Questões de Português - Gramática -
14 Questões
TEXTO 1
Canto X – Nossa Rainha Marcelino Freire
Mãe, eu quero ser Xuxa. Mas minha filha. Eu quero ser Xuxa. A menina não tem nem nove anos,
fica tagarelando com as bonecas. Com as pedras do Morro. Eu quero ser Xuxa. Mas minha filha.
A mãe ia fazer um book, como? Viu no jornal quanto custa. Perguntou ao patrão, no Leblon. Um
absurdo! Ia bater na porta da Rede Globo? Nunca.
A menina parecia uma lombriga. Porque nasceu desmilinguida. Mas vivia dizendo, a quem fosse:
eu quero ser Xuxa. Que coisa! Que doença! Ainda era muito pequena. Eu quero ser Xuxa.
Quem não pode se acode.
A mãe já vivia da ajuda do povo. Mas tinha de levar a menina ao cinema. Toda vez que aparecia um
filme novo. O que Xuxa está pensando? O que Padre Marcelo está pensando? Que tanto disco à venda,
que tanto boneco, que tanta prece! Tenha santa paciência.
O Padre Marcelo a mãe trocou por um pai de santo. Esse, pelo menos, só me pede umas velas. De
quando em quando, uma galinha preta. Que eu aproveito e levo daqui, quando tem reveillon. Despacho de
rico só tem o que é bom. Mas a menina não tem jeito. É uma paixão que não tem descanso.
Eu quero ser Xuxa. Eu quero ser Xuxa. Eu quero ser Xuxa. Um dia eu esfolo essa condenada. Deus
me perdoe. Essa danada da Xuxa. Dou uma surra nela para ela tomar jeito. Fazer isso com filha de pobre.
Que horror!
A mãe mal chegou do trabalho a menina já falou. Que a Xuxa vem esse final de semana. O que ela
vem fazer no morro?, a mãe perguntou. Se a Xuxa que eu conheço aqui é só você, querida. Alisou a
cabeça da maldita, deu um abraço cego e mandou dormir. Maldita, sim. Quem disse que a danada foi pra
cama? Puta que pariu!
A mãe tinha de faltar ao trabalho de novo. Tinha medo que a filha tivesse um troço. Se jogasse
debaixo do carro, sei lá. Fosse pisoteada, que remorso! Eu não. Mãe que é mãe acompanha a filha no dia
mais feliz da sua vida.
Pendurou a menina nas costas e enfrentou o calor. E o empurraempurra.
E também gritou para ver se a Xuxa ouvia: Xuxa, Xuxa, Xuxa. Pelo amor de Deus! Faz essa menina calar a boca. Diz pra ela pensar em outra coisa, sonhar com os pés no chão.
Quando ela vai ser, assim como você, um dia? A Rainha dos Baixinhos nossa Rainha da Bateria, sei não, sei lá.
O morro nessa euforia, todo mundo doido para vêla sambar.
O texto acima, por ser literário, apresenta vários aspectos próprios da fala, são aspectos da oralidade utilizados pelo narrador para melhor caracterizar sua narrativa. Há, porém, alguns descuidos que se devem evitar, denominados de vícios de linguagem. Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira associando os vícios de linguagem. Em seguida, marque a alternativa que preenche corretamente a segunda coluna:
1) Anglicismo.
2) Barbarismo ortográfico.
3) Solecismo.
4) Cacofonia.
5) Pleonasmo.
( ) Haviam diversas pessoas na apresentação da Xuxa.
( ) A menina sabia todas as performances da Xuxa.
( ) A rainha dos baixinhos vai subir pra cima do morro.
( ) A escola de samba do morro nunca ganha.
( ) De repente a Xuxa vem ao morro.
A alternativa CORRETA, é:
Faça uma leitura atenta do fragmento do texto de Vagner de Alencar:
Quarta-feira, dia 20 de outubro: eu chorei diante de centenas de estudantes do 3o ano do Ensino Médio de escolas públicas de todo o Brasil. Convidado a falar na 7a Olimpíada de Língua Portuguesa para semifinalistas do concurso, a emoção, literalmente, subiu ao pódio.
As lágrimas foram inevitáveis quando a imagem de Deusane e Luzimar, professoras de uma das escolas por onde passei, em Barra do Choça (BA), surgiu logo no começo de minha apresentação. [...]
[...]
Entre inspirações, tive o prazer de estar acompanhado, nesta Olimpíada, por Cintia Gomes, diretora institucional da Agência Mural.
Ela mostrou, para os estudantes, como um jornal escolar, criado durante o Ensino Médio, foi a fagulha para, anos mais tarde, acender a chama pela profissão de jornalista e, assim, poder escrever as histórias não contadas sobre seu bairro. [...]
(ALENCAR, Vagner de. O lugar onde vivo esteve no pódio da Olimpíada de Língua Portuguesa. Folha de São Paulo, São Paulo, 22 out. 2021. Acesso em: 23 out. 2021. Adaptado.)
Observe o emprego da vírgula nas orações a seguir e marque a única alternativa que apresenta a possibilidade de eliminar a(s) vírgula(s), sem violar a norma padrão da Língua Portuguesa:
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Pouca leitura dificulta escrita e prejudica o lado profissiona
De acordo com o professor Chico Viana, hoje, a língua portuguesa está dando sinais de um grave sintoma: a incapacidade dos indivíduos de compreender e produzir textos. “Para escrever bem é preciso usar a língua de forma eficiente, clara. A habilidade linguística vai além do domínio gramatical; exige o conhecimento do valor e do peso das palavras, bem como a percepção do alcance prático que os textos possuem”, explica.
Um dos grandes entraves para a boa prática da língua, para ele, é que se lê e pratica pouco o idioma e isso, mais do que amargar um grande prejuízo profissional, causa, também, um prejuízo existencial. “A língua é a mais autêntica expressão do espírito. Quem não conhece o próprio idioma acaba não se fazendo comunicar e não se entendendo a si mesmo. Ofícios, cartas, relatórios e outras produções, de natureza burocrática ou não, são meios de o indivíduo atuar na sociedade. Não saber produzi-los é se limitar como agente social”, conclui.
Hábitos do dia a dia, como o uso da internet, podem ser danosos ou positivos para a língua portuguesa. Ao mesmo tempo em que une, através da rede, os milhões de falantes dos países lusófonos espalhados pelo mundo e, também, aumenta o acervo de conteúdo disponível de literatura, por exemplo, para se ler e aprender, é a internet, também, que traz o chamado “internetês”: linguagem cheia de abreviações utilizadas pelos usuários da rede e que, muitas vezes, caso não se tenha cuidado, acaba se estendendo ao mundo real.
GAMBARRA, Rafaela. Uso correto da língua portuguesa é decisivo para a vida profissional. Disponível em: . Acesso em 31 ago. 2019. [Fragmento].
No processo de compreensão do texto intitulado “Pouca leitura dificulta escrita e prejudica lado profissional”, é necessária a realização de inferências que partem de informações dadas.
Entre as informações explicitamente apresentadas pela autora nesse texto, tem-se a de que
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se referem ou que o tomam como ponto de partida.
Adolescência agora vai até os 24 anos de idade, e não só até os 19, defendem cientistas
(Katie Silver, da BBC News)
Aquela fase odiada pela maioria das pessoas, a adolescência, ganhou uma sobrevida de cinco anos. Em vez
de terminar aos 19, idade considerada na maioria dos países, um grupo de cientistas defende que a
adolescência se estende dos 10 até os 24 anos.
O fato de jovens estarem optando por estudar por um período de tempo mais longo, não só até a faculdade,
[5] assim como a decisão cada vez mais frequente de adiar casamento e maternidade/paternidade, estariam
mudando a percepção das pessoas de quando a vida adulta começa, dizem pesquisadores australianos em
um artigo publicado nesta semana na revista científica Lancet Child & Adolescent Health. Para eles, a
redefinição da duração da adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses
jovens continuassem sendo asseguradas.
[10] Outros especialistas, no entanto, dizem que postergar o fim da adolescência pode, mais adiante, infantilizar
os jovens.
Puberdade
A duração da adolescência já chegou a ser alterada antes, quando se concluiu que, com os avanços da saúde
e da nutrição, a puberdade se iniciava antes dos 14 anos, como se convencionava.
[15] Essa fase tem início quando uma parte do cérebro, o hipotálamo, ativa as glândulas hipófise e gônadas, que,
entre outras coisas, liberam hormônios sexuais.
Ela costumava acontecer por volta dos 14 anos, mas caiu gradualmente no mundo desenvolvido nas últimas
décadas até o patamar de 10 anos.
Como consequência, em países industrializados como o Reino Unido, a idade média para a primeira
[20] menstruação de uma garota caiu quatro anos nos últimos 150 anos.
Metade das mulheres agora fica menstruada pela primeira vez entre 12 e 13 anos.
A biologia também é usada como argumento por aqueles que defendem que a adolescência termina mais
tarde – e que dizem, por exemplo, que o corpo continua a se desenvolver.
O cérebro continua se desenvolvendo depois dos 20 anos, trabalhando de maneira mais rápida e eficiente. E,
[25] para muitos, os dentes do siso não nascem até que completem 25 anos.
Adiando planos familiares
Os mais jovens também estão adiando o casamento e a maternidade/paternidade. De acordo com o
Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido, a idade média para o primeiro casamento de um homem
era de 32,5 anos, em 2013, e de 30,6 para as mulheres, na Inglaterra e no País de Gales. Isso significa um
[30] aumento de 8 anos desde 1973.
No artigo que explica os motivos para o aumento da duração da adolescência, Susan Sawyer, diretora do
Centro para a Saúde do Adolescente do Hospital Royal Children’s em Melbourne, na Austrália, escreve:
“Apesar de muitos privilégios legais da vida adulta começarem aos 18 anos, a adoção das responsabilidades
e do papel de adulto geralmente acontece mais tarde”.
[35] Ela diz que postergar o casamento, o momento de ter filhos e a independência financeira significa
“semidependência”, o que caracteriza que a adolescência foi estendida.
No Brasil, a permanência por cada vez mais tempo dos jovens na casa dos pais é uma marca da chamada
“geração canguru”, nome dado pelo IBGE, em 2013, ao fenômeno que engloba pessoas de 25 a 34 anos e
que vem crescendo no país. Os dados foram divulgados na Síntese de Indicadores Sociais – uma análise das
[40] condições de vida da população brasileira, com dados referentes ao intervalo entre 2002 e 2012.
Mudança nas leis
Essa mudança, pondera Sawyer, precisa ser levada em consideração pelos políticos, para que as leis e os
benefícios voltados a esse público sejam alterados.
“Definições de idade são sempre arbitrárias, mas nossa atual definição de adolescência está excessivamente
[45] restrita”, diz a cientista.
Russell Viner, presidente da Associação Royal College de Pediatria e Saúde Infantil, diz que, no Reino
Unido, a idade média para um jovem sair de casa é aos 25 anos. Ele apoia a ideia de que a adolescência seja
estendida até os 24 anos e diz que os serviços no Reino Unido já levam isso em conta. [...]
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-42747453. Publicado em: 19 jan. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018. Adaptado.
Se observarmos esse texto, encontramos nele um cacófato (a seguir, em negrito) em: “[...] a permanência por cada vez mais tempo [...]” (Linha 38).
Sobre a cacofonia, esta é classificada, de acordo com a gramática normativa, como um vício de linguagem, isto é, uma incorreção ou defeito na oralidade ou na escrita, resultante da contiguidade de duas palavras em um texto
(CEGALLA, 2005, p. 634).
No entanto, seu uso, na atualidade, tem sido observado com certa frequência – tal como ocorre nesse texto –, sobretudo com o advento da internet, das mídias online.
Nesse sentido, é importante refletir sobre a presença da cacofonia, ao escrever, fazendo a seguinte consideração:
Considere o período a seguir e analise as afirmações:
“Na época de Cristo não haviam indústrias para poluir e assim mesmo haviam problemas sociais entre as pessoas”.
I. Solicismo, pois o verbo “haver” deveria estar grafado no singular, uma vez que se trata de um verbo impessoal, ou seja, não possui sujeito com o qual deva estabelecer concordância verbal.
II. Pleonasmo vicioso, pois é desnecessário afirmar que “problemas sociais” sejam “entre as pessoas”, ou melhor, se é social, obviamente envolve pessoas.
III. Hiato, pois o fonema /i/ ocorre em todas as palavras, sem objetivo criativo.
Podemos afirmar corretamente que:
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