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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 18 6307833
EEAR 2022Assinale a alternativa que contém a pontuação correta do texto.
Questão 11 6644118
UFGD 2021Assinale a alternativa cujo texto está corretamente pontuado.
Questão 7 1521500
CESGRANRIO 2020A vírgula está empregada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:
Questão 13 1735825
UEL 2° Fase 2020Leia a crônica a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda a questão
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, Luis Fernando. Da Timidez. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 111-112.
Sobre o trecho “E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra”, assinale a alternativa que substitui, corretamente, os dois pontos, sem alterar o sentido original.
Questão 78 5945421
PUC-SP 2020Tecnologia pode tirar ciências humanas da Idade Média, diz Pierre Lévy
Raphael Hernandes
Folha de S.Paulo, 10 de setembro de 2019. Caderno Ilustrada, p. C6
SÃO PAULO – Quando Pierre Lévy, 63, começou a escrever sobre cibercultura, a internet era mato. O filósofo é dos pioneiros a tratar da relação entre sociedade e computador. Para ele, as ciências humanas precisam passar por uma revolução, como passaram as naturais, e a tecnologia é a chave para atingir um “patamar mínimo”. “Nas humanidades ainda estamos na Idade Média.”
“Em vez de desenvolver máquinas inteligentes, deveríamos usar os computadores para nos tornar mais inteligentes”, diz. O filósofo quer reorganizar o conhecimento. Trabalha numa linguagem que faria humanos conversarem com máquinas sem o intermédio da programação. Em 2020, deve lançar um livro explicando a gramática dessa língua (sem data e editora definidos).
Lévy nasceu na Tunísia, mas desenvolveu carreira na França. Ele falou à Folha antes de vir ao Brasil, onde participa do Fronteiras do Pensamento, em Salvador, nesta terça-feira (10), com ingressos esgotados.
• Pergunta 1: Vivemos em um mundo conectado. O que isso muda para a sociedade?
A chegada de computadores pessoais, depois, a internet, o smartphone e por aí vai, transformam o sistema de comunicação da nossa sociedade.
Em nosso novo sistema de comunicação toda informação é acessível e onipresente. As pessoas estão interconectadas, o que é ainda mais importante. E temos robôs capazes de automaticamente transformar símbolos, como fazer traduções ou cálculos estatísticos. Isso é novo. Aconteceu em apenas 20 ou 30 anos. É muito difícil pensar no que serão as implicações dessa mudança na comunicação, estamos só no começo dessa nova civilização.
• Pergunta 2: O que é inteligência coletiva?
É algo muito velho, de antes da espécie humana. Abelhas acumulam mel para si e para a comunidade. Formigas conseguem sinalizar onde estão as coisas boas para comer. Comunicação, coordenação e colaboração entre animais sociais é frequente. Isso é ainda mais forte entre mamíferos e primatas. Temos essa inteligência coletiva, mas temos algo que os outros animais não têm: linguagem.
Ela permite que acumulemos conhecimento de geração para geração, e serve para criar novas formas de coordenar e cooperar, mais complexas do que no mundo animal.
Cada vez que somos capazes de fortalecer nossa habilidade linguística, agora, com a comunicação digital, aumentamos a inteligência coletiva.
É quase o oposto de inteligência artificial. Não sou contra, mas o objetivo geral deveria ser inteligência coletiva.
Há muita memória em comum à disposição. Podemos aumentá-la [com o conteúdo disponível digitalmente]. Podemos aumentar nossa habilidade de coordenar e colaborar, por exemplo, pelo uso de redes sociais. Não só para o público geral, mas também para empresas, governos.
• Pergunta 3: Inteligência coletiva está amarrada à internet?
A biblioteca era a forma antiga de memória coletiva. A internet é a nova forma. Em vez de ter palavras escritas em papel, você tem códigos que não são totalmente materiais, mas que têm que estar em um computador em algum lugar. Falta habilidade e educação para tirar o melhor disso.
Pergunta 4: E o que seria tirar o melhor dessas possibilidades?
Você tem de aprender a controlar ou gerenciar sua atenção. Precisa poder categorizar dados corretamente, avaliar a confiança que pode dar a fontes de informação, ser capaz de comparar diferentes fontes. E aprender a se comportar numa inteligência coletiva para trabalhar com outros a fim de transformar todos esses dados em conhecimento.
• Pergunta 5: E onde entra o big data?
É a nova forma de memória. Hoje, temos toda a realidade representada por um mar de dados. Tudo gera dados. Agora, há o problema de o que faremos com isso e como extraímos conhecimento útil deles.
E é toda a metodologia científica que está em jogo aqui. Não acho que a estatística sozinha seja o que a gente precise. Precisamos categorizar todos os dados com hipóteses, modelos causais e estatística para testar nossas hipóteses.
É uma reprodução do método científico, mas para todos. É só o começo da transformação de dados em conhecimento.
• Pergunta 6: E onde a linguagem artificial IEML (sigla em inglês para Metalinguagem da Economia da Informação) se encaixa?
IEML é uma língua, que tem a característica de ter semântica computável e de ter significado unívoco.
Hoje, os algoritmos são capazes de entender a linguagem natural, mas só com cálculos estatísticos. Com IEML o significado é acessível e pode ser usado como sistema semântico universal. Ele faria a análise de big data e a extração de conhecimento de dados muito mais fácil do que quando os dados estão categorizados em linguagem natural. Porque línguas naturais são irregulares e diversas.
• Pergunta 7: Uma linguagem para fazer a conexão entre humanos e máquinas?
Exatamente. Criada para ser uma linguagem que máquinas podem entender. Mas pode ser traduzida em línguas naturais para que humanos entendam, diferente de uma linguagem de programaçãoA grande revolução científica que está na nossa frente é nas ciências humanas. Já fizemos a revolução das ciências naturais, mas para as humanidades estamos na Idade Média. É só por meio do uso dos dados que estão disponíveis, com todo o poder computacional e usando ferramentas como IEML para categorizar os dados, e expressar fatos e teorias de forma rigorosa, que poderíamos alcançar um patamar mínimo no tratamento científico das humanidades.
• Pergunta 8: Como o sr. vê o futuro dessa sociedade digital e conectada?
Duas coisas não vão acontecer. Primeiro, todo problema ser resolvido pela tecnologia. Isso nunca vai acontecer. Sempre vão surgir novos problemas. A segunda é que robôs não vão assumir o poder. É simplesmente impossível. Nossa civilização vai evoluir de forma que é difícil de prever.
[Adaptado.]
Ao final da resposta de Lévy à segunda pergunta, os colchetes foram empregados com a finalidade de
Questão 11 6370282
Unioeste 1° Etapa Manhã 2020LIKES ESCONDIDOS NO INSTAGRAM NÃO VÃO AUMENTAR A AUTOESTIMA DE NINGUÉM
Descartando-se o sempre pulsante noticiário político, a principal novidade da semana talvez tenha sido uma nova política do Instagram, batizada manchetes afora de “fim dos likes” — ou das curtidas. Não é bem verdade que os likes acabaram, eles apenas estão escondidos dos nossos seguidores. Mas podemos, a qualquer momento, descobrir o alcance de uma foto ou vídeo postados por nós mesmos.
Primeiro problema, portanto: continuamos sabendo se bombamos ou “flopamos”. E podemos continuar cultivando a ideia imaginária de sucesso ou fracasso a partir de como lemos nossas estatísticas do coraçãozinho vermelho.
No entanto, a empresa afirma que a estratégia, ainda em fase de testes, tem o propósito de permitir que os seguidores se concentrem mais nos conteúdos do que em sua repercussão.
Ora, como? Seria revolucionário mesmo se as curtidas sumissem de vez. O que seria de nós ao postar uma foto e não ter pistas sobre sua aprovação ou reprovação? Seríamos mais livres de autocensura? Talvez o eterno enigma sobre o que pensam os outros nos tornasse mais criativos.
A história fica ainda mais confusa quando acessamos os Stories e continua lá o desenho de um olhinho seguido pelo número de visualizadores de cada capítulo da nossa trama cotidiana. Acho tão perturbador quanto, por exemplo, o coração de um ex numa foto (ou a falta dele), saber quem se interessa minimamente pela nossa vida (e por qual motivo) e, principalmente, quem não dá a menor bola para o que comemos no almoço, o novo corte de cabelo ou as fotos de férias.
Seja qual for o cenário, seguimos enganchados pelo olhar alheio, ao qual respondemos desde o nascer. As redes sociais só escancaram essa operação psíquica, e o Instagram, convém lembrar, foi a plataforma que nasceu unicamente suportada pela imagem (mas quem passou dos 30, como eu, deve se lembrar do saudoso Fotolog).
Em psicanálise, especialmente a proposta por Jacques Lacan, um dos fiéis leitores de Freud, o sujeito se constitui a partir de um olhar externo. Uma linguagem alheia. Uma família antecipa a chegada do bebê nas palavras que diz e no que imagina sobre ele. Funda-se algo aí. Uma mãe ou um pai olham o recém-nascido para compreender o que deseja o ser que ainda não fala. Ou seja, somos algo porque primeiro somos olhados e adivinhados por alguém. Não há escapatória. Estaremos neuroticamente fadados a repetir essa dança durante toda a vida, de maneiras mais ou menos sintomáticas. Mais ou menos sofridas.
O Instagram é só mais um jeito de sermos olhados e, sobretudo, de buscar esse olhar. Não é a rede que nos torna mais ansiosos, com autoestima em baixa, achando a vida pouco colorida em comparação com as demais vidas da timeline. A imagem é nosso problema essencial, dentro ou fora da tela do celular. É com ela que temos de lidar, mesmo que as curtidas estejam escondidas. A gente continua sempre sabendo onde o calo aperta.
Fonte: Anna Carolina Lementy, O Globo, em 19.07.2019. Coluna “Celina”.
No sexto parágrafo, há a utilização de parênteses.
Assinale a alternativa que descreve CORRETAMENTE tal utilização.