Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Período
40 Questões
Questão 11 11014277
IFRN Integrado 2018TEXTO
AMAZÔNIA: FASCÍNIO E DESTRUIÇÃO
Em 15 de fevereiro de 2015.
Do alto, do solo ou da água, a Amazônia é um impacto para os olhos. Por seus 6,9 milhões de quilômetros quadrados em nove países sulamericanos (Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa), espalha-se uma biodiversidade sem paralelos. É ali que mora metade das espécies terrestres do planeta. São aproximadamente 40 mil espécies de plantas e mais de 400 de mamíferos. Os pássaros somam quase 1.300 e os insetos chegam a milhões.
No Brasil, que engloba cerca de 60% da bacia amazônica, o bioma cobre 4,2 milhões de quilômetros quadrados (49% do território nacional) e se distribui por nove estados (Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, parte do Tocantins e parte do Maranhão). Ele é muitas vezes confundido com a chamada Amazônia Legal - uma região administrativa de 5,2 milhões de quilômetros quadrados definida em leis de 1953 e 1966 e que, além do bioma amazônico, inclui cerrados e o Pantanal.
Sob as superfícies negras ou barrentas dos rios amazônicos, 3 mil espécies de peixes deslizam por 25 mil quilômetros de águas navegáveis: é a maior bacia hidrográfica do mundo, com cerca de um quinto do volume total de água doce do planeta. Às suas margens, vivem mais de 24 milhões de pessoas, incluindo mais de 342 mil indígenas de 180 etnias distintas, além de ribeirinhos, extrativistas e quilombolas.
Além de garantir a sobrevivência desses povos, fornecendo alimentação, moradia e medicamentos, a Amazônia tem uma relevância que vai além de suas fronteiras. Ela é fundamental no equilíbrio climático global e influencia diretamente o regime de chuvas do Brasil e da América Latina. Sua imensa cobertura vegetal estoca entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono. A cada árvore que cai, uma parcela dessa conta vai para os céus.
GRANDES TAMBÉM SÃO AS AMEAÇAS
Maravilhas à parte, o ritmo de destruição segue par a par com a grandiosidade da Amazônia. Desde que os portugueses pisaram aqui, em 1550, até 1970, o desmatamento não passava de 1% de toda a floresta. De lá para cá, em apenas 40 anos, foram desmatados cerca de 18% da Amazônia brasileira – uma área equivalente aos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Foi pela década de 1970 que a porteira se abriu. Numa campanha para integrar a região à economia nacional, o governo militar distribuiu incentivos para que milhões de brasileiros ocupassem aquela fronteira “vazia”. Na corrida por terras, a grilagem falou mais alto, e o caos fundiário virou regra difícil de ser quebrada até hoje.
A governança e a fiscalização deram alguns passos. Mas em boa parte da Amazônia, os limites das propriedades e seus respectivos donos ainda são uma incógnita. Isso pode mudar com a consolidação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), ferramenta de regularização ambiental prevista no Código Florestal, mas que ainda está em processo de implementação. Os órgãos ambientais correm atrás de recursos para enquadrar os que ignoram a lei, mas o orçamento para a pasta não costuma ser generoso. O resultado, visto do alto, do solo ou das águas, é impactante.
DESENVOLVIMENTO PARA QUEM?
Uma das últimas grandes reservas de madeira tropical do planeta, a Amazônia enfrenta um acelerado processo de degradação para a extração do produto. A agropecuária vem a reboque, ocupando enormes extensões de terra sob o pretexto de que o celeiro do mundo é ali. Mas o modelo de produção, em geral, é antigo e se esparrama para os lados, avançando sobre as matas e deixando enormes áreas abandonadas.
Ainda assim, o setor do agronegócio quer mais. No Congresso, o lobby ruralista por mudanças na legislação ambiental conseguiu aprovar o novo Código Florestal, que concedeu anistia a quem desmatou ilegalmente e enfraqueceu a legislação. O objetivo é que mais áreas de floresta deem lugar à produção, principalmente, de gado e soja. A fome por desenvolvimento deu ao país a segunda posição dentre os maiores exportadores de produtos agrícolas. Mas os louros desses números passaram longe da população local. As taxas anuais de desmatamento na Amazônia brasileira, que haviam caído nos últimos anos, aumentaram 28% entre agosto de 2012 e julho de 2013.
A exploração predatória e ilegal de madeira continua a ser um enorme problema na região e tem como principal consequência a degradação florestal, que é o primeiro passo para o desmatamento. Além disso, ela causa inúmeros conflitos sociais, como ameaças e assassinatos de lideranças que lutam para proteger a floresta. Como se não bastasse, essa madeira chega aos mercados nacionais e internacionais como se fosse legal, por meio de um processo de “lavagem” que utiliza documentos oficiais para dar status de legalidade à madeira tirada de locais que não possuem autorização – incluindo áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação. O sistema do governo que deveria controlar o setor madeireiro é falho e está totalmente fora de controle.
As promessas de desenvolvimento para a Amazônia também se espalham pelos rios, em forma de grandes hidrelétricas, e pelas províncias minerais, em forma de garimpo. Mas o modelo econômico escolhido para a região deixa de fora os dois elementos essenciais na grandeza da Amazônia: meio ambiente e pessoas.
Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/Amazonia/. Acesso em: 10 set. 2017. Texto adaptado para uso nesta avaliação.
Foi pela década de 1970 que a porteira se abriu. Numa campanha para integrar a região à economia nacional, (1) o governo militar distribuiu incentivos para que milhões de brasileiros ocupassem aquela fronteira “vazia”. Na corrida por terras, (2) a grilagem falou mais alto, (3) e o caos fundiário virou regra difícil de ser quebrada até hoje.
No trecho, há
Questão 17 1575554
IFRR Subsequente 2015/2“Se eu cuidasse da natureza, teria uma saúde melhor”.
Assinale a alternativa que reescreve o período de modo a começar por Se eu cuidar da natureza...
Questão 13 93604
UnB 1° Dia 2013/2[1] O banquete tinha tanta importância quanto a vida
dos salões no século XVIII e mesmo quanto a corte do
Ancien Régime. Os imperadores não tinham corte; viviam em
[4] seu palácio, na colina do Platino, à maneira dos nobres de
Roma em suas mansões, cercados de escravos e libertos, mas,
caída a noite, jantavam com seus convidados, que eram
[7] senadores ou simples cidadãos cuja companhia apreciavam.
Paul Veyne. O Império Romano. In: Philippe Ariès; Georges Duby. História da vida privada: do império romano ao ano mil. 2.ª ed. Trad.: Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 181 (com adaptações).
Diego Velázquez. O triunfo de Baco, 1629, óleo sobre tela, 165 cm × 225 cm, Museu do Prado, Madri.
Frans Hals. O banquete dos oficiais da Milícia de São Jorge, 1627, óleo sobre tela, 179 cm × 257,5 cm, Museu Frans Hals, Amsterdã.
Giambattista Tiepolo. O banquete de Cleópatra, 1743, óleo sobre tela, 250,3 cm × 357 cm, Galeria Nacional de Victória, Austrália.
Considerando o fragmento de texto e as obras reproduzidas acima, julgue o item.
No primeiro período do texto, o verbo está elíptico nas duas orações subordinadas, as quais estabelecem relação de comparação com a oração que inicia o período.
Questão 8 11114329
USS (Univassouras) Medicina 2024/1TEXTO
Atravessamos tempos cruciais para os destinos da humanidade. O contexto da pandemia escancarou a
crise do capitalismo, o fracasso do projeto ultraneoliberal, o capitalismo do desastre, da universalização do
mal-estar com o agravamento das desigualdades e com aumento exponencial da fome e da miséria, que
poderá atingir mais 1 bilhão de pessoas além dos 3 bilhões de seres humanos em insegurança alimentar,
[5] aumento da concentração de renda, crise climática extrema, avanço da extrema-direita global e ameaças às
democracias.
Essa realidade exige um amplo diálogo entre as forças democráticas e populares para a construção de uma
nova governança global em torno de uma agenda de enfrentamento das desigualdades, da crise climática
e do avanço da extrema-direita no mundo.
[10] A América Latina tem se constituído como epicentro de grandes batalhas políticas no século XXI por ter
sido a região que teve os mais radicais experimentos de governos neoliberais, das ditaduras da década de
1970 até a aplicação do consenso econômico neoliberal, o chamado Consenso de Washington, com seu
ideário, entre outros, de disciplina fiscal, redução de gastos públicos, abertura comercial, juros de mercado,
câmbio de mercado, privatização das estatais, desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas, direito
[15] à propriedade intelectual encarados como forças naturais, inexoráveis, às quais todos os países devem se
subordinar.
As disputas políticas na região marcaram a emergência de governos antineoliberais, que impulsionaram
uma agenda de enfrentamento das desigualdades intoleráveis para os interesses do capital.
Busca-se uma perspectiva da gestão social da riqueza, uma revisão até mesmo do regime de propriedade, a
[20] democratização do acesso aos bens – da sua propriedade, do seu controle e de sua gestão.
A pandemia da covid-19, para além de evidenciar a crise do capitalismo, colocou na agenda global
o enfrentamento da desigualdade abissal, a luta por políticas de direitos universais, sintetizada no
entendimento mais amplo de que o direito universal à saúde é estratégico e deve ser compreendido como
bem comum, a saúde como direito universal, e não como mercadoria.
[25] A situação inadmissível da iniquidade da distribuição das vacinas condenará a humanidade a uma pandemia
perene com o recorrente surgimento de novas cepas. Essa realidade impõe a urgência não apenas de medidas
como suspensão e/ou quebra das patentes como uma das dimensões estratégicas para o enfrentamento das
desigualdades e proteção da saúde dos povos, mas, principalmente, uma direção participativa e coordenada
de todas as nações na gestão dos estoques existentes de imunizantes.
[30] País de passado colonial e escravista, o Brasil carrega vivo o peso desse passado. Após quase 400 anos da
escravidão como base do sistema produtivo, o País não se livrou das feridas que moldam a sua alma. A
mudança na base produtiva e nas relações de trabalho não foram suficientes para solucionar os problemas
decorrentes da escravidão e do modelo extrativista e agroexportador. Ainda estão abertas as chagas da
injustiça, da exploração, da crueldade e do preconceito. A conformação das estruturas fundiárias e urbanas,
[35] as relações sociais, o arcabouço institucional e as interações com o ambiente são marcas de uma sociedade
extremamente desigual, predatória e sem projeto para além da exaustão dos recursos disponíveis, incluindo
aí as pessoas reduzidas à categoria de peças de uma grande engrenagem que moe vidas, paisagens, sonhos
e afetos.
Ainda estão entre nós, e bastante atuantes, as figuras execráveis do capitão do mato e do bandeirante. Os
[40] poderes materiais e simbólicos que operavam a manutenção de uma ordem oligárquica e patrimonialista,
não obstante o verniz de uma frágil democracia, permanecem intocados e resistentes ao avanço de uma
democracia de fato.
Com a pandemia da covid-19, houve a um só passo a aceleração e a deslegitimação do projeto liberal-
conservador. Por um lado, o embrutecimento de um capitalismo de desastre intensificou o vínculo orgânico
[45] das corporações de mercado com as forças militarizadas, cada vez mais presentes na conjuntura política do
país; por outro, o drama da pandemia tornou possível que o SUS viesse ao centro da consciência democrática
de milhões de brasileiras e brasileiros. Sem dúvida, esse deslocamento abriu a oportunidade para que a
cultura democrática sanitarista amplie os sentidos do seu programa no cotidiano das trabalhadoras e dos
trabalhadores.
[50] Neste início de século XXI, o princípio universalista da tradição sanitária brasileira, fortemente consciente
das opressões materiais classistas, tem um encontro a ser consolidado com as novas formas de luta por
cidadania, como o antirracismo, o antipatriarcalismo e a resistência ao colonialismo. A luta socialista contra
as várias formas de opressão humana deve ter na tradição sanitarista brasileira o seu momento máximo
de afirmação, formando uma luta coerentemente anticapitalista, antipatriarcal e antirracialista, ampliando
[55] assim o seu elo com o poder radical popular.
Centro Brasileiro de Estudos em Saúde. Disponível em: https://cebes.org.br/tese-2021-22-cebes-reafirma-a-luta-civilizacao-contra-barbarie/28043/. Acesso em 20 dez.2023. (Fragmento).
A introdução do texto é constituída de dois períodos em que:
Questão 13 11199727
PUC-MG Medicina 2023/1INSTRUÇÃO: Atente para o post abaixo, extraído de um blog, para responder às questão.
Análise do discurso e questões sociais
Segunda, 27 Março 2017 - Sírio Possenti - Parábola Editorial
Que a análise do discurso é política, não há dúvida. É, inclusive, um motivo de desconfiança de que se trate de uma especialização no interior da linguística (o curioso é que a “cognição” não sofre a mesma acusação – e dizer isso já é fazer política...).
Claro, podem-se encontrar trabalhos de pesquisa que se colocam sob o guarda-chuva “análise do discurso” e que tratam de questões “culturais”, “cognitivas”, “conversacionais”. Nestes casos (simplifico um pouco), discurso é quase sinônimo de fala (há quem prefira chamar estes trabalhos de estudos do discurso).
(Disponível em: https://www.parabolablog.com.br/index.php/blogs/analise-do-discurso-e-politica-1. Acesso em: 12 set. 2022).
Com relação à estrutura “Que a análise do discurso é política, não há dúvida.”, pode-se afirmar que:
I – Há uma topicalização, isto é, o deslocamento de termo / constituinte para a esquerda.
II – A estruturação do período visa a focalizar um constituinte.
III – Há um problema de regência nominal, se se observar a norma padrão vigente.
Está/estão CORRETA(S) a(s) afirmativa(s) presente(s) em:
Questão 27 9512802
PUC-RS Verão - Medicina 2023Responder à questão com base no texto.
TEXTO
Há seis anos, na Cidade do México, rodou o mundo
a imagem de um garoto com autismo se emocionando e
chorando ao ouvir a banda inglesa Coldplay, no palco,
cantando “Fix You”, algo como “te consertar”, em portu
[5] guês. Foi um momento de fazer passarinhar o coração
de quem tem fé na alma.
Ao lado do pai, também em prantos, o menino
_______ um sentimento de plenitude ao poder assistir
à manifestação artística de seus ídolos ali de pertinho.
[10] Diante de tantas incompreensões em torno de uma con
dição diferente que muitos querem ver como igual, poder
estar ali vibrando livremente, com toda a estereotipia que
lhe é peculiar, parecia um alento sem igual.
Em abril passado, de volta ao país latino, o grupo,
[15] um dos mais populares do mundo, que já deixou outras
marcas inclusivas em sua trajetória, como ter feito o
encerramento da Paralimpíada de Londres, em 2012,
não só convidou o agora adolescente Huillo para a festa
como o colocou para dançar.
[20] A multidão ouviu e ovacionou o novato artista, que
cantou e tocou ao piano, ao lado dos músicos consa
grados, uma canção chamada “Different is Ok”, “Ser
diferente é normal”, dando um intervalo nos hits tão
esperados para uma pequena reflexão a respeito de
[25] aproveitar a vida sendo como é.
[...]
O lugar da pessoa com deficiência precisa ser des
locado dos conceitos equivocados de dependência, de
inabilidades, de incapacidades, de tristezas, de recolhi
mento para o amplo convívio, para as oportunidades,
[30] para a visibilidade e para as potências resultantes de
suas experiências.
[...]
Aproveitar holofotes, fama, prestígio e adoração
pública diante desse caldo de humanidade latente
parece ser oportunidade incrível para despertar novos
[35] pensamentos e olhares a respeito das diferenças. Em
um _______ de duas horas, dedicar cinco minutos a
causas com poucas chances de protagonismo me
parece um tempo valioso em sua _______ e simples de
ser despendido.
Adaptado de: MARQUES, Jairo. Como uma das maiores bandas de rock do mundo faz a diferença pela inclusão. Disponível em: https://bit.ly/3OAjYix. Acesso em: 27 abr. 2022.
Sobre os recursos linguísticos empregados no texto, afirma-se:
I. O pronome “lhe” (linha 13) complementa o adjetivo “peculiar” (linha 13).
II. As três ocorrências do verbo “parecer” (linhas 13, 34 e 38) conferem caráter de incerteza ao discurso do autor.
III. As correlativas “não só ... como” (linhas 18 e 19) estabelecem relação de adição no período.
IV. “Para” (linha 34) introduz a finalidade da expressão “oportunidade incrível” (linha 34).
Estão corretas apenas as afirmativas
Pastas
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