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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 14 448108
IFRN 2018/2TEXTO
Para responder à questão, leia as afirmativas a seguir referentes ao uso das aspas no Texto.
I. O uso do ponto de exclamação no final das sentenças dos quadrinhos indica entusiasmo, embora esse entusiasmo seja decrescente.
II. O uso das reticências no final das sentenças dos dois últimos quadrinhos indica decepção após instantes de euforia.
III. O vocábulo NOSSA assume valor de substantivo e função de sujeito.
IV. A forma verbal repetida no texto integra um predicado verbo-nominal.
Estão corretas apenas as afirmativas
Questão 42 903524
ENEM PPL 1° Dia 2018Física com a boca
Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
Questão 4 6356499
UPF Verão 2022O que nos torna pouco competitivos?
Renato Rozental
Lamentar a morte de mais de meio milhão de brasileiros por covid-19 é pouco. Esta é uma discussão de resposta muito clara,
quase óbvia. Se tivéssemos capacidade interna, poderíamos ter suprido parte das necessidades do mercado e reduzido o
impacto da pandemia no sistema de saúde em tempo hábil. O quadro de calamidade é resultado de décadas de políticas de
incentivo ___ mera reprodução em vez de estímulo ___ capacitação profissional e ao domínio do processo produtivo.
[5] Começar reproduzindo (‘copiando’) não é um problema. Basta lembrar da história do nylon, fibra têxtil sintética patenteada
pela empresa norte-americana DuPont em 1935 e usada para provocar a indústria japonesa e fazê-la exportar menos seda. A
resposta japonesa foi contundente e imediata: ‘copiar’ o processo de manufatura e produzir nylon 6 meses após a desfeita.
Atualmente, a China domina o mercado mundial de nylon, seguida por Estados Unidos, Japão e Tigres Asiáticos. Os chineses
perceberam que, na era tecnológica, “o caminho mais curto para crescer é apostar em três frentes: inovação, inovação e
[10] inovação”.
Nesse contexto, pergunto: qual é o perfil da nossa indústria farmacêutica? Produzimos genéricos… até hoje. Mas a política
de ‘genéricos’ tem como fragilidade o fato de incluir apenas medicamentos cujas patentes já tenham expirado. O problema do
conhecimento tecnológico insuficiente e a dificuldade do nosso país em evoluir de ‘copiar’ para ‘inovar’ precisa ser tratado com
prioridade e sem demagogia para romper o ciclo vicioso da dependência tecnológica e trazer um diferencial competitivo.
[15] O projeto de cranioplastia, reparo craniano extenso, pode ilustrar tanto a inovação estimulada pela demanda como os
entraves burocráticos ao desenvolvimento do produto. Pelo lado clínico, ___ cirurgias de reconstrução do crânio após remoção
da calota craniana envolvem um alto custo, incluindo a malha de titânio e porcelanato usada atualmente, totalizando um gasto
entre R$ 120 mil e R$ 200 mil por paciente, o que torna sua realização no Sistema Único de Saúde (SUS) economicamente
inviável. A cranioplastia faz-se necessária não somente por razões estéticas – o que, por si só, já justificaria o procedimento –,
[20] mas também para assegurar que o cérebro do paciente fique mais protegido e com melhor irrigação sanguínea, resultando em
melhoras cognitivas e comportamentais e facilitando ___ reintrodução do indivíduo na sociedade. No momento, infelizmente, a
implantação de próteses cranianas é realizada pelo SUS somente mediante doação ou após sentença judicial, considerando
que o paciente corre risco de vida.
Nossa equipe desenvolveu uma solução utilizando uma prótese de polimetilmetacrilato (PMMA) confeccionada durante o
[25] período da cirurgia, com resultados semelhantes e até superiores aos das próteses de titânio e porcelanato disponíveis, mas
com custo cerca de 20 vezes menor que o praticado no mercado, tornando o tratamento, em teoria, viável e acessível à rede
SUS. Estamos confiantes nos resultados das próteses feitas de PMMA, na análise dos custos e na adequabilidade do produto
para o mercado.
A ciência translacional não é algo que possa se embutir no sistema por decreto. Grandes organizações, públicas e privadas,
[30] estão amarradas nas suas próprias burocracias, o que dificulta o processo criativo e de inovação. No contexto da inovação em
saúde, precisamos inserir formas de gestão flexíveis, ágeis, que envolvam tomadas de decisão descentralizadas, permitindo a
responsabilização de todos os atores envolvidos, de modo a ampliar os espaços de criatividade e de ousadia na busca e na
implementação de soluções. O que não dá para aceitar é continuar ___ andar com o ‘freio de mão puxado’ e na contramão do
desenvolvimento sustentável.
[35] Por fim, a dicotomia entre público e privado já deveria ter sido ultrapassada. A saúde é direito de todos e dever do Estado.
Quem trabalha com inovação quer ver o produto funcionando no mercado global. Certa vez, em 1995, tive a oportunidade de
ouvir de Eric Kandel (Universidade Columbia), Rodolfo Llinás (Universidade de Nova York) e Torsten Wiesel (Universidade
Rockfeller) uma previsão sobre o cenário de concessões nos Institutos Nacionais da Saúde (NIH) em 2015-2020: “quem não
desenvolvesse uma ‘pílula’ para a sociedade como resultado do seu projeto de pesquisa estaria fora do pool”. Tal visão está se
[40] tornando uma realidade global. Pessoalmente, acredito que um dos compromissos mais preciosos que temos com a nossa
população é o de proporcionar hoje, e não amanhã, uma solução para que todos possam ser atendidos a tempo e desfrutem
de boa qualidade de vida.
(ROZENTAL, Renato.O que nos torna pouco competitivos? [Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz e Instituto de Ciências Biomédicas. Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Matéria publicada em Ciência Hoje de 20 de agosto de 2021. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/o-que-nos-torna-pouco-competitivos/. Acesso em 18 de setembro de 2021). Texto adaptado para esta prova.
Quanto ao emprego da pontuação, é correto o que se afirma em:
Questão 15 1558833
UEMA PAES 2020O trecho a seguir, extraído de Verão no Aquário, é um diálogo entre as personagens Patrícia e Raíza, respectivamente mãe e filha. Leia-o para responder à questão que segue.
- Vou pedir à titia que vista uma roupa de fada e me transforme num peixe. Deve ser boa a vida de peixe de aquário, murmurei.
- Deve ser fácil. Aí ficam eles dia e noite, sem se preocupar com nada, há sempre alguém para lhes dar de comer, trocar a água... Uma vida fácil, sem dúvida. Mas não boa. Não esqueça de que eles vivem dentro de um palmo de água quando há um mar lá adiante.
- No mar seriam devorados por um peixe maior, mãezinha.
- Mas pelo menos lutariam. E nesse aquário não há luta, filha. Nesse aquário não há vida.
TELES, L. G. Verão no Aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
A pontuação no texto escrito constitui uma pista segura para o entendimento pretendido pelo discurso.
Em, “há sempre alguém para lhes dar de comer, trocar a água...” (2º.§), as reticências
Questão 25 638291
UP Demais Cursos 2019/1O texto a seguir é referência para a questão.
Os tatuís e o antropoceno
Você está em 2043. Cinco anos atrás, a civilização entrou em colapso. Metade da humanidade foi dizimada por epidemias, inundações, vazamentos em reatores nucleares, guerra civil. Os estados nacionais estão falidos. Não há mais elefantes, nem girafas, nem onças, nem centenas de outras espécies. A internet é lenta e deficiente, quase não funciona. Não há mais viagens aéreas. A comida é pouca e sempre a mesma. As usinas elétricas pararam de funcionar. A eletricidade é conseguida em pequena escala, com painéis solares.
Um dia, uma velhinha é assaltada por um jovem que rouba seus painéis solares. E aí começa o seguinte diálogo:
“Você faria isso com seus parentes?”
“Meus parentes morreram todos. E tiveram uma vida melhor que a minha. Você também teve. Sua eletricidade, seu carro, seu conforto... Vocês viveram bem _____ beça. Chegou _____ hora de pagar a conta. Você começa a pagar hoje. É como se eu fosse um oficial de justiça, sacou?”
“Mas não fui eu, pessoalmente, quem sujou o mundo. Foi o sistema. E é muito difícil mudar o sistema”.
“Então! É a mesma coisa. Não sou eu, pessoalmente, quem está roubando você. É o sistema. E é muito difícil mudar o sistema”
Essa cena está no romance The bone clocks, do escritor inglês David Mitchell, publicado em 2014. Ela me causou pesadelos durante algumas semanas, e continua me assombrando.
Trabalhei na área de meio ambiente durante alguns anos, e não foram poucos os relatórios, livros e artigos científicos que li sobre as catástrofes ecológicas contemporâneas e a devastação tão característica da nossa época. Mas nenhum desses documentos me deixou marcas tão profundas quanto o trecho que citei acima. Isso me fez pensar, mais uma vez, no potencial inigualável da literatura para evocar uma realidade. Talvez por isso a antropóloga Donna Haraway tenha sugerido que antropoceno não é uma palavra adequada para dar conta do terror da era em que vivemos. Em seu lugar, ela propôs o termo cthuluceno, em homenagem ao monstro apocalíptico criado pelo escritor H. P. Lovecraft.
Voltei a pensar no livro do David Mitchell ao esbarrar com uma fotografia que tirei na praia de Ipanema, anos atrás. Nela, meu filho de cinco anos segura um solitário tatuí na palma de sua mão. Era a primeira vez que ele via o pequeno crustáceo que eu encontrava aos milhares quando tinha a idade dele e frequentava _____ mesma praia. Naquele dia, passamos mais de uma hora caminhando na beira do mar _____ procura de outros tatuís, mas não achamos mais nenhum. Desde então, nunca mais vimos um tatuí.
O tatuí (Emerita brasiliensis), para quem nunca viu um, é (ou era) um bicho característico do litoral atlântico sulamericano, mais ou menos desde o Espírito Santo até o estuário do rio da Prata. Tem uns três ou quatro centímetros de comprimento e dizem que é muito saboroso (nunca provei, para mim seria como comer um animal doméstico). É uma espécie muito sensível _____ variações no ambiente e, por isso, tem sido usada como bioindicador, ou seja, como ferramenta para monitorar o estado do ecossistema em que vive. Fatores como aumento da poluição marinha e elevação da temperatura da água afetam rapidamente o comportamento, as características físicas e o ciclo de vida dos tatuís.
Uma vez li em algum lugar que, quanto mais calor no ambiente, mais rápido bate o pequeno coração do tatuí e, portanto, menor é o seu tempo de vida. Não sei se isso é verdade, mas não deixa de ser uma maneira tristemente poética de dar conta do desaparecimento dos tatuís das praias cariocas.
Em 2043, terei setenta e um anos. É difícil não me identificar com a velhinha da história. Mais difícil ainda acreditar que, no mundo de 2043, ainda existirão elefantes, girafas, onças e tatuís.
Bom, pelo menos nos restará o consolo de saber que não fomos nós, pessoalmente, que criamos esse mundo. Foi o... sistema.
(Gustavo Pacheco, diplomata e antropólogo. Disponível em: <https://epoca.globo.com/gustavo-pacheco/os-tatuis-oantropoceno-23031237>.)
O uso de reticências no último período do texto tem a função de:
Questão 7 1646860
Unit-SE Medicina 1° Dia 2019/1TEXTO:
“Se te perguntarem quem era essa que às areias
e aos gelos quis ensinar a primavera…”: é assim que
Cecília Meireles inicia um de seus poemas. Ensinar
primavera às areias e aos gelos é coisa difícil. Gelos
[5] e areias nada sabem sobre primaveras... Pois eu
desejaria saber ensinar a solidariedade a quem nada
sabe sobre ela. O mundo seria melhor. Mas como
ensiná-la?
Seria possível ensinar a beleza de uma sonata
[10] de Mozart a um surdo? Como, se ele não ouve? E
poderei ensinar a beleza das telas de Monet a um
cego? De que pedagogia irei me valer para comunicar
cores e formas a quem não vê? Há coisas que não
podem ser ensinadas. Há coisas que estão além das
[15] palavras. Os cientistas, os filósofos e os professores
são aqueles que se dedicam a ensinar as coisas que
podem ser ensinadas. Coisas que são ensinadas são
aquelas que podem ser ditas. Sobre a solidariedade
muitas coisas podem ser ditas. Por exemplo, eu acho
[20] possível desenvolver uma psicologia da solidariedade.
Acho também possível desenvolver uma sociologia
da solidariedade. E, filosoficamente, uma ética da
solidariedade… Mas os saberes científicos e filosóficos
da solidariedade não ensinam a solidariedade, da
[25] mesma forma como a crítica da música e da pintura
não ensina às pessoas a beleza da música e da
pintura. A solidariedade, como a beleza, é inefável –
está além das palavras.
Palavras que ensinam são gaiolas para pássaros
[30] engaioláveis. Os saberes, todos eles, são pássaros
engaiolados. Mas a solidariedade é um pássaro que
não pode ser engaiolado. Ela não pode ser dita. A
solidariedade pertence a uma classe de pássaros que
só existem em voo. Engaiolados, esses pássaros
[35] morrem. [...]
O que pode ser ensinado são as coisas que
moram no mundo de fora: astronomia, física, química,
gramática, anatomia, números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora.
[40] Coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas
na carne, como se fossem sementes à espera…
Já disse que solidariedade é um sentimento. É
esse o sentimento que nos torna mais humanos. É
um sentimento estranho, que perturba nossos próprios
[45] sentimentos. [...] A solidariedade é uma forma visível
do amor. Pela magia do sentimento de solidariedade,
meu corpo passa a ser morada de outro. É assim que
acontece a bondade.
Mas fica pendente a pergunta inicial: como
[50] ensinar primavera a gelos e areias? Para isso as
palavras do conhecimento são inúteis. Seria necessário
fazer nascer ipês no meio dos gelos e das areias! E eu
só conheço uma palavra que tem esse poder: a palavra
dos poetas. Ensinar solidariedade?
[55] Que se façam ouvir as palavras dos poetas nas
igrejas, nas escolas, nas empresas, nas casas, na
televisão, nos bares, nas reuniões políticas, e,
principalmente, na solidão… [...]
ALVES, Rubem. É assim que acontece a bondade. Disponível em: emocionante-texto-de-rubem-alves/. Acesso em: 4 nov. 2018.
No que se refere aos sinais de pontuação usados no texto, é correto afirmar: