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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 216 6761333
UECE 2ª Fase 1° Dia 2022Texto
“Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos
A poesia falada e apresentada para
grandes plateias não é um fato novo,
porém, a grande diferença é que hoje a
poesia falada se apresenta para o povo e
[150] não para uma elite — estamos falando da
poesia slam. Essa palavra surgiu em
Chicago, em 1984, e hoje a poetry slam,
como é chamada, é uma competição de
poesia falada que traz questões da
[155] atualidade para debate. slam é uma
expressão inglesa cujo significado se
assemelha ao som de uma “batida” de porta
ou janela, “algo próximo do nosso ‘pá!’ em
língua portuguesa”, explica Cynthia Agra de
[160]Brito Neves, em artigo recém-publicado na
revista Linha D’Água. Nas apresentações de
slam o poeta é performático e só conta com
o recurso de sua voz e de seu corpo.
A poetry slam, também chamada
[165] “batalha das letras”, tornou-se, além de um
acontecimento poético, um movimento
social, cultural e artístico no mundo todo,
um novo fenômeno de poesia oral em que
poetas da periferia abordam criticamente
[170] temas como racismo, violência, drogas,
entre outros, despertando a plateia para a
reflexão, tomada de consciência e atitude
política em relação a esses temas. Os
campeonatos de poesias passam por etapas
[175] ao longo do ano, de fevereiro a novembro,
são compostos de três rodadas e o
vencedor, escolhido por cinco jurados da
plateia, é premiado com livros e participa
do Campeonato Brasileiro de Slam (Slam
[180] Br). O poeta vencedor dessa etapa
competirá na Copa do Mundo de Slam,
realizada todo ano em dezembro, na
França.
Os campeonatos de slam no Brasil
[185] foram introduzidos por Roberta Estrela
D’Alva, a slammer (poetisa) brasileira mais
conhecida pela mídia e que conquistou o
terceiro lugar na Copa do Mundo de Poesia
Slam 2011, em Paris. Outra presença
[190] expressiva no assunto é Emerson Alcalde,
fundador do Slam da Guilhermina,
entrevistado pela autora em maio deste ano
na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas (FFLCH) da USP. Segundo ele,
[195] “promover a poesia oral, falar poesias, ler,
escrever, promover batalhas de
performances poéticas, é transformar os
slams em linguagem” e, pensando nisso,
levou o slam às escolas, pois “poesia é
[200] educação”.
(...) O slam é um grito, atitude de
“reexistência”, termo criado com a fusão
das palavras existência e resistência, de
acordo com a professora Ana L. S. Souza. O
[205] artigo ressalta também a importância de se
levar os slams para as escolas, na medida
em que forma alunos leitores e escritores
conscientes, dispostos a reivindicarem
mudanças educacionais e sociais.
[210] É fundamental o papel da escola na
disseminação dos “slams”, pois por meio
deles os alunos expressam “seus modos de
existir” e suas reivindicações por “uma
cultura jovem, popular, negra e pobre, de
[215] moradores da periferia, bem diferentes do
gosto canônico, branco e de classe média”.
Ao recriarem a cultura oficialmente escolar
letrada, esses alunos se tornam “agentes de
letramentos de reexistência”, e os slams,
[220] dessa maneira, são seus porta-vozes, pelos
quais demonstram sua revolta, sua
identidade e resistência. A autora finaliza
afirmando que “é preciso resistir para
existir. Poesia é reexistência”, enfatizando o
[225] desafio com que se deparam as escolas
diante dessa nova poesia contemporânea.
Adaptado de NEVES, Cynthia Agra de Brito. “Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos. Disponível em https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-evoz-de-identidade-e-resistencia-dos-poetascontemporaneos/ Acesso em 14 de setembro de 2021.
Atente para o seguinte trecho: “‘promover a poesia oral, falar poesias, ler, escrever, promover batalhas de performances poéticas, é transformar os slams em linguagem’ e, pensando nisso, levou o slam às escolas, pois ‘poesia é educação’” (linhas 195-200).
Quanto ao uso das aspas, é correto afirmar que indica
Questão 9 6370273
Unioeste 1° Etapa Manhã 2020LIKES ESCONDIDOS NO INSTAGRAM NÃO VÃO AUMENTAR A AUTOESTIMA DE NINGUÉM
Descartando-se o sempre pulsante noticiário político, a principal novidade da semana talvez tenha sido uma nova política do Instagram, batizada manchetes afora de “fim dos likes” — ou das curtidas. Não é bem verdade que os likes acabaram, eles apenas estão escondidos dos nossos seguidores. Mas podemos, a qualquer momento, descobrir o alcance de uma foto ou vídeo postados por nós mesmos.
Primeiro problema, portanto: continuamos sabendo se bombamos ou “flopamos”. E podemos continuar cultivando a ideia imaginária de sucesso ou fracasso a partir de como lemos nossas estatísticas do coraçãozinho vermelho.
No entanto, a empresa afirma que a estratégia, ainda em fase de testes, tem o propósito de permitir que os seguidores se concentrem mais nos conteúdos do que em sua repercussão.
Ora, como? Seria revolucionário mesmo se as curtidas sumissem de vez. O que seria de nós ao postar uma foto e não ter pistas sobre sua aprovação ou reprovação? Seríamos mais livres de autocensura? Talvez o eterno enigma sobre o que pensam os outros nos tornasse mais criativos.
A história fica ainda mais confusa quando acessamos os Stories e continua lá o desenho de um olhinho seguido pelo número de visualizadores de cada capítulo da nossa trama cotidiana. Acho tão perturbador quanto, por exemplo, o coração de um ex numa foto (ou a falta dele), saber quem se interessa minimamente pela nossa vida (e por qual motivo) e, principalmente, quem não dá a menor bola para o que comemos no almoço, o novo corte de cabelo ou as fotos de férias.
Seja qual for o cenário, seguimos enganchados pelo olhar alheio, ao qual respondemos desde o nascer. As redes sociais só escancaram essa operação psíquica, e o Instagram, convém lembrar, foi a plataforma que nasceu unicamente suportada pela imagem (mas quem passou dos 30, como eu, deve se lembrar do saudoso Fotolog).
Em psicanálise, especialmente a proposta por Jacques Lacan, um dos fiéis leitores de Freud, o sujeito se constitui a partir de um olhar externo. Uma linguagem alheia. Uma família antecipa a chegada do bebê nas palavras que diz e no que imagina sobre ele. Funda-se algo aí. Uma mãe ou um pai olham o recém-nascido para compreender o que deseja o ser que ainda não fala. Ou seja, somos algo porque primeiro somos olhados e adivinhados por alguém. Não há escapatória. Estaremos neuroticamente fadados a repetir essa dança durante toda a vida, de maneiras mais ou menos sintomáticas. Mais ou menos sofridas.
O Instagram é só mais um jeito de sermos olhados e, sobretudo, de buscar esse olhar. Não é a rede que nos torna mais ansiosos, com autoestima em baixa, achando a vida pouco colorida em comparação com as demais vidas da timeline. A imagem é nosso problema essencial, dentro ou fora da tela do celular. É com ela que temos de lidar, mesmo que as curtidas estejam escondidas. A gente continua sempre sabendo onde o calo aperta.
Fonte: Anna Carolina Lementy, O Globo, em 19.07.2019. Coluna “Celina”.
O texto, nos dois primeiros parágrafos, utiliza duas expressões entre aspas.
Assinale a alternativa CORRETA para tal utilização.
Questão 2 646402
FAMP 2018/2As aspas, recurso gráfico comum da língua escrita, podem ser empregadas em várias situações. Para saber a situação exata em que as aspas foram utilizadas, é necessário se atentar ao contexto apresentado. Desse modo, assinale a alternativa contendo a mesma situação em que as aspas foram empregadas, na imagem.
Questão 42 903524
ENEM PPL 1° Dia 2018Física com a boca
Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
Questão 4 5923906
Unilago 2018/2Leia o texto a seguir e responda à questão.
O pedido de carona, a solicitação de táxi, a escolha da refeição, a rotina de exercícios físicos, a aula de língua estrangeira e vários outros serviços são ofertados por meio dos milhares de aplicativos para celular. Desde 2015, o atendimento médico domiciliar também passou a ser viabilizado por meio desse novo sistema, mesmo sem a regulamentação do CFM (Conselho Federal de Medicina). A tecnologia aproximou pacientes de especialistas, clínicos gerais, enfermeiros e outros profissionais da saúde.
Após uma ampla discussão sobre questões éticas e legais envolvendo a nova forma de acionar o atendimento médico, o CFM elaborou normas gerais publicadas no final de fevereiro. A partir de agora, os responsáveis pelos aplicativos e pelo contato entre médicos e pacientes terão que cumprir algumas obrigações para manter-se no mercado.
De acordo com o documento (2.178/2017), as empresas devem se cadastrar junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina) correspondente ao local em que serão ofertadas as consultas e ainda indicar o nome do médico que vai atuar como diretor técnico. Desse profissional serão exigidos registro no CRM e Registro de Qualificação de Especialidade (quando o médico se apresentar como especialista). O diretor técnico também deve atuar no monitoramento das propagandas para que estejam de acordo com as normas do CFM, nas questões relacionadas à remuneração dos médicos e na garantia de qualidade dos serviços prestados.
Os profissionais que prestarem atendimento por meio dos aplicativos também serão obrigados a informar os números de registro, além de conservar e arquivar as fichas de atendimento e prescrições repassadas durante as consultas.
Para o presidente do CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná), Wilmar Mendonça Guimarães, a instituição e os profissionais precisam acompanhar os avanços tecnológicos. “Era uma exigência da atividade moderna da medicina. A presença dos aplicativos é uma realidade. Hoje em dia, os aplicativos estão ocupando um papel importante na vida das pessoas para tornar rápidos todos os serviços. A medicina acabou, inicialmente, sendo surpreendida por esses aplicativos que se diferenciam dos modos tradicionais, mas temos que acompanhar. Não existe um caminho inverso”, comentou.
Com a disseminação dos aplicativos, o debate sobre o tema foi levado para reuniões mensais do Conselho Federal de Medicina e a questão foi estudada por integrantes da Câmara Técnica de Bioética e do setor de fiscalização. O CFM não soube informar a quantidade exata de empresas que já oferecem o serviço. Porém, estima que o atendimento por meio de três aplicativos nacionais já esteja disponível em grande parte das capitais e em mais de 100 cidades do país.
(Adaptado de: COSTA, V. Médicos ao alcance do celular. Folha de Londrina, 9 de abr. de 2018. Folha Saúde. p. 10.)
Sobre os recursos de pontuação empregados no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. As vírgulas usadas no início do texto (linhas 1 e 2) servem para separar termos justapostos, marcando uma enumeração.
II. No trecho “Desde 2015, o atendimento médico domiciliar [...]”, a vírgula serve para separar uma expressão de caráter temporal.
III. As aspas são utilizadas para destacar o discurso direto, a fala do presidente do CRM-PR.
IV. O uso de parênteses no texto impede a fluidez da leitura, que fica prejudicada e prolixa a cada explicação dada.
Assinale a alternativa correta.
Questão 76 224344
PUC-SP Inverno 2017A queda do poderoso machão
Paula Cesarino Costa
OMBUDSMAN* da Folha de S.Paulo
Folha de S.Paulo, 09/04/2017
Em janeiro de 2016, a Folha anunciou a estreia de blog voltado à discussão das questões de gênero e do chamado empoderamento feminino. Nascido do movimento #Agora É Que São Elas, em que mulheres ocuparam o espaço de colunistas homens nos jornais, o blog homônimo se somava a dezenas de outros. Interpretei como saudável a oferta de novos temas aos leitores do jornal.
Neste espaço, já alertara de que os tempos de redes sociais turbulentas sinalizavam a hora de reinventar as páginas de opinião. Contabilizava, em agosto de 2016, 32 mulheres entre os 130 colunistas do jornal.
Na madrugada da sexta, 31 de março, o #Agora É Que São Elas publicou um post de potencial arrebatador nas redes sociais. O post "José Mayer me assediou" foi colocado no ar à 0h45. Nele, a figurinista Susllem Tonani acusava o ator de tê-la assediado durante oito meses na TV Globo. De manhã, o texto já era lido e compartilhado nas redes sociais. Por volta das 10h, a Folha tirou-o do ar sem dar explicação.
Cobrei do jornal, na crítica interna que circula em torno das 12h30, a obrigação de prestar satisfação ao leitor. Só às 14h22 foi publicada a justificativa para o sumiço do post: "O conteúdo foi retirado do ar porque desrespeitou o princípio editorial da Folha de só publicar acusação após ouvir e registrar os argumentos da parte acusada, salvo nos casos em que isso não for possível".
Às 17h30, o texto voltou a ficar disponível, ao mesmo tempo em que era publicada reportagem que resumia as acusações da figurinista e ouvia o ator. Ele negava o que lhe havia sido imputado. A TV Globo dizia não comentar assuntos internos, mas assegurava que haveria apuração rigorosa, "ouvidos todos os envolvidos, em busca da verdade".
Houve mobilização de funcionárias da emissora, que culminou em manifesto, cujo título se tornaria emblemático em camisetas e posts: "Mexeu com uma, mexeu com todas". Três dias depois do post original, a emissora divulgou a decisão de suspender José Mayer. Em carta, o ator assumiu ter errado e pediu desculpas. Tropeçou ao resumir o episódio como "brincadeira" e tentar dividir sua culpa com a geração de homens acima de 60 anos, como se fossem vítimas de uma catequese única e perversa.
A polêmica alcançou o topo das redes sociais, chegando a estar entre os dez assuntos mais comentados do mundo no Twitter. A retirada do ar do post pela Folha, sem explicação imediata, mas deixando rastros digitais, gerou reclamações e suscitou a elaboração de conjecturas:
"Acredito que a Folha precisa explicar o que motivou a retirada. Se está compactuando com uma operação abafa por parte da Globo ou se apurou erros no relato", registrou um leitor.
O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, diz que a Direção foi surpreendida com o conteúdo e determinou sua retirada temporária até que o outro lado fosse ouvido. "Nesse intervalo, uma reportagem foi publicada para explicar o que havia acontecido. Não foi, portanto, sem qualquer explicação", afirma.
Para Dávila, no caso concreto, não havia impeditivo para que o procedimentopadrão de ouvir o outro lado não fosse respeitado.
A Folha tem hoje 124 colunistas e 48 blogs. Grande parte dos leitores não diferencia uns de outros. Mas, na estrutura interna do jornal, blogueiros e colunistas são tratados de forma diferenciada. Todos os colunistas são lidos por editores ou pelos secretários de Redação antes que seus textos sejam publicados.
Os blogs são acompanhados a posteriori, pela própria natureza de "diário" que a modalidade comporta. Os autores cuidam diretamente da publicação dos textos.
Argumenta Dávila que todos os que
escrevem na Folha, incluindo blogueiros, devem submeter quaisqueracusações de prática ilegal aos seus editores antes de publicá-las.
É dever das titulares de um blog feminino e feminista trazer a público, sabendo ser verdadeira, uma denúncia de prática machista. É dever do jornal trabalhar tal informação e dar voz àquele que é acusado do que quer que seja.
O correto teria sido a publicação do texto original no blog, com remissão simultânea para reportagem produzida pelo corpo editorial da Folha, submetida aos padrões exigidos pelo Manual de Redação de isenção, transparência e equilíbrio. A retirada do ar explicitou falhas de comunicação e procedimento.
Um poderoso machão sucumbiu. Os tempos são outros. Uma leitora, no entanto, lembrou a ombudsman de que nesta semana a Ilustrada ganhou três novos colunistas de humor. Eles dividirão espaço com o consagrado José Simão. Todos são homens. Também não há mulheres, por exemplo, no quadrado da charge da página 2 da Folha.
*Ombudsman é uma expressão de origem sueca que significa "representante do cidadão". A palavra é formada pela união de "ombuds"
(representante) e "man" (homem). O termo surgiu em 1809, nos países escandinavos, para designar um Ouvidor-Geral do Parlamento, responsável em mediar e tentar solucionar as reclamações da população junto ao governo.
Hoje em dia, o ombudsman se transformou em uma profissão presente em quase todas as grandes e médias empresas, sejam públicas ou privadas.
A função do búds, como também são conhecidos, é a de enxergar os problemas e pontos negativos de determinada empresa ou instituição, a partir da ótica do consumidor/cidadão, e tentar solucionar as crises de maneira imparcial.
Dentro da imprensa, o ombudsman é o intermediador entre a editoria do jornal, por exemplo, e seus leitores. Nos Estados Unidos, a função de ombudsman
surgiu nos anos 1960. No Brasil, o cargo existe desde 1989, quando o jornal Folha de S. Paulo publicou a primeira editoria do seu ombudsman, que ficaria responsável em ser o porta-voz dos leitores, solucionando e transmitindo as suas reclamações para o jornal.
Em muitas empresas o ombudsman é ligado ao departamento de Serviços Jurídicos.
Disponível em: https://www.significados.com.br/ombudsman/. Acesso em: 13 maio 2017. [Adaptado para fins de vestibular.]
• Indique em qual passagem as aspas são empregadas para assinalar o pronunciamento do jornal: