit.ly/2030agenda
Fonte: Disponível em < https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em 28 de abril de 2019. Adaptado.
No texto, há referência ao termo "empoderamento".
Sobre o processo de formação dessa expressão, é correto afirmar que
Mês de agosto
é tempo de queimada
Vou lá prá roça
preparar o aceiro
Faísca pula
que nem burro brabo
E faz estrada lá na capoeira
A terra é a mãe,
isso não é segredo
O que se planta
esse chão nos dá
Uma promessa
a São Miguel Arcanjo
Prá mandar chuva
pro milho brotar...
Passou setembro,
outubro já chegou
Já vejo o milho
brotando no chão
Tapando a terra
feito manto verde
Prá esperança do meu coração
Mês de dezembro,
vêm as boas novas
A roça toda já se embonecou
Uma oração
agradecendo a Deus
E comer o fruto
que já madurou...
Mês de janeiro,
comer milho assado
Mingau e angu
no mês de fevereiro
Na palha verde
enrolar pamonha
E comer cuscuz
durante o ano inteiro
Quando é chegado
o tempo da colheita
Quebra de milho,
grande mutirão
A vida veste sua roupa nova
Prá ir no baile lá no casarão...
Na canção, o vocabulário denota situações próprias da atividade rural, identificam-se usos informais de termos e há construções sintáticas indicativas da linguagem coloquial. Tais fatos de uso da língua são comprovados, respectivamente, com as seguintes expressões:
Palavra indígena
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de angojhá) e windows (oventã)
Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há quatro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel), Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
— Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. "A gente não está querendo chamar computador de "computador". Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú irú rive, "caixa pra acumular a língua". Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos, que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) — conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010.
O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original, como: mouse, windows, download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática à língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela
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