Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Adjunto adnominal
144 Questões
Questão 8 641111
FCMMG Medicina 2019/1Para responder à questão, leia o texto a seguir.
ANOTAÇÕES SOBRE INOCÊNCIO DA PAIXÃO, UM HIPOCONDRÍACO
Inocêncio Paixão era hipocondríaco e viciado em remédios. Sofria de 39 doenças imaginárias, algumas tão raras que desafiavam as maiores autoridades no assunto. Bastava alguém espirrar perto para Inocêncio da Paixão ficar gripado. E não era uma gripezinha boba que vitamina C e cama curavam, não. Era gripe com direito a febre de 40 graus e a delírio. Molhava pijamas e mais pijamas, de tanto que suava, e, em seus delírios, via-se de novo na casa da mãe, na rua Paraíba.
A casa tinha um quintal, onde um sabiá cantava, e galinhas ciscavam a terra. E Prima Mariana vinha. Prima Mariana era morena, verdes, feiticeiros olhos, e já vestida de noiva, com véu e grinalda, deixou o pobre Inocêncio esperando na igreja, no dia do casamento, e disse aos pais e às amigas:
– Eu, hein Rosa, só se eu fosse uma louca de casar com Primo Inocêncio: ele ama mais os remédios que a mim: a aspirina é mulher de sua vida.
O perfume preferido de Inocêncio era o cheiro de remédio, cheiro de farmácia. Ah, com que sofreguidão Inocêncio ia às farmácias para ver os últimos lançamentos dos laboratórios. Ficava horas e horas cheirando os frascos dos novos medicamentos e ia para casa levando remédios para todos os males. Inocêncio era um ávido leitor. Mas não pensem que lia os livros mais vendidos ou indicados pelos amigos. Os best-sellers na estante de Inocêncio eram as bulas de remédios. Sabia de cor e salteado as bulas e declamava a fórmula dos medicamentos como se declamasse um poema de Adélia Prado ou de Manoel Barros.
Quando ficou noivo de Prima Mariana, Inocêncio comprou uma aliança de brilhantes e mandou flores com um cartão em que dizia: “Mariana, você é a vitamina que eu pedi a Deus.” Não por acaso, Prima Mariana era médica. Passou, por sinal, a maior parte do tempo do noivado, já formada em medicina, cuidando da hipocondria do noivo. Até essa época, Inocêncio sofria, como já foi dito, de 39 doenças imaginárias. Bastava ouvir alguém falar numa doença que sentia logo todos os sintomas. Alguém estava com úlcera? Inocêncio logo passava a cultivar uma úlcera como uma flor. Diabetes? Lá ia Inocêncio prescrevendo a si mesmo regime alimentar que quase o matava de inanição. Cortou o açúcar de sua vida e enviou flores a Prima Mariana com este cartão:
– Você é o que restou de doce em minha vida, Prima Mariana.
Uma vez, Inocêncio achou que estava sofrendo de Aids. Não, não era de nenhum grupo de risco, não. Nem era dado ao uso de droga alguma, quanto mais através de pico. Aconteceu que Inocêncio foi ao Rio de Janeiro e ficou hospedado num famoso hotel, o que não impediu que os pernilongos não o deixassem dormir. No meio da insônia, Inocêncio suspeitou que o apartamento em questão tinha sido ocupado, dois dias antes, por um famoso roqueiro, que estava com Aids. Prima Mariana foi acordada em casa, em Belo Horizonte, por um telefonema de Inocêncio perguntando:
– Pernilongo transmite Aids?
Estava certo de que os pernilongos tinham ferroado o roqueiro e, agora, transmitiam a Aids. Pobre Prima Mariana. Nunca ficou livre de Inocêncio. Noites dessas, foi acordada por Inocêncio, que ia se internar num famoso hospital. Não, desta vez não sofria mais um infarto imaginário. Desta vez sentia todos os sintomas da febre amarela. Preparou-se para morrer. Quando a equipe médica chefiada por Prima Mariana examinou-o e disse que estava são como um coco, Inocêncio ficou desolado. Consolou-se com a suspeita de que já estava na idade de ter problemas com a próstata.
(DRUMMOND, Roberto. Melhores crônicas. São Paulo: Global, 2005, p.83-85.)
É CORRETO afirmar que os termos grifados possuem a mesma função sintática em
Questão 10 297954
Unisinos Verão 2018Nas falas do personagem Armandinho, no primeiro e no segundo quadrinhos, temos a mesma justificativa para o emprego da vírgula. Qual a função sintática, presente nos dois enunciados, que caracteriza a necessidade da referida pontuação?
Questão 16 762593
EEAR 2016/2Marque a opção em que a expressão destacada possui valor adjetivo.
Questão 26 598319
FDSM 2016No blogue do jornalista humorístico José Simão, foi publicado um meme que traz a imagem de um homem com barriga bastante saliente, trajando uma farda policial, acompanhada da seguinte frase, assinalada por vírgula: “Pela volta do regime, militar”.
Sobre o humor contido nesse meme, analise as assertivas seguintes.
I. O humor do meme provém exclusivamente da ambiguidade da frase, independendo da relação entre o texto e a imagem do homem com acúmulo de gordura abdominal.
II. Ocorre uma quebra da expectativa referente à frase sem vírgula “Pela volta do regime militar”, em que “regime” significaria sistema de governo e “militar” é um adjetivo que funciona como adjunto adnominal de “regime”, manifestando um desejo pelo regresso da ditadura militar no país.
III. Na frase que compõe o meme, a vírgula transforma a palavra “militar” em substantivo com função de vocativo, sugerindo à personagem obesa retratada na imagem que volte a fazer um “regime”, ou seja, uma reeducação alimentar para diminuir sua barriga.
Encontra-se correto o que se comenta
Questão 52 86642
UNIFOR 1ª Fase 2012/2Marque a opção em que a palavra em destaque tem a mesma função sintática da palavra “mesmo” do segundo quadrinho.
Questão 29 1367976
PUC-RS 1° Dia Verão 2011INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.
TEXTO
Tão paradoxal quanto o título deste editorial é o
tema por ele abordado: o horário político obrigatório –
ou gratuito, de acordo com a denominação do Tribu-
nal Regional Eleitoral. Em primeiro lugar, não é gratui-
[5] to, a não ser para candidatos, partidos e coligações,
que nada pagam pelo acesso aos meios de comuni-
cação. A sociedade paga. As empresas de mídia re-
cebem compensação fiscal pelos espaços que dis-
pensam à propaganda eleitoral. A polêmica, porém, é
[10] outra: tem sentido impor ao público uma programa-
ção geralmente demagógica e de má qualidade, que
é rejeitada por parcela expressiva de espectadores e
reduz a audiência dos programas de rádio e televi-
são?
[15] No Brasil, onde o voto também é obrigatório, faz
sentido. Pesquisa divulgada pelo Datafolha no mês
passado, após consulta a 10.905 eleitores em 379
municípios do país, mostrou que 65% dos entrevista-
dos utilizam a TV como mídia preferida para obter in-
[20] formações sobre partidos e candidatos. Os jornais apa-
recem em segundo lugar, com 12% da preferência,
restando para o rádio e a internet o terceiro lugar, com
7%. Apenas 6% dos inquiridos disseram que se pre-
param para o voto com informações colhidas em con-
[25] versas com amigos e familiares.
Então, é inquestionável o valor da mídia eletrôni-
ca na orientação do eleitorado. Ainda assim, não dei-
xa de ser uma imposição incômoda para a maioria da
população. Pesquisa encomendada ao Ibope pela As-
[30] sociação Brasileira de Agências de Propaganda mos-
tra que o brasileiro não simpatiza com a propaganda
eleitoral compulsória: 76% dos consultados informa-
ram que “não gostam nada” ou “não gostam muito”.
Apenas 11% assinalaram “gostar” ou “gostar muito”.
[35] Além de impositivo, o horário eleitoral gera ou-
tras deformações, como a formação de alianças parti-
dárias espúrias com o único propósito de ampliar o
tempo de exposição de candidatos e siglas, com to-
tal prejuízo para os conteúdos programáticos e para
[40] a coerência ideológica. Também o tempo exíguo dis-
pensado aos candidatos às eleições proporcionais mal
permite que digam o nome, o número e, em certos
casos, alguma gracinha, que só serve para ridiculari-
zar o debate eleitoral.
[45] Ainda assim, existe pelo menos um fator insu-
perável a justificar a manutenção desta programação:
o direito de todos os candidatos ao acesso à mídia.
Se a propaganda fosse paga, ou dependesse apenas
do interesse jornalístico, o poder econômico poderia
[50] prevalecer e os candidatos menos conhecidos talvez
não tivessem oportunidade de se apresentar ao
público. Agora, mesmo com todas as deformações, o
horário eleitoral possibilita este contato entre o
eleitor e os pretendentes a mandatos eletivos.
Jornal Zero Hora, 22/08/2010 (editorial).
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as afirmativas sobre o sentido ou a função de certas palavras ou expressões no texto.
1. “Tão paradoxal quanto” (linha 01) expressa a ideia de comparação.
2. As expressões destacadas em “nada pagam pelo acesso” (linha 06) e “Pesquisa divulgada pelo Datafolha” (linha 16) desempenham o mesmo papel nas estruturas em que se encontram.
3. “Então” (linha 26) poderia ser substituída por “Nesse contexto”, sem prejuízo para a coerência do texto.
4. “Ainda assim” (linha 27) expressa a ideia de concessão, de oposição ao que foi dito anteriormente.
As afirmativas corretas são, apenas,
Pastas
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