Questões de Português - Gramática - Morfologia
975 Questões
Questão 47 14091203
UNIFOR Medicina 2025/1Entre os reis gregos que sitiaram Tróia estava Ulisses, o mais astuto de todos eles. Ele inventou uma artimanha espertíssima, para que finalmente os gregos vencessem os troianos.
Fez que os gregos construíssem um enorme cavalo de madeira e no interior dele acomodaram os guerreiros mais valentes, inclusive Ulisses.
Puseram o cavalo em frente aos portões de Tróia, como se fosse um presente.
Depois, começaram a se retirar, embarcando inclusive nos seus navios.
Os troianos, vendo aquilo, acreditaram que os gregos tivessem desistido da guerra e que o presente fosse uma prova disso.
O cavalo era tão grande, que não passava pelos portões da cidade. Então, embriagados com a ideia de que a guerra tinha finalmente acabado, alguns troianos resolveram derrubar uma parte da muralha para poder levar o cavalo para dentro da cidade.
ROCHA, Ruth. Odisseia. São Paulo: Companhia das letras, 2000
A palavra “que” pode desempenhar diferentes funções. Assinale a alternativa em que ela está corretamente classificada.
Questão 8 14032441
UEA - Geral 2024Leia o trecho do romance Capitães da areia, de Jorge Amado, para responder à questão abaixo.
Pedro Bala e João Grande abalaram pela ladeira da Praça. Barandão abriu no mundo também. Mas o Sem-Pernas ficou encurralado na rua. Jogava picula1 com os guardas. Estes tinham se despreocupado dos outros, pensavam que já era alguma coisa pegar aquele coxo. Sem-Pernas corria de um lado para outro da rua, os guardas avançavam. Ele fez que ia escapulir por outro lado, driblou um dos guardas, saiu pela ladeira. Mas em vez de descer e tomar pela Baixa dos Sapateiros, se dirigiu para a praça do Palácio. Porque Sem-Pernas sabia que se corresse na rua o pegariam com certeza. Eram homens, de pernas maiores que as suas, e além do mais ele era coxo, pouco podia correr. E acima de tudo não queria que o pegassem. Lembrava-se da vez que fora à polícia. Dos sonhos das suas noites más. Não o pegariam e enquanto corre este é o único pensamento que vai com ele. [...] Não o levarão. Vêm em seus calcanhares, mas não o levarão. Pensam que ele vai parar junto ao grande elevador. Mas Sem-Pernas não para. Sobe para o pequeno muro, volve o rosto para os guardas que ainda correm, ri com toda a força do seu ódio, cospe na cara de um que se aproxima estendendo os braços, se atira de costas no espaço como se fosse um trapezista de circo.
A praça toda fica em suspenso por um momento. “Se jogou”, diz uma mulher, e desmaia. Sem-Pernas se rebenta na montanha como um trapezista de circo que não tivesse alcançado o outro trapézio. O cachorro late entre as grades do muro.
(Capitães da areia, 2008.)
1picula: brincadeira infantil também conhecida como pega-pega, pegador e manja-pega.
A palavra sublinhada indica uma condição em:
Questão 7 12296660
UNESP Meio do Ano 2024Para responder à questão, leia o epílogo do livro O fim da Terra e do Céu, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.
A sabedoria dos céus
Cada vez que tocamos algo na Natureza, causamos reverberações no resto do Universo. John Muir (1838-1914)
Existe magia nos céus. E essa magia nos compele a olhar para cima, a explicar, de alguma forma, nosso lugar no vasto Universo em que vivemos. Afinal, nós somos poeira das estrelas, nossa química deriva de explosões estelares que ocorreram antes ainda da formação do sistema solar. Se durante a história da humanidade nossas explicações vieram originalmente das várias religiões, hoje elas provêm da ciência. Mas, conforme procurei argumentar neste livro, não existe uma ruptura abrupta entre o discurso religioso e o discurso científico. O fascínio e o medo dos céus, que são parte integral de muitas religiões, influenciaram e influenciam o desenvolvimento das teorias científicas que criamos para explicar os movimentos celestes. O que antes era inesperado, assustador, tantas vezes interpretado como uma mensagem dos deuses ou mesmo como um prenúncio do Fim, é hoje incorporado nas nossas teorias cósmicas, que visam descrever os diversos fenômenos celestes como sendo consequência de relações de causa e efeito entre objetos materiais. A magia, mesmo que agora faça parte do discurso científico, persiste.
É difícil aceitar a ideia de que nós somos relativamente insignificantes dentro do contexto cósmico, de que nossa existência individual ou mesmo como espécie tem tão pouca influência no desenrolar das criações e destruições que se propagam pelo Universo. Como podemos reconciliar nossa capacidade de refletir sobre o mundo e sobre nós mesmos com o fato de que nossas vidas são tão curtas, de que por mais que amemos e aprendamos, teremos sempre muito mais o que amar e aprender? Não existe uma única resposta para essa pergunta. Cada pessoa tenta, consciente ou inconscientemente, responder a ela de alguma forma. Talvez a resposta esteja na própria pergunta, no fato de que nos sa existência é limitada. Sem limites não existem desejos. E sem desejo não existe criação. Seria frustrante passar toda uma vida nos preocupando com o que não teremos chance de fazer após morrermos. Mais do que frustrante, seria um desperdício.
Nós vimos como processos regenerativos ocorrem a partir de eventos destrutivos: asteroides caem sobre a Terra, extinguindo várias espécies mas permitindo que outras evoluam; estrelas são criadas a partir dos restos de outras, em um ciclo de renovação que se perpetua de galáxia em galáxia; até mesmo o nosso Universo tem uma história, cujo começo ainda não conhecemos e cujo fim talvez jamais vamos conhecer. Esses processos de regeneração não são uma exclusividade celeste, mas ocorrem à nossa volta todos os dias. Cada árvore que tomba dá origem a muitas outras; cada vida humana semeia muitas outras. Nós somos seres complicados, imaturos, capazes das mais belas criações e dos crimes mais horrendos. Talvez, ao aprendermos mais sobre o mundo à nossa volta, sobre os vários ciclos de criação e destruição que acontecem continuamente nos céus e na Terra, sejamos capazes de crescer um pouco mais, de enxergar além das nossas diferenças, e de trabalhar juntos para a preservação do nosso planeta e da nossa espécie. O primeiro passo é simples: é só olhar para os lados, com respeito, curiosidade, humildade e admiração. E não temos sequer um minuto a perder.
(O fim da Terra e do Céu, 2011.)
Em “A magia, mesmo que agora faça parte do discurso científico, persiste.” (1o parágrafo), a locução conjuntiva sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Questão 50 11410679
São Leopoldo (Mandic) 2024/1Leia o excerto para responder à questão
"Pode-se afirmar que as trilhas e os caminhos ____ o país se expandiu, os sítios ___ se erguem suas grandes cidades, inúmeros produtos agrícolas que hoje saciam a fome da nação, bem como vários hábitos e costumes nacionais, são fruto direto de um conhecimento milenar — que, ___ esteja dessa forma preservado, na essência se perdeu. É preciso ter em mente, ____ , que uma compreensão mais plena do Brasil impõe um mergulho no passado — e que esse passado é muito mais profundo do que apenas os últimos cinco séculos."
(Brasil: uma história: cinco séculos de um país em construção, 2012.)
Preenchem adequadamente os espaços do excerto acima, respectivamente, os seguintes conectivos
Questão 8 11135090
UECE 1ª Fase 2024/1Texto
Qual é a distância entre a Terra e a Lua?
A distância entre a Terra e a Lua sofre
alterações dependendo do momento, mas já
conseguimos traçar uma média com precisão.
A Lua, nosso satélite natural, tem sido
[5] objeto de admiração e curiosidade desde tempos
imemoriais. Com sua beleza misteriosa e influência
nas marés, é natural que nos perguntemos: qual é a
distância exata entre a Terra e a Lua? Ao longo do
tempo, conseguimos medir de maneira muito
[10] precisa a distância até o nosso satélite natural que,
por incrível que pareça, pode variar conforme a
situação. Ficou curioso? A gente te explica.
A distância entre a Terra e a Lua
A distância entre a Terra e a Lua é a medida
[15] que separa nossos dois corpos celestes durante sua
órbita. Essa distância não é estática, mas sim
variável, devido às características das órbitas
elípticas de ambos os corpos, logo, a distância pode
acabar sendo maior ou menor a depender do ponto
[20] de medição. Em média, a distância é de
aproximadamente 384.400 quilômetros. Essa
medida tem sido determinada por meio de
tecnologias avançadas, como laser e radar, que
permitem medições precisas ao longo do tempo.
[25] Como a distância é medida?
A medição precisa da distância entre a Terra
e a Lua é um feito impressionante da ciência
moderna. Uma das técnicas mais utilizadas é a
reflexão a laser. Astrônomos enviam feixes de laser
[30] de alta potência para espelhos refletores deixados na
superfície lunar pelas missões Apollo, por exemplo.
Ao calcular o tempo que o laser leva para retornar,
os cientistas podem determinar a distância com
incrível precisão.
[35] Outra técnica envolve o uso de sinais de
radar. Grandes antenas transmitem sinais de rádio
em direção à Lua, e esses sinais são refletidos de
volta à Terra. Novamente, o tempo levado para o
sinal retornar é utilizado para calcular a distância.
[40] As medições são realizadas repetidamente
ao longo do tempo para levar em conta as flutuações
nas órbitas. Esses métodos altamente sofisticados
garantem a obtenção de dados precisos para melhor
compreender a relação entre a Terra e a Lua.
[45] O que influencia a distância entre a Terra e a Lua?
Embora a distância média entre a Terra e a
Lua seja de cerca de 384.400 quilômetros, essa
medida não é constante. Existem fatores que afetam
essa distância e podem levá-la a variar ao longo do
[50] tempo. Um dos principais fatores é a órbita elíptica
da Lua ao redor da Terra. As órbitas elípticas são
ovaladas e não círculos perfeitos, o que significa que
a Lua não está sempre à mesma distância da Terra.
Durante o perigeu, que é o ponto mais próximo da
[55] Terra, a Lua pode estar a aproximadamente 363.300
quilômetros. Já no apogeu, que é o ponto mais
distante, a distância pode aumentar para cerca de
405.500 quilômetros. Essas variações ocorrem em
ciclos de aproximadamente 27 dias, período
[60] conhecido como mês lunar.
Significado da distância entre a Terra e a Lua
A distância entre a Terra e a Lua tem
implicações significativas para a ciência e para a vida
na Terra. O estudo dessa distância ajuda a
[65] compreender a evolução das órbitas celestes e a
história do nosso sistema solar. Além disso, o
conhecimento preciso dessa relação é fundamental
para o planejamento de missões espaciais tripuladas
e não tripuladas. As marés oceânicas são um
[70] exemplo prático e impactante do significado dessa
distância. A atração gravitacional da Lua causa as
marés, que desempenham um papel vital na
estabilidade ecológica das zonas costeiras, bem
como na circulação dos oceanos, afetando o clima
[75] global.
Em resumo, a distância entre a Terra e a Lua
é uma fascinante e complexa relação cósmica. Com a
ajuda de tecnologias avançadas, os cientistas têm
sido capazes de medir e compreender essa distância
[80] com notável precisão. Esse conhecimento é vital
para nossa compreensão do universo, das marés e
das possibilidades futuras da exploração espacial. A
Lua, nossa vizinha cósmica, continua a nos
surpreender e a inspirar nossa curiosidade sobre o
[85] vasto cosmos.
(OLIVEIRA, Danilo. Qual é a distância entre a Terra e a Lua? In: Olhar Digital – Ciência e Espaço. Disponível em https://olhardigital.com.br/2023/08/07/ Texto adaptado.)
Outro elemento que tem o mesmo valor semântico do termo destacado no trecho: “Essa distância não é estática, mas sim variável,” (linhas 16-17) é
Questão 4 10770052
UFRGS 1º Dia 2024Instrução: A questão está relacionada ao texto abaixo.
No momento em que abrimos um livro nos
pomos no reino da palavra escrita,
compartilhando desse sortilégio ........ fala
Verissimo no texto Sinais mortíferos, dessa
[5] mágica de sinais gravados ........ une as
mentes das quais saíram sinais, e outros sinais,
e outros sinais...
Ninguém duvida de que a manifestação
falada é a linguagem primeira, é a linguagem
[10] natural, que prescinde das tábuas e dos sulcos
que um dia os homens inventaram para
cumprir desígnios que foram sendo
estabelecidos, para o bem e para o mal.
Nas sagas que cantou, Homero distinguia
[15] heróis da palavra, heróis que eram os homens
de fala forte, de fala efetiva, de fala eficiente.
Assim como havia heróis excelentes na ação,
havia aqueles excelentes na palavra (porque,
para o épico, excelente em tudo só Zeus!). E
[20] entre eles Homero ressalta muito
significativamente a figura do velho conselheiro
Nestor, sempre à parte dos combates, mas
dono de palavras sábias que dirigiam rumos
das ações. Ele ressalta, entre todos – no foco
[25] da epopeia –, a figura de Odisseu/Ulisses, que
nunca foi cantado como herói de combate
renhido, mas que foi o senhor das palavras
astutas que construíram a Odisseia.
Hoje a força da palavra falada é a mesma,
[30] nada mudou, na história da humanidade,
quanto ao exercício natural da capacidade que
o humano tem de falar e quanto à destinação
natural desse exercício. Mas, que diferença!!
E vem agora o lado prático dessa conversa
[35] inicial: sem discussão, pode-se dizer que a
palavra escrita é sustentáculo da cultura,
embora não ouse supor que as sociedades
ágrafas sejam excluídas da noção de “cultura”,
e que os textos de Homero, que então eram
[40] apenas cantados, não tenham sido sustentáculo
de cultura no mundo grego, exatamente por
onde chegaram ao registro escrito.
Diz Verissimo que a palavra escrita “dá
permanência à linguagem”, e isso se
[45] comprovaria, banalmente, no fato de que hoje
os versos de Homero nos chegam somente
cravados em folha de papel ou em tela de
computador. Mas com certeza o cronista, que
não esqueceu a permanência do texto oral de
[50] Homero, também não terá esquecido que, já
há algum tempo, gravam-se falas, e que,
portanto, a tecnologia humana já soube dar
registro permanente também à palavra falada.
Ocorre que a permanência de que fala
[55] Verissimo é outra: acima do fato de que a
escrita representa um registro concreto
permanente, está o fato de que ela leva a
palavra a “outro domínio”. A palavra falada
povoa um domínio que, já por funcionar
[60] automaticamente segundo o software que
trouxemos à vida com a vida, não desvenda
todos os sortilégios nos quais entramos quando
complicamos o viver. Que digam os versos dos
poetas que no geral se produzem no suporte
[65] gráfico e assim nos chegam (no papel ou em
tela do monitor, insisto), mas vêm carregados
da melodia que lhes dá sentido, e por aí nos
transportam a um mundo particularmente mágico
a que passamos a pertencer com a leitura!!!
[70] Este é, por si, o mundo da palavra mágica!!
E chegamos à função da escola nesse
mundo da mágica da linguagem. Se, como diz
Verissimo, a escrita traz o preço de “roubar a
palavra à sua vulgaridade democrática”, cabe
[75] aos professores, que são aqueles ........ é dado
levar às gerações a força da linguagem e a
força da cultura reverter o processo e reverter
o argumento: cabe-lhes valorizar a democrática
palavra falada, sim, mas sua missão muito
[80] particular é vulgarizar democraticamente a
palavra (escrita) dos livros sem tirar-lhes o
sortilégio: acreditemos ou não em sortilégios...
Adaptado de: MOURA NEVES, M.H. Introdução. A gramática do português revelada em textos. São Paulo: Editora da Unesp, 2018.
Assinale a alternativa que apresenta relações contextualmente adequadas para Assim como (l. 17), portanto (l. 52) e Se (l. 72), nesta ordem.
Pastas
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