Questões de Português - Gramática - Acentuação gráfica - Acento diferencial
36 Questões
Questão 3 7835669
UNIFIMES 2019Leia com atenção o trecho abaixo, pois ele será base para a questão.
[...] Os narradores de “Sagarana” têm o estilo marcante criado por Guimarães Rosa, cuja principal característica é a oralidade. No entanto, esse traço ainda não está tão acentuado como em obras posteriores, como “Grande Sertão: Veredas” e “Primeiras Estórias”, entre outras. Considerando que a oralidade acentuada é um dos principais obstáculos para a leitura de Guimarães Rosa, o livro “Sagarana” é uma excelente opção para iniciar-se na obra do autor.
Disponível em https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/sagarana-resumo-da-obra-de-guimaraes-rosa/> acesso em 02/11/2018
Em relação ao vocábulo têm destacado na primeira linha do excerto acima, podemos afirmar que:
Questão 12 593539
FDSM 2018Observe o texto e responda às questão
A VERDADEIRA CEGUEIRA DE SARAMAGO
1.“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. Já na epígrafe de “Ensaio sobre a Cegueira”, Saramago mostra sua real interpretação para a cegueira exposta no livro. Mais do que um retrato de como as pessoas agiriam se não pudessem enxergar, o autor propõe uma análise da sociedade em que vivemos.
4. Saramago joga com a diferença entre as palavras ver e olhar. O olhar aparece como a própria visão, o ato de enxergar. E o ver aparece como a capacidade de observar, de analisar uma situação. E para ele, a maior dificuldade do ser humano é justamente conseguir enxergar além do superficial.
7. A cegueira apresentada por Saramago pode ser entendida como o posicionamento do homem em relação a ele mesmo e ao espaço em que (con)vive. No livro, quando a cegueira se torna uma epidemia, os problemas da nossa sociedade que não queremos enxergar se intensificam de tal forma que chega a um ponto em que o civilizado se torna primitivo. As regras da civilização são quebradas e o instinto de sobrevivência toma conta do homem.
11. Durante o tempo em que ficam sem visão, o desespero dos personagens faz com que alguns deles usem artifícios sujos para conseguir sobreviver. A partir disso, observamos situações como segregação de grupos, abuso de poder pelos mais fortes, disputas por comida, ganância, traição, violência e abuso sexual. E, nas entrelinhas, inúmeras chances de praticar a solidariedade.
15. E quais dessas situações descritas acima não são comuns em nosso cotidiano? Todos esses fatores citados são problemas da sociedade em que vivemos. Freqüentemente lidamos com abuso de poder das autoridades; desigualdade social, em que grande parcela da população vive abaixo da linha de pobreza e nem se quer faz uma refeição por dia; todo o tipo de violência, física, moral ou sexual, inclusive, feitas também pelas próprias autoridades. Sem contar os diversos tipos de preconceito que geram a segregação de muitas pessoas.
20. Enfim, nada do que os personagens de Saramago sofrem no livro é estranho para nós. E o que ele queria nos mostrar é exatamente isso. Na verdade, o autor fala da nossa cegueira cotidiana em relação à crise de nossa própria sociedade. Que ironia, tudo parecer mais visível quando não se pode enxergar. Só damos valor quando o problema nos afeta diretamente.
(KELLER Mariana. A verdadeira cegueira de Saramago, 2003. Disponível em:< http://lounge.obviousmag.org/memorias_do_subsolo/2012/01/a-verdadeira-cegueira-de-saramago.html> Acessado em 15/10/2017, adaptado.)
Conforme dados da referência do texto, ele foi publicado antes do acordo ortográfico. Por essa razão, há registro em desacordo com a atual ortografia. Assinale a alternativa que confirma isso:
Questão 1 424369
IFSul - Rio-Grandense 2018/1Leia o texto a seguir para responder à questão.
Viver a vida ou registrá-la nos celulares, eis a questão
Marcelo Gleiser
De alguns anos para cá, uma transformação profunda ________ ocorrendo em nossas
vidas, mesmo que poucos reflitam sobre ela. Com a rápida evolução dos smartphones, ficou tão
fácil capturar imagens da vida, que o que antes era complicado e oneroso – comprar um filme
fotográfico, levar a câmera a tiracolo, revelar o filme na ótica, pegar as fotos reveladas – hoje é
[5] algo que todo mundo (ou quase) pode fazer. Tudo é devidamente registrado, do mais significativo
ao mais trivial.
Todo mundo é ou quer ser a estrela principal do grande filme da sua vida, e capturar os
momentos julgados importantes é construir, aos poucos, essa narrativa pessoal. O filme da sua
vida vive, virtualmente, nas redes sociais. No YouTube, vídeos viram "virais", atingindo milhares
[10] e até milhões de pessoas em horas. Cachorros salvando veadinhos que se ________, aviões em
pane, jogadores de videogame seguidos por adolescentes do mundo inteiro, cenas variadas da
vida de indivíduos – cômicas e trágicas – são compartilhadas globalmente, com pessoas do
Afeganistão à Zâmbia.
Por um lado, isso faz sentido: nossas vidas são importantes, e queremos dividi-las, ser
[15] vistos, apreciados, tanto pelos amigos quanto por estranhos. Mas por outro, essa voracidade de
capturar a vida tecnologicamente acaba por nos separar dela, criando um distanciamento do
momento, da experiência visceral de estar vivo. Vivemos mais para mostrar aos outros nossas
vidas do que para apreciá-la a cada momento.
Essa transição começou antes dos celulares. Algo ocorreu entre o diário pessoal que
[20] trancávamos na gaveta e a câmera de vídeo portátil. Por exemplo, em junho de 2001 levei um
grupo de ex-alunos da minha universidade num cruzeiro para observar um eclipse total do sol na
África. No navio, encontrei vários "caçadores de eclipse", pessoas que viajam o mundo atrás de
eclipses. Faz sentido, visto que poucos fenômenos naturais são tão espetaculares, capazes de
despertar uma emoção tão profunda. […] Durante alguns minutos, tudo se transforma, o dia vira
[25] noite, o Sol coberto pelo disco da Lua, cercado pelos raios difusos da corona. Para vivenciar isso,
temos que olhar para o céu com foco total. Mas o que vi, quando o eclipse ia começar, foi o
convés do navio repleto de câmeras e tripés, as pessoas afoitas para fotografar e gravar o
evento.
As pessoas escolheram vivenciar esse momento tão raro e especial através de lentes e
[30] filtros, em vez de vivê-lo diretamente. Fiquei chocado, especialmente porque o navio tinha
fotógrafos profissionais que ________ dar suas fotos para os passageiros. Mas as pessoas
queriam as suas fotos e vídeos, mesmo sabendo que não seriam tão boas. Participei de dois
outros eclipses e é sempre a mesma coisa. As pessoas optam por capturar a realidade através de
uma máquina, diluindo a emoção do momento.
[35] Com os celulares e a mídia social, ficou infinitamente mais fácil arquivar e distribuir
imagens. O alcance é potencialmente enorme, e o nível de gratificação mensurável (quantos
"likes" uma foto ou vídeo ganha). Essencialmente, a vida moderna se transformou num evento
social compartilhável.
Claro que existe um lado positivo de tudo isso. Queremos e devemos celebrar momentos
[40] significativos e dividi-los com pessoas queridas e próximas. O problema começa quando a ânsia
de registrar o momento ofusca a experiência de vivenciá-lo. Músicos e comediantes reclamam
que não podem ver seu público, apenas um mar de iPhones e iPads. Algumas celebridades estão
proibindo o uso de celulares nos seus casamentos, exigindo a presença concreta de seus
convidados, e não a virtual.
[45] O mesmo ocorre com palestras e aulas que usam Powerpoint. Assim que a tela se ilumina,
os olhares vão para ela, e o apresentador é uma voz solta no espaço, incapaz de criar uma
relação direta com a audiência. Por isso, tendo a usar essas tecnologias minimamente hoje em
dia.
Sem querer ser muito nostálgico (mas sendo), nada suplanta o contato direto, olho no
[50] olho, o estar presente no momento, com a família ou amigos, ou mesmo sozinho. Os celulares
são incríveis, claro. Mas não ________ definir como vivemos nossas vidas – apenas
complementá-las.
Publicado em 23 jul. 2017. Disponível em: . Acesso em: 21 ago. 2017
Para atender à sintaxe de concordância, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com
Questão 5 1582628
IFRR Superior 2017/1Para responder a questão, considere o fragmento do conto O Enfermeiro, de Machado de Assis, da obra Várias Histórias.
Parece-lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. Não esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado.
Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isto e queira-me bem; perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira a rosas. Pediu-me um documento humano, ei-lo aqui. Não me peça também o império do Grão-Mogol, nem a fotografia dos Macabeus; peça, porém, os meus sapatos de defunto e não os dou a ninguém mais.
Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, ali pelo mês de agosto, tendo eu quarenta e dois anos, fiz-me teólogo, — quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior, perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre falou-me, aceitei com ambas as mãos, estava já enfarado de copiar citações latinas e fórmulas eclesiásticas. Vim à Corte despedir-me de um irmão, e segui para a vila.
Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, estúrdio, exigente, ninguém o aturava, nem os próprios amigos. Gastava mais enfermeiros que remédios. A dous deles quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e depois de entender-me com o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me recomendou mansidão e caridade, segui para a residência do coronel.
Achei-o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato que observa; depois, uma espécie de riso maligno alumiou-lhe as feições, que eram duras. Afinal, disse-me que nenhum dos enfermeiros que tivera, prestava para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas; dous eram até gatunos!
— Você é gatuno?
— Não, senhor
Em seguida, perguntou-me pelo nome: disse-lho e ele fez um gesto de espanto. Colombo? Não, senhor: Procópio José Gomes Valongo. Valongo? achou que não era nome de gente, e propôs chamar-me tão somente Procópio, ao que respondi que estaria pelo que fosse de seu agrado. Conto-lhe esta particularidade, não só porque me parece pintá-lo bem, como porque a minha resposta deu de mim a melhor idéia ao coronel. Ele mesmo o declarou ao vigário, acrescentando que eu era o mais simpático dos enfermeiros que tivera. A verdade é que vivemos uma lua-de-mel de sete dias.
No oitavo dia, entrei na vida dos meus predecessores, uma vida de cão, não dormir, não pensar em mais nada, recolher injúrias, e, às vezes, rir delas, com um ar de resignação e conformidade; reparei que era um modo de lhe fazer corte. Tudo impertinências de moléstia e do temperamento. A moléstia era um rosário delas, padecia de aneurisma, de reumatismo e de três ou quatro afecções menores. Tinha perto de sessenta anos, e desde os cinco toda a gente lhe fazia a vontade. Se fosse só rabugento, vá; mas ele era também mau, deleitava-se com a dor e a humilhação dos outros. No fim de três meses estava farto de o aturar; determinei vir embora; só esperei ocasião. Não tardou a ocasião.
Um dia, como lhe não desse a tempo uma fomentação, pegou da bengala e atirou-me dous ou três golpes. Não era preciso mais; despedi-me imediatamente, e fui aprontar a mala. Ele foi ter comigo, ao quarto, pediu-me que ficasse, que não valia a pena zangar por uma rabugice de velho. Instou tanto que fiquei.
— Estou na dependura, Procópio, dizia-me ele à noite; não posso viver muito tempo. Estou aqui, estou na cova. Você há de ir ao meu enterro, Procópio; não o dispenso por nada. Há de ir, há de rezar ao pé da minha sepultura. Se não for, acrescentou rindo, eu voltarei de noite para lhe puxar as pernas. Você crê em almas de outro mundo, Procópio?
— Qual o quê!
— E por que é que não há de crer, seu burro? redargüiu vivamente, arregalando os olhos.
Eram assim as pazes; imagine a guerra. Coibiu-se das bengaladas; mas as injúrias ficaram as mesmas, se não piores. Eu, com o tempo, fui calejando, e não dava mais por nada; era burro, camelo, pedaço d’asno, idiota, moleirão, era tudo. Nem, ao menos, havia mais gente que recolhesse uma parte desses nomes.
Não tinha parentes; tinha um sobrinho que morreu tísico, em fins de maio ou princípios de julho, em Minas. Os amigos iam por lá às vezes aprová-lo, aplaudi-lo, e nada mais; cinco, dez minutos de visita. Restava eu; era eu sozinho para um dicionário inteiro. Mais de uma vez resolvi sair; mas, instado pelo vigário, ia ficando. Não só as relações foram-se tornando melindrosas, mas eu estava ansioso por tornar à Corte. Aos quarenta e dois anos não é que havia de acostumar-me à reclusão constante, ao pé de um doente bravio, no interior.
Para avaliar o meu isolamento, basta saber que eu nem lia os jornais; salvo alguma notícia mais importante que levavam ao coronel, eu nada sabia do resto do mundo. Entendi, portanto, voltar para a Corte, na primeira ocasião, ainda que tivesse de brigar com o vigário. Bom é dizer (visto que faço uma confissão geral) que, nada gastando e tendo guardado integralmente os ordenados, estava ansioso por vir dissipá-los aqui. Era provável que a ocasião aparecesse.
O coronel estava pior, fez testamento, descompondo o tabelião, quase tanto como a mim. O trato era mais duro, os breves lapsos de sossego e brandura faziam-se raros. Já por esse tempo tinha eu perdido a escassa dose de piedade que me fazia esquecer os excessos do doente; trazia dentro de mim um fermento de ódio e aversão.
No princípio de agosto resolvi definitivamente sair; o vigário e o médico, aceitando as razões, pediram-me que ficasse algum tempo mais. Concedi-lhes um mês; no fim de um mês viria embora, qualquer que fosse o estado do doente. O vigário tratou de procurar-me substituto. Vai ver o que aconteceu. Na noite de vinte e quatro de agosto, o coronel teve um acesso de raiva, atropelou-me, disse-me muito nome cru, ameaçoume de um tiro, e acabou atirando-me um prato de mingau, que achou frio, o prato foi cair na parede onde se fez em pedaços.
— Hás de pagá-lo, ladrão! bradou ele. Resmungou ainda muito tempo.
Às onze horas passou pelo sono. Enquanto ele dormia, saquei um livro do bolso, um velho romance de d’Arlincourt, traduzido, que lá achei, e pus-me a lê-lo, no mesmo quarto, a pequena distância da cama; tinha de acordá-lo à meia-noite para lhe dar o remédio. Ou fosse de cansaço, ou do livro, antes de chegar ao fim da segunda página adormeci também. Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, e acabou por lançar mão da moringa e arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao pescoço, lutamos, e esganei-o. (...)
Com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a acentuação gráfica de algumas palavra foi modificada.
Isso pode ser confirmado como verdadeiro pelo item:
Questão 6 319046
UNESC 2014Indique a alternativa na qual TODAS as palavras correspondem às regras da nova ortografia da Língua Portuguesa:
Questão 2 12739657
UFAM PSI - CG 1 2023A frase em que ocorre ERRO quanto à acentuação gráfica é:
Pastas
06