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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 6 44762
UFRN 2° Dia 2010Prólogo
No princípio era o pântano,com valas de agrião e rãs coaxantes. Hoje é o parque do
Anhangabaú, todo ele relvado, com ruas de asfalto, [...] a Eva de ]recheret, a estátua de um
adolescente nu que corre - e mais coisas. Autos voam pela via central, e cruzam-se
pedestres em todas as direções. Lindo parque, civilizadíssimo.
[5] Atravessando-o certa tarde, vi formar-se ali um bolo de gente, rumo ao qual vinha vindo
um polícia apressado.
Fagocitose, pensei. A rua é artéria; os passantes, o sangue. O desordeiro, o bêbado, o
gatuno são os micróbios maléficos, perturbadores do ritmo circulatório. O soldado da polícia
é o glóbulo branco - o fagócito de Metchennikoff. Está de ordinário parado no seu posto,
[10] circunvagando olhares atentos. Mal se congestiona o tráfego pela ação anti-social do
desordeiro, o fagócito move-se, caminha, corre, cai a fundo sobre o mau elemento e arrasta-
o para o xadrez.
Foi assim naquele dia.
[...]
[15] Alguém perturba a paz do jardim, e em redor desse rebelde logo se juntou um grupo
de glóbulos vermelhos, vulgo passantes. E lá se vinha fagócito fardado restabelecer a
harmonia universal.
LOBATO, Monteiro. O físico (Conto de Natal). In:_____. Negrinho. São Paulo: Globo, 2008. p. 63-64
Corresponde a uma forma desenvolvida da oração reduzida “Atravessando-o certa tarde [...]” (linha 5):
Questão 1 8852133
Escola Baihana de Medicina Medicina 2023Maria Quitéria de Jesus nasceu em 1792, na freguesia de São José de Itapororocas, onde, atualmente, se encontra a cidade de Feira de Santana / BA. Em 1822, decidida a lutar pela Independência, usando o uniforme emprestado pelo cunhado e com seus cabelos cortados, apresentou-se como homem ao Exército, uma vez que somente homens faziam parte dessa força armada local. Contou, portanto, com a ajuda de sua irmã, Tereza Maria, e de seu cunhado, José Cordeiro de Medeiros. A jovem juntou-se às tropas que lutavam contra os portugueses em 1822. Ela ficou conhecida como soldado Medeiros, o nome do cunhado.
Semanas depois, o Exército revelou sua identidade. No entanto o major Silva e Castro não permitiu que ela saísse das tropas, já que era importante para a luta contra os portugueses por sua facilidade com o manejo de armas e sua disciplina em batalha. Como soldado Medeiros, Quitéria juntou-se ao batalhão “Voluntários do Príncipe Dom Pedro”. Passou a adotar, então, seu nome verdadeiro e trocou o uniforme masculino por saias e adereços.
Sua coragem chamou a atenção de outras mulheres, as quais passaram a juntar-se às tropas e formaram um grupo comandado por Quitéria, participando de vários combates com o batalhão: a defesa da Ilha da Maré, da Barra do Paraguaçu, de Itapuã e da Pituba. Em julho de 1823, com a vitória sobre as tropas portuguesas, foi promovida a cadete e Dom Pedro I deu a ela o título de “Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro”. É considerada a heroína da Independência.
MULHERES PROTAGONISTAS da História do Brasil. Disponível em: https://nova-escola-producao.com. Acesso em: out. 2022. Adaptado.
Para relatar a bravura da baiana Maria Quitéria em prol da Independência do Brasil, o narrador valeu-se de alguns recursos linguísticos, sobre os quais a única afirmativa correta é a que se faz na alternativa
Questão 4 6779753
UnirG 2022Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.
O que faz o brasil, Brasil?
Devo começar explicando o meu enigmático título. É que será preciso estabelecer uma distinção radical entre um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O “brasil“ com b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra - um pedaço perdido de Portugal e da Europa - um conjunto doentio e condenado de raças que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim, insubstituíveis. Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de autorreflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um Deus que está em todos os lugares e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto - tal como acontece com as divindades - será preciso provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrário, sua presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.
(Da MATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? 1ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.)
“...um conjunto doentio e condenado de raças que, misturandose ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica...”.
O segmento sublinhado acima constitui uma oração reduzida, cuja semântica, levando-se em conta o determinismo que caracterizou o final do século XIX, é identificada como
Questão 15 8553243
ESA 2022A Escola de Sargentos das Armas é constantemente referenciada como uma “escola espartana” em razão de sua rotina severa e disciplinada. Assim, leia a historieta abaixo, retirada da obra “O Livro das Virtudes”, de William Bennett, e dê o que se pede:
“Nos primeiros tempos, os povos da Grécia não eram unidos como hoje. Havia uma série de cidades e territórios, cada qual com seu próprio governante. Felipe, rei da Macedônia, ao norte da Grécia, queria unir todos os povos gregos sob seu domínio. Armou, então, um poderoso exército e partiu para a conquista dos outros territórios, onde se fez aclamar rei. Esparta, porém, resistiu.
Os espartanos ocupavam a região no sul da Grécia chamada Lacônia, por isso eram também chamados lacões. Destacavam-se pelos costumes simples e pela bravura. Eram também famosos por usar poucas palavras, cuidadosamente escolhidas, ainda hoje se diz que as respostas curtas são “lacônicas”.
Sabendo que precisava subjugar Esparta para ter o domínio total sobre a Grécia,
Felipe cercou as fronteiras da Lacônia e enviou uma mensagem aos espartanos. - Se não se renderem imediatamente – ameaçava – invadirei suas terras. Se meus exércitos as invadirem, pilharão e queimarão tudo o que vocês mais prezam. Se eu marchar sobre a Lacônia, arrasarei suas cidades.
Alguns dias depois, Felipe recebeu a resposta. Abriu a carta e encontrou somente uma palavra escrita:
- “SE”.”
Levando em consideração seus conhecimentos da Língua Portuguesa, o que os espartanos pretendiam responder ao referenciarem, em sua missiva, tal conjunção subordinativa condicional:
Questão 6 5564035
Unit-AL Medicina 1° Dia 2020TEXTO:
Analisando-se os aspectos linguísticos da fala do médico, é correto afirmar:
Questão 16 9505574
UnB - PAS 2020/1Oração dos desesperados
Oh! Senhores
Deuses das máquinas,
Das teclas, das perdidas almas.
Do destino e do coração!
Escuta o homem que nasce das lágrimas
Do suor, do sangue e do pranto,
Escuta esse pranto
(Que lindo esse povo!)
(Quilombo esse povo!)
Que vem a galope com voz de trovão
Pois ele se apega nas armas
Quando se cansa das páginas
Do livro da oração.
Sérgio Vaz.
O poema precedente, Oração dos desesperados, é de autoria de Sérgio Vaz, um dos organizadores do Sarau Cooperifa, ação cultural na periferia de São Paulo. Tendo como referência esse fragmento e seu contexto de produção, julgue o item.
O último verso do poema é um termo sintático que exerce a função de complemento da forma verbal “cansa” no verso anterior.