Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Objeto indireto
151 Questões
Questão 7 8847221
UFT Manhã 2023/1Leia o texto a seguir para responder a questão.
A biotecnologia e sua influência na vida dos seres humanos
Certos domínios do conhecimento existem há séculos, como a Matemática, a Astronomia, etc.; outros, como a Computação, tem seu desenvolvimento oriundo de épocas mais recentes. A questão, entretanto, é que as grandes descobertas da história são baseadas na junção de duas ou mais dessas grandes áreas. Uma dessas junções criou a área conhecida hoje como Biotecnologia.
Uma das possíveis definições para Biotecnologia é: “qualquer aplicação tecnológica que faça o uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e sobre as propriedades dos seres vivos, com o fim de resolver problemas e criar produtos de utilidade”. Em outras palavras, estudos e desenvolvimentos nessa área usam os conhecimentos existentes na biologia, unidos ao aspecto tecnológico, para criar novos produtos e serviços, como plantas transgênicas, clonagem, desenvolvimento de vacinas, criação de órgãos artificiais e implantes, entre inúmeros outros.
Durante a Campus Party Brasil 2013 foi possível saber mais sobre o assunto através de palestras como a de “Biologia Sintética: hackeando organismos vivos”, ministrada pelos Professores Dr. Carlos Hotta e Dr. Mateus Schreiner Garcez Lopes, e na qual foi apresentada uma breve explicação sobre a Biologia Sintética, uma das muitas vertentes da Biotecnologia. Para explicá-la, o palestrante fez uma associação com a programação de computadores. Da fala do palestrante, entendemos que assim como nós, estudantes de Sistemas de Informação, que escrevemos linhas de código para criar programas, na Biologia Sintética “programa-se” organismos vivos por meio da modificação do código genético.
Na palestra foram mostrados também alguns exemplos de pesquisas sobre como a Biologia Sintética pode trazer benefícios aos seres humanos: modificar células de peixe de modo que seja possível fazer fotossíntese e, assim não seria necessário alimentálos, diminuindo os gastos para a piscicultura; modificar as células de um indivíduo já infectado com o vírus HIV, impedindo que a doença se desenvolva; e alterar a genética de fungos para que estes consigam identificar se bebidas alcoólicas estão “adulteradas” (se estão com maior teor alcoólico que o indicado). [...]
Hoje sabemos que temos a capacidade e o costume de manipular informações (fotos, vídeos, textos, etc) graças a ferramentas como celulares, computadores e tablets que hoje estão consolidados e difundidos. Agora, imagine utilizar esse poder de controle ampliado para a criação de produtos e inovações que poderiam beneficiar as nossas vidas em diversos aspectos: iogurtes antidepressivos, novas espécies de animais, bactérias luminescentes, etc. As possibilidades de criação de novas ferramentas que nos beneficiem e façam o uso desses dispositivos só se limitam à nossa imaginação. E é este o patamar previsto para o futuro e que foi mostrado na palestra.
Contudo, é importante lembrar que junto à toda esta capacidade, está uma enorme responsabilidade. Por mais incríveis que possam ser os produtos criados com uma finalidade positiva, existe a possibilidade do desenvolvimento de técnicas nocivas como armas biológicas, por exemplo. Por esse motivo, deve haver transparência nos estudos e respeito das restrições criadas pelos órgãos fiscalizadores. [...]
A Biotecnologia é uma área que já nos trouxe muitos benefícios e agora com o poder que os Sistemas de Informação estão trazendo para a manipulação da informação, um mundo novo surge diante de nós. Provavelmente, a grande questão que precisa ser tratada agora é como fazer com que a ética e a moral sejam estabelecidas e aplicadas, a fim de evitar que esta vertente de pesquisa que pode beneficiar tanto o ser humano, também venha a prejudicá-lo.
Fonte: FERRARI, Átila; PEREIRA, Vivian Mayumi Yamassaki Pereira. 19 de junho de 2013. Disponível em: http://www.each.usp.br/petsi/jornal/?p=546. Acesso em: 31 ago. 2022 (adaptado).
Assinale a alternativa CORRETA que corresponde à função sintática do termo em destaque no trecho a seguir: “Uma dessas junções criou a área conhecida hoje como Biotecnologia” (1º parágrafo).
Questão 19 6655059
FMABC 2022Leia o capítulo CVI, “Jogo perigoso” do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder a questão.
Respirei e sentei-me. D. Plácida atroava a sala com exclamações e lástimas. Eu ouvia, sem lhe dizer coisa nenhuma; refletia comigo se não era melhor ter fechado Virgília na alcova e ficado na sala; mas adverti logo que seria pior; confirmaria a suspeita, chegaria o fogo à pólvora, e uma cena de sangue... Foi muito melhor assim. Mas depois? que ia acontecer em casa de Virgília? matá-la-ia o marido? espancá-la-ia? encerrá-la-ia? expulsá-la-ia? Estas interrogações percorriam lentamente o meu cérebro, como os pontinhos e vírgulas escuras percorrem o campo visual dos olhos enfermos ou cansados. Iam e vinham, com o seu aspecto seco e trágico, e eu não podia agarrar um deles e dizer: és tu, tu e não outro.
De repente vejo um vulto negro; era D. Plácida, que fora dentro, enfiara a mantilha, e vinha oferecer-se-me para ir à casa do Lobo Neves. Ponderei-lhe que era arriscado, porque ele desconfiaria da visita tão próxima.
— Sossegue, interrompeu ela; eu saberei arranjar as coisas. Se ele estiver em casa não entro.
Saiu; eu fiquei a ruminar o sucesso e as consequências possíveis. Ao cabo, parecia-me jogar um jogo perigoso, e perguntava a mim mesmo se não era tempo de levantar e espairecer. Sentia-me tomado de uma saudade do casamento, de um desejo de canalizar a vida. Por que não? Meu coração tinha ainda que explorar; não me sentia incapaz de um amor casto, severo e puro. Em verdade, as aventuras são a parte torrencial e vertiginosa da vida, isto é, a exceção; eu estava enfarado delas; não sei até se me pungia algum remorso. Mal pensei naquilo, deixei-me ir atrás da imaginação; vi-me logo casado, ao pé de uma mulher adorável, diante de um baby, que dormia no regaço da ama, todos nós no fundo de uma chácara sombria e verde, a espiarmos através das árvores uma nesga do céu azul, extremamente azul...
(Memórias póstumas de Brás Cubas, 2001.)
Ao se transpor o trecho “— Sossegue, interrompeu ela; eu saberei arranjar as coisas. Se ele estiver em casa não entro” (3º parágrafo) para o discurso indireto, os termos sublinhados assumem as seguintes formas:
Questão 34 6798953
UNITINS Tarde 2021/2Leia fragmentos do texto de Ailton Krenac para responder a questão.
O Amanhã não está à venda
Autor: Ailton Krenak
(Texto escrito em 09 de out. 2020)
Parei de andar mundo afora, cancelei compromissos. Estou com a minha família na aldeia Krenak, no médio rio Doce (MG). Há quase um mês, nossa reserva indígena está isolada. Quem estava ausente regressou, e sabemos bem qual é o risco de receber pessoas de fora. Sabemos o perigo de ter contato com pessoas assintomáticas. Estamos todos aqui e até agora não tivemos nenhuma ocorrência.
A verdade é que vivemos encurralados e refugiados no nosso próprio território há muito tempo, numa reserva de 4 mil hectares — que deveria ser muito maior se a justiça fosse feita –, e esse confinamento involuntário nos deu resiliência, nos fez mais resistentes. Como posso explicar a uma pessoa que está fechada há um mês num apartamento numa grande metrópole o que é o meu isolamento? Desculpem dizer isso, mas hoje já plantei milho, já plantei uma árvore […].
Faz algum tempo que nós, na aldeia Krenak, já estávamos de luto pelo nosso rio Doce. Não imaginava que o mundo nos traria esse outro luto. Está todo mundo parado. Quando engenheiros me disseram que iriam usar a tecnologia para recuperar o rio Doce, perguntaram a minha opinião. Eu respondi: “A minha sugestão é muito difícil de colocar em prática. Pois teríamos de parar todas as atividades humanas que incidem sobre o corpo do rio, a cem quilômetros nas margens direita e esquerda, até que ele voltasse a ter vida”. Então um deles me disse: “Mas isso éimpossível”. O mundo não pode parar. E o mundo parou.
Vivemos hoje esta experiência de isolamento social, como está sendo definido o confinamento, em que todas as pessoas têm de se recolher. Se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados da ruptura ou da extinção do sentido da nossa vida, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda. Assistimos a uma tragédia de gente morrendo em diferentes lugares do planeta, a ponto de na Itália os corpos serem transportados para a incineração em caminhões.
Essa dor talvez ajude as pessoas a responder se somos de fato uma humanidade. Nós nos acostumamos com essa ideia, que foi naturalizada, mas ninguém mais presta atenção no verdadeiro sentido do que é ser humano. É como se tivéssemos várias crianças brincando e, por imaginar essa fantasia da infância, continuassem a brincar por tempo indeterminado. Só que viramos adultos, estamos devastando o planeta, cavando um fosso gigantesco de desigualdades entre povos e sociedades. De modo que há uma sub-humanidade que vive numa grande miséria, sem chance de sair dela — e isso também foi naturalizado [...].
Esse vírus está discriminando a humanidade. Basta olhar em volta. O melão-de-são-caetano continua a crescer aqui do lado de casa. A natureza segue. O vírus não mata pássaros, ursos, nenhum outro ser, apenas humanos. Quem está em pânico são os povos humanos e seu mundo artificial, seu modo de funcionamento que entrou em crise [...].
Michel Foucault tem uma obra fantástica, Vigiar e punir na qual afirma que essa sociedade de mercado em que vivemos só considera o ser humano útil quando está produzindo. Com o avanço do capitalismo, foram criados os instrumentos de deixar viver e de fazer morrer: quando o indivíduo para de produzir, passa a ser uma despesa. Ou você produz as condições para se manter vivo ou produz as condições para morrer [...].
Tomara que não voltemos à normalidade, pois, se voltarmos, é porque não valeu nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro. Depois disso tudo, as pessoas não vão querer disputar de novo o seu oxigênio com dezenas de colegas num espaço pequeno de trabalho. As mudanças já estão em gestação. Não faz sentido que, para trabalhar, uma mulher tenha de deixar os seus filhos com outra pessoa. Não podemos voltar àquele ritmo, ligar todos os carros, todas as máquinas ao mesmo tempo. Seria como se converter ao negacionismo, aceitar que a Terra é plana e que devemos seguir nos devorando. Aí, sim, teremos provado que a humanidade é uma mentira.
Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/krenak-o- -amanha-nao-esta-a-venda/. Acesso em: 31 mar. 2021.
Leia as afirmações seguintes, retiradas do texto de Ailton Krenak, para responder a pergunta.
I. Em “parei de andar mundo afora, cancelei compromissos”, temos um período composto por coordenação com duas orações assindéticas.
II. A oração “mas ninguém mais presta atenção”, é coordenada sindética adversativa.
III. No trecho “ou você produz as condições para se manter vivo ou produz as condições para morrer”, o conectivo “ou” / “ou” evidencia que há alternância entre as opções disponíveis e “para” estabelece sentido de finalidade.
IV. No trecho “é como se tivéssemos várias crianças brincando”, o verbo em destaque está na forma nominal particípio.
V. Em “faz algum tempo que nós, na aldeia Krenak, já estávamos de luto pelo nosso rio Doce. Não imaginava que o mundo nos traria esse outro luto”, o termo destacado, “nós”, funciona como sujeito composto; e a expressão em destaque “ esse outro luto” é um objeto indireto que se refere ao verbo “traria”.
É correto o que se afirma em:
Questão 10 3373903
UFMS PASSE - 2ª Etapa 2018-2020Leia atentamente a tirinha a seguir para responder à questão 10.
No último quadrinho, há uma oração subordinada substantiva: “Não se esqueçam de que uma mãe cansada bate com menos força”. A oração sublinhada completa o sentido da forma verbal “esqueçam”, pois a regência do verbo encontra-se relacionada ao contexto comunicacional, requisitando o uso da preposição.
A partir dessas reflexões, assinale a alternativa que justifica corretamente o emprego da regência do verbo “esquecer” presente na tirinha.
Questão 7 1446775
ESA 2016Destaque a alternativa em que o termo sublinhado seja um objeto indireto:
Questão 13 104505
UnB 1° Dia 2009/1[1] Nenhuma cousa se pode prometer à natureza
humana mais conforme a seu maior apetite nem mais
superior a toda a sua capacidade que a notícia dos tempos e
[4] sucessos futuros; e isto é o que oferece a Portugal, à Europa
e ao Mundo esta nova e nunca ouvida História.
As outras histórias contam as cousas passadas, esta
[7] promete dizer as que estão por vir; as outras trazem à
memória aqueles sucessos públicos que viu o Mundo, esta
intenta manifestar ao Mundo aqueles segredos ocultos e
[10] escuríssimos que não chegam a penetrar o entendimento.
Antonio Vieira. História do futuro. José Carlos BrandiAleixo (org.). Brasília: UnB, 2005, p. 121.
A partir da leitura do fragmento de texto acima, de Antonio Vieira, julgue o seguinte item.
Os núcleos do complemento verbal composto da forma verbal “oferece” (l.4) estão hierarquicamente dispostos, o que, associado a outros sentidos expressos no texto, evidencia exaltação da abrangência da “nova e nunca ouvida história” (l.5).
Pastas
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