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Questão 2 310491
UFVJM 2014/2Texto I
50 anos do golpe militar brasileiro, uma reflexão.
Ney Iared Reynaldo, doutor em História da América, docente dos cursos de História e Ciências Econômicas/ICHS/CUR/UFMT
Caros leitores, o golpe civil-militar desfechado em 1º de abril de 1964 inaugurou um dos períodos sangrentos e violentos de nossa história. Longos 21 anos para que as instituições políticas brasileiras fossem redemocratizadas, ainda assim tendo que engolir a derrota do movimento pelas diretas e o dissabor da anistia negociada, por um partido de “oposição consentida” responsável pelo fenômeno do terrorismo de Estado contra o qual se mobilizaram diferentes segmentos da sociedade como: intelectuais, artistas, ligas camponesas, o movimento operário, estudantil, a guerrilha urbana e tantos outros atores sociais.
Cabe ressaltar que distante de criar uma dicotomia entre o “bem”, civil, e o “mal”, militar, é sempre bom termo lembrar o período autoritário, como suporte âncora das elites nacionais e de setores das classes médias e populares, é alertar para o fato de que a ruptura da democracia é causada, por vezes, por aqueles que alegam lutar em sua defesa. Não por acaso que setores das Forças Armadas e da sociedade ainda denominam o golpe de 1964 como “revolução”, que teria impedido de alguma forma a tomada do Estado pelo comunismo e o seu alinhamento ao socialismo subversivo.
O golpe ditatorial de 64 foi macabro, sinistro e de longa duração. O transcurso de seus 50 anos exige dessa nova geração um acerto de contas com o passado, para que se estabeleça a verdade, a justiça e a memória dos que foram brutalmente assassinados, perseguidos, exilados e torturados. Em nome dos que tiveram os direitos políticos, civis, sindicais e sociais cassados, também multidões de trabalhadores que sofreram o desemprego, o confisco, o arrocho salarial e os ritmos deprimentes do trabalho.
Tudo a favor da riqueza e do poder que, através dos altos oficiais militares, impuseram a dependência crescente ao grande capital mundial e jogaram o país em um endividamento externo sem precedentes que deu início à sequência da “década perdida”, dos anos 1980. Todavia, precisamos ir além, pois são evidentes as mazelas e heranças da ditadura militar até os dias atuais. O monumental aparato repressivo que se ergue em prol da Copa, completa o pacote de seus negócios e repressão às manifestações populares, com leis de exceção e criminalização aprovadas em diversos níveis legislativos, nos servem de alerta.
Enquanto a Comissão da Verdade instalada pelo Governo Federal vem caminhando para encerrar seus trabalhos, após dois anos de pesquisas e investigações que buscam elucidar alguns aspectos obscuros da ditadura, movimentos sociais e grupos organizados fazem intervenções artísticas em diversas cidades, renomeando praças, ruas, avenidas e pontes com nomes de desaparecidos e mortos pela repressão no lugar daqueles militares, policiais e civis apoiadores do aparato sociopolítico que cerceou a liberdade e a democracia nesse país.
Enfim, a sociedade brasileira necessita romper com as heranças malditas do golpe de 64, que ainda contaminam nossas instituições. Creio ser este o verdadeiro sentido de lembrarmos desta data. Assim, espera-se que esse texto permita ao público olhar para o período de governo autoritário vivido pelo Brasil entre 1964 e 1985, como um exercício de suma importância para a manutenção da democracia que reerguemos após estes 21 anos, à custa de centenas de vidas perdidas, destruídas, de famílias desfeitas e destroçadas.
Fonte: http://www.atribunamt.com.br/2014/04/50-anos-dogolpe-militar-brasileiro-uma-reflexao/ Acesso em: 15 de abril de 2014. Adaptado.
ASSINALE a alternativa em que a mudança da pontuação do título desse texto acarreta alteração do sentido inicial.
Questão 7 1646860
Unit-SE Medicina 1° Dia 2019/1TEXTO:
“Se te perguntarem quem era essa que às areias
e aos gelos quis ensinar a primavera…”: é assim que
Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar
primavera às areias e aos gelos é coisa difícil. Gelos
[5] e areias nada sabem sobre primaveras... Pois eu
desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada
sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como
ensiná-la?
Seria possível ensinar a beleza de uma sonata
[10] de Mozart a um surdo? Como, se ele não ouve? E
poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um
cego? De que pedagogia irei me valer para comunicar
cores e formas a quem não vê? Há coisas que não
podem ser ensinadas. Há coisas que estão além das
[15] palavras. Os cientistas, os filósofos e os professores
são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que
podem ser ensinadas. Coisas que são ensinadas são
aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade
muitas coisas podem ser ditas. Por exemplo, eu acho
[20] possível desenvolver uma psicologia da solidariedade.
Acho também possível desenvolver uma sociologia
da solidariedade. E, filosoficamente, uma ética da
solidariedade… Mas os saberes científicos e filosóficos
da solidariedade não ensinam a solidariedade, da
[25] mesma forma como a crítica da música e da pintura
não ensina às pessoas a beleza da música e da
pintura. A solidariedade, como a beleza, é inefável –
está além das palavras.
Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros
[30] engaioláveis. Os saberes, todos eles, são pássaros
engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que
não pode ser engaiolado. Ela não pode ser dita. A
solidariedade pertence a uma classe de pássaros que
só existem em voo. Engaiolados, esses pássaros
[35] morrem. [...]
O que pode ser ensinado são as coisas que
moram no mundo de fora: astronomia, física, química,
gramática, anatomia, números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora.
[40] Coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas
na carne, como se fossem sementes à espera…
Já disse que solidariedade é um sentimento. É
esse o sentimento que nos torna mais humanos. É
um sentimento estranho, que perturba nossos próprios
[45] sentimentos. [...] A solidariedade é uma forma visível
do amor. Pela magia do sentimento de solidariedade,
meu corpo passa a ser morada de outro. É assim que
acontece a bondade.
Mas fica pendente a pergunta inicial: como
[50] ensinar primavera a gelos e areias? Para isso as
palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário
fazer nascer ipês no meio dos gelos e das areias! E eu
só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra
dos poetas. Ensinar solidariedade?
[55] Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas
igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na
televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e,
principalmente, na solidão… [...]
ALVES, Rubem. É assim que acontece a bondade. Disponível em: emocionante-texto-de-rubem-alves/. Acesso em: 4 nov. 2018.
No que se refere aos sinais de pontuação usados no texto, é correto afirmar:
Questão 37 301112
UDESC Manhã 2018/2TEXTO 1
ARLEQUINADA
Que idade tens, Colombina?
Será a idade que pareces?...
Tivesses a que tivesses!
Tu para mim és menina.
[5] Que exíguo o teu talhe! E penso:
Cambraia pouca precisa:
Pode ser toda num lenço
Cortada a tua camisa...
Teus seios têm treze anos.
[10] Dão os dois uma mancheia...
E essa inocência incendeia,
Faz cinza de desenganos...
O teu pequenino queixo
- Símbolo do teu capricho –
[15] É dele que mais me queixo,
Que por ele assim me espicho!
Tua cabeleira rara
Também ela é de criança:
Dará uma escassa trança,
[20] Onde eu mal me estrangulara!
E que direi do franzino,
Do breve pé de menina?...
Seria o mais pequenino
No jogo da pampolina...
[25] Infantil é o teu sorriso.
A cabeça, essa é de vento
Não sabe o que é pensamento
E jamais terá juízo...
Crês tu que os recém-nascidos
[30] São achados entre as couves?...
Mas vejo que os teus ouvidos
Ardem... Finges que não ouves
Perdão, perdão, Colombina!
Perdão, que me deu na telha
[35] Cantar em medida velha
Teus encantos de menina...
Juiz de Fora, 1918
BANDEIRA, Manuel, Melhores poemas, 17a ed. – São Paulo: Global, 2015, pp. 39/40.
Analise as proposições em relação à obra Melhores poemas, Manuel Bandeira, e ao Texto 1.
I. Nos versos “Será a idade que pareces” (verso 2) e “Tivesses a que tivesses” (verso 3) a palavra destacada, em relação à morfossintaxe, classifica-se em artigo/adjunto adnominal e pronome demonstrativo/objeto direto, sequencialmente.
II. No verso “Que exíguo o teu talhe! E penso” (verso 5) se as palavras destacadas forem substituídas, respectivamente, por pequeno e porte o sentido e a coerência, no texto, são mantidos.
III. O sinal de pontuação de reticências nos versos “Dão os dois uma mancheia...” (verso 10) e “Faz cinza de desenganos...” (verso 12) é usado para reforçar o sentido dos termos assinalados.
IV. O poema é marcado por elementos linguísticos como, reticências e interrogação, ponto de exclamação, dois pontos, vocativo, para configurar a função que o autor deseja: registrar a emoção, a expressividade por meio da expressão oral.
V. Nos versos “Que idade tens, Colombina” (verso 1) e “Perdão, perdão, Colombina” (verso 33) a palavra destacada, em relação à morfologia, é substantivo próprio nos dois versos e, quanto à sintaxe, no verso 1 é vocativo e no verso 33, sujeito.
Assinale a alternativa correta.
Questão 8 304456
FCM PB 2018/2Sobre o emprego dos sinais de pontuação, NÃO é correto afirmar:
Questão 10 481797
IFNMG 2018/1TEXTO
Considerando a pontuação das falas nos quadrinhos, assinale a alternativa INCORRETA:
Questão 8 130131
FCM PB Medicina 2017/1TEXTO – OS DESÍGNÍOS E A CARACTERIZAÇÃO DA CIÊNCIA APLICADA
Se perguntássemos o que caracteriza efetivamente a ciência aplicada, eu diria que, essencialmente, sua condição intrínseca de observação dos fatos reais, de análise experimental em laboratório, ou em campos específicos e, posteriormente, pelo retorno às suas fontes originais de pesquisa, como forma de intervenção, em vista de melhorias sociais e de novas descobertas técnico-científicas. Esse desdobramento final depende muito mais de ações políticas e de interesses econômicos do que propriamente da vontade dos pesquisadores ou das comunidades científicas. É desnecessário dizer que nenhuma produção do conhecimento deveria ter um fim em si mesma, ou que se destina exclusivamente a grupos restritos. Sua finalidade é fazer que, cada vez mais, pessoas sejam beneficiadas.
Decorre, nesse sentido, a realidade consequencial de que o que a ciência pode fazer pela sociedade nada mais é do que um reflexo daquilo que a sociedade tem feito pela ciência. Porém, o que, em tese, parece ser uma obviedade não é tão evidente quanto julgamos, pois essa caracterização da ciência é permanentemente contestada por fatos que atentam diariamente contra o que é essencial na vida das pessoas como, por exemplo, as garantias e os direitos fundamentais que devem servir de regra básica em todos os países cujos regimes políticos se baseiam nos princípios de uma sociedade livre e democrática.
No que concerne ao Brasil, a Constituição Federal de 1988, no seu art. 5º, estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo a todos a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, o que nos leva a questionar sobre como ficam esses direitos e garantias fundamentais, quando nos deparamos com problemas relacionados à falta de infraestrutura sanitária para grande parte da população? Com a falta ou má qualidade da alimentação? A existência de doenças tropicais, cujos vetores já foram erradicados em todos os países desenvolvidos? As epidemias, de dengue, chikungunya e, mais recentemente, a contaminação causada pelo vírus zika? São perguntas para as quais não teremos respostas nos próximos 30 ou 40 anos.
Tais resoluções dependem de inovação tecnológica e pesquisas científicas, mas, sobretudo, dependem de mobilização social e nova consciência das lideranças políticas. Não nos abranda o fato de que, por ironia ou não, essa situação de ameaças epidêmicas não se limite aos países subdesenvolvidos.
Com muita propriedade escreveu J.L. Poersch, em 1972, no livro de síntese às teorias evolucionistas de Teilhard de Chardin, sob o título Evolução e Antropologia no espaço e no tempo, em que nos diz “... o centro coletor das energias cósmicas, o Homem está predestinado a crescer em valor e dignidade, em poder e grandeza, até submeter todas as potências do mundo ao seu completo domínio”. É bem verdade que, de acordo com esse conceito de pleno domínio das energias cósmicas e potências mundiais, ora contrariando, ora confirmando o que foi escrito por J.L. Poersch, avanços já foram alcançados ao longo desses últimos 50 anos como, por exemplo, as descobertas no campo da medicina. O lado injusto de todo o progresso aqui mencionado é que ele é alcançado apenas por uma parcela bem pequena da população mundial.
Direcionando nosso discurso para o campo da saúde, observemos o relato do documento interministerial elaborado conjuntamente com os Ministérios da Saúde e da Educação em 2015: “Desigualdades geográficas na distribuição de médicos podem ser encontradas em vários países e regiões. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 50% da população mundial reside em áreas rurais remotas, mas essas áreas são servidas por menos de 25% da força de trabalho médico”. Assim, fica claro que ainda há muito a ser feito para que os direitos e as garantias fundamentais sejam uma realidade extensiva a todos.[...]
(LIMA,João Batista Gomes de Lima. Os desígnios e a caracterização da Ciência Aplicada. O mundo da saúde.v 39. n.4)
No terceiro parágrafo, um sinal de pontuação repetidamente utilizado é a interrogação. Tal sinal se justifica, no texto, pelo fato de as perguntas