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Acesse GrátisQuestões de Português - Gramática
Questão 3 8866120
EBMSP 2022/2A frase que melhor expressa a essência dessa mensagem é a transcrita em
Questão 9 6443378
UNIMES 2020Leia o trecho do romance O Ateneu, de Raul Pompeia, para responder a questão.
Eu tinha onze anos.
Frequentara como externo, durante alguns meses, uma escola familiar do Caminho Novo, onde algumas senhoras inglesas, sob a direção do pai, distribuíam educação à infância como melhor lhes parecia. Entrava às nove horas, timidamente, ignorando as lições com a maior regularidade, e bocejava até às duas, torcendo-me de insipidez sobre os carcomidos bancos que o colégio comprara, de pinho e usados, lustrosos do contato da malandragem de não sei quantas gerações de pequenos. Ao meio-dia, davam-nos pão com manteiga. Esta recordação gulosa é o que mais pronunciadamente me ficou dos meses de externato; com a lembrança de alguns companheiros — um que gostava de fazer rir à aula, espécie interessante de mono louro, arrepiado, vivendo a morder, nas costas da mão esquerda, uma protuberância calosa que tinha; outro adamado, elegante, sempre retirado, que vinha à escola de branco, engomadinho e radioso, fechada a blusa em diagonal do ombro à cinta por botões de madrepérola. Mais ainda: a primeira vez que ouvi certa injúria crespa, um palavrão cercado de terror no estabelecimento, que os partistas denunciavam às mestras por duas iniciais como em monograma.
Lecionou-me depois um professor em domicílio.
Apesar deste ensaio da vida escolar a que me sujeitou a família, antes da verdadeira provação, eu estava perfeitamente virgem para as sensações novas da nova fase. O internato! Destacada do conchego placentário da dieta caseira, vinha próximo o momento de se definir a minha individualidade. Amarguei por antecipação o adeus às primeiras alegrias; olhei triste os meus brinquedos, antigos já! os meus queridos pelotões de chumbo! espécie de museu militar de todas as fardas, de todas as bandeiras, escolhida amostra da força dos estados, em proporções de microscópio, que eu fazia formar a combate como uma ameaça tenebrosa ao equilíbrio do mundo; que eu fazia guerrear em desordenado aperto, — massa tempestuosa das antipatias geográficas, encontro definitivo e ebulição dos seculares ódios de fronteira e de raça, que eu pacificava por fim, com uma facilidade de Providência Divina, intervindo sabiamente, resolvendo as pendências pela concórdia promíscua das caixas de pau. Força era deixar à ferrugem do abandono o elegante vapor da linha circular do lago, no jardim, onde talvez não mais tornasse a perturbar com a palpitação das rodas a sonolência morosa dos peixinhos rubros, dourados, argentados, pensativos à sombra dos tinhorões, na transparência adamantina da água…
(O Ateneu, 2017.)
“vinha próximo o momento de se definir a minha individualidade” (4º parágrafo)
Preservando-se o sentido e a correção gramatical, uma redação alternativa para o trecho transcrito, na ordem direta, seria:
Questão 9 6490135
FMABC 2020Para responder à questão, leia a crônica “O retorno”, de Manuel Bandeira, que integra a coletânea Flauta de papel, publicada originalmente em 1957.
Meu amigo Sizenando é homem de cor, mas a cor nunca lhe deu nem sombra de recalque. É, aliás, um mestiço eugênico1, alto, robusto, bem formado e quase belo. Tem sido, por todas essas qualidades físicas e mais por uma lábia amorosa verdadeiramente infernal, tem sido amado até o delírio por grandes mulheres de todas as cores e todos os matizes. Sua esposa legítima é branca. Sua amante, também legítima, é outra branca. Com esta vinha ele passando, ultimamente, a maior parte de seus dias, o que acabou levando a mulher legítima a uma expedição ao quartel-general daqueles amores clandestinos. Chegou lá, bateu, a porta entreabriu-se, mas, reconhecido o inimigo, logo se fechou, para dar tempo a que meu amigo se escondesse num armário. Então, aberta de novo e rasgadamente a porta, começou o ajuste de contas entre as duas mulheres. A amante convidou a esposa a debaterem o caso na rua, não só para evitarem o escândalo naquele edifício de apartamentos superlotado, como para salvar Sizenando de uma possível morte por sufocação dentro do armário. Chegadas à porta da rua, tomaram à direita e enfiaram pela primeira transversal.
Tranquilizado pelo silêncio que se seguiu à partida das mulheres, saiu Sizenando de seu esconderijo, despiu o pijama, vestiu a roupa e deixou o apartamento. À porta de entrada do edifício, espiou a um lado e outro, não viu as mulheres, consultou a intuição, para onde terão ido? para a esquerda? para a direita? A intuição respondeu que para a esquerda. Sizenando rumou para a direita e foi cair na boca do lobo. Das lobas, pois deu com as duas mulheres empenhadas num entrevero, as quais, ao verem-no, vieram para ele, tomadas ambas da maior indignação.
Foi então que Sizenando usou de um golpe genial, dizendo-lhes reprovativamente e com grande calma: — Mas vocês, duas brancas, brigando por causa de um preto?! E afastou- -se rápido.
Desfecho: Sizenando, naquela noite, foi pernoitar em casa da mulher legítima, que o recebeu de braços abertos. Passou com ela o dia e a noite seguintes. No terceiro dia, procurou a amante. Duas noites de cão passara ela. Mas quando abriu a porta e viu diante dela o meu eugênico amigo com seu plácido sorriso, abriu-lhe, também, como a outra, os braços de Severina. E os dois se encaminharam para o interior do apartamento: era o movimento de retorno aos quadros constitucionais vigentes.
(Seleta de prosa, 1997.)
1eugênico: indivíduo apto à produção de boa prole.
Em “Sizenando rumou para a direita e foi cair na boca do lobo” (2º parágrafo), a expressão sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Questão 5 1289678
CUSC 2019Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade.
Tudo tem limite
exceto
o amor de Brigitte.
(Rodolfo Witzig Guttilla (org.). Boa companhia − Haicai, 2009.)
Representa uma paráfrase do poema:
Questão 6 6378145
UNIPAR Medicina 2019A reescrita da frase “Os cientistas não se satisfazem com apenas a cura de uma doença, desejam, também, que a cura seja rápida e eficaz” está de acordo com a norma-padrão e mantém seu sentido original, em linhas gerais, em:
Questão 2 6460034
CUSC Medicina 1° Semestre 2019Leia o texto de Dante Moreira Leite para responder à questão.
Parece possível distinguir duas tendências fundamentais na reação ao grupo estranho: uma de admiração e aceitação, outra de desprezo e recusa.
Aparentemente, quase todos os seres humanos apresentam essas duas tendências fundamentais. A participação em nosso grupo provoca sentimentos de segurança e bem-estar, pois supomos entender que os que falam a nossa língua têm um passado em comum conosco, e também sabem o que esperar de nós. Mesmo quando nos desentendemos, sabemos por que isso ocorre, podemos esperar que nosso interlocutor acabe por nos entender e aceitar. E nisso talvez a linguagem desempenhe um papel fundamental, pois os homens geralmente são incapazes de utilizar perfeitamente mais de uma língua, e só naquela aprendida na infância somos capazes de exprimir todas as sutilezas do pensamento, todas as formas de ódio e amor. Além disso, o local em que nascemos e crescemos, a paisagem que conhecemos, tudo isso parece constituir um universo próximo e amigo, cujo reencontro é sempre uma alegria e uma consolação.
No outro extremo, o estrangeiro provoca a nossa desconfiança, às vezes o nosso medo. Nem sempre entendemos os seus gestos e certamente não compreendemos a sua língua. Ele não se veste como nós, a sua fisionomia pode ser diferente da nossa e não adora os nossos deuses. Entre os primitivos, o estrangeiro passava por uma complexa cerimônia, destinada a afastar os malefícios que trouxesse de seus demônios; ao voltar de uma viagem, as pessoas deveriam permanecer isoladas por algum tempo, até que delas se afastassem os demônios estranhos, acaso encontrados pelo caminho.
E, no entanto, sentimos que o contrário também é verdade. Frequentemente sonhamos com o país distante, a terra prometida onde possamos realizar nossos desejos. Sentimos que aqueles que mais nos conhecem são também capazes de ignorar o que de melhor trazemos conosco. E o provérbio “ninguém é profeta em sua terra” traduz precisamente essa ideia de que não podemos compreender integralmente quem está muito próximo de nós. As situações novas, além disso, são atraentes e provocantes: o novo ou desconhecido parece, pelo menos durante algum tempo, mais belo e mais atraente do que o velho; os nossos olhos parecem mais penetrantes ao observar a nova paisagem, ao admirar outras figuras humanas.
Basta enunciar ou descrever essas tendências aparentemente antagônicas para verificar que não estamos diante de situações simples e unívocas. Ainda quando atraente, o estranho provoca uma reação de medo mais ou menos intenso; outras vezes, essa relação é de asco ou repugnância, mais ou menos frequente diante de alimentos exóticos.
De outro lado, na reação negativa ao estranho quase sempre é possível descobrir um aspecto positivo de curiosidade, geralmente oculto sob a reação negativa fundamental. Além disso, ao grupo estranho atribuem-se, além das características negativas, alguns traços sobre-humanos ou fantásticos: embora sofra preconceito, o estranho é muitas vezes descrito como possuidor de alguma força extraordinária. Se aceitamos a ideia freudiana da ambivalência fundamental dos sentimentos – isto é, o amor sempre contém um elemento de ódio, e vice-versa, essa observação não parecerá surpreendente. E no domínio das relações entre os sexos essa ambivalência da reação ao estranho se revela com toda a intensidade e dramaticidade.
(O caráter nacional brasileiro, 1983. Adaptado.)
“Além disso, ao grupo estranho atribuem-se, além das características negativas, alguns traços sobre-humanos ou fantásticos” (6º parágrafo)
No contexto do sexto parágrafo, a alternativa que reescreve corretamente o trecho, preservando o seu sentido original, é: