Questões de Português - Gramática - Pontuação - Dois pontos
128 Questões
Questão 1 10805980
ACAFE Inverno 2023Texto
“O dinheiro compra bajuladores ▲ mas não amigos ● compra a cama ▲ mas não o sono ● compra pacotes turísticos ▲ mas não a alegria ● compra todo e qualquer tipo de produto ▲ mas não uma mente livre ● compra seguros ▲ mas não o seguro emocional □”
Cury, Augusto. Ansiedade: como enfrentar o mal do século. São Paulo: Saraiva. 2017. Livro digital. [Adaptado]
No texto, os símbolos ▲, ● e □ podem ser CORRETAMENTE substituídos por:
Questão 3 6303026
UFT Manhã 2022/1Leia o texto a seguir para responder a questão.
Texto
Nem aqui, nem lá: os efeitos da transnacionalidade sobre os migrantes*
Ao se mudar para um novo país, um imigrante enfrenta as dificuldades da distância de amigos e de familiares e, a curto prazo, sofre adversidades no processo de integração. Por mais que uma rede de contatos se forme aos poucos, com a distância, os obstáculos são enfrentados sozinhos, e enquanto o migrante estiver fora de seu país de origem, vai passar por uma situação comumente conhecida como “nem aqui, nem lá.”
Nem aqui, pois dificilmente o imigrante ficará 100% integrado, sempre levando consigo a cultura e os costumes do país de origem. E nem lá, pois, enquanto estiver afastado, estará distante de seu país de residência habitual, perdendo acontecimentos importantes e querendo estar próximo dos entes queridos. Assim é a vida de todos que escolhem ou que precisam continuar suas vidas longe de seus países de origem.
Quer seja um imigrante, quer seja um refugiado, os momentos difíceis são os mesmos no que diz respeito à cultura, aos entes queridos e aos momentos para se dividir. Estar com alguém do mesmo país ameniza as dificuldades, e com a tecnologia fica relativamente possível estar mais próximo, mas ainda assim, estar em outro país, longe dos costumes e da vida habitual, mexe com todos aqueles que emigram.
Como nação, as pessoas geralmente dividem um sentimento de identidade e de pertencimento, envolvendo uma consciência nacional. O Brasil, tendo sempre sido um país que acolheu e acolhe diversas nacionalidades, fez da heterogeneidade algo natural.
No entanto, para que essa identidade coletiva seja formada, geralmente há um conjunto de dialetos, de línguas, de religião nacional, de cidadania, de serviço militar, de sistema educacional, hinos e bandeiras que precisam ser usados como ferramentas para criar algo mais homogêneo. É preciso olhar para a sociedade que está recebendo e perceber suas características. Mas como os imigrantes podem perceber as mudanças que estão ocorrendo no processo migratório? É uma dinâmica que muitas vezes leva ao “nem aqui, nem lá”. Através da assimilação, os imigrantes aos poucos deixariam de lado sua cultura do país de origem e se tornariam parte do país que os recebeu. Com a integração, no entanto, ambas as culturas se acomodam: os recém-chegados se adaptam gradualmente, mas há também transformações no país que decide hospedar.
Desse modo, o “nem aqui, nem lá”, um efeito da transnacionalidade, é um processo simultâneo que mexe com os imigrantes nos países de destino e seu envolvimento com a sociedade local. O que pode minimizar esse choque são comunidades que promovam a incorporação desses imigrantes, para que haja esforços mútuos das nacionalidades envolvidas e essas saiam ganhando com um ambiente mais diverso e plural.
Ao mesmo tempo, a transnacionalidade permite que esses indivíduos mantenham identidades múltiplas, contatos e afiliações. Esse fenômeno tem efeitos positivos e negativos, tanto para aqueles que se mudam para outro país, como para os que ficam. Como impactos negativos, pode ser mencionado que geralmente pessoas transnacionais têm que lidar com um sentimento de não pertencimento, quando inicialmente é difícil se estabelecer em um lugar onde eles tentam fazer parecer como um lar. Além disso, alguns expatriados podem viver numa “bolha nacional” fora de seu país de origem, não dispostos a integrar, nem de aprender a língua ou fazer alguns esforços para se adaptar à nova cultura. Como pontos positivos, os transnacionais têm a possibilidade de enviar remessas e de dividir conhecimentos e experiências culturais com os que ficaram para trás.
Migrantes transnacionais têm que lidar com desafios diferentes quando se movem. Embora pudesse ser dito que seja mais fácil migrar agora por conta da tecnologia e lugares mais heterogêneos, ainda é difícil passar por um processo de integração, algo que depende dos esforços dos imigrantes, pois a integração é uma via de mão dupla, que pode ser amenizada quando a população local é mais aberta ao diverso e ao acolhimento.
*Migrante: o que muda de lugar, de região ou de país. (DICIONÁRIO ON LINE). Disponível em: www.dicio.com.br/migrante/. Acesso em: 30 jan. 2020 (adaptado).
Assinale a alternativa CORRETA.
Em: “Nem aqui, nem lá: os efeitos da transnacionalidade sobre os migrantes”, o uso dos dois-pontos sugere uma:
Questão 3 7236061
PUC-PR Inverno Demais Cursos 2021Observe as relações de sentido estabelecidas no texto a seguir
“Religiões são orgulhosas. A ciência é humilde” Autor lança HQ baseada em seu best-seller ‘Sapiens’, diz que, sem conhecimento, abrimos espaço para teorias da conspiração ridículas e alerta: ‘é como se a natureza estivesse nos treinando para algo pior no futuro’
O Globo. Segundo Caderno. 8/11/20, p. 2.
O emprego de dois-pontos, no texto,
Questão 3 6716460
USS (Univassouras) 2021/1A literatura sobre desenvolvimento econômico do último quarto de século nos dá um exemplo meridiano do papel dos mitos nas ciências sociais: (l. 01-02)
O trecho introduzido pelos dois-pontos, após a sequência acima, tem valor de:
Questão 9 11087277
Estácio CAMPUS PRESIDENTE VARGAS 2020/1texto
CARBONO: ESSENCIAL E VERSÁTIL
Do lápis ao diamante, do carboidrato à proteína, do DNA à respiração. O carbono, conhecido
como o ‘elemento da vida’, está presente em tudo isso e muito mais. Nós, humanos, e todos os
organismos vivos da Terra somos constituídos por muitas moléculas baseadas em carbono. A incrível
versatilidade desse elemento permite que ele esteja no simples carvão do churrasco e que forme
[5] materiais complexos como os nanotubos de carbono, com inúmeras aplicações na vida moderna. Por
outro lado, é considerado o grande vilão do aquecimento global, embora a responsabilidade pelo
aumento de suas emissões seja, na verdade, dos humanos.
Sem ele, a vida não seria possível. O carbono, primeiro elemento do grupo 14 da tabela periódica,
é o principal responsável pela vida na forma como a conhecemos. Tudo que é vivo na Terra é
[10] constituído por um grande número de moléculas baseadas em carbono, que, junto com nitrogênio,
hidrogênio e oxigênio, corresponde a praticamente 98% dos elementos químicos presentes em
qualquer organismo. Mas, nesse quarteto, o papel central é do carbono
A vida escolheu o carbono por um motivo simples: é o único elemento com estrutura atômica
adequada à formação de ligações químicas estáveis e variadas com um número grande de elementos
[15] químicos. E mais importante ainda: apresenta fantástica capacidade de se ligar a outros átomos de
carbono, originando moléculas com diferentes tamanhos e arranjos. Essas amplas possibilidades
permitem a ocorrência de moléculas simples como o CO2, que expelimos durante a respiração, e de
moléculas com alto grau de complexidade, como o DNA, que contém toda a informação relacionada
à nossa individualidade.
[20] Mas por que determinados átomos são mais propícios a se ligar a outros? No caso do carbono,
isso se deve à sua configuração eletrônica, ou seja, a forma como seus seis elétrons estão dispostos
energeticamente. Tal disposição possibilita muitas alternativas, incluindo ligações consigo próprio –
criando cadeias ou conglomerados de átomos ligados, o que faz com que o número de combinações
seja incontável. Assim, é praticamente infinito o número de moléculas baseadas em carbono!
[25] Do lápis ao diamante
Parece impossível acreditar, mas o diamante e o grafite (usado nos lápis) possuem exatamente
a mesma composição química: somente átomos de carbono. Mas, se são formados exclusivamente
pelo mesmo elemento químico, como podem ser tão diferentes? A resposta está na característica que
faz do carbono o ‘elemento da vida’: as diversas formas como seus átomos de carbono se ligam e se
[30] organizam são capazes de originar substâncias muito diferentes.
No diamante, cada átomo de carbono está diretamente ligado a outros quatro, que, por sua vez,
estão ligados a outros quatro, e assim sucessivamente.
Já no grafite, cada átomo de carbono se liga a outros três, todos no mesmo plano, formando
estruturas que se parecem com o desenho de uma colmeia, originando folhas planares com um único
[35] átomo de espessura. Várias dessas folhas se empilham umas sobre as outras, como se fossem um pão
de forma ou um monte de cartas de baralho, formando o grafite.
Uma das propriedades do grafite é sua ‘maciez’, que se deve justamente ao deslizamento dessas
folhas umas sobre as outras, por fricção. Quando escrevemos, o pedaço de grafite que sai do lápis e
fica grudado no papel foi rompido por esse deslizamento das folhas, causado pela fricção do papel
[40] sobre o lápis. Já o diamante é extremamente duro, decorrente da estrutura formada pelas quatro
ligações químicas de cada átomo.
Aldo J.G. Zarbin Departamento de Química, Universidade Federal do Paraná Disponível em: http://cienciahoje.org.br/artigo/carbono-essencial-e-versatil/, 19/07/2019
A vida escolheu o carbono por um motivo simples: é o único elemento
com estrutura atômica adequada... (l. 13-14)
A ideia global da frase é explicitada ao substituir os dois-pontos por:
Questão 6 11048305
Estácio 2020/1TESTEMUNHA DE MIM
Entrevista com Paula Sibilia
Quais são as principais mudanças trazidas pelas redes sociais na relação entre o Eu e o Outro?
O que eu analiso nos meus livros não é exatamente uma mudança trazida pelas redes sociais – ou por
qualquer outra tecnologia como os celulares ou a internet, por exemplo. Trata-se de uma transformação
histórica bem mais radical porque vem de mais longe, envolvendo um conjunto de fatores socioculturais,
[5] políticos e econômicos bastante complexos. Foram essas mudanças que levaram à invenção desses
dispositivos técnicos hoje tão popularizados. Ou seja: o fenômeno que estamos querendo compreender
não foi “causado” pelos dispositivos digitais, mas compreende as tecnologias como mais um fator que,
em muitos casos, é mais uma consequência do que uma causa.
E no que consiste essa transformação? Ela seria um desdobramento da “sociedade do espetáculo”
[10] antevista por Guy Debord?
É algo bastante complexo e denso, difícil de resumir em poucas palavras e até mesmo de mapear; mas
tem relação, sim, com o diagnóstico que Guy Debord apresentou (há mais de meio século!) em suas teses
sobre a sociedade do espetáculo. À luz de certos fenômenos já claramente vigentes naquela época, tais
como o consumismo e a forte influência dos meios audiovisuais (o cinema, a televisão e, sobretudo,
[15] a publicidade), esse artista e ativista francês vislumbrou uma transformação muito problemática nos
modos de viver. Claro que Guy Debord não poderia ter imaginado, em 1967, nem em seus piores
pesadelos, algo como Facebook. Contudo, a dinâmica que hoje vemos se generalizar em vários sentidos
já estava sendo configurada naqueles tempos; e foi o avanço desses movimentos históricos que levou
ao desenvolvimento dessas tecnologias que hoje usamos tão ativamente para nos relacionar conosco,
[20] com os outros e com o mundo de modos muito diferentes de como o fazíamos poucas décadas atrás.
Por quais transformações passou essa configuração histórica do “eu”?
Hoje vemos como se desenvolvem outros tipos de eu, bastante distantes daqueles que proliferaram, de
modo hegemônico, ao longo dos séculos 19 e 20 nas sociedades ocidentais. O cerne dessa subjetividade
moderna se localizava “dentro” de cada um, era tematizado como uma essência oculta e misteriosa,
[25] porém muito mais valiosa e verdadeira do que as vãs aparências. Com as transformações ocorridas nas
últimas décadas, esse eixo “interior” foi se deslocando para o campo do visível: passou a priorizar tudo
aquilo que se vê, o que os outros enxergam de nós. A imagem corporal se tornou primordial, daí toda a
relevância dada ao aspecto físico e ao fenômeno conhecido como “culto ao corpo”. Mas não se esgota
apenas nisso: também é fundamental que os atos e os comportamentos antes ocultos (ou considerados
[30] íntimos) agora se exponham publicamente, para que os outros sejam capazes de testemunhar, julgar e,
de preferência, celebrar ou legitimar.
E “o outro”? As redes sociais representam uma ameaça à alteridade?
Primeiro, creio importante destacar que não há nada de essencialmente negativo nesta transformação
histórica das subjetividades. Ao contrário até, pois não deixa de ser uma interessante conquista histórica
[35] esse deslocamento da interioridade psicológica moderna (afinal, e em vários sentidos, uma sorte
de prisão para o “eu”) em direção ao campo da sociabilidade. Contudo, como nas últimas décadas
também ocorreu uma feroz intensificação do capitalismo e uma generalização da lógica empresarial,
que – junto com a dinâmica própria do espetáculo – passou a impregnar todos os âmbitos da vida, essa
transformação histórica foi capturada pelo mercado. Não apenas no sentido literal, que é evidente,
[40] mas também em planos mais sutis, que envolvem os modos de lidar consigo, com os outros e com o
mundo de acordo com os códigos da mídia ou do marketing. Vemos, então, uma instrumentalização do
outro como mero público consumidor do eu, algo que tende a ignorar toda a riqueza potencialmente
transformadora da alteridade.
Qual é o papel das imagens nesse contexto?
[45] Não deixa de ser surpreendente que tenhamos adotado com tanto entusiasmo, com tanta rapidez
e eficácia, esses aparelhos com câmeras, telas e acesso aos outros a todo momento e em qualquer
lugar. São canais midiáticos que funcionam como vitrines para exibir e “compartilhar” o que fazemos,
gostamos, queremos, sonhamos, curtimos, etc. Os modos mais habituais de utilizá-los é praticando uma
certa “edição”, uma sorte de performance de um “personagem real” que fazemos de nós mesmos,
[50] quase sempre comandada pelos códigos do marketing e pela estética da publicidade. Essas estratégias
podem ser mais ou menos bem-sucedidas, mas de todo modo são tentativas de solicitar a aprovação
dos outros, bem decalcadas na lógica do mercado e do espetáculo.
http://bravo.vc/seasons/s06e01
Com as transformações ocorridas nas últimas décadas, esse eixo “interior” foi se deslocando para o campo
do visível: passou a priorizar tudo aquilo que se vê, o que os outros enxergam de nós (l. 25-27)
Mantendo o sentido original, os dois-pontos podem ser substituídos pela seguinte expressão:
Pastas
06