Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Verbo bitransitivo
5 Questões
Questão 5 1865818
UnirG 2019/2Quanto à regência, o verbo “preferir” possui uso bitransitivo. A alternativa em que esse uso está correto é:
Questão 72 6538016
FAMECA 2018Leia o trecho do conto “O fígado indiscreto”, de Monteiro Lobato, para responder a questão.
Que há um Deus para o namoro e outro para os bêbados está provado. Sem eles, como explicar tanto passo falso sem tombo, tanto tombo sem nariz partido, tanta beijoca lambiscada a medo sem maiores consequências afora uns sobressaltos desagradáveis, quando passos inoportunos põem termo a duos de sofá em sala momentaneamente deserta?
a duos de sofá em sala momentaneamente deserta? Acontece, todavia, que esses deuses, ao jeito dos de Homero, também cochilam: e o borracho parte o nariz de encontro ao lampião, ou a futura sogra lá apanha Romeu e Julieta em flagrante contato de mucosas petrificando-os com o clássico: “Que pouca-vergonha!…”.
Outras vezes acontece aos protegidos decaírem da graça divina.
Foi o que sucedeu a Inácio, o calouro, e isso lhe estragou o casamento com a Sinharinha Lemos, boa menina a quem cinquenta contos de dote faziam ótima.
Inácio era o rei dos acanhados. Pelas coisas mínimas avermelhava, saía fora de si e permanecia largo tempo idiotizado.
O progresso do seu namoro foi, como era natural, menos obra sua que da menina, e da família de ambos, tacitamente concertadas numa conspiração contra o celibato do futuro bacharel. Uma das manobras constou do convite que ele recebeu para jantar nos Lemos, em certo dia de aniversário familiar comemorado a peru.
(Cidades mortas, 2007. Adaptado.)
“Inácio era o rei dos acanhados. Pelas coisas mínimas avermelhava, saía fora de si e permanecia largo tempo idiotizado.” (5º parágrafo)
No contexto em que está inserido, o termo em destaque é um verbo
Questão 6 9970611
Humanitas Medicina 2017/2Leia o trecho do romance O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, para responder à questão.
Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica – que o detestava – costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:
– Lá vai a jiboia esmoer1 . Um dia estoura!
Com efeito estourou, depois de uma ceia de peixe – à hora em que defronte, na casa do doutor Godinho que fazia anos, se polcava2 com alarido. Ninguém o lamentou, e foi pouca gente ao seu enterro. Em geral não era estimado. Era um aldeão; tinha os modos e os pulsos de um cavador, a voz rouca, cabelos nos ouvidos, palavras muito rudes.
Nunca fora querido das devotas; arrotava no confessionário, e, tendo vivido sempre em freguesias da aldeia ou da serra, não compreendia certas sensibilidades requintadas da devoção: perdera por isso, logo ao princípio, quase todas as confessadas, que tinham passado para o polido padre Gusmão, tão cheio de lábia!
E quando as beatas, que lhe eram fiéis, lhe iam falar de escrúpulos de visões, José Miguéis escandalizava-as, rosnando:
– Ora histórias, santinha! Peça juízo a Deus! Mais miolo na bola!
As exagerações dos jejuns sobretudo irritavam-no:
– Coma-lhe e beba-lhe, costumava gritar, coma-lhe e beba-lhe, criatura!
Era miguelista3 – e os partidos liberais, as suas opiniões, os seus jornais enchiam-no duma cólera irracionável: – Cacete! cacete! exclamava, meneando o seu enorme guarda-sol vermelho.
(O crime do padre Amaro, 2005.)
1 esmoer: mastigar, remoer o alimento.
2 polcar: dançar polca.
3 miguelista: partidário de D. Miguel (1802-1866), representante da política absolutista, contrária ao liberalismo.
“Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia.” (1o parágrafo).
O termo destacado é uma locução verbal
Questão 3 6524952
FASM Tarde 2017Leia o poema de Raimundo Correia (1859-1911) para responder à questão.
As pombas...
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
(Melhores poemas, 2001.)
Na primeira estrofe, “raiar” é um verbo
Questão 23 83920
UFRGS 2° Dia PORT 2013[1] A pesquisa em gramática também tem
seus mistérios – aspectos da língua que
ninguém conseguiu até hoje formular direito.
Acho que não exagero se disser que a maioria
[5] dos fenômenos gramaticais já observados não
tem uma explicação satisfatória. Vejamos um
exemplo.
Sabemos que, em muitas frases, o sujeito
exprime o ser que pratica a ação (ou, mais
[10] exatamente, que causa o evento). Isso
acontece na frase: Minervina entortou meu
guarda-chuva. Acontece que, com o verbo
entortar, nem sempre o sujeito exprime quem
pratica a ação. Se não houver objeto, isto é,
[15] se só houver o sujeito e o verbo, o sujeito
exprime quem sofre a ação, como em Meu
guarda-chuva entortou. Essa frase,
naturalmente, não significa que o guarda-
chuva praticou a ação de entortar alguma
[20] coisa, mas que ele ficou torto. Mesmo se o
sujeito fosse o nome de uma pessoa (que, em
princípio, poderia praticar uma ação), o efeito
se verifica: Minervina entortou. Essa frase
quer dizer que Minervina ficou torta, não que
[25] ela entortou alguma coisa.
A mudança de significado do sujeito que
vimos acima acontece com muitos verbos do
português; por exemplo, quebrar, esquentar,
rasgar. Uma vez que é bastante regular, esse
[30] comportamento deve (ou deveria) ser incluído
na gramática portuguesa.
Agora, o mistério: em certos casos, o
fenômeno da mudança de significado do
sujeito não ocorre, e ninguém sabe ao certo
[35] por quê. Assim, podemos dizer O leite
esquentou, e isso significa que o leite se
tornou quente, não que ele esquente alguma
coisa. Mas na frase Esse cobertor esquenta,
entende-se que o cobertor esquenta a gente
[40] (isto é, causa o aquecimento), e não que ele
se torne quente. Ninguém sabe direito por
que verbos como esquentar (e vários outros)
não se comportam como o esperado em
frases como essa. Provavelmente, o
[45] fenômeno tem a ver com a situação evocada
pelo verbo. Mas falta ainda um estudo
sistemático, e, por enquanto, esses fatos não
cabem em teoria nenhuma.
Enfim, para quem gosta de certezas e
[50] seguranças, tenho más notícias: a gramática
não está pronta. Para quem gosta de
desafios, tenho boas notícias: a gramática não
está pronta. Um mundo de questões e
problemas continua sem solução, à espera de
[55] novas ideias, novas análises, novas cabeças.
Adaptado de: PERINI, M. A. Pesquisa em gramática. In: Sofrendo a gramática: ensaios sobre linguagem. São Paulo: Ática, 2000. p. 82-85.
Considere as seguintes sugestões de alteração de segmentos do texto.
I - O pronome quem (l. 16) poderia ser substituído por aquele que, neste contexto, sem prejuízo da correção da frase em questão.
II - O pronome ele (l. 20) poderia ser elidido da oração, sem prejuízo da correção e da referência a guarda-chuva (l. 18-19).
III - A substituição da forma verbal vimos (l. 27) por nos ocupamos acarretaria outra alteração na frase para ajuste de regência.
Quais estão corretas?
Pastas
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