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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 21 9512005
UnB - PAS 2020/3Cálice
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta.
Chico Buarque e Gilberto Gil
Cálice (versão)
Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai
A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai.
Criolo
Com relação à canção Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil, e à versão dessa canção feita pelo rapper Criolo, julgue o item.
Os versos “Me chamam Criolo e o meu berço é o rap / Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai” situam o lugar estético de enunciação do texto no hip-hop, o que pode ser uma justificativa para a ruptura com a métrica da composição de Chico Buarque e Gilberto Gil.
Questão 40 5403636
FACERES 2019/1Observe a imagem e o poema a seguir:
Jogos florais I
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
(CACASO. Beijo na boca e outros poemas. São Paulo: Brasiliense, 1985. p.110.)
Tanto a imagem quanto o poema apresentados são construídos a partir do mesmo procedimento estético.
Qual é esse procedimento?
Questão 4 8345042
FUVEST 2023FAMÍLIA
Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.
A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.
O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.
Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia.
No poema de Drummond,
Questão 10 6895472
UERJ 2022SONETO
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.
Os dias na esperança de um só dia
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel, lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: — Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.
Como se a não tivera merecida, (3ª estrofe)
O verso acima estabelece determinada relação de sentido com os dois versos que o antecedem.
Essa relação expressa sentido de:
Questão 10 4395255
UNESP Cursos das Áreas de Exatas e Humanidades 2021Para responder à questão, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado:
Quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
(www.chicobuarque.com.br)
Observa-se rima entre palavras de classes gramaticais diferentes em
Questão 37 5322730
EPCAR 2021TEXTO
Eu, Etiqueta
Carlos Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório,
Um nome...estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
[5] Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
[10] Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
(...)
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
[15] Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
[20] Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências,
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
[25] E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
[30] Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
[35] Tão diverso dos outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solidário
(...)
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
[40] Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
[45] Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
[50] De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
(...)
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
[55] Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
[60] De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ficha TecnicaAula.html ?aula=52346. Acesso em 17/03/2021.)
Atente para os versos abaixo retirados do texto e para as afirmações a eles relacionadas. Assinale a alternativa que traz uma informação INCORRETA.