Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Complemento nominal
139 Questões
Questão 7 9507915
USS (Univassouras) 2022/2A DIFERENÇA ENTRE SER CUTUCADO E ACARICIADO
Uma das sequências de descobertas mais bonitas da neurociência é que o toque não é uma coisa só. Temos o
sentido que “serve” para saber onde algo encosta no corpo, sim, e que formato tem. Este é o tato, um sentido
espacial, que permite ao cérebro casar a representação do que vemos e ouvimos ao nosso redor com o que
encosta em nosso corpo. O sentido do tato é bastante preciso, e causa alerta, sobretudo quando inesperado:
[5] um cutucão no ombro produz movimento da cabeça naquela direção, fato explorado por brincalhões e
ladrões variados.
Mas há o outro sentido de toque da pele, sem qualquer poder de discriminação espacial, inútil para
representarmos o que nos toca, mas poderoso em seu resultado: sensação de conforto e prazer, quando
o toque vem com a sensação de controle de ser desejado, causado por alguém que aceitamos em nosso
[10] espaço social. Este é o toque social, a melhor indicação de que não estamos sozinhos no mundo, que explica
a preferência de bebês-macacos por “mães” macias e quentinhas à “mães” de metal duro e frio providas de
mamadeiras, na falta da própria mãe, e também o efeito poderoso sobre o recém-nascido de ser acariciado
por pele humana. O toque social, com uma certa pressão e sempre algum movimento – nem rápido
demais, nem lento demais – ativa circuitos no cérebro que acalmam corpo e alma, e, nas crianças, propicia
[15] o crescimento.
Uma equipe de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Saint Louis, nos
EUA, mostrou recentemente na revista Science que o toque social é mediado por uma classe particular de
neurônios sensoriais, situados em gânglios ao longo da medula espinhal de camundongos, e conectados a
outros dentro da medula.
[20] Usando técnicas genéticas que permitem a identificação, visualização, ativação e mesmo ablação de
neurônios específicas em camundongos, os pesquisadores demonstraram que os neurônios responsáveis
pelo toque social são uma população de neurônios sensoriais que produzem o peptídeo procineticina, e
neurônios medulares que produzem o receptor sensível à procineticina.
Os neurônios que produzem e respondem à procineticina são fundamentais às várias alterações de
[25] comportamento que se seguem quando animais previamente mantidos em isolamento, o que deixa até
camundongos ávidos por contato social, tem a oportunidade de ser gentilmente pincelados quando estão
em uma, mas não em outra, câmara de uma gaiola: eles passam a ficar mais e mais naquela câmara, onde as
pinceladas reduzem sua frequência cardíaca e os acalmam.
O toque social parece ser também um poderoso mediador de interações entre camundongos. Animais
[30] normais investem boa parte do seu tempo lambendo e acariciando uns aos outros – mas animais
desprovidos de procineticina ou seu receptor, e portanto insensível ao tato social, não participam mais em
sessões de limpeza social. É bem possível que esta seja mais uma causa de variação no espectro autista: sem
procineticina, carícias, ainda que bem intencionadas, são percebidas apenas como mais um cutucão.
Suzana Herculano-Houzel. Folha de São Paulo, 17/05/2022.
Use a oração a seguir para responder a questão:
Usando técnicas genéticas que permitem a identificação, visualização, ativação
e mesmo ablação de neurônios específicas em camundongos (l. 20-21)
Transformando a oração acima em uma expressão nominal, o trecho passa a ser introduzido por:
Questão 5 7216378
PUC-Campinas Demais Cursos 2022Para responder a questão, baseie-se no texto abaixo.
Os anos seguintes à proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822, foram marcados por agitações políticas e intensas negociações sobre a criação da nação brasileira e a definição de um perfil de Estado nacional. Era preciso investir na formação de uma elite intelectual capaz de gerir a pátria recém-emancipada, instituindo-lhe uma identidade própria, em oposição à portuguesa. Mais do que novas leis, o país precisava de uma consciência jurídica, que deveria emanar de cursos estabelecidos em território nacional. Foram esses, entre outros, os argumentos que deram o tom das discussões políticas que culminaram nas duas primeiras faculdades de direito do Brasil, em agosto de 1827, em São Paulo e Recife. “A criação de escolas de direito nas regiões Sul e Norte, como se dizia à época, pretendia integrar as diferentes regiões do país, fortalecendo a unidade territorial”, explica a advogada e historiadora Ana Paula Araújo de Holanda, da Universidade de Fortaleza, Ceará.
A proposta de criação de um curso de direito foi apresentada em 1823. Tratava-se de um pedido de brasileiros matriculados na Universidade de Coimbra, em Portugal, onde a maioria dos que pretendiam seguir nas profissões jurídicas estudava. O projeto, apresentado pelo advogado Fernandes Pinheiro, foi encaminhado para debate na Assembleia, e logo iniciaram-se as divergências sobre a localização dos cursos. Os debates transcorreram de forma apaixonada. “Os parlamentares advogavam em favor de suas províncias de origem, já que desses cursos sairia a elite política do país”, comenta a advogada e historiadora Bistra Stefanova Apostolova, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. O projeto aprovado na Assembleia Geral, no entanto, não rompeu totalmente com a tradição jurídica portuguesa. Houve desencontros entre as intenções dos parlamentares e a prática, segundo Bistra. Adotaram-se provisoriamente os Estatutos da Universidade de Coimbra.
Ambas as faculdades tornaram-se importantes polos inspiradores das artes literárias e poéticas nacionais, contribuindo para a construção da identidade nacional. As instituições também foram importantes para os principais movimentos cívicos, literários e políticos que se seguiram ao longo das décadas no país, como os que levaram à proclamação da República, em 1889, e à Abolição, um ano antes.
(Adaptado de ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. “Para formar homens de lei”. Revista Pesquisa Fapesp, out/2017)
A criação de escolas de direito nas regiões Sul e Norte [...] pretendia integrar as diferentes regiões do país, fortalecendo a unidade territorial (1o parágrafo)
A ideia explicitada na frase acima está contemplada de forma gramaticalmente correta em:
Questão 10 297954
Unisinos Verão 2018Nas falas do personagem Armandinho, no primeiro e no segundo quadrinhos, temos a mesma justificativa para o emprego da vírgula. Qual a função sintática, presente nos dois enunciados, que caracteriza a necessidade da referida pontuação?
Questão 85 93965
UnB 1° Dia 2013/2Cultivo itinerante na floresta tropical
[1] O cultivo de coivara é um tipo de agricultura
itinerante adotado por populações tradicionais há milênios e
hoje restrito às regiões tropicais do planeta. Atualmente, há um
[4] grande debate sobre a sustentabilidade desse sistema agrícola
e a possível contribuição para a conservação das florestas
tropicais. Este artigo caracteriza esse método de plantio e
[7] apresenta uma análise dos estudos científicos publicados nas
últimas décadas sobre o tema, além de dados sobre essa prática
em comunidades quilombolas do vale do rio Ribeiro, em São
[10] Paulo. Os resultados desses estudos, em conjunto, permitem
uma defesa da sustentabilidade do cultivo de coivara.
Walter Alves Neves; Rui Sergio Sereni Murrieta; Cristiva Adams; Alexandre Antunes Ribeiro Filho; Nelson Novaes Pedroso Júnior. In: Revista Antropologia Ecológica. Universidade de São Paulo.
Tendo como referência o texto acima, julgue o item a seguir.
Caso, no complemento nominal “às regiões tropicais do planeta” (l.3), fosse suprimido o artigo “as”, haveria alteração da informação relativa à abrangência dos locais em que remanesce o cultivo de coivara.
Questão 12 1453866
ESA 2012“Invadiu a mente de Fabiano a lembrança de que a chuva poderia demorar demais”.
O termo em destaque desempenha a função de
Questão 29 1367976
PUC-RS 1° Dia Verão 2011INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto.
TEXTO
Tão paradoxal quanto o título deste editorial é o
tema por ele abordado: o horário político obrigatório –
ou gratuito, de acordo com a denominação do Tribu-
nal Regional Eleitoral. Em primeiro lugar, não é gratui-
[5] to, a não ser para candidatos, partidos e coligações,
que nada pagam pelo acesso aos meios de comuni-
cação. A sociedade paga. As empresas de mídia re-
cebem compensação fiscal pelos espaços que dis-
pensam à propaganda eleitoral. A polêmica, porém, é
[10] outra: tem sentido impor ao público uma programa-
ção geralmente demagógica e de má qualidade, que
é rejeitada por parcela expressiva de espectadores e
reduz a audiência dos programas de rádio e televi-
são?
[15] No Brasil, onde o voto também é obrigatório, faz
sentido. Pesquisa divulgada pelo Datafolha no mês
passado, após consulta a 10.905 eleitores em 379
municípios do país, mostrou que 65% dos entrevista-
dos utilizam a TV como mídia preferida para obter in-
[20] formações sobre partidos e candidatos. Os jornais apa-
recem em segundo lugar, com 12% da preferência,
restando para o rádio e a internet o terceiro lugar, com
7%. Apenas 6% dos inquiridos disseram que se pre-
param para o voto com informações colhidas em con-
[25] versas com amigos e familiares.
Então, é inquestionável o valor da mídia eletrôni-
ca na orientação do eleitorado. Ainda assim, não dei-
xa de ser uma imposição incômoda para a maioria da
população. Pesquisa encomendada ao Ibope pela As-
[30] sociação Brasileira de Agências de Propaganda mos-
tra que o brasileiro não simpatiza com a propaganda
eleitoral compulsória: 76% dos consultados informa-
ram que “não gostam nada” ou “não gostam muito”.
Apenas 11% assinalaram “gostar” ou “gostar muito”.
[35] Além de impositivo, o horário eleitoral gera ou-
tras deformações, como a formação de alianças parti-
dárias espúrias com o único propósito de ampliar o
tempo de exposição de candidatos e siglas, com to-
tal prejuízo para os conteúdos programáticos e para
[40] a coerência ideológica. Também o tempo exíguo dis-
pensado aos candidatos às eleições proporcionais mal
permite que digam o nome, o número e, em certos
casos, alguma gracinha, que só serve para ridiculari-
zar o debate eleitoral.
[45] Ainda assim, existe pelo menos um fator insu-
perável a justificar a manutenção desta programação:
o direito de todos os candidatos ao acesso à mídia.
Se a propaganda fosse paga, ou dependesse apenas
do interesse jornalístico, o poder econômico poderia
[50] prevalecer e os candidatos menos conhecidos talvez
não tivessem oportunidade de se apresentar ao
público. Agora, mesmo com todas as deformações, o
horário eleitoral possibilita este contato entre o
eleitor e os pretendentes a mandatos eletivos.
Jornal Zero Hora, 22/08/2010 (editorial).
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as afirmativas sobre o sentido ou a função de certas palavras ou expressões no texto.
1. “Tão paradoxal quanto” (linha 01) expressa a ideia de comparação.
2. As expressões destacadas em “nada pagam pelo acesso” (linha 06) e “Pesquisa divulgada pelo Datafolha” (linha 16) desempenham o mesmo papel nas estruturas em que se encontram.
3. “Então” (linha 26) poderia ser substituída por “Nesse contexto”, sem prejuízo para a coerência do texto.
4. “Ainda assim” (linha 27) expressa a ideia de concessão, de oposição ao que foi dito anteriormente.
As afirmativas corretas são, apenas,
Pastas
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