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Questão 3 6745564
UNIFENAS Tarde 2022/1TEXTO
Afeganistão: o que aconteceu com 100 refugiados afegãos que Brasil recebeu há quase 20 anos
Após o início da Guerra do Afeganistão, o Brasil implementou um programa de reassentamento e trouxe várias famílias para Porto Alegre. Foi a única vez que diversos afegãos foram transferidos de uma só vez ao país.
1. Nabila Khazizadah passou os três primeiros meses no Brasil, em 2002, chorando de saudade da
família. Ela desembarcou em Porto Alegre aos 25 anos, com o marido e os dois filhos, alguns meses
depois do início da Guerra do Afeganistão.
2. O pai, a mãe e os irmãos ficaram na Índia, país onde a família buscou refúgio primeiro, fugindo dos
talibãs.
3. "Fiquei três meses fechada dentro de casa chorando, pensando no que eu faria longe da minha família.
Depois eu pensei, isso não adianta, chorando dentro de casa, eu não vou conseguir fazer nada. Eu
tenho que colocar a cara à tapa e aprender português", contou à BBC News Brasil.
4. "Saí pelo bairro falando com as vizinhas, tentando fazer amizades."
5. Nas ruas de Porto Alegre, as pessoas estranhavam o véu cobrindo inteiramente o cabelo. Às vezes,
reagiam com hostilidade. "Não tinha afegãos lá naquela época, não tinha muçulmanos. As pessoas me
viam com o hijab e saíam de perto, não queriam sentar ao meu lado no ônibus. Alguns falavam: sai de
perto, é mulher-bomba."
6. Mas a afegã, hoje com 43 anos, conta que também encontrou acolhida, principalmente entre as
vizinhas, que hoje são como irmãs para ela. "A gente pode construir família de afeto. Tenho pessoas
maravilhosas ao meu redor, que me amam como irmã. São minha família".
7. Nabila faz parte do primeiro grupo de refugiados afegãos que o Brasil recebeu, há cerca de 20 anos,
no início da Guerra do Afeganistão.
8. Na ocasião, o presidente Fernando Henrique Cardoso se comprometeu a incluir o Brasil no esforço
internacional de acolhimento das pessoas que fugiam do Talibã e do conflito armado no país.
9. Numa medida inédita para o Brasil, o Ministério da Justiça firmou acordo com a Agência das Nações
Unidas para Refugiados (Acnur), para reassentar cerca de 100 afegãos que estavam em campos de
refugiados na Índia e no Paquistão.
10. Essas pessoas, que não falavam português e que tinham uma ideia muito remota do que era o Brasil,
cruzariam o oceano em busca de uma vida nova.
11. Nabila conta que o marido fez um pedido ao governo indiano para ser reassentado em outro país, onde
recebesse auxílio e tivesse mais oportunidades de trabalho. Meses depois, chegou a notícia de que o
Brasil os receberia.
12. "A gente não sabia como era o Brasil, como é a língua e a cultura. Saímos com olhos fechados, no
escuro, jogando na sorte. Tudo o que a gente queria era um futuro para nosso filho, mais calmo, mais
saudável."
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/20/afeganistao-o-que-aconteceu-com-100-refugiados-afegaosque-brasil-recebeu-ha-quase-20-anos.ghtml
Releia: “Alguns falavam: sai de perto, é mulher-bomba.” (5º parágrafo).
A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, incluindo a pontuação.
Nesse trecho, a vírgula estabelece entre as duas orações uma ideia de
Questão 3 8417083
UNISC Medicina Inverno 2022Saúde perdeu R$ 20 bilhões em 2019 por causa da EC 95/2016
Ao mesmo tempo, o Relatório de Riscos Fiscais da União, da Secretaria do Tesouro Nacional, indica que o envelhecimento populacional exigirá investimento adicional de R$ 50,7 bilhões em Saúde até 2027. CNS defende revogação da emenda. 28/02/2019
Desde que a Emenda Constitucional (EC) 95 foi aprovada, em dezembro de 2016, o orçamento para a
Saúde tem diminuído cada vez mais. Somente em 2019, a perda de investimentos na área representou R$ 20
bilhões, o que significa, na prática, a desvinculação do gasto mínimo de 15% da receita da União com a
Saúde.
[5] Em 2017, quando a emenda passou a vigorar, os investimentos em serviços públicos de Saúde
representavam 15,77% da arrecadação da União. Já em 2019, os recursos destinados à área representaram
13,54%. “A receita da Saúde vem em “queda livre” desde a implementação da emenda”, afirma o
economista Francisco Funcia.
Conforme metodologia de cálculo utilizada por Funcia, se em 2019 o governo tivesse aplicado o
[10] mesmo patamar que aplicou em 2017 (15% da receita corrente líquida de cada ano), a Saúde teria um
orçamento de cerca de R$ 142,8 bilhões, e não R$ 122,6 bilhões aplicados. Ou seja, houve um encolhimento
de R$ 20,19 bilhões nos recursos em saúde.
“Com o orçamento congelado por 20 anos, o prejuízo ao Sistema Único de Saúde pode ultrapassar R$
400 bilhões”, afirma o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, com base em
[15] estudo elaborado pela Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento (Cofin) do CNS. “Ou seja, o
SUS, que nunca teve financiamento adequado e sempre foi subfinanciado, agora enfrenta um quadro ainda
pior, de desfinanciamento, que poderá causar grave impacto à vida e à saúde da população brasileira”,
completa.
O economista e vice-presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres), Carlos
[20] Ocké, endossa a análise de que o investimento público está diminuindo e explica que desde a criação do
Sistema Único de Saúde (SUS) há um subfinanciamento à área.
Ocké alerta ainda para a redução progressiva da chamada “renda per capita da Saúde”. Ou seja, o
valor aplicado em um ano pelo Estado na Saúde da população dividido pelo número de cidadãos. O valor
investido por pessoa, que chegou a R$ 595, em 2014, passou a ser de R$ 555, em 2020. “Em vez de crescer,
[25] tem-se retirado investimentos, considerando que a população está crescendo e envelhecendo. Portanto,
existe uma curva crescente dos custos de Saúde associados ao envelhecimento”.
Outro fato relevante que deve ser considerado é o envelhecimento populacional. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2019), a parcela da população com mais de 65 anos era
de 10,5%, em 2018, e poderá atingir um percentual de 15%, em 2034, alcançando 25,5%, em 2060.
[30] Com base no Relatório de Riscos Fiscais da União, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) projetou
que o envelhecimento populacional exigirá investimentos adicionais de R$ 50,7 bilhões em Saúde, entre
2020 e 2027.
“No setor de Saúde há uma forte pressão para elevação das despesas em decorrência do processo de
envelhecimento da população, dado que a população de maior idade demanda proporcionalmente mais
[35] serviços de Saúde”, aponta o documento.
Para estimar o impacto da evolução demográfica nas despesas com Saúde, o governo informou que
foram considerados os investimentos em assistência farmacêutica, inclusive do programa Farmácia
Popular, e da atenção de média e alta complexidade (atendimentos hospitalares e ambulatoriais).
http://www.conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/1044-saude-perdeu-r-20-bilhoes-em-2019-por-causa-da-ec-95-2016#:~:text=Desde%20que %20a%20Emenda%20Constitucional,tem%20diminu%C3%ADdo%20cada%20vez%20mais.
A projeção de perdas apresentada no terceiro parágrafo considera os critérios estabelecidos pelo economista Francisco Funcia para a análise de dados do setor. O vocábulo conforme evidencia a análise e seu alinhamento a essa metodologia. Considerando esse uso, o articulador poderia ser substituído, sem alteração da relação de sentido estabelecida no texto original, por
( ) Segundo metodologia de ...
( )Conquanto a metodologia de...
( )Alinhando à metodologia de ...
( )Considerando a metodologia de ...
( )Adespeito da metodologia de ...
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, com (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso, de cima para baixo, é
Questão 3 147003
UFPE 2016Madeira do Rosarinho
Madeira do Rosarinho
Vem à cidade sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original…
Não vem pra fazer barulho,
Vem só dizer, e com satisfação:
“Queiram ou não queiram os juízes
O nosso bloco é de fato campeão.
E se aqui estamos
Cantando esta canção,
Viemos defender
A nossa tradição
E dizer bem alto que a injustiça dói.
Nós somos madeira de lei,
Que cupim não rói!”
(Capiba. Madeira do Rosarinho. Guia Prático dos Blocos Líricos de Pernambuco)
A expressão “Nós somos madeira de lei, que o cupim não rói” poderia, semanticamente, ser substituída por:
Questão 9 5719553
UNIEVA Medicina 2015/1Leia o texto a seguir para responder à questão.
Certos textos só podem ser adequadamente compreendidos quando se recorre a regras pragmáticas do discurso, aquelas estabelecidas pelo contexto. Veja-se o caso do seguinte enunciado inscrito num cartaz fixado em um centro comercial:
“Esta área é um espaço reservado a não fumantes. Mas há um bar no final do corredor”.
Para compreender essa sequência de duas orações interligadas pelo conectivo “mas”, é necessário que o interlocutor interprete a relação aí estabelecida. Para isso, deve procurar uma interpretação verossímil, apoiando-se ao mesmo tempo no contexto e no valor de “mas” na língua.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008. p. 28. (Adaptado).
Considerando-se o contexto em que ocorre, a oração “Mas há um bar no final do corredor” assume o seguinte valor semântico:
Questão 5 103191
UnB 1° Dia 2011/1A relação entre verdade e justiça
[1] Gostaria de me deter um instante na relação
verdade-justiça, porque, claro, é um dos temas fundamentais
da filosofia ocidental. Afinal de contas, um dos pressupostos
[4] mais imediatos e mais radicais de todo discurso judiciário,
político, crítico é o de que existe pertinência essencial entre
o enunciado da verdade e a prática da justiça. Ora, acontece
[7] que, no ponto em que vêm encontrar-se a instituição
destinada a administrar a justiça, de um lado, e as instituições
qualificadas para enunciar a verdade, de outro, sendo mais
[10] breve, no ponto em que se encontram o tribunal e o cientista,
onde se cruzam a instituição judiciária e o saber médico ou
científico em geral, nesse ponto são formulados os
[13] enunciados que possuem o estatuto de discursos verdadeiros,
que detêm efeitos judiciários consideráveis e que têm, no
entanto, a curiosa propriedade de serem alheios a todas as
[16] regras, mesmo as mais elementares, de formação dos
discursos científicos, de serem alheios também às regras do
direito e de serem, no sentido estrito, grotescos.
Michel Foucault. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 14-15.
Com base no texto acima, extraído da obra Os Anormais, de Michel Foucault, julgue o item.
O sentido que o trecho “sendo mais breve” (R.9-10) assume no texto equivale ao das expressões em outras palavras ou em resumo.
Questão 5 103842
UnB 1° Dia 2010/1
No mapa acima, estão representadas as longas distâncias percorridas pelos homens na Antiguidade, quando viajar era uma atividade extremamente perigosa, tal como se depreende do texto a seguir.
Viajando por terra ou mar, arriscando suas vidas, os mercadores ficavam longe de suas famílias durante
meses ou até mesmo anos. Piratas emboscados e naufrágios eram apenas alguns dos perigos que esses bravos
tinham de enfrentar em nome de todos. Por que os mercadores continuavam a participar daquelas jornadas
[4] arriscadas? Bom, não era apenas pelo dinheiro. O alimento vendido por eles ajudava as pessoas a matarem a
fome. Eram tantos vivendo nas cidades, que não era possível cultivar a quantidade suficiente de alimento para
todos. Sem a colheita dos grãos do Egito ou sem os carregamentos de vinho da região que hoje corresponde à
[7] França e o azeite de oliva da região correspondente à Espanha, o que essas sociedades fariam?
Idem, ibidem (com adaptações).
Tendo como referência o mapa e o texto acima bem como os múltiplos aspectos por eles suscitados, julgue o item.
Com a pergunta “Por que os mercadores continuavam a participar daquelas jornadas arriscadas?” (l.3-4), o autor organiza a argumentação do texto, antecipando um possível questionamento do leitor e criando espaço para uma justificativa das informações iniciais como atos de bravura.