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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 33 6755283
URCA 2° Dia 2021/1Nos versos "Soa quando no fundo dos espelhos / Me é estranha e longínqua a minha face", o vocábulo "estranha" deve ser classificado como:
Questão 4 372543
UFAM PSC 2018/2Leia os versos a seguir, preenchendo as lacunas com as interjeições “oh” ou “ó”:
I. E quero-te, e não te amo, que é forçado
De mau feitiço azado
Este indigno furor.
Mas ____ não te amo, não.
(“Não te amo”, de Almeida Garrett)
II. ____ que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
(“Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu)
III. ____ que amargo é o não poder
rosto a rosto contemplar
aquilo que ignoto sou
(“Narciso cego”, de Thiago de Mello)
IV. ____ Virgens que passais ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido Lar.
(“Soneto”, de Antônio Nobre)
Assinale a alternativa que registra a sequência CORRETA de cima para baixo:
Questão 4 348177
UNICENTRO 2014/1Sou apenas um homem.
Um homem pequenino à beira de um rio.
Vejo as águas que passam e não as compreendo.
Sei apenas que é noite porque me chamam de casa.
Vi que amanheceu porque os galos cantaram.
Como poderia compreender-te, América?
É muito difícil.
Passo a mão na cabeça que vai embranquecer.
O rosto denuncia certa experiência.
A mão escreveu tanto, e não sabe contar!
A boca também não sabe.
Os olhos sabem – e calam-se.
Ai, América, só suspirando.
Suspiro brando, que pelos ares vai se exalando.
(ANDRADE, C. D. América. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro: Record, 1999. p.155.)
Com relação aos aspectos morfossintáticos do texto, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a
seguir.
( ) Em “Sou apenas um homem”, o termo em destaque tem valor de adjetivo.
( ) Em “Um homem pequenino à beira de um rio”, o termo em destaque é um substantivo.
( ) Em “Passo a mão na cabeça que vai embranquecer”, a locução verbal equivale a “embranqueceu”.
( ) Em “Os olhos sabem – e calam-se”, o travessão foi empregado porque o sujeito da primeira oração é diferente do sujeito da segunda.
( ) O verso “Ai, América, só suspirando” tem valor interjectivo.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
Questão 6 387585
UFAM PSC 2014/1Leia o texto abaixo, início da crônica “Um dia na vida de um chapéu”, de Domingos Pellegrini (São Paulo: Ática, 2006):
“O homem chega em casa e não deixa o chapéu no cabide, fala que vai deixar de usar chapéu. A mulher se espanta:
– Por quê? Desde mocinho você usa, continuou a usar quando todo mundo deixou, e agora...
– Tá virando moda – ele olha com nojo o chapéu. – Os chapéus estão voltando! Vi um sujeito de chapéu outro dia, jovem demais pra ser do tempo do chapéu, e depois vi outro, mais outro, aí perguntei numa loja, o vendedor falou ah, chapéu voltou a vender bem.
A clientela chapeleira, conforme o vendedor, vinha diminuindo ano a ano, morrendo; mas, agora, jovens e até adolescentes começam a usar chapéu, inclusive mulheres”.
A linguagem oral se diferencia da linguagem escrita por várias marcas de espontaneidade, o que o texto acima procura reproduzir. No caso, uma das marcas da oralidade que nele se observa é a seguinte:
Questão 3 124425
UPF Inverno 2011Chávez contra o silicone
Em um sério pronunciamento na televisão estatal há poucos dias, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou
guerra a mais um inimigo da Revolução. No caso, dois: os implantes de silicone. No seu estilo socialista-brejeiro, Chávez
encheu o peito para discursar, dizendo que “é uma coisa monstruosa. Uma boa parte das mulheres se deixa convencer de
que, se não tem seios grandes, está mal. O que é isso, compadre?”
E foi além: “É doloroso ver mulheres que mal conseguem sustentar a casa, os filhos, comprar comida e roupas para a
família, gastar dinheiro para aumentar os seios e se adequar a um estereótipo”. A cantilena continuou por muitos minutos
mais, atribuindo aos implantes a responsabilidade por casos de gravidez precoce e consumo de drogas. O que é isso,
compadre?
Mas à parte as bobagens do caudilho venezuelano e a estranheza que causa o líder máximo de uma nação ir à TV
(controlada por ele) para falar de silicone, até que o companheiro Chávez tem uma certa razão. Não por condenar os
implantes, que quem quer coloca e pronto. Mas pela crítica a todas que mudam a aparência menos por vontade própria que
por se espelhar em alguma modelo, atriz ou modelo-e-atriz.
Com isso, ganha mesmo é a indústria da beleza, que deveria se chamar indústria da feiura, já que vive das
imperfeições no rosto, no corpo, no cabelo e na autoestima alheias. Indústria que não para de encontrar defeitos para
consertar, como as axilas escuras, por exemplo. Axilas escuras. A gente merece.
Por ser algo que muito me incomoda, tenho prestado atenção nos tratamentos para o bigode chinês, aquelas linhas em
volta da boca que ficam mais e mais profundas com o passar do tempo, e que melhoram com injeções de materiais parentes
do silicone, esse que o Chávez tanto odeia.
Engraçado é que o bigode chinês se acentua por causa dos risos, sorrisos e gargalhadas ao longo dos anos. Como se
uma vida triste e bastante choro servissem para conservar a cútis sempre jovem.
Se o Huguinho sonha, dê-lhe discurso na TV outra vez.
TAJES, Claudia. Jornal Zero Hora, em 7 de abril de 2011.
A frase “O que é isso, compadre?” aparece tanto no final do primeiro parágrafo (linha 4) quanto do segundo (linhas 7 e 8). Acerca desse uso no contexto em que aparece, somente é correto afirmar:
Questão 9 356921
UNICENTRO 2009/1MEU IDEAL SERIA ESCREVER
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua mávontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria, que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente, e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la: essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem: foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto: sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento: é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi, por acaso, na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.
(Rubem Braga. 200 Crônicas Escolhidas 2 ed. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 287-8).
Assinale a afirmativa INCORRETA.