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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 14 448108
IFRN 2018/2TEXTO
Para responder à questão, leia as afirmativas a seguir referentes ao uso das aspas no Texto.
I. O uso do ponto de exclamação no final das sentenças dos quadrinhos indica entusiasmo, embora esse entusiasmo seja decrescente.
II. O uso das reticências no final das sentenças dos dois últimos quadrinhos indica decepção após instantes de euforia.
III. O vocábulo NOSSA assume valor de substantivo e função de sujeito.
IV. A forma verbal repetida no texto integra um predicado verbo-nominal.
Estão corretas apenas as afirmativas
Questão 15 1558833
UEMA 2020O trecho a seguir, extraído de Verão no Aquário, é um diálogo entre as personagens Patrícia e Raíza, respectivamente mãe e filha. Leia-o para responder à questão que segue.
- Vou pedir à titia que vista uma roupa de fada e me transforme num peixe. Deve ser boa a vida de peixe de aquário, murmurei.
- Deve ser fácil. Aí ficam eles dia e noite, sem se preocupar com nada, há sempre alguém para lhes dar de comer, trocar a água... Uma vida fácil, sem dúvida. Mas não boa. Não esqueça de que eles vivem dentro de um palmo de água quando há um mar lá adiante.
- No mar seriam devorados por um peixe maior, mãezinha.
- Mas pelo menos lutariam. E nesse aquário não há luta, filha. Nesse aquário não há vida.
TELES, L. G. Verão no Aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
A pontuação no texto escrito constitui uma pista segura para o entendimento pretendido pelo discurso.
Em, “há sempre alguém para lhes dar de comer, trocar a água...” (2º.§), as reticências
Questão 7 1646860
Unit-SE Medicina 1° Dia 2019/1TEXTO:
“Se te perguntarem quem era essa que às areias
e aos gelos quis ensinar a primavera…”: é assim que
Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar
primavera às areias e aos gelos é coisa difícil. Gelos
[5] e areias nada sabem sobre primaveras... Pois eu
desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada
sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como
ensiná-la?
Seria possível ensinar a beleza de uma sonata
[10] de Mozart a um surdo? Como, se ele não ouve? E
poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um
cego? De que pedagogia irei me valer para comunicar
cores e formas a quem não vê? Há coisas que não
podem ser ensinadas. Há coisas que estão além das
[15] palavras. Os cientistas, os filósofos e os professores
são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que
podem ser ensinadas. Coisas que são ensinadas são
aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade
muitas coisas podem ser ditas. Por exemplo, eu acho
[20] possível desenvolver uma psicologia da solidariedade.
Acho também possível desenvolver uma sociologia
da solidariedade. E, filosoficamente, uma ética da
solidariedade… Mas os saberes científicos e filosóficos
da solidariedade não ensinam a solidariedade, da
[25] mesma forma como a crítica da música e da pintura
não ensina às pessoas a beleza da música e da
pintura. A solidariedade, como a beleza, é inefável –
está além das palavras.
Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros
[30] engaioláveis. Os saberes, todos eles, são pássaros
engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que
não pode ser engaiolado. Ela não pode ser dita. A
solidariedade pertence a uma classe de pássaros que
só existem em voo. Engaiolados, esses pássaros
[35] morrem. [...]
O que pode ser ensinado são as coisas que
moram no mundo de fora: astronomia, física, química,
gramática, anatomia, números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora.
[40] Coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas
na carne, como se fossem sementes à espera…
Já disse que solidariedade é um sentimento. É
esse o sentimento que nos torna mais humanos. É
um sentimento estranho, que perturba nossos próprios
[45] sentimentos. [...] A solidariedade é uma forma visível
do amor. Pela magia do sentimento de solidariedade,
meu corpo passa a ser morada de outro. É assim que
acontece a bondade.
Mas fica pendente a pergunta inicial: como
[50] ensinar primavera a gelos e areias? Para isso as
palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário
fazer nascer ipês no meio dos gelos e das areias! E eu
só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra
dos poetas. Ensinar solidariedade?
[55] Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas
igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na
televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e,
principalmente, na solidão… [...]
ALVES, Rubem. É assim que acontece a bondade. Disponível em: emocionante-texto-de-rubem-alves/. Acesso em: 4 nov. 2018.
No que se refere aos sinais de pontuação usados no texto, é correto afirmar:
Questão 25 638291
UP Demais Cursos 2019/1O texto a seguir é referência para a questão.
Os tatuís e o antropoceno
Você está em 2043. Cinco anos atrás, a civilização entrou em colapso. Metade da humanidade foi dizimada por epidemias, inundações, vazamentos em reatores nucleares, guerra civil. Os estados nacionais estão falidos. Não há mais elefantes, nem girafas, nem onças, nem centenas de outras espécies. A internet é lenta e deficiente, quase não funciona. Não há mais viagens aéreas. A comida é pouca e sempre a mesma. As usinas elétricas pararam de funcionar. A eletricidade é conseguida em pequena escala, com painéis solares.
Um dia, uma velhinha é assaltada por um jovem que rouba seus painéis solares. E aí começa o seguinte diálogo:
“Você faria isso com seus parentes?”
“Meus parentes morreram todos. E tiveram uma vida melhor que a minha. Você também teve. Sua eletricidade, seu carro, seu conforto... Vocês viveram bem _____ beça. Chegou _____ hora de pagar a conta. Você começa a pagar hoje. É como se eu fosse um oficial de justiça, sacou?”
“Mas não fui eu, pessoalmente, quem sujou o mundo. Foi o sistema. E é muito difícil mudar o sistema”.
“Então! É a mesma coisa. Não sou eu, pessoalmente, quem está roubando você. É o sistema. E é muito difícil mudar o sistema”
Essa cena está no romance The bone clocks, do escritor inglês David Mitchell, publicado em 2014. Ela me causou pesadelos durante algumas semanas, e continua me assombrando.
Trabalhei na área de meio ambiente durante alguns anos, e não foram poucos os relatórios, livros e artigos científicos que li sobre as catástrofes ecológicas contemporâneas e a devastação tão característica da nossa época. Mas nenhum desses documentos me deixou marcas tão profundas quanto o trecho que citei acima. Isso me fez pensar, mais uma vez, no potencial inigualável da literatura para evocar uma realidade. Talvez por isso a antropóloga Donna Haraway tenha sugerido que antropoceno não é uma palavra adequada para dar conta do terror da era em que vivemos. Em seu lugar, ela propôs o termo cthuluceno, em homenagem ao monstro apocalíptico criado pelo escritor H. P. Lovecraft.
Voltei a pensar no livro do David Mitchell ao esbarrar com uma fotografia que tirei na praia de Ipanema, anos atrás. Nela, meu filho de cinco anos segura um solitário tatuí na palma de sua mão. Era a primeira vez que ele via o pequeno crustáceo que eu encontrava aos milhares quando tinha a idade dele e frequentava _____ mesma praia. Naquele dia, passamos mais de uma hora caminhando na beira do mar _____ procura de outros tatuís, mas não achamos mais nenhum. Desde então, nunca mais vimos um tatuí.
O tatuí (Emerita brasiliensis), para quem nunca viu um, é (ou era) um bicho característico do litoral atlântico sulamericano, mais ou menos desde o Espírito Santo até o estuário do rio da Prata. Tem uns três ou quatro centímetros de comprimento e dizem que é muito saboroso (nunca provei, para mim seria como comer um animal doméstico). É uma espécie muito sensível _____ variações no ambiente e, por isso, tem sido usada como bioindicador, ou seja, como ferramenta para monitorar o estado do ecossistema em que vive. Fatores como aumento da poluição marinha e elevação da temperatura da água afetam rapidamente o comportamento, as características físicas e o ciclo de vida dos tatuís.
Uma vez li em algum lugar que, quanto mais calor no ambiente, mais rápido bate o pequeno coração do tatuí e, portanto, menor é o seu tempo de vida. Não sei se isso é verdade, mas não deixa de ser uma maneira tristemente poética de dar conta do desaparecimento dos tatuís das praias cariocas.
Em 2043, terei setenta e um anos. É difícil não me identificar com a velhinha da história. Mais difícil ainda acreditar que, no mundo de 2043, ainda existirão elefantes, girafas, onças e tatuís.
Bom, pelo menos nos restará o consolo de saber que não fomos nós, pessoalmente, que criamos esse mundo. Foi o... sistema.
(Gustavo Pacheco, diplomata e antropólogo. Disponível em: <https://epoca.globo.com/gustavo-pacheco/os-tatuis-oantropoceno-23031237>.)
O uso de reticências no último período do texto tem a função de:
Questão 67 247761
UNITINS 2018TEXTO
O SENTIDO DA VIDA
Estudo mostra que para se viver mais e melhor é preciso ter um objetivo
Ter um objetivo na vida reduz seu risco de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, ansiedade e depressão. Ter um objetivo na vida também traz longevidade. (...) Escolher um rumo na vida não é tão fácil quanto parece, pessoas hesitam e vão levando a vida como ela é, no melhor estilo taoísta. O problema é que, à sua volta, as cobranças e as fontes de estresse são tão intensas que logo a escolha de ir com a maré vira um problema.
Existe uma fórmula para encontrar um norte na vida e isso é descrito no livro Life on Purpose, de Victor Strecher, da Universidade de Michigan em Ann Harbour. De acordo com o Doutor Strecher, é definir objetivos diferentes, porém bem claros para cada área de importância em nossas vidas: família, trabalho, comunidade e pessoal.
Para cada uma dessas áreas, então, é preciso passar por três passos. O primeiro é imaginar o que queremos escrito em nossa lápide. Por exemplo: “Pai exemplar”, “amigo de todas as horas”, “inventor” etc. Esse propósito dura a vida toda e fica mais importante após a aposentadoria. Ter a noção de que deixará um legado faz com que a pessoa aprecie mais seu descanso e tema menos a morte. Segundo o autor, filósofos gregos consideravam que todo dia poderia ser o último de suas vidas, e isso aumentava sua produtividade e a apreciação pelos temas da vida.
A segunda regra é iniciar o quanto antes, mesmo sabendo que nunca é tarde para começar. Quanto mais jovem você decidir sua missão no mundo, mais tempo de vida você ganha. Um estudo de Patrick Turiano, publicado na revista Psychological Science, em 2014, com 7 mil adultos norte-americanos entre 20 e 70 anos, demonstrou que ter um propósito reduziu o risco de morte em 12% no período de 14 anos, independentemente da idade.
A terceira regra é pensar nos outros. O autor sugere que se medite por 20 minutos, pensando em coisas boas, que somos felizes, e que os outros não sofram, não só nossos entes queridos, mas nossos inimigos também (eu sei que não é fácil). Mas são só 20 minutinhos, algumas vezes na semana. Isso gera uma sensação de bem-estar que pode durar semanas. Trabalho voluntário com propósito possui também o mesmo efeito. Pense que seu trabalho não gera apenas seu salário, mas tem, ou terá papel benéfico para toda a sociedade.
Tudo isso parece um conto de fadas, porém, de acordo com o estudo do doutor Turiano, você pode ganhar mais dez anos de vida boa. Só não vale gastá-los com coisas mundanas. Faça a sua escolha.
(TUMA, Rogério. O sentido da vida. In: Carta Capital: Os banqueiros e o Brasil. 8 fev. 2017, p. 63)
Analise o emprego dos sinais de pontuação destacados nas frases a seguir:
1. Ter um objetivo na vida também traz longevidade. (...) Escolher um rumo na vida não é tão fácil quanto parece,
pessoas hesitam e vão levando a vida como ela é, no melhor estilo taoísta.
2. O autor sugere que se medite por 20 minutos, pensando em coisas boas, que somos felizes, e que os outros não sofram, não só nossos entes queridos, mas nossos inimigos também (eu sei que não é fácil).
3. “Pai exemplar”, “amigo de todas as horas”, “inventor”.
Assinale, de acordo com o texto, a alternativa que explica, respectivamente, o sentido em que os sinais de pontuação
foram usados nas frases.
Questão 10 1767666
EN 2° Dia 2018TEXTO
Leia o texto abaixo e responda a questão.
Para pessoas de opinião
Você me dirá que uma das coisas que mais preza é sua opinião. Prezá-la é considerado virtude. “- Fulano? É uma pessoa de opinião”. É preciso força e decisão para “ter opinião”. Não é fácil.
Você me dirá, ainda, do que é capaz de fazer para defender a própria opinião. Ter opinião é tão importante que há até um direito dos mais sagrados, o direito à opinião, ultimamente, aliás, bastante afetado, pois vivemos tempos de ampliação do delito de opinião. Ter opinião, em vez de ser considerado um estágio preliminar da convicção, passa a ser ameaçador.
Mas sem contrariar a força com que você defende as próprias opiniões e, sobretudo, defendendo o seu inalienável direito de tê-las, eu lhe proporei pensar sobre se a opinião é uma instância realmente profunda ou se é, tão-somente, uma das primeiras reações que se tem diante dos acontecimentos.
Será a opinião uma reação profunda ou superficial? Ouso afirmar que, quase sempre, é das mais superficiais.
Opinião é reação, e expressa um sentimento ou Julgamento. Ao reagir, o sentimento realiza uma síntese do que e como somos. Esta síntese aparece na forma pela qual reagimos. A primeira reação é reveladora do sentimento com que julgamos a vida, o mundo, as pessoas. Quase sempre a opinião surge nessa etapa inicial, patamar superficial do nosso ser. Somos um repositório de primeiras impressões!
Pode-se, efetivamente, garantir que nossas opiniões são fruto de meditação? Ou de conhecimento sedimentado? Positivamente, não. Quem responder sinceramente, vai concluir que tem muito mais opiniões do que coisas que sabe ou conhece. Qualquer conhecimento profundo não leva à opinião; leva à análise, à convicção, à dúvida ou à evidência, e nenhuma dessas quatro instâncias tem a ver com a opinião.
Quem (se) reparar com cuidado, verificará o quanto é levado a opinar, vale dizer, reagir, sentir, julgar, diante dos variados temas. Somos um aluvião de opiniões. Defendemo-nos de analisar, tendo opinião; preservamo- nos do perigoso e trabalhoso mister de pensar, tendo logo uma opinião.
É mais fácil ter opinião do que dúvida. Opinião traz adeptos e dividendos pessoais de prestígio, respeitabilidade, aura de coragem ou heroísmo.
As opiniões são uma espécie de fabricação em série de ideias sempre iguais, saídas do modelo pelo qual vemos o mundo, e nos faz enfocar a realidade segundo um eterno subjetivismo. Por isso a opinião quase nunca é o reflexo das variadas componentes do real. É eco a repetir a experiência anterior, diante de cada caso novo. A opinião nos defende da complexidade do real, logo, é maneira de impedir a criatividade do homem.
Na origem latina, opinar tem um sentido ambíguo. É muito mais conjecturar do que afirmar. A palavra chega a ter, nos seus vários sentidos, o de disfarçar. A origem do termo é mais fiel ao seu significado do que a tradução que hoje se lhe dá.
Opinar não significa saber nem conhecer. Opinar significa ter uma opinião a respeito de algo, isto é, uma impressão sujeita a retificações, a correções, a mudanças permanentes. O sentido essencial de opinar é conjecturar, ou seja, supor uma realidade para poder discuti-la e, assim, melhor conhecê-la.
No entanto, nos ofendemos se contrariam a nossa opinião; vivemos em busca do respeito à “nossa opinião”. E, mais grave e frequente, vivemos a sofrer por causa da opinião ou de opiniões dos outros sem saber que a opinião de alguém é o resultado das manifestações (reações) mais superficiais e fáceis do seu espírito.
A opinião é instância superficial, exercício de dúvida e de conhecimento disfarçado em certeza ou afirmação, uma conjetura em forma de assertiva. E mais a expressão de um sentimento do que a conciliação deste com o conhecimento e a verdade. A partir do momento em que sabemos de tudo isso, temos obrigatoriamente que deixar de dar tanta importância à opinião alheia e à própria. É preciso, sempre, submetê-las ao crivo da permanência, do tempo, da análise, do conhecimento, da vivência, da experimentação em situações diferentes, em estados de espírito diversos, para, só então, considerá-la significativa, válida, profunda.
Qual de nós está disposto a aceitar que a própria opinião, embora válida e respeitável, é uma forma superficial de manifestação? Quem está disposto a se dar ao trabalho de atribuir à opinião sua verdadeira função, que é nobilíssima: a de ser trânsito, passagem, via, para a Convicção, para a Análise, para Dúvida e para a Evidência - os quatro elementos que compõem a verdade?
Esta é a minha opinião...
TÁVOLA, Artur da. Alguém que já não fui. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Assinale a opção em que o comentário sobre o emprego do sinal de pontuação está correto, segundo a intencionalidade do autor.