Questões de Português - Gramática - Erros / Vícios de Linguagem - Pleonasmo Vicioso
3 Questões
Questão 35 146103
URCA 1° Dia 2016/2TEXTO 1
Canto X – Nossa Rainha Marcelino Freire
Mãe, eu quero ser Xuxa. Mas minha filha. Eu quero ser Xuxa. A menina não tem nem nove anos,
fica tagarelando com as bonecas. Com as pedras do Morro. Eu quero ser Xuxa. Mas minha filha.
A mãe ia fazer um book, como? Viu no jornal quanto custa. Perguntou ao patrão, no Leblon. Um
absurdo! Ia bater na porta da Rede Globo? Nunca.
A menina parecia uma lombriga. Porque nasceu desmilinguida. Mas vivia dizendo, a quem fosse:
eu quero ser Xuxa. Que coisa! Que doença! Ainda era muito pequena. Eu quero ser Xuxa.
Quem não pode se acode.
A mãe já vivia da ajuda do povo. Mas tinha de levar a menina ao cinema. Toda vez que aparecia um
filme novo. O que Xuxa está pensando? O que Padre Marcelo está pensando? Que tanto disco à venda,
que tanto boneco, que tanta prece! Tenha santa paciência.
O Padre Marcelo a mãe trocou por um pai de santo. Esse, pelo menos, só me pede umas velas. De
quando em quando, uma galinha preta. Que eu aproveito e levo daqui, quando tem reveillon. Despacho de
rico só tem o que é bom. Mas a menina não tem jeito. É uma paixão que não tem descanso.
Eu quero ser Xuxa. Eu quero ser Xuxa. Eu quero ser Xuxa. Um dia eu esfolo essa condenada. Deus
me perdoe. Essa danada da Xuxa. Dou uma surra nela para ela tomar jeito. Fazer isso com filha de pobre.
Que horror!
A mãe mal chegou do trabalho a menina já falou. Que a Xuxa vem esse final de semana. O que ela
vem fazer no morro?, a mãe perguntou. Se a Xuxa que eu conheço aqui é só você, querida. Alisou a
cabeça da maldita, deu um abraço cego e mandou dormir. Maldita, sim. Quem disse que a danada foi pra
cama? Puta que pariu!
A mãe tinha de faltar ao trabalho de novo. Tinha medo que a filha tivesse um troço. Se jogasse
debaixo do carro, sei lá. Fosse pisoteada, que remorso! Eu não. Mãe que é mãe acompanha a filha no dia
mais feliz da sua vida.
Pendurou a menina nas costas e enfrentou o calor. E o empurraempurra.
E também gritou para ver se a Xuxa ouvia: Xuxa, Xuxa, Xuxa. Pelo amor de Deus! Faz essa menina calar a boca. Diz pra ela pensar em outra coisa, sonhar com os pés no chão.
Quando ela vai ser, assim como você, um dia? A Rainha dos Baixinhos nossa Rainha da Bateria, sei não, sei lá.
O morro nessa euforia, todo mundo doido para vêla sambar.
O texto acima, por ser literário, apresenta vários aspectos próprios da fala, são aspectos da oralidade utilizados pelo narrador para melhor caracterizar sua narrativa. Há, porém, alguns descuidos que se devem evitar, denominados de vícios de linguagem. Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira associando os vícios de linguagem. Em seguida, marque a alternativa que preenche corretamente a segunda coluna:
1) Anglicismo.
2) Barbarismo ortográfico.
3) Solecismo.
4) Cacofonia.
5) Pleonasmo.
( ) Haviam diversas pessoas na apresentação da Xuxa.
( ) A menina sabia todas as performances da Xuxa.
( ) A rainha dos baixinhos vai subir pra cima do morro.
( ) A escola de samba do morro nunca ganha.
( ) De repente a Xuxa vem ao morro.
A alternativa CORRETA, é:
Questão 40 493490
IFPR 2016TEXTO DE REFERÊNCIA PARA A QUESTÃO.
Há professores que não leem. Outros leem e não entendem o que leem. E bem pior são os que utilizam o que não se entende como arma de arremesso, fazendo crer a outros (que não leram, ou não sabem ler) intenções que o autor não teve. Uma sociedade de “grau zero de literacia” (não é só no Brasil que o analfabetismo funcional prospera) é terreno fértil para que indivíduos sem escrúpulos se recusem a discutir a realidade, a partir de outro ponto de vista que não seja o seu.
Ler é diferente de compreender, pressupõe o domínio de vocabulário, estrutura sintática, conteúdo. A atitude do leitor e os seus preconceitos, ou seu interesse relativamente ao texto lido, influenciam a interpretação. Ser leitor pressupõe ser capaz de distinguir entre fatos e opiniões, captar o significado literal, as asserções diretas, as asserções paralelas, as paráfrases... O domínio da linguagem pode ser afetado pela rigidez de ideias, por carência de capacidade discriminativa. Ser letrado não significa apenas saber ler e escrever, mas ser funcionalmente letrado.
(Revista Educação, Ano 10, nº 116)
O texto apresenta inadequações gramaticais e sintáticas, de acordo com a norma padrão, algumas das quais registradas a seguir, com as devidas justificativas. Assinale a alternativa que registra uma justificativa desnecessária porque o texto está correto.
Questão 5 1886046
EN 2° Dia 2015TEXTO
Os celulares
Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas.
Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos e, com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo a internet, ao Facebook! Não quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão se multiplicando. Haja memória!
Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado. Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: "Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas." Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações contínuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o início da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há. tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição em paz.
Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção. Entrei em um consultório medico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado próximo a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns "probleminhas" da vida desta senhora. Não, não vou aqui devassar a vida dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas. situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo.
(UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In: . A vida e o tempo em tom de conversa. 1º ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. p. 150-153.)
Em que opção ocorre o mesmo tipo de pleonasmo que no trecho "[...] só um pequeno detalhe, sem maior surpresa [...]." (5°§)?
Pastas
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