Questões de Português - Gramática - Pontuação - Travessão
104 Questões
Questão 4 7143141
UNIMONTES 2° Etapa 2020Texto
O sentido da vida está na vida concreta
Margot Cardoso
Desde os primórdios do pensamento que o homem questiona o sentido da vida. De acordo com os gregos
antigos, o sentido da vida era estar alinhado com o cosmos. Aristóteles levou essa crença para a prática e afirmava
que o sentido da vida era escutar seu projeto interno e exercer os próprios talentos. Antes dele, Platão afirmou
justamente o contrário, que o sentido da vida não estava na enganosa vida material, mas na transcendência, no
mundo invisível, no eterno. Portanto, um caminho a ser percorrido pela alma. E essa fissura entre os dois
[5] pensadores — ironicamente, discípulo e mestre — continua a dividir o mundo até hoje.
Entretanto, apesar da cisão permanecer, o pensamento de Platão — mesclado com o cristianismo — é hoje a
corrente dominante. Assim, o sentido da vida está na transcendência, está fora deste mundo. Contudo, o escritor e
psicanalista Contardo Calligaris estava completamente em desacordo com esse pensamento. Em sua conferência no
Fronteiras do Pensamento 2019, Calligaris afirmou que o sentido da vida está no que é vivido a cada dia. “A questão
[10] do sentido da vida é simples. O sentido da vida é a própria vida concreta”, diz ele. [...]
Disponível em: https://vidasimples.co/ser/o-sentido-da-vida-esta-na-vida-concreta/. Acesso em: 10 out. 2021.
Sobre os dois usos dos travessões no texto, é CORRETO afirmar que
Questão 3 6460886
CUSC Medicina 1° Semestre 2018Leia o texto de Ruy Castro para responder à questão.
Admirável mundo novo
Os jornais deram: a casa do futuro será fabulosamente inteligente. Pelo que entendi, ela dispensará seu morador de ter de decidir se espana ou passa um pano nos móveis, fecha ou abre uma torneira e dá ou não descarga no vaso. Ou seja, cada vez menos esse morador precisará usar a própria inteligência na intimidade do lar. Isso não será de todo mau. O ser humano, descendente de Platão1, Cervantes2 e Humphrey Bogart3, nasceu para coisas mais importantes do que escolher entre lavar ou deixar de lavar as caçarolas.
No futuro, a porta da casa dispensará a chave — abrirá ao contato com a sua impressão digital. As luzes se acenderão assim que você adentrar o recinto e se apagarão à medida que for mudando de aposento. E não só. O ar condicionado ou a calefação começará a funcionar automaticamente, de acordo com a temperatura; as músicas da sua vida surgirão de alguma fonte no volume que você achar ideal.
As mãos serão reservadas a práticas mais nobres, porque muita coisa que, até há pouco, ainda dependia delas será resolvida pelo comando de voz. Hoje, ao tomar certos elevadores, você já não precisa apertar um botão — basta dizer o número do andar e o bicho o leva até lá. Em breve, poderá fazer isto também com os eletrodomésticos, do aspirador, que, obedecendo à sua ordem verbal, sairá cafungando por conta própria pelo seu apartamento, ao chuveiro, que ficará pelando, gelado ou médio de acordo com o seu tom de voz.
Enfim, será um admirável mundo novo, como nem Aldous Huxley4 ousou imaginar.
Liberados das tarefas prosaicas, resta ver de que se ocuparão nossas poéticas cabeças. Francamente, não faço muita fé.
(www.folha.uol.com.br, 22.05.2017. Adaptado.)
1 Platão (427 a.C.?-347 a.C.?): filósofo da Grécia Antiga.
2 Miguel de Cervantes (1547-1616): escritor espanhol, criador do personagem D. Quixote.
3 Humphrey Bogart (1899-1957): ator estadunidense.
4 Aldous Huxley (1894-1963): escritor inglês, autor do romance Admirável mundo novo.
“No futuro, a porta da casa dispensará a chave — abrirá ao contato com a sua impressão digital.” (2º parágrafo)
Preservando-se o sentido original da frase, o travessão pode ser substituído por vírgula seguida da conjunção
Questão 48 294991
Albert Einstein 2017/2BIOÉTICA
Divulgação de dados de pacientes
A possível divulgação que chegou à imprensa sobre conteúdo de exames de paciente – que teria, ainda, sido alvo de comentários ofensivos propagados via Whatsapp –, aguça uma questão que, de tempos em tempos, volta aos debates ético, bioético e deontológico: apesar de ser um dos pilares mais conhecidos da profissão, médicos sempre se preocupam com o sigilo das informações obtidas de sua relação com o paciente?
Seriam claros a eles e demais profissionais da Saúde princípios éticos como confidencialidade e privacidade do paciente, tão arraigados na área, mesmo quando envolvem pessoas públicas?
Para José Marques Filho, coordenador da Câmara Técnica Interdisciplinar de Bioética do Cremesp, a obrigação milenar à confidencialidade embasa a relação médico-paciente. “Favorece não apenas o âmbito ético, o mais evidente, como o técnico: o paciente que não confiar no médico esconderá informações imprescindíveis a uma anamnese completa”. Isso se estende a familiares, que, ao procurar os serviços, creem que o conteúdo de exames e detalhes relativos ao tratamento serão resguardados.
Concordam com essa visão os bioeticistas Carlos Francisconi e José Roberto Goldim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no livro Iniciação à Bioética, do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo eles, um bom vínculo terapêutico se baseia na confiança. O assistido crê que seu médico “irá preservar tudo o que lhe for relatado, tanto que revela informações que outras pessoas, com as quais convive, sequer supõem existir”.
Daí se podem depreender os eventuais riscos e dissabores a que são submetidos os já vulnerabilizados pela doença, bem como seus entes queridos, quando suas particularidades de saúde são expostas em foros inadequados e de maneira frívola.
Confiança
Derivado do latim confidentia, entre seus significados, o termo confiança corresponde a “o que se acredita firmemente”.
Segundo a obra Bioethics Information Retrieval Project, do Kennedy Institute of Ethics, a confidencialidade pode ser entendida como “a garantia do resguardo das informações dadas em confiança e a proteção contra a sua revelação não autorizada”, no contexto sanitário
Já privacidade (do inglês, privacy) costuma ser interpretada como a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, bem como do acesso a ela própria e à sua intimidade. Isso, por vezes, se traduz no direito de alguém de manter-se afastado ou de permanecer só.
Como resume Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro do Cremesp e coordenador do Centro de Bioética do Conselho, há três planos em torno das informações sanitárias que devem ser salvaguardadas: o primeiro é o da confidencialidade, no qual o indivíduo decide partilhar algo com quem lhe interessa e convém – por exemplo, seu médico assistente –; o da privacidade, pela qual a pessoa pode querer guardar sua história consigo mesma. Ambos culminam em um terceiro plano relativo à profissão médica: o compromisso do sigilo, preservado por quase 25 séculos, e consagrado pelo Juramento de Hipócrates, ao estabelecer que “aquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto”
Liberdade de expressão?
Longe de simplificar o debate relativo à quebra de sigilo profissional à simples “liberdade de expressão” dos que divulgam informações sigilosas – ou apenas as replicam “inocentemente” –, como salienta Ayer, a discussão envolve algo ainda pouco regulamentado, ou seja, a divulgação de assuntos médicos via smartphones.
Entre as exceções, figura o Alerta do Cremesp, publicado em setembro de 2016 (http://www.cremesp.org. br/?siteAcao=NoticiasC&id=4220), sobre uso do WhatsApp ou aplicativos similares pelos médicos: “quando for responder aos seus pacientes por WhatsApp ou aplicativos similares, façam-no, desde que conheçam o seu quadro clínico atual, com o intuito apenas de orientá-los, com observância ao Código de Ética Médica, particularmente com respeito ao sigilo profissional, não os expondo em grupos”.
Nota pública do Cremesp
Em Nota Pública sobre caso pontual que originou sindicância voltada a eventual divulgação indevida, por médicos, de exames de pessoa pública (http://www.cremesp.org. br/?siteAcao= NoticiasC&id=4390) – que está sendo promovida com a cautela habitual na Casa –, o Cremesp salienta, entre outros pontos, que o “compromisso e a ética ante a saúde de cada um dos cidadãos colocam-se, sem distinções de qualquer natureza, sempre acima de interesses que não sejam fiéis à dignidade inviolável da pessoa doente junto aos seus entes queridos”.
Por conseguinte, lamenta “a divulgação de qualquer exame, dado privativo e ofensas feitas a doentes em redes sociais”.
Normas legais e deontológicas
Sigilo, confidencialidade e privacidade são garantidos por diretrizes brasileiras, em âmbitos: Constitucional; Civil; Penal; e pelo Código de Ética Médica.
Em resumo, determinam:
• Serem invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas;
• A proibição (a qualquer cidadão) de divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas ou conteúdo de documento particular e/ou segredo, de que tem ciência em razão (...) de ofício ou profissão, se produzir dano a outrem;
• A proibição (ao médico) de revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Permanece a proibição: mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido (...).
Disponível em: [https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Jornal&id=2283] . Acesso em: 08 mar. 2017. Imagem: [http://www.ugt.org.br/index.php/post/3135-Novo-codigo-de-etica-medica-entra-em-vigor-nesta-terca-feira(13-04-2010)]. Acesso em: 08 maio 2017
Os travessões empregados no primeiro parágrafo da subparte intitulada “Liberdade de expressão” têm a função de
Questão 12 111351
UFPR 2016Famílias em transformação
O projeto de lei que cria o Estatuto da Família colocou na pauta do dia a discussão a respeito do conceito de família. Afinal, o que é família hoje? Alguém aí tem uma definição, para a atualidade, que consiga acolher todos os grupos existentes que vivem em contextos familiares?
A Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa: “Família é a união entre homem e mulher, por meio de casamento ou de união estável, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos”. Essa é a definição aprovada pela Câmara para o projeto cuja finalidade é orientar as políticas públicas quanto aos direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –, principalmente nas áreas de segurança, saúde e educação. Vou deixar de lado a discussão a respeito das injustiças, preconceitos e exclusões que tal definição comporta, para conversar a respeito das famílias da atualidade.
Desde o início da segunda metade do século passado, o conceito de família entrou em crise, e uso a palavra crise no sentido mais positivo do termo: o que aponta para renovação e transição; mudança, enfim. Até então, tínhamos, na modernidade, uma configuração social hegemônica de família, que era pautada por um tipo de aliança – entre um homem e uma mulher – e por relações de consanguinidade. As mudanças ocorridas no mundo determinaram inúmeras alterações nas famílias, não apenas em seu desenho, mas, principalmente, em suas dinâmicas.
E é importante aceitar essa questão: não foram as famílias que provocaram mudanças na sociedade; esta é que determinou muitas mudanças nas famílias. Só assim iremos conseguir enxergar que a família não é um agente de perturbação da sociedade. É a sociedade que tem perturbado, e muito, o funcionamento familiar. Um exemplo? Algumas mulheres renunciam ao direito de ficar com o filho recém-nascido durante todo o período da licença-maternidade determinado por lei, porque isso pode atrapalhar sua carreira profissional. Em outras palavras: elas entenderam que a sociedade prioriza o trabalho em detrimento da dedicação à família. É assim ou não é?
Se pudéssemos levantar um único quesito que seria fundamental para caracterizar a transformação de um agrupamento de pessoas em família, eu diria que é o vínculo, tanto horizontal quanto vertical. E, hoje, todo mundo conhece grupos de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que têm relação de parentesco que não se constituem verdadeiramente em família, por absoluta falta de vínculo entre seus integrantes.
Os novos valores sociais têm norteado as pessoas para esse caminho. Vamos lembrar valores decisivos para nossa sociedade: o consumo, que valoriza o trabalho exagerado, a ambição desmedida e o sucesso a qualquer custo; a juventude, que leva adultos, independentemente da idade, a adotar um estilo de vida juvenil, que dá pouco espaço para o compromisso que os vínculos exigem; a busca da felicidade, identificada com satisfação imediata, que leva a trocas sucessivas nos relacionamentos amorosos, como amizades e par afetivo, só para citar alguns exemplos. O vínculo afetivo tem relação com a vida pessoal. O vínculo social, com a cidadania. Ambos estão bem frágeis, não é?
SAYÃO, Rosely. . Em 29 set. 2015.
Identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas sobre o uso de expressões e/ou sinais de pontuação no texto.
( ) O diálogo com o leitor é marcado no texto pelo uso da expressão “alguém aí”, na segunda linha, e pelo uso recorrente da interrogação.
( ) A expressão sublinhada em “a Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa” antecipa para o leitor a adesão da autora à definição de família aprovada para o projeto de lei do Estatuto da Família.
( ) No trecho “direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –”, a expressão entre travessões alerta o leitor para a restrição do conceito de família mencionado.
( ) As expressões “desde o início da segunda metade do século passado” e “até então” (3º parágrafo) introduzem informações situadas em um mesmo período.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Questão 7 155961
UFT 2015De 1987 para cá, o êxodo rural praticamente acabou, uma vez que as cidades não mais oferecem uma melhor qualidade de vida. Dessa forma, o que está em curso no Brasil hoje é um "êxodo urbano", também identificado pelas pesquisas, com o homem das cidades fugindo em direção ao meio rural para escapulir à poluição, à violência e ao estresse dos grandes conglomerados urbanos. Em São Paulo, por exemplo, o fato é facilmente constatável: são os "neo-rurais", pessoas da cidade em busca de melhor qualidade de vida nas zonas rurais. Aliados à mecanização do trabalho agrícola, esses dois movimentos populacionais conduzem ao crescimento das ocupações não-agrícolas no meio rural sem que, todavia, haja uma política de formação de mão-de-obra nas regiões atingidas. São novos modelos ocupacionais - caseiro, jardineiro, trabalho doméstico e serviços - que surgem para atender ao movimento de êxodo urbano.
Disponível em: <http://www.diariopopular.com.br/08_12_02/artigo.html>. Acesso em: 03 fev. 2015 (texto adaptado).
Sobre os aspectos gramaticais e seus respectivos contextos, analise as afirmativas.
I. “Uma vez que” pode ser substituído por “visto que” sem prejuízo ao entendimento da oração;
II. A expressão “todavia” pode ser substituída por “contudo” sem prejuízo ao entendimento da oração.
III. Há a utilização dos sinais (—) entre orações. Com isso, a intenção do autor é destacar palavras pouco usuais na língua portuguesa; os sinais podem ser trocados por aspas simples.
IV. A expressão “por exemplo” aparece entre vírgulas, pois se refere a uma explicação.
Marque a alternativa CORRETA.
Questão 1 102843
UnB 1° Dia 2015[1] Os contemporâneos de Leonardo da Vinci encaravamno
como um ser estranho e misterioso. Príncipes e chefes
militares queriam usar esse surpreendente mago como
[4] engenheiro militar na construção de fortificações e canais,
novas armas e dispositivos bélicos. É provável que o próprio
Leonardo não alimentasse a ambição de ser considerado um
[7] cientista. A exploração da natureza era para ele, em primeiro
lugar e acima de tudo, um meio de adquirir conhecimentos
sobre o mundo visível — conhecimentos de que necessitaria
[10] para a sua arte.
E. H. Gombrich. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2011, p. 294 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais a imagem e o texto apresentados acima, julgue o item.
Mantendo-se a correção gramatical e a clareza do texto, o travessão (L.9) poderia ser substituído por vírgula, e o trecho por ele isolado ser reescrito da seguinte forma: dos quais necessitaria na produção de suas obras de arte.
Pastas
06