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Questão 7 8452647
UECE Conhecimentos Gerais 1ª Fase 2023Texto
A ARMADILHA DOS VAPES
No Brasil, 20% dos jovens adultos já
experimentaram. Nos EUA, virou um problema de saúde
pública grave. Entenda em que pé se encontra a febre dos
cigarros eletrônicos – que têm se mostrado tão perigosos
[5] quanto os convencionais.
7 a 19 segundos. É o tempo que a nicotina do cigarro
leva para chegar ao cérebro. Lá dentro, ela ativa o principal
neurotransmissor do prazer. E dá-lhe prazer: comer
chocolate eleva em 55% a liberação de dopamina; fazer sexo,
[10] 100%. A nicotina? 150%. Com o tempo, essas doses
contínuas de prazer acostumam o cérebro, que passa a
precisar de doses maiores para se satisfazer. Instaura-se um
vício. E não é só a descarga de dopamina que importa aí. É
também a velocidade com a qual você obtém o efeito.
[15] Cocaína inalável, por exemplo, sobe os níveis de dopamina
em 400%, mas essa descarga vem só 3 minutos após o
consumo. Já o cigarro, embora não cause tanta disrupção
neuronal, tem efeito praticamente instantâneo. Isso torna a
nicotina no mínimo tão viciante quanto cocaína, heroína ou
[20] metanfetaminas. Com uma perversidade adicional: ela não
altera nosso estado consciente, então o usuário pode passar
o dia inteiro mimando os neurônios.
(Disponível em: https://super.abril.com.br).
Em “Com uma perversidade adicional: ela não altera nosso estado consciente, então o usuário pode passar o dia inteiro mimando os neurônios” (linhas 20-22), o termo destacado estabelece, entre as orações, uma relação de
Questão 36 8482183
UNITINS Caderno 2 2023Texto para a questão.
Berço das águas e savana mais diversa do planeta, Cerrado pede socorro
Autora: Mara Gama
[...]
O Cerrado é considerado a savana mais biodiversa do planeta, em fauna e flora. Tem 2,5 mil espécies de animais e 12 mil espécies de plantas. Também abriga as nascentes de oito principais bacias hidrográficas do país, sendo fundamental para a manutenção do equilíbrio hidrológico do Brasil.
Apesar do clima semiárido e de épocas de escassez hídrica, as águas das chuvas que penetram no solo da região abastecem aquíferos e nascentes. Mesmo com essa riqueza, apenas 8,2% de sua área é protegida por unidades de conservação, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nos primeiros cinco dias de setembro/22, houve 2.810 focos de queimada detectados no bioma, número 106% maior que o do mesmo período do ano passado. No total do ano, até 5 de setembro, foram detectados 30.959 focos de queimada no Cerrado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Baixa umidade, ações criminosas, acúmulo de vegetação seca – por falta de manejo correto, também dependente de ações humanas – e o fenômero La Niña favorecem a propagação do fogo. O fogo é um elemento natural, mas as ocorrências em maior intensidade e mais frequentes impedem o ciclo de regeneração da floresta, causando a perda de biodiversidade. Com escassez de plantas, acabam as fontes de alimento para os bichos e o desequilíbrio avança.
As queimadas agravam a situação já alarmante do bioma que tem histórico de grilagens e desmatamentos ilegais e já perdeu 45,4% de sua vegetação original, segundo o MapBiomas. O Matopiba, região que compreende as fronteiras dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é a área mais ameaçada pela expansão da fronteira agrícola para implantar monoculturas voltadas à exportação. Os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento (Deter), do Inpe, apontam que o Cerrado perdeu 4.091,6 km2 de sua cobertura vegetal entre janeiro e julho de 2022, alta de 28,2% em relação ao mesmo período de 2021.
[...]
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/mara-gama/2022/09/08. Acesso em: 8 set. 2022. (Fragmento)
As palavras “ilegal”, “semiárido”, “entristecer” e “conservação” foram formadas, respectivamente, pelos processos de
Questão 6 8490813
UNESP 2023/1Para responder à questão, leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, do escritor moçambicano Mia Couto (1955).
Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coração batia só de quando em enquantos. A mãe sabia que o sangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nas unhas. Se o coração estancava por demasia de tempo a menina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe, então, se afligia: roía o dedo e deixava a unha intacta. Até que o peito da filha voltava a dar sinal:
— Mãe, venha ouvir: está a bater!
A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peito estreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas, presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, o sangue dela voltava a calar, resina empurrando a arrastosa vida.
Até que, certa noite, a mulher ganhou para o susto. Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na cama: não eram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas, brancos drapejos de plumas. A mãe se ergueu, pé descalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina e joelhou-se junto ao leito. Sentiu a transpiração, reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar na fronte a menina despertou:]
— Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonhar pássaros.
A mãe sortiu-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no lençol uma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma, algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãe tentou apanhar a errante plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de escutar a voz de um pássaro. Depois, retirou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássaros selou-se o segredo, só entre as duas.[...]
Com o tempo, porém, cada vez menos o coração se fazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida. Até que essa imobilidade se prolongou por consecutivas demoras. A menina falecera? Não se vislumbravam sinais dessa derradeiragem. Pois ela seguia praticando vivências, brincando, sempre cansadinha, resfriorenta. Uma só diferença se contava.
Já à noite a mãe não escutava os piares.
— Agora não sonha, filha?
— Ai mãe, está tão escuro no meu sonho!
Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade:
— Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber a saúde de minha única. É seu peito... nunca mais deu sinal.
O médico corrigiu os óculos como se entendesse rectificar a própria visão. Clareou a voz, para melhor se autorizar. E disse:
— Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu.
— Morta, a minha menina? Mas, assim...?
— Esta é a sua maneira de estar morta.
A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico. Todo seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro, duvidava. Pode-se morrer assim com tanta leveza, que nem se nota a retirada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta:
— Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade.
A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem. Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexistisse. A sua pele não desprendia calor.
— Então, minha querida não escutou nada?
Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhou recantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro. Mas nada não encontrou. E assim, ficou sendo, então e adiante.
Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece na torreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontra flores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim da tarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e os velhos descobrem a cabeça em sinal de respeito.
E o caso se vai seguindo, estória sem história. Uma única, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a mãe deixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda em serviço de escutar, a ver se regressam as vozearias das aves.
(Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.)
Constitui exemplo de neologismo formado pelo processo de sufixação a palavra
Questão 18 8490916
UNESP 2023/1Para responder à questão, leia o trecho de um ensaio de Michel de Montaigne (1533-1592).
Há alguma razão em fazer o julgamento de um homem pelos aspectos mais comuns de sua vida; mas, tendo em vista a natural instabilidade de nossos costumes e opiniões, muitas vezes me pareceu que mesmo os bons autores estão errados em se obstinarem em formar de nós uma ideia constante e sólida. Escolhem um caráter universal e, seguindo essa imagem, vão arrumando e interpretando todas as ações de um personagem, e, se não conseguem torcê-las o suficiente, atribuem-nas à dissimulação. Creio mais dificilmente na constância dos homens do que em qualquer outra coisa, e em nada mais facilmente do que na inconstância. Quem os julgasse nos pormenores e separadamente, peça por peça, teria mais ocasiões de dizer a verdade.
Em toda a Antiguidade é difícil escolher uma dúzia de homens que tenham ordenado sua vida num projeto definido e seguro, que é o principal objetivo da sabedoria. Pois para resumi-la por inteiro numa só palavra e abranger em uma só todas as regras de nossa vida, “a sabedoria”, diz um antigo, “é sempre querer a mesma coisa, é sempre não querer a mesma coisa”, “eu não me dignaria”, diz ele, “a acrescentar ‘contanto que a tua vontade esteja certa’, pois se não está certa, é impossível que sempre seja uma só e a mesma.” Na verdade, aprendi outrora que o vício é apenas o desregramento e a falta de moderação; e, por conseguinte, é impossível o imaginarmos constante. É uma frase de Demóstenes, dizem, que “o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a constância”. Se, guiados pela reflexão, pegássemos certa via, pegaríamos a mais bela, mas ninguém pensa antes de agir: “O que ele pediu, desdenha; exige o que acaba de abandonar; agita-se e sua vida não se dobra a nenhuma ordem.”
(Michel de Montaigne. Os ensaios: uma seleção, 2010. Adaptado.)
Em “eu não me dignaria [...] a acrescentar ‘contanto que a tua vontade esteja certa’, pois se não está certa, é impossível que sempre seja uma só e a mesma.” (2º parágrafo), a locução sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Questão 6 8705198
UFRR 3º Etapa 2023TEXTO
“A violência contra os 305 povos indígenas aumentou de forma sistêmica em 2019, segundo relatório divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A entidade apontou que 16 das 19 categorias de agressões, que incluem racismo, expropriação de terras indígenas e omissão do poder público, se agravaram.
Essas agressões são relacionadas à “Violência contra o patrimônio”, “Violência contra a pessoa” e “Violência por omissão do poder público”. Entre as categorias que mais chamam a atenção, está a de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio”, onde houve um crescimento de 109 para 256 casos, entre 2018 e 2019. As ocorrências atingiram 151 terras indígenas e 143 povos, em 23 estados.
Outras cinco categorias também sofreram aumento de ocorrências: conflitos territoriais, que passou de 11 para 35 casos; ameaça de morte, que subiu de oito para 33; ameaças várias, que foi de 14 para 34 casos; lesões corporais dolosas, que passou de cinco para 13; e mortes por desassistência, que subiu de 11 para 31 casos.”
(Disponível em: https://www.fundobrasil.org.br/blog/violencias-sofridaspelos-povos-indigenas-no-brasil/. Acessado em: 16 de set de 2022)
Uma das formas de retomar palavras e porções do texto é utilizar os pronomes, que contribuem para a manutenção temática e para a progressão do tema.
Uma opção em que o termo destacado desempenha essa função é:
Questão 7 8705250
UFRR 3º Etapa 2023TEXTO
“Gostava da roça, do rio que corria entre pedras, gostava dos pés de pequi, dos pés de coco-de-catarro, das canas do milharal. Divertia-se brincando com as bonecas de milho ainda no pé. Elas eram altas e, quando dava o vento, dançavam. Ponciá corria e brincava entre elas. O tempo corria também. Ela nem via. O vento soprava no milharal, as bonecas dobravam até o chão. Tudo era tão bom.“
(EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003, p. 09-10)
Considerando o Texto, as frases “O tempo corria também. Ela nem via.” são exemplos de dois períodos simples, pois se organizam ao redor de um único verbo. Porém, há entre elas uma relação de sentido.
O ponto entre essas duas orações pode ser substituído, mantendo-se o sentido entre elas, pela seguinte conjunção coordenativa: