Questões de Português - Gramática - Semântica - Operadores argumentativos
41 Questões
Questão 10 10129230
EAM 2022Texto
Um caminho tortuoso
Do jeito que a ciência é ensinada nas escolas, não é à toa que a maioria das pessoas acha que o conhecimento científico cresce linearmente, sempre se acumulando. No entanto, uma rápida olhada na história da ciência permite ver que não é bem assim: o caminho que leva ao conhecimento é tortuoso e, às vezes, vai até para trás, quando uma ideia errada persiste por mais tempo do que deveria.
Isso pode ocorrer por razões como censura política [...] ou por ideologias na classe científica, defendidas por membros influentes.
Apresentar a ciência nas escolas e universidades ou nos meios informais de comunicação como uma crença infalível da civilização esconde um de seus lados mais interessantes: o drama da descoberta, as incertezas da criatividade.
Cientistas tendem a reagir negativamente às ideias que ameaçam o que eles pensam ser a verdade. Por um lado, essa descrença é essencial, dado que a maioria das ideias novas está errada. Por outro, ela pode revelar um conservadorismo que atravanca o avanço do conhecimento. Um bom exemplo disso é o experimento de Albert Michelson e Edward Morley, realizado em 1887 para detectar o movimento da Terra através do éter, o meio material cuja função era servir de suporte para a propagação das ondas de luz.
Tal qual as ondas de som se propagam no ar, supunha-se que as ondas luminosas também necessitassem de um meio para se propagar, o éter. O experimento mediria as diferenças na velocidade da luz quando um raio luminoso ia contra o éter ou a favor, como quando “andamos de bicicleta e sentimos um "vento" contra nosso corpo. (Uma bola jogada contra ou a favor do "vento" terá velocidades diferentes.)
Para total e completa surpresa da comunidade científica, o experimento não detectou diferenças na velocidade da luz em qualquer direção.
Em meio à perplexidade generalizada, várias tentativas de explicar o achado foram, propostas, inclusive uma por George Fitzgerald e Hendrik Lorentz que sugeria que as hastes do aparato podiam encolher na direção do movimento. Esse' encolhimento de fato existe, mas não como proposto pelos dois.
Apenas em 1905 Einstein explicou oque estava acontecendo, com sua teoria da relatividade especial: o éter não existe - a velocidade da luz é sempre a mesma, uma constante da natureza. Observações recentes andam questionando à existência de um outro meio material ainda não detectado, a matéria escura. Essa matéria, supostamente feita de partículas diferentes das que compõem o que conhecemos no Universo (ou seja, coisas feitas de elétrons, prótons: e nêutrons), deve ser seis vezes mais abundante que a matéria comum e se aglomerar em torno de galáxias, inclusive a nossa.
As observações não detectaram a quantidade esperada de matéria escura. E agora? A coisa é complicada porque existem outros métodos de detecção da matéria escura que parecem bastante claros. Qualquer que seja a resolução do impasse atual, estou certo de que algo de novo e surpreendente está para acontecer. Será interessante ver a reação da comunidade ao se deparar com o inesperado.
GLEISER, Marcelo, Um caminho tortuoso. Folha de São Paulo, 29 de abril de 2012. Com adaptações.
Em “Tal qual as ondas de som se propagam no ar, supunha-se que as ondas luminosas também necessitassem de um meio para se propagar, o éter.” (5º §), o elemento destacado tem valor semântico de:
Questão 10 5523315
FACISA 2018/2Os conectivos, além de estabelecerem elos de coesão no texto, têm em geral significados. Nem sempre, porém, as orações se classificam a partir dos sentidos dessas expressões. Tendo em vista o exposto, associe as duas colunas, considerando as orações destacadas nos períodos (todos da matéria Usina da Violência, ÉPOCA, 05/03/2018) e sua classificação:
(I) “A família de Gabriely tinha visto Elielson fazendo fogo naquela manhã, como se queimasse provas”.
(II) “Quero saber se você viu minha filha, porque ela não amanheceu em casa”.
(III) “Suas mãos tremiam tanto que ele não conseguia manejar o alicate que segurava”.
(IV) “O pescador viu quando parte de um corpo emergiu da cova rasa, ao lado de um tronco de árvore”.
(V) Usava o mesmo baby-doll cor-de-rosa que vestia quando retirada de casa”.
(VI) “À medida que os trabalhadores se multiplicaram, a população feminina passou a conhecer formas de violência mais graves”.
(VII)“Engravidou Gabriely num caso extraconjugal – e consensual, segundo afirmou mais tarde à polícia”.
( ) consecutiva
( ) temporal
( ) substantiva
( ) explicativa/causal
( ) proporcional
( ) comparativa
( ) conformativa
A sequência correta é
Questão 3 147003
UFPE 2016Madeira do Rosarinho
Madeira do Rosarinho
Vem à cidade sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original…
Não vem pra fazer barulho,
Vem só dizer, e com satisfação:
“Queiram ou não queiram os juízes
O nosso bloco é de fato campeão.
E se aqui estamos
Cantando esta canção,
Viemos defender
A nossa tradição
E dizer bem alto que a injustiça dói.
Nós somos madeira de lei,
Que cupim não rói!”
(Capiba. Madeira do Rosarinho. Guia Prático dos Blocos Líricos de Pernambuco)
A expressão “Nós somos madeira de lei, que o cupim não rói” poderia, semanticamente, ser substituída por:
Questão 9 5719553
UNIEVA Medicina 2015/1Leia o texto a seguir para responder à questão.
Certos textos só podem ser adequadamente compreendidos quando se recorre a regras pragmáticas do discurso, aquelas estabelecidas pelo contexto. Veja-se o caso do seguinte enunciado inscrito num cartaz fixado em um centro comercial:
“Esta área é um espaço reservado a não fumantes. Mas há um bar no final do corredor”.
Para compreender essa sequência de duas orações interligadas pelo conectivo “mas”, é necessário que o interlocutor interprete a relação aí estabelecida. Para isso, deve procurar uma interpretação verossímil, apoiando-se ao mesmo tempo no contexto e no valor de “mas” na língua.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008. p. 28. (Adaptado).
Considerando-se o contexto em que ocorre, a oração “Mas há um bar no final do corredor” assume o seguinte valor semântico:
Questão 5 103191
UnB 1° Dia 2011/1A relação entre verdade e justiça
[1] Gostaria de me deter um instante na relação
verdade-justiça, porque, claro, é um dos temas fundamentais
da filosofia ocidental. Afinal de contas, um dos pressupostos
[4] mais imediatos e mais radicais de todo discurso judiciário,
político, crítico é o de que existe pertinência essencial entre
o enunciado da verdade e a prática da justiça. Ora, acontece
[7] que, no ponto em que vêm encontrar-se a instituição
destinada a administrar a justiça, de um lado, e as instituições
qualificadas para enunciar a verdade, de outro, sendo mais
[10] breve, no ponto em que se encontram o tribunal e o cientista,
onde se cruzam a instituição judiciária e o saber médico ou
científico em geral, nesse ponto são formulados os
[13] enunciados que possuem o estatuto de discursos verdadeiros,
que detêm efeitos judiciários consideráveis e que têm, no
entanto, a curiosa propriedade de serem alheios a todas as
[16] regras, mesmo as mais elementares, de formação dos
discursos científicos, de serem alheios também às regras do
direito e de serem, no sentido estrito, grotescos.
Michel Foucault. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 14-15.
Com base no texto acima, extraído da obra Os Anormais, de Michel Foucault, julgue o item.
O sentido que o trecho “sendo mais breve” (R.9-10) assume no texto equivale ao das expressões em outras palavras ou em resumo.
Questão 5 103842
UnB 1° Dia 2010/1
No mapa acima, estão representadas as longas distâncias percorridas pelos homens na Antiguidade, quando viajar era uma atividade extremamente perigosa, tal como se depreende do texto a seguir.
Viajando por terra ou mar, arriscando suas vidas, os mercadores ficavam longe de suas famílias durante
meses ou até mesmo anos. Piratas emboscados e naufrágios eram apenas alguns dos perigos que esses bravos
tinham de enfrentar em nome de todos. Por que os mercadores continuavam a participar daquelas jornadas
[4] arriscadas? Bom, não era apenas pelo dinheiro. O alimento vendido por eles ajudava as pessoas a matarem a
fome. Eram tantos vivendo nas cidades, que não era possível cultivar a quantidade suficiente de alimento para
todos. Sem a colheita dos grãos do Egito ou sem os carregamentos de vinho da região que hoje corresponde à
[7] França e o azeite de oliva da região correspondente à Espanha, o que essas sociedades fariam?
Idem, ibidem (com adaptações).
Tendo como referência o mapa e o texto acima bem como os múltiplos aspectos por eles suscitados, julgue o item.
Com a pergunta “Por que os mercadores continuavam a participar daquelas jornadas arriscadas?” (l.3-4), o autor organiza a argumentação do texto, antecipando um possível questionamento do leitor e criando espaço para uma justificativa das informações iniciais como atos de bravura.
Pastas
06