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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 2 646402
FAMP 2018/2As aspas, recurso gráfico comum da língua escrita, podem ser empregadas em várias situações. Para saber a situação exata em que as aspas foram utilizadas, é necessário se atentar ao contexto apresentado. Desse modo, assinale a alternativa contendo a mesma situação em que as aspas foram empregadas, na imagem.
Questão 76 224344
PUC-SP Inverno 2017A queda do poderoso machão
Paula Cesarino Costa
OMBUDSMAN* da Folha de S.Paulo
Folha de S.Paulo, 09/04/2017
Em janeiro de 2016, a Folha anunciou a estreia de blog voltado à discussão das questões de gênero e do chamado empoderamento feminino. Nascido do movimento #Agora É Que São Elas, em que mulheres ocuparam o espaço de colunistas homens nos jornais, o blog homônimo se somava a dezenas de outros. Interpretei como saudável a oferta de novos temas aos leitores do jornal.
Neste espaço, já alertara de que os tempos de redes sociais turbulentas sinalizavam a hora de reinventar as páginas de opinião. Contabilizava, em agosto de 2016, 32 mulheres entre os 130 colunistas do jornal.
Na madrugada da sexta, 31 de março, o #Agora É Que São Elas publicou um post de potencial arrebatador nas redes sociais. O post "José Mayer me assediou" foi colocado no ar à 0h45. Nele, a figurinista Susllem Tonani acusava o ator de tê-la assediado durante oito meses na TV Globo. De manhã, o texto já era lido e compartilhado nas redes sociais. Por volta das 10h, a Folha tirou-o do ar sem dar explicação.
Cobrei do jornal, na crítica interna que circula em torno das 12h30, a obrigação de prestar satisfação ao leitor. Só às 14h22 foi publicada a justificativa para o sumiço do post: "O conteúdo foi retirado do ar porque desrespeitou o princípio editorial da Folha de só publicar acusação após ouvir e registrar os argumentos da parte acusada, salvo nos casos em que isso não for possível".
Às 17h30, o texto voltou a ficar disponível, ao mesmo tempo em que era publicada reportagem que resumia as acusações da figurinista e ouvia o ator. Ele negava o que lhe havia sido imputado. A TV Globo dizia não comentar assuntos internos, mas assegurava que haveria apuração rigorosa, "ouvidos todos os envolvidos, em busca da verdade".
Houve mobilização de funcionárias da emissora, que culminou em manifesto, cujo título se tornaria emblemático em camisetas e posts: "Mexeu com uma, mexeu com todas". Três dias depois do post original, a emissora divulgou a decisão de suspender José Mayer. Em carta, o ator assumiu ter errado e pediu desculpas. Tropeçou ao resumir o episódio como "brincadeira" e tentar dividir sua culpa com a geração de homens acima de 60 anos, como se fossem vítimas de uma catequese única e perversa.
A polêmica alcançou o topo das redes sociais, chegando a estar entre os dez assuntos mais comentados do mundo no Twitter. A retirada do ar do post pela Folha, sem explicação imediata, mas deixando rastros digitais, gerou reclamações e suscitou a elaboração de conjecturas:
"Acredito que a Folha precisa explicar o que motivou a retirada. Se está compactuando com uma operação abafa por parte da Globo ou se apurou erros no relato", registrou um leitor.
O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, diz que a Direção foi surpreendida com o conteúdo e determinou sua retirada temporária até que o outro lado fosse ouvido. "Nesse intervalo, uma reportagem foi publicada para explicar o que havia acontecido. Não foi, portanto, sem qualquer explicação", afirma.
Para Dávila, no caso concreto, não havia impeditivo para que o procedimentopadrão de ouvir o outro lado não fosse respeitado.
A Folha tem hoje 124 colunistas e 48 blogs. Grande parte dos leitores não diferencia uns de outros. Mas, na estrutura interna do jornal, blogueiros e colunistas são tratados de forma diferenciada. Todos os colunistas são lidos por editores ou pelos secretários de Redação antes que seus textos sejam publicados.
Os blogs são acompanhados a posteriori, pela própria natureza de "diário" que a modalidade comporta. Os autores cuidam diretamente da publicação dos textos.
Argumenta Dávila que todos os que
escrevem na Folha, incluindo blogueiros, devem submeter quaisqueracusações de prática ilegal aos seus editores antes de publicá-las.
É dever das titulares de um blog feminino e feminista trazer a público, sabendo ser verdadeira, uma denúncia de prática machista. É dever do jornal trabalhar tal informação e dar voz àquele que é acusado do que quer que seja.
O correto teria sido a publicação do texto original no blog, com remissão simultânea para reportagem produzida pelo corpo editorial da Folha, submetida aos padrões exigidos pelo Manual de Redação de isenção, transparência e equilíbrio. A retirada do ar explicitou falhas de comunicação e procedimento.
Um poderoso machão sucumbiu. Os tempos são outros. Uma leitora, no entanto, lembrou a ombudsman de que nesta semana a Ilustrada ganhou três novos colunistas de humor. Eles dividirão espaço com o consagrado José Simão. Todos são homens. Também não há mulheres, por exemplo, no quadrado da charge da página 2 da Folha.
*Ombudsman é uma expressão de origem sueca que significa "representante do cidadão". A palavra é formada pela união de "ombuds"
(representante) e "man" (homem). O termo surgiu em 1809, nos países escandinavos, para designar um Ouvidor-Geral do Parlamento, responsável em mediar e tentar solucionar as reclamações da população junto ao governo.
Hoje em dia, o ombudsman se transformou em uma profissão presente em quase todas as grandes e médias empresas, sejam públicas ou privadas.
A função do búds, como também são conhecidos, é a de enxergar os problemas e pontos negativos de determinada empresa ou instituição, a partir da ótica do consumidor/cidadão, e tentar solucionar as crises de maneira imparcial.
Dentro da imprensa, o ombudsman é o intermediador entre a editoria do jornal, por exemplo, e seus leitores. Nos Estados Unidos, a função de ombudsman
surgiu nos anos 1960. No Brasil, o cargo existe desde 1989, quando o jornal Folha de S. Paulo publicou a primeira editoria do seu ombudsman, que ficaria responsável em ser o porta-voz dos leitores, solucionando e transmitindo as suas reclamações para o jornal.
Em muitas empresas o ombudsman é ligado ao departamento de Serviços Jurídicos.
Disponível em: https://www.significados.com.br/ombudsman/. Acesso em: 13 maio 2017. [Adaptado para fins de vestibular.]
• Indique em qual passagem as aspas são empregadas para assinalar o pronunciamento do jornal:
Questão 6 153309
UEG 2016/1O EGOÍSMO GREGÁRIO COMO PRINCÍPIO DO REBANHO PÓS-MODERNO
Estamos numa época de promoção do egoísmo, de produção de egos tanto mais cegos ou cegados que não percebem o quanto podem hoje ser recrutados em conjuntos massificados. Em outras palavras, vemos egos, isto é, pessoas que se creem iguais e que, na realidade, passaram a ficar sob o controle do que se deve bem chamar “o rebanho”. Viver em rebanho fingindo ser livre nada mais mostra que uma relação consigo catastroficamente alienada, uma vez que supõe ter erigido como regra de vida uma relação mentirosa consigo mesmo. E, a partir daí, com os outros. Assim, mentimos despudoradamente aos outros, àqueles que vivem fora das democracias liberais, quando lhes dizemos que acabamos – com algumas maquininhas à guisa de presentes ou de armas nas mãos em caso de recusa – de lhes trazer a liberdade individual; na realidade, visamos, antes de tudo, fazer com que entrem no grande rebanho dos consumidores.
Mas qual é, perguntarão, a necessidade dessa mentira? Por que precisamos fazer crer que somos livres quando vivemos em rebanho? E por que precisamos fazer outros crerem que são livres quando vamos colocá-los em rebanho? A resposta é simples. É preciso que cada um vá livremente na direção das mercadorias que o bom sistema de produção capitalista fabrica para ele. Digo bem “livremente” pois, forçado, resistiria. Ao passo que livre, pode consentir em querer o que lhe dizem que deve querer enquanto cidadão livre. A obrigação permanente de consumir deve, portanto, ser redobrada por um discurso incessante de liberdade, de uma falsa liberdade, é claro, entendida como permissão para fazer “tudo o que se quer”. Esse duplo discurso é exatamente o das democracias liberais, descambem para a direita ou para a esquerda. É pelo egoísmo que se deve agarrar os indivíduos para arrebanhá-los, pois é o meio mais econômico e racional de ampliar sempre mais as bases do consumo de um conjunto de pessoas permanentemente levadas para necessidades reais ou, quase sempre, supostas.
DUFOUR, Dany-Robert. O divino mercado: a revolução cultural liberal. Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2008. p. 23-24. (Adaptado).
No texto, as palavras “rebanho” e “livremente” são colocadas entre aspas com o objetivo de
Questão 2 155956
UFT 2015Famílias trocaram a cidade pelo campo para ter uma vida simples
Trocar o campo pela cidade à procura de uma vida melhor sempre foi a opção mais comum. Porém, algumas famílias, cansadas do caos urbano, estão fazendo o caminho inverso, deixando os grandes centros para viver literalmente no meio do mato.
São pessoas que cursaram faculdade, desfrutavam de certo conforto na cidade, mas não aguentavam mais a correria, falta de liberdade, o trânsito e o excesso de consumo. Em busca de uma vida mais simples e saudável, elas não têm medo de encarar a enxada e descobrir um novo modo de sobreviver.
Para a mineira Manuella Melo Franco, 34, a chegada do primeiro filho foi o empurrão que faltava para deixar a cidade e, finalmente, experimentar uma vida mais tranquila e autossustentável, ao lado do companheiro Hugo Ruax. "O nascimento do Tomé reforçou esse nosso desejo. Queríamos oferecer a ele uma infância mais próxima da natureza, longe dos valores consumistas e da loucura da cidade", diz a fotógrafa e jornalista.
A mudança da família de Lagoa Santa (MG) para uma fazenda em Piatã, na Chapada Diamantina (BA), aconteceu em agosto do ano passado, quando Manuella estava grávida de sete meses de Nina, a segunda filha do casal. Porém, esse fato não foi motivo de preocupação.
O que mais pesava na decisão era a falta de dinheiro. O casal trabalhava para juntar o máximo possível, entretanto, nunca parecia suficiente, já que os gastos não diminuíam. "Era como correr atrás do rabo. Então decidimos vender o carro, os móveis da casa, tudo o que tínhamos e ir embora. Porque se a gente ficasse esperando o dinheiro ele não ia chegar nunca", conta Manuella.
O catarinense Marinaldo Pegoraro, 54, também não demorou muito para deixar o apartamento em Curitiba (PR), onde residiu nos últimos 11 anos, para ir viver com a mulher e as duas filhas adolescentes no Sítio Serra Dourada em Delfim Moreira, no extremo sul de Minas Gerais. Depois de decidir pela mudança, a família organizou tudo em 13 dias.
Pegoraro vendeu sua parte na sociedade de uma empresa do ramo imobiliário e passou a cultivar oliveiras, morangos e hortaliças. "Não queria passar a vida inteira fazendo a mesma coisa. E também tinha essa vontade de produzir meu próprio alimento, de viver mais em contato com a natureza", conta o empresário que virou agricultor orgânico.
A violência e a desigualdade também o incomodavam. "Não permitia que minhas filhas saíssem do prédio. Existe um esgotamento desse modelo de vida urbano", diz Marinaldo Pegoraro, sem sentir falta dos shoppings e feliz de poder trabalhar na terra e ouvir o canto dos pássaros.
D´ELBOUX, Yannik. In: Mulher UOL 18/04/2014. Disponível em: ). Acesso em: 02 mar. 2015 (texto adaptado).
No texto, há o constante uso das aspas (“ ”). Assinale a alternativa CORRETA sobre essa utilização.
Questão 2 127414
FDF 2014Texto 1
Chico Buarque e Caetano Veloso rejeitam biografias não autorizadas. O que têm a esconder dos leitores?
Euler de França Belém
Chico Buarque e Caetano Veloso são artistas talentosos, às vezes até apresentados como intelectuais. O segundo, sobretudo, escreve artigos e concede entrevistas em que debate com intelectuais gabaritados, como Roberto Schwarz. Chico escreve romances inspirados no nouveau roman e, como Caetano, é um compositor do primeiro time. Porém, quando se unem numa campanha contra as biografias não autorizadas, mostram que não diferem dos políticos autoritários que, há pouco tempo, censuravam livros e músicas.
É certo que há biógrafos e biógrafos. Alguns especializam-se em escarafunchar a lama e nada acrescentam de enriquecedor para a cultura. Mas tais “pesquisadores” logo são esquecidos e seus livros são ridicularizados pelos leitores. Caem logo na lata de lixo da falta de seriedade. A posição de Chico e Caetano — que lideram outros artistas e copiam Roberto Carlos (quem diria!) — prejudica muito os biógrafos sérios, como Fernando Morais, Ruy Castro, Lira Neto e Mário Magalhães.
As biografias escritas por Morais (autor da excelente “Chatô: O Rei do Brasil”), Ruy Castro (escreveu biografias de Nelson Rodrigues, Garrincha, Carmen Miranda), Lira Neto (biógrafo exemplar de Castello Branco, José de Alencar e Getúlio Vargas) e Magalhães (autor de uma biografia seminal de Carlos Marighella) contribuem para entender a vida dos personagens e também, talvez sobretudo, para compreender o período em que viveram e criaram. O objetivo deles é mostrar os homens em sua inteireza, porque só biografias amplas, nuançadas, podem explicar a complexidade dos indivíduos. Mas nenhuma delas denigre a imagem dos biografados. Pelo contrário, eles ficam até “maiores”. As biografias autorizadas costumam ser menos biografias e mais hagiografias. Como se sabe, lugar de santo é na igreja, não nas livrarias ou nas estantes (e computadores) dos leitores. O que Chico, Caetano e Gilberto Gil têm a esconder? Roberto Carlos ao menos tem uma perna mecânica. Além do trauma.
Texto 2
Texto 3
Página infeliz da nossa história
Jerônimo Teixeira
São apenas três os tipos de biografias. Existem as autorizadas e as não autorizadas, ambas, a despeito de sua qualidade, úteis à sociedade. O terceiro tipo é um tiro no pé das democracias, é a biografia censurada. Pois é justamente esse o tipo de biografia que nossos ídolos querem ver prevalecer no Brasil. Nossos ídolos não são mais os mesmos. Eles passaram a semana inteira tentando, em vão, explicar que acham sensato o biografado censurar sua biografia, mas que isso não significa a morte da liberdade, justamente a causa que os tomou célebres, admirados, amados e, claro, biografáveis! Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil enfiaram-se em um labirinto retórico de dar dó. A cada nova justificativa, desciam mais um degrau do autoritarismo. A cada falsidade desmascarada, desciam um ponto na escala da admiração que conquistaram no coração dos brasileiros.
[...]
Está em jogo neste debate, um princípio inegociável da democracia: a liberdade de expressão. Embora seja vital para todo e qualquer cidadão, a liberdade de expressão deveria ser especialmente cara a quem tem na arte o seu ofício, e talvez ainda mais aos músicos da geração que nos anos 60 e 70, sofreu com a censura do regime militar. No entanto, foram estes que se mobilizaram para solapar esse fundamento do Estado de direito. No grupo ridiculamente chamado Procure Saber, capitaneado pela hábil empresária Paula Lavigne, estão Chico, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Milton Nascimento, Erasmo Carlos e Roberto Carlos. De início, o grupo organizou-se para pedir mudanças na legislação sobre direitos autorais. Mas, no encontro que a trupe teve com a presidente para falar desse tema, Roberto Carlos aproveitou para adiantar sua preocupação maior: a manutenção dos dispositivos do Código Civil que permitem o veto a biografias não autorizadas. Esses pontos da lei estão sendo contestados, no Supremo Tribunal Federal, por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Associação Nacional de Editores de Livros.
[...]
As biografias são, desde a Antiguidade, fontes de informação preciosas — saberíamos menos sobre Alexandre, o Grande, ou Júlio César sem as Vidas Paralelas, de Plutarco —, mas não são apenas coleções aleatórias de fatos: elas oferecem uma interpretação do personagem e de seu tempo. "Nenhuma biografia é definitiva. Na França, deve estar na casa do milhão o número de biografias de Napoleão e a cada uma delas se renova a percepção sobre o personagem", diz a historiadora Mary Del Priore. É difícil e doloroso caracterizar Caetano, Gil, Chico e companhia como censores. Não combina com eles e suas obras. Talvez essa recaída no obscurantismo seja apenas uma página infeliz da nossa história.
No primeiro parágrafo do texto 1, a palavra pesquisadores está entre aspas, porque
Questão 39 1553882
PUC-PR Verão 2013O texto a seguir servirá de base para a questão.
O Estado deve reger a língua?
Controlar a língua e a literatura é tentação autoritária de inquietante frequência no Brasil. A mais recente demonstração desse impulso teve fim em abril, quando o projeto de lei que baniria de escolas estaduais mineiras os livros escritos fora da norma gramatical hegemônica, ou com conteúdo imoral, acabou engavetado, após repercussão em redes sociais. Protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em junho de 2011, pelo deputado Bruno Siqueira (PMDB), o projeto 1.983 dizia:
“Fica proibida a adoção e distribuição, na rede de ensino pública e privada do estado de Minas Gerais, de qualquer livro didático, paradidático ou literário com conteúdo contrário à norma culta da língua portuguesa ou que viole de alguma forma o ensino correto da gramática. O disposto no caput também se aplica quando o conteúdo apresentar elevado teor sexual, com descrições de atos obscenos, erotismo e referências a incestos ou apologias e incentivos diretos ou indiretos à prática de atos criminosos”.
Fonte: www.revistalingua.com.br. Ano 7, n. 80, junho de 2012.
Selecione a alternativa que apresenta uma declaração ADEQUADA a partir da leitura e análise do texto.