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Questão 12 111351
UFPR 2016Famílias em transformação
O projeto de lei que cria o Estatuto da Família colocou na pauta do dia a discussão a respeito do conceito de família. Afinal, o que é família hoje? Alguém aí tem uma definição, para a atualidade, que consiga acolher todos os grupos existentes que vivem em contextos familiares?
A Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa: “Família é a união entre homem e mulher, por meio de casamento ou de união estável, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos”. Essa é a definição aprovada pela Câmara para o projeto cuja finalidade é orientar as políticas públicas quanto aos direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –, principalmente nas áreas de segurança, saúde e educação. Vou deixar de lado a discussão a respeito das injustiças, preconceitos e exclusões que tal definição comporta, para conversar a respeito das famílias da atualidade.
Desde o início da segunda metade do século passado, o conceito de família entrou em crise, e uso a palavra crise no sentido mais positivo do termo: o que aponta para renovação e transição; mudança, enfim. Até então, tínhamos, na modernidade, uma configuração social hegemônica de família, que era pautada por um tipo de aliança – entre um homem e uma mulher – e por relações de consanguinidade. As mudanças ocorridas no mundo determinaram inúmeras alterações nas famílias, não apenas em seu desenho, mas, principalmente, em suas dinâmicas.
E é importante aceitar essa questão: não foram as famílias que provocaram mudanças na sociedade; esta é que determinou muitas mudanças nas famílias. Só assim iremos conseguir enxergar que a família não é um agente de perturbação da sociedade. É a sociedade que tem perturbado, e muito, o funcionamento familiar. Um exemplo? Algumas mulheres renunciam ao direito de ficar com o filho recém-nascido durante todo o período da licença-maternidade determinado por lei, porque isso pode atrapalhar sua carreira profissional. Em outras palavras: elas entenderam que a sociedade prioriza o trabalho em detrimento da dedicação à família. É assim ou não é?
Se pudéssemos levantar um único quesito que seria fundamental para caracterizar a transformação de um agrupamento de pessoas em família, eu diria que é o vínculo, tanto horizontal quanto vertical. E, hoje, todo mundo conhece grupos de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que têm relação de parentesco que não se constituem verdadeiramente em família, por absoluta falta de vínculo entre seus integrantes.
Os novos valores sociais têm norteado as pessoas para esse caminho. Vamos lembrar valores decisivos para nossa sociedade: o consumo, que valoriza o trabalho exagerado, a ambição desmedida e o sucesso a qualquer custo; a juventude, que leva adultos, independentemente da idade, a adotar um estilo de vida juvenil, que dá pouco espaço para o compromisso que os vínculos exigem; a busca da felicidade, identificada com satisfação imediata, que leva a trocas sucessivas nos relacionamentos amorosos, como amizades e par afetivo, só para citar alguns exemplos. O vínculo afetivo tem relação com a vida pessoal. O vínculo social, com a cidadania. Ambos estão bem frágeis, não é?
SAYÃO, Rosely. . Em 29 set. 2015.
Identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas sobre o uso de expressões e/ou sinais de pontuação no texto.
( ) O diálogo com o leitor é marcado no texto pelo uso da expressão “alguém aí”, na segunda linha, e pelo uso recorrente da interrogação.
( ) A expressão sublinhada em “a Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa” antecipa para o leitor a adesão da autora à definição de família aprovada para o projeto de lei do Estatuto da Família.
( ) No trecho “direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –”, a expressão entre travessões alerta o leitor para a restrição do conceito de família mencionado.
( ) As expressões “desde o início da segunda metade do século passado” e “até então” (3º parágrafo) introduzem informações situadas em um mesmo período.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Questão 2 310491
UFVJM 2014/2Texto I
50 anos do golpe militar brasileiro, uma reflexão.
Ney Iared Reynaldo, doutor em História da América, docente dos cursos de História e Ciências Econômicas/ICHS/CUR/UFMT
Caros leitores, o golpe civil-militar desfechado em 1º de abril de 1964 inaugurou um dos períodos sangrentos e violentos de nossa história. Longos 21 anos para que as instituições políticas brasileiras fossem redemocratizadas, ainda assim tendo que engolir a derrota do movimento pelas diretas e o dissabor da anistia negociada, por um partido de “oposição consentida” responsável pelo fenômeno do terrorismo de Estado contra o qual se mobilizaram diferentes segmentos da sociedade como: intelectuais, artistas, ligas camponesas, o movimento operário, estudantil, a guerrilha urbana e tantos outros atores sociais.
Cabe ressaltar que distante de criar uma dicotomia entre o “bem”, civil, e o “mal”, militar, é sempre bom termo lembrar o período autoritário, como suporte âncora das elites nacionais e de setores das classes médias e populares, é alertar para o fato de que a ruptura da democracia é causada, por vezes, por aqueles que alegam lutar em sua defesa. Não por acaso que setores das Forças Armadas e da sociedade ainda denominam o golpe de 1964 como “revolução”, que teria impedido de alguma forma a tomada do Estado pelo comunismo e o seu alinhamento ao socialismo subversivo.
O golpe ditatorial de 64 foi macabro, sinistro e de longa duração. O transcurso de seus 50 anos exige dessa nova geração um acerto de contas com o passado, para que se estabeleça a verdade, a justiça e a memória dos que foram brutalmente assassinados, perseguidos, exilados e torturados. Em nome dos que tiveram os direitos políticos, civis, sindicais e sociais cassados, também multidões de trabalhadores que sofreram o desemprego, o confisco, o arrocho salarial e os ritmos deprimentes do trabalho.
Tudo a favor da riqueza e do poder que, através dos altos oficiais militares, impuseram a dependência crescente ao grande capital mundial e jogaram o país em um endividamento externo sem precedentes que deu início à sequência da “década perdida”, dos anos 1980. Todavia, precisamos ir além, pois são evidentes as mazelas e heranças da ditadura militar até os dias atuais. O monumental aparato repressivo que se ergue em prol da Copa, completa o pacote de seus negócios e repressão às manifestações populares, com leis de exceção e criminalização aprovadas em diversos níveis legislativos, nos servem de alerta.
Enquanto a Comissão da Verdade instalada pelo Governo Federal vem caminhando para encerrar seus trabalhos, após dois anos de pesquisas e investigações que buscam elucidar alguns aspectos obscuros da ditadura, movimentos sociais e grupos organizados fazem intervenções artísticas em diversas cidades, renomeando praças, ruas, avenidas e pontes com nomes de desaparecidos e mortos pela repressão no lugar daqueles militares, policiais e civis apoiadores do aparato sociopolítico que cerceou a liberdade e a democracia nesse país.
Enfim, a sociedade brasileira necessita romper com as heranças malditas do golpe de 64, que ainda contaminam nossas instituições. Creio ser este o verdadeiro sentido de lembrarmos desta data. Assim, espera-se que esse texto permita ao público olhar para o período de governo autoritário vivido pelo Brasil entre 1964 e 1985, como um exercício de suma importância para a manutenção da democracia que reerguemos após estes 21 anos, à custa de centenas de vidas perdidas, destruídas, de famílias desfeitas e destroçadas.
Fonte: http://www.atribunamt.com.br/2014/04/50-anos-dogolpe-militar-brasileiro-uma-reflexao/ Acesso em: 15 de abril de 2014. Adaptado.
ASSINALE a alternativa em que a mudança da pontuação do título desse texto acarreta alteração do sentido inicial.
Questão 11 6824522
UFRGS 1° Dia 2022Instrução: A questão referem-se ao texto abaixo.
Entre a desordem carnavalesca, que
permite e estimula o excesso, e a ordem, que
requer a continência e a disciplina pela
obediência estrita às leis, como é que nós,
[5] brasileiros, ficamos? Qual a nossa relação e a
nossa atitude para com e diante de uma lei
universal que teoricamente deve valer para
todos? Como procedemos diante da norma
geral, se fomos criados numa casa onde, desde
[10] a mais tenra idade, aprendemos que há
sempre um modo de satisfazer nossas
vontades e desejos, mesmo que isso vá de
encontro às normas do bom-senso e da
coletividade em geral?
[15] Num livro que escrevi – Carnavais,
malandros e heróis –, lancei a tese de que o
dilema brasileiro residia numa trágica oscilação
entre um esqueleto nacional feito de leis
universais cujo sujeito era o indivíduo e
[20] situações onde cada qual se salvava e se
despachava como podia, utilizando para isso o
seu sistema de relações pessoais. Haveria,
assim, nessa colocação, um verdadeiro
combate entre as leis que devem valer para
[25] todos e as relações que evidentemente só
podem funcionar para quem as tem. O
resultado é um sistema social dividido e até
mesmo equilibrado entre duas unidades sociais
básicas: o indivíduo (o sujeito das leis
[30] universais que modernizam a sociedade) e a
pessoa (o sujeito das relações pessoais, que
conduz ao polo tradicional do sistema). Entre
os dois, o coração dos brasileiros balança. E no
meio dos dois, a malandragem, o “jeitinho” e o
[35] famoso e antipático “sabe com quem está
falando?” seriam modos de enfrentar essas
contradições e paradoxos de modo tipicamente
brasileiro. Ou seja: fazendo uma mediação
também pessoal entre a lei, a situação onde ela
[40] deveria aplicar-se e as pessoas nela
implicadas, de tal sorte que nada se modifique,
apenas ficando a lei um pouco desmoralizada,
mas, como ela é insensível e não é gente como
nós, todo mundo fica, como se diz, numa boa,
[45] e a vida retorna ao seu normal...
De fato, como é que reagimos diante de um
“proibido estacionar”, “proibido fumar”, ou
diante de uma fila quilométrica? Como é que
se faz diante de um requerimento que está
[50] sempre errado? Ou diante de um prazo que já
se esgotou e conduz a uma multa automática
que não foi divulgada de modo apropriado pela
autoridade pública? Ou de uma taxação injusta
e abusiva?
Adaptado de: DA MATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1984. p. 97-99.
Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I - As interrogações no último parágrafo servem para o autor problematizar o tema com o leitor.
II - Os parênteses no segundo parágrafo servem para o autor explicar termos para o leitor.
III- As aspas no terceiro parágrafo servem para o autor introduzir passagens citadas de outros contextos.
Quais estão corretas?
Questão 7 1646860
Unit-SE Medicina 1° Dia 2019/1TEXTO:
“Se te perguntarem quem era essa que às areias
e aos gelos quis ensinar a primavera…”: é assim que
Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar
primavera às areias e aos gelos é coisa difícil. Gelos
[5] e areias nada sabem sobre primaveras... Pois eu
desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada
sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como
ensiná-la?
Seria possível ensinar a beleza de uma sonata
[10] de Mozart a um surdo? Como, se ele não ouve? E
poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um
cego? De que pedagogia irei me valer para comunicar
cores e formas a quem não vê? Há coisas que não
podem ser ensinadas. Há coisas que estão além das
[15] palavras. Os cientistas, os filósofos e os professores
são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que
podem ser ensinadas. Coisas que são ensinadas são
aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade
muitas coisas podem ser ditas. Por exemplo, eu acho
[20] possível desenvolver uma psicologia da solidariedade.
Acho também possível desenvolver uma sociologia
da solidariedade. E, filosoficamente, uma ética da
solidariedade… Mas os saberes científicos e filosóficos
da solidariedade não ensinam a solidariedade, da
[25] mesma forma como a crítica da música e da pintura
não ensina às pessoas a beleza da música e da
pintura. A solidariedade, como a beleza, é inefável –
está além das palavras.
Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros
[30] engaioláveis. Os saberes, todos eles, são pássaros
engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que
não pode ser engaiolado. Ela não pode ser dita. A
solidariedade pertence a uma classe de pássaros que
só existem em voo. Engaiolados, esses pássaros
[35] morrem. [...]
O que pode ser ensinado são as coisas que
moram no mundo de fora: astronomia, física, química,
gramática, anatomia, números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora.
[40] Coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas
na carne, como se fossem sementes à espera…
Já disse que solidariedade é um sentimento. É
esse o sentimento que nos torna mais humanos. É
um sentimento estranho, que perturba nossos próprios
[45] sentimentos. [...] A solidariedade é uma forma visível
do amor. Pela magia do sentimento de solidariedade,
meu corpo passa a ser morada de outro. É assim que
acontece a bondade.
Mas fica pendente a pergunta inicial: como
[50] ensinar primavera a gelos e areias? Para isso as
palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário
fazer nascer ipês no meio dos gelos e das areias! E eu
só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra
dos poetas. Ensinar solidariedade?
[55] Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas
igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na
televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e,
principalmente, na solidão… [...]
ALVES, Rubem. É assim que acontece a bondade. Disponível em: emocionante-texto-de-rubem-alves/. Acesso em: 4 nov. 2018.
No que se refere aos sinais de pontuação usados no texto, é correto afirmar:
Questão 37 301112
UDESC Manhã 2018/2TEXTO 1
ARLEQUINADA
Que idade tens, Colombina?
Será a idade que pareces?...
Tivesses a que tivesses!
Tu para mim és menina.
[5] Que exíguo o teu talhe! E penso:
Cambraia pouca precisa:
Pode ser toda num lenço
Cortada a tua camisa...
Teus seios têm treze anos.
[10] Dão os dois uma mancheia...
E essa inocência incendeia,
Faz cinza de desenganos...
O teu pequenino queixo
- Símbolo do teu capricho –
[15] É dele que mais me queixo,
Que por ele assim me espicho!
Tua cabeleira rara
Também ela é de criança:
Dará uma escassa trança,
[20] Onde eu mal me estrangulara!
E que direi do franzino,
Do breve pé de menina?...
Seria o mais pequenino
No jogo da pampolina...
[25] Infantil é o teu sorriso.
A cabeça, essa é de vento
Não sabe o que é pensamento
E jamais terá juízo...
Crês tu que os recém-nascidos
[30] São achados entre as couves?...
Mas vejo que os teus ouvidos
Ardem... Finges que não ouves
Perdão, perdão, Colombina!
Perdão, que me deu na telha
[35] Cantar em medida velha
Teus encantos de menina...
Juiz de Fora, 1918
BANDEIRA, Manuel, Melhores poemas, 17a ed. – São Paulo: Global, 2015, pp. 39/40.
Analise as proposições em relação à obra Melhores poemas, Manuel Bandeira, e ao Texto 1.
I. Nos versos “Será a idade que pareces” (verso 2) e “Tivesses a que tivesses” (verso 3) a palavra destacada, em relação à morfossintaxe, classifica-se em artigo/adjunto adnominal e pronome demonstrativo/objeto direto, sequencialmente.
II. No verso “Que exíguo o teu talhe! E penso” (verso 5) se as palavras destacadas forem substituídas, respectivamente, por pequeno e porte o sentido e a coerência, no texto, são mantidos.
III. O sinal de pontuação de reticências nos versos “Dão os dois uma mancheia...” (verso 10) e “Faz cinza de desenganos...” (verso 12) é usado para reforçar o sentido dos termos assinalados.
IV. O poema é marcado por elementos linguísticos como, reticências e interrogação, ponto de exclamação, dois pontos, vocativo, para configurar a função que o autor deseja: registrar a emoção, a expressividade por meio da expressão oral.
V. Nos versos “Que idade tens, Colombina” (verso 1) e “Perdão, perdão, Colombina” (verso 33) a palavra destacada, em relação à morfologia, é substantivo próprio nos dois versos e, quanto à sintaxe, no verso 1 é vocativo e no verso 33, sujeito.
Assinale a alternativa correta.
Questão 8 304456
FCM PB 2018/2Sobre o emprego dos sinais de pontuação, NÃO é correto afirmar: