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Viver no Brasil está insuportável. Sempre penso duas vezes antes de fazer esta afirmativa. Tenho trabalho. Tenho um teto seguro e, apesar de tudo, planos para o futuro.
Tenho também olhos extremamente atentos a tudo que se passa ao meu redor. Penso que é impossível ter uma vida tranquila, em paz, em meio a tanta miséria, violência e desrespeito. Sinto que vivemos em uma atmosfera que nos leva ao cansaço, ao abatimento, à exaustão. No noticiário, todo dia é a mesma coisa. Tudo se repete. Falas e ações cuja única finalidade é reafirmar a destruição e o desprezo pela vida humana, como política de governo, estampam as principais manchetes. Como sobreviver à inflação, aos aumentos incessantes no supermercado, na farmácia, nos postos de combustíveis?
Nessa luta para não “morrer de Brasil”, na noite de quinta-feira, atravessei a cidade e fui em busca de um refresco ao som da bateria do bloco Volta Belchior, que há alguns anos, durante o carnaval, faz um cortejo nas proximidades do tradicional bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, entoando músicas do cantor e compositor cearense, morto em abril de 2017.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/por-umanoite-belchior-me-salvou-do-brasil/. Acesso em: 19 mar. 2022.
A expressão entre aspas no último parágrafo tem como objetivo
TEXTO:
Mudar o mundo
Há uma divindade que todos cultuam sem que
cheguem mesmo a se dar conta. Convém nomear
essa divindade laica: trata-se do mercado, das leis
draconianas do mercado. Essa nova divindade
[5] laica tem seus templos, sacerdotes e espaço da
demonização, da perseguição atroz e do “satanismo”;
de um lado, as grandes lojas de departamento, as
agências bancárias e a simpatia artificial de todos os
atendentes; de outro, os processos, a perseguição
[10] implacável, o protesto, a negativação, etc. Estar em
bons termos com o mercado é o “paraíso”. Paraíso
das compras de quinquilharias que a propaganda
tornou necessárias, do crédito fácil e simplificado. Ter
dificuldades com o mercado é o “inferno”. Inferno da
[15] cobrança, da ausência de crédito e, no limite, o
processo por inadimplência — cada dia mais comum
nestes tempos de crise interminável. E daí se os
interesses da Nação brasileira contrariam o mercado
internacional? A grande divindade, vale a redundância,
[20] é o mercado, não a pátria ou a nação, seja ela qual
for nestes tempos de globalização. Quando interesses
nacionais se conflitam com o mercado globalizado,
privilegia-se o mercado. Nada para a Nação! Família?
Só se contemplar o mercado. Sem mercado não há
[25] família. Pais desempregados — coisa trivialíssima nos
dias que correm —, aliás, incompetentes para trocar
sua força de trabalho por dinheiro, não conseguem
manter uma família. Não têm sido raros os casos
de alcoolismo, quando não de violência doméstica
[30] nestes tempos de crise. Nietzsche disse: “Por toda
a parte vejo portas mais baixas. Quem é de minha
estatura pode ainda passar, mas tem de abaixar-
se!”? Triste verdade. Quem não se enquadrar às
normas da máquina tecnoburocrática que criamos
[35] se verá marginalizado ou morto. Ou o homem
contemporâneo torna-se escravo da máquina ou
sucumbe. É preciso travar esse progressismo vago
sem finalidades humanas. É preciso que todos voltem
a perceber que a máquina deve passar a servir ao
[40] humano, deixando de servir-se dele, e isso é urgente!!
CHAVES, Lázaro Curvêlo. In: O Estado de S. Paulo, s.d.
Sobre a pontuação usada no texto, pode-se afirmar:
LIKES ESCONDIDOS NO INSTAGRAM NÃO VÃO AUMENTAR A AUTOESTIMA DE NINGUÉM
Descartando-se o sempre pulsante noticiário político, a principal novidade da semana talvez tenha sido uma nova política do Instagram, batizada manchetes afora de “fim dos likes” — ou das curtidas. Não é bem verdade que os likes acabaram, eles apenas estão escondidos dos nossos seguidores. Mas podemos, a qualquer momento, descobrir o alcance de uma foto ou vídeo postados por nós mesmos.
Primeiro problema, portanto: continuamos sabendo se bombamos ou “flopamos”. E podemos continuar cultivando a ideia imaginária de sucesso ou fracasso a partir de como lemos nossas estatísticas do coraçãozinho vermelho.
No entanto, a empresa afirma que a estratégia, ainda em fase de testes, tem o propósito de permitir que os seguidores se concentrem mais nos conteúdos do que em sua repercussão.
Ora, como? Seria revolucionário mesmo se as curtidas sumissem de vez. O que seria de nós ao postar uma foto e não ter pistas sobre sua aprovação ou reprovação? Seríamos mais livres de autocensura? Talvez o eterno enigma sobre o que pensam os outros nos tornasse mais criativos.
A história fica ainda mais confusa quando acessamos os Stories e continua lá o desenho de um olhinho seguido pelo número de visualizadores de cada capítulo da nossa trama cotidiana. Acho tão perturbador quanto, por exemplo, o coração de um ex numa foto (ou a falta dele), saber quem se interessa minimamente pela nossa vida (e por qual motivo) e, principalmente, quem não dá a menor bola para o que comemos no almoço, o novo corte de cabelo ou as fotos de férias.
Seja qual for o cenário, seguimos enganchados pelo olhar alheio, ao qual respondemos desde o nascer. As redes sociais só escancaram essa operação psíquica, e o Instagram, convém lembrar, foi a plataforma que nasceu unicamente suportada pela imagem (mas quem passou dos 30, como eu, deve se lembrar do saudoso Fotolog).
Em psicanálise, especialmente a proposta por Jacques Lacan, um dos fiéis leitores de Freud, o sujeito se constitui a partir de um olhar externo. Uma linguagem alheia. Uma família antecipa a chegada do bebê nas palavras que diz e no que imagina sobre ele. Funda-se algo aí. Uma mãe ou um pai olham o recém-nascido para compreender o que deseja o ser que ainda não fala. Ou seja, somos algo porque primeiro somos olhados e adivinhados por alguém. Não há escapatória. Estaremos neuroticamente fadados a repetir essa dança durante toda a vida, de maneiras mais ou menos sintomáticas. Mais ou menos sofridas.
O Instagram é só mais um jeito de sermos olhados e, sobretudo, de buscar esse olhar. Não é a rede que nos torna mais ansiosos, com autoestima em baixa, achando a vida pouco colorida em comparação com as demais vidas da timeline. A imagem é nosso problema essencial, dentro ou fora da tela do celular. É com ela que temos de lidar, mesmo que as curtidas estejam escondidas. A gente continua sempre sabendo onde o calo aperta.
Fonte: Anna Carolina Lementy, O Globo, em 19.07.2019. Coluna “Celina”.
O texto, nos dois primeiros parágrafos, utiliza duas expressões entre aspas.
Assinale a alternativa CORRETA para tal utilização.
Leia o texto.
[…] a fisionomia de José Maria estava tão transtornada que o padre, também de pé, começou a recuar, trêmulo e pálido. “Não, miserável! não! tu não me fugirás!” bradava José Maria, investindo para ele. Tinha os olhos esbugalhados, as têmporas latejantes; o padre ia recuando… recuando…
Machado de Assis
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).
( ) As aspas foram usadas para indicar a fala de um personagem.
( ) José Maria era o nome do padre que estava trêmulo e pálido.
( ) Na frase: “Não, miserável!”, a vírgula foi usada para separar um vocativo.
( ) A vírgula antes de “investindo” é optativa.
( ) José Maria estava de pé.
( ) Em “tu não me fugirás”, o emprego do tempo verbal indica uma ação certa a acontecer; é, pois, o futuro do presente do indicativo.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Texto
Violência contra a mulher é problema de saúde pública e a agressão mais comum é do parceiro íntimo, diz OMS. (Adaptado).
Regina Bandeira
O mais recente estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou, que a agressão cometida por parceiro íntimo é o tipo mais comum de violência contra as mulheres em todo o mundo, afetando 30% do total. De acordo com o relatório, a violência física ou sexual é um problema de saúde pública, porque pode provocar lesões imediatas, infecções, depressão e até transtorno mental. Ainda de acordo com o estudo, cerca de 35% de todas as mulheres devem sofrer violência ou em casa ou fora dela em algum momento de suas vidas.
No Brasil, as agressões contra a mulher têm sido punidas com o auxílio da Lei Maria da Penha, sancionada em 2006. A lei, segundo a juíza titular da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (TJMA) Sônia Amaral, é conhecida por 98% da população, mas ainda precisa ser mais bem compreendida pelos agentes do Direito. “Não se trata apenas de conhecer a lei e ter vasto saber jurídico. É preciso que o juiz tenha visão ampla do problema. É frequente vítimas de violência serem questionadas sobre sua relação com o agressor de forma desrespeitosa, invertendo a lógica da violência”, ressaltou a juíza, que em 2009 recebeu o Prêmio Bertha Lutz, do Senado Federal, pela criação da Casa Abrigo do TJMA, que recebe mulheres vítimas de violência doméstica.
Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/60348-violencia-contra-a-mulher-e-problema-de-saude-publica-e-a-agressaomais-comum-e-do-parceiro-intimo-diz-oms . Acesso em 30 set. 2018.
No fragmento: “Não se trata apenas de conhecer a lei e ter vasto saber jurídico. É preciso que o juiz tenha visão ampla do problema. É frequente vítimas de violência serem questionadas sobre sua relação com o agressor de forma desrespeitosa, invertendo a lógica da violência”.
Neste caso as aspas foram utilizadas:
Leia o texto a seguir e responda à questão.
O pedido de carona, a solicitação de táxi, a escolha da refeição, a rotina de exercícios físicos, a aula de língua estrangeira e vários outros serviços são ofertados por meio dos milhares de aplicativos para celular. Desde 2015, o atendimento médico domiciliar também passou a ser viabilizado por meio desse novo sistema, mesmo sem a regulamentação do CFM (Conselho Federal de Medicina). A tecnologia aproximou pacientes de especialistas, clínicos gerais, enfermeiros e outros profissionais da saúde.
Após uma ampla discussão sobre questões éticas e legais envolvendo a nova forma de acionar o atendimento médico, o CFM elaborou normas gerais publicadas no final de fevereiro. A partir de agora, os responsáveis pelos aplicativos e pelo contato entre médicos e pacientes terão que cumprir algumas obrigações para manter-se no mercado.
De acordo com o documento (2.178/2017), as empresas devem se cadastrar junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina) correspondente ao local em que serão ofertadas as consultas e ainda indicar o nome do médico que vai atuar como diretor técnico. Desse profissional serão exigidos registro no CRM e Registro de Qualificação de Especialidade (quando o médico se apresentar como especialista). O diretor técnico também deve atuar no monitoramento das propagandas para que estejam de acordo com as normas do CFM, nas questões relacionadas à remuneração dos médicos e na garantia de qualidade dos serviços prestados.
Os profissionais que prestarem atendimento por meio dos aplicativos também serão obrigados a informar os números de registro, além de conservar e arquivar as fichas de atendimento e prescrições repassadas durante as consultas.
Para o presidente do CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná), Wilmar Mendonça Guimarães, a instituição e os profissionais precisam acompanhar os avanços tecnológicos. “Era uma exigência da atividade moderna da medicina. A presença dos aplicativos é uma realidade. Hoje em dia, os aplicativos estão ocupando um papel importante na vida das pessoas para tornar rápidos todos os serviços. A medicina acabou, inicialmente, sendo surpreendida por esses aplicativos que se diferenciam dos modos tradicionais, mas temos que acompanhar. Não existe um caminho inverso”, comentou.
Com a disseminação dos aplicativos, o debate sobre o tema foi levado para reuniões mensais do Conselho Federal de Medicina e a questão foi estudada por integrantes da Câmara Técnica de Bioética e do setor de fiscalização. O CFM não soube informar a quantidade exata de empresas que já oferecem o serviço. Porém, estima que o atendimento por meio de três aplicativos nacionais já esteja disponível em grande parte das capitais e em mais de 100 cidades do país.
(Adaptado de: COSTA, V. Médicos ao alcance do celular. Folha de Londrina, 9 de abr. de 2018. Folha Saúde. p. 10.)
Sobre os recursos de pontuação empregados no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. As vírgulas usadas no início do texto (linhas 1 e 2) servem para separar termos justapostos, marcando uma enumeração.
II. No trecho “Desde 2015, o atendimento médico domiciliar [...]”, a vírgula serve para separar uma expressão de caráter temporal.
III. As aspas são utilizadas para destacar o discurso direto, a fala do presidente do CRM-PR.
IV. O uso de parênteses no texto impede a fluidez da leitura, que fica prejudicada e prolixa a cada explicação dada.
Assinale a alternativa correta.
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