Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - Intertextualidade
177 Questões
Questão 14 12012565
CEFET MG 2024O medo tem a idade da humanidade. Desde os primórdios de nossa jornada no planeta, existe, no nosso imaginário, uma área de mistérios ameaçadores que nada parece capaz de extinguir. E qualquer mistério nasce da dúvida: “que barulho foi esse? O que é aquela luz no horizonte? O que existe depois da morte? Ou antes da vida?” Ao longo do tempo, as respostas foram sendo fornecidas pela ciência. Mas ainda existem aquelas dúvidas que hoje continuam tão inquietantes quanto eram séculos e séculos atrás. A saída para nós, criaturas curiosas que somos, foi inventar possíveis respostas — e acreditar nelas. Assim se manteve viva (e habitada) a zona de mistério da nossa imaginação.
É nesse espaço que residem as lendas e os contos de assombração. Sobretudo no Brasil, onde as histórias de fantasmas e monstros há tanto tempo atrapalham o nosso sono. Nossos pais, avós e bisavós costumavam ouvir narrativas sinistras de seus pais, avós ou bisavós, e essa transmissão tornou-se parte de nossa essência cultural. Prova disso é a importância dada à oralidade em diversas áreas de conhecimento, como Letras, Sociologia ou Antropologia.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2021/03/escritores-que-transformaram-lendas-brasileiras-em-livros-de-horror.html. Acesso em: 17 ago. 2023 (adaptado).
Nesse fragmento, NÃO é empregada a estratégia argumentativa:
Questão 1 11999855
Albert Einstein 2024Examine a tirinha da cartunista Laerte.
(Laerte. Lola, a andorinha, 2013.)
Na construção de sua tirinha, Laerte mobiliza fundamentalmente os seguintes recursos expressivos:
Questão 13 11170669
PUC-MG Medicina 2023/2Leia os textos a seguir “Não ler pode ser fatal”, de Beth Brait, e Exitus Letalis, de Rubem Fonseca, para responder à questão.
Não ler pode ser fatal
A dificuldade de entendimento das bulas de remédio inspirou Rubem Fonseca escrever a crônica Exitus Letalis
Por Beth Brait
Quando nos colocamos diante de um poema, sabemos que ele tem o objetivo e a força de nos retirar do lugar-comum, dum estado exclusivo de comunicação, para nos fazer ver o mundo por um prisma especial. Lírico ou dramático, longo como as epopeias ou curto como os haikais, os poemas pressupõem um tipo de leitor disposto a enfrentar a linguagem para, de maneira intransitiva, transitiva direta ou indireta, conhecer, usufruir sensações, refletir sobre o cotidiano, sobre o cosmos, sobre a condição humana.
Todo texto traz implícito um que, mesmo coabitando um só indivíduo, responde ativa e diferentemente aos diversos tipos a que tem acesso. A pressuposição, portanto, é a de que um mesmo cidadão enfrente de maneira diversa um poema e uma bula de remédio. Da bula, ao contrário da literatura, o leitor espera explicações, informações acerca da composição, da posologia, das indicações e contraindicações do medicamento que deverá utilizar, organizadas num texto claro, objetivo, apropriado a quem, estando doente, deve receber instrução para uso do medicamento e nada mais. Mas sabemos que não é assim. A dificuldade da leitura levou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a criar resoluções e decretos para melhorar a acessibilidade desses textos, o que, até o momento, ainda não resultou na fórmula ideal. Tanto que inspirou a irônica e certeira crônica Exitus Letalis, incluída em O Romance Morreu, de Rubem Fonseca (Companhia das Letras, 2007).
Criador de Mandrake, detetive e protagonista de vários de seus textos, que juntamente com o delegado Raul e Wexler está de volta na série televisiva que leva o nome do detetive, Rubem Fonseca interessa-se pelas linguagens artísticas, que se entrecruzam em suas obras e pelas cotidianas, que caracterizam épocas, comunidades, camadas sociais. Em Exitus Letalis não é apenas a dificuldade de leitura que é ironicamente mostrada, mas especialmente a sofisticada elaboração textual, visando salvaguardar os interesses da indústria e não a clareza de informações ao leitor.
Fonte: REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo: Editora Segmento, Ano III, n. 28, p. 34, 2008.
Exitus Letalis
Rubem Fonseca
A bula, da mesma forma que a poesia, tem suas metáforas, os seus eufemismos, os seus mistérios, e as partes melhores são sempre as que vêm sob os títulos “precauções e/ou advertências” e “reações adversas”. Essa parte da bula é certamente produzida por uma equipe da qual fazem parte cientistas, gramáticos, advogados especialistas em ações indenizatórias, poetas, criptógrafos, advogados criminalistas, marqueteiros, financistas e planejadores gráficos. Você tem que alertar o usuário dos riscos que ele corre (e, não se iluda, todo remédio tem um potencial de risco), ainda que eufemicamente, pois se o doente sofrer uma reação grave ao ingerir o remédio, o laboratório, por intermédio dos seus advogados, se defenderá dizendo que o doente e o seu médico conheciam esses riscos, devidamente explicitados na bula.
Vejam essa maravilha de eufemismo, de figura de retórica usada para amenizar, maquiar ou camuflar expressões desagradáveis empregando outras mais amenas e incompreensíveis. Trecho da bula de determinado remédio: “Uma porção maior ou mesmo menor do que 10% de...” (não cito o nome do remédio, aconselhado pelo meu advogado) “pode evoluir para “exitus letalis” (o itálico é da bula).
Qual o poeta, mesmo entre os modernos, os herméticos ou os concretistas, capaz de eufemizar, camuflando de maneira tão rica, o risco de morte – “evoluir para exitus letalis”?
Fonte: REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo: Editora Segmento, Ano III, n. 28, p. 35, 2008.
Considerando o texto “Não ler pode ser fatal”, de Beth Brait, em relação ao texto “Exitus Letalis” de Rubem Fonseca, pode-se dizer que há a estratégia de textualização denominada:
Questão 43 9106705
UFPR 2023Considere os versos da canção “Laranja Madura”, de Ataulfo Alves:
“Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé”
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que traz o ditado popular cujo sentido se assemelha aos versos de Ataulfo Alves.
Questão 12 8484610
UNICAMP 1° Fase 2023“Deus fez o mar, as árvore, as criança, o amor
O homem me deu a favela, o crack, a trairagem, as arma, as
bebida, as puta
Eu?! Eu tenho uma Bíblia velha, uma pistola automática e
um sentimento de revolta
Eu tô tentando sobreviver no inferno”.
(RACIONAIS MC’S. Gênesis. In: Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, p. 45, 2018.)
A palavra “Gênesis” dá nome ao primeiro livro da Bíblia. Considerando a obra, na íntegra, dos Racionais MC’s e o excerto acima dela reproduzido, pode-se dizer que, em relação a esse trecho, “gênesis” seria uma alusão
Questão 5 8484547
UNICAMP 1° Fase 2023O texto apresenta a reprodução de uma postagem em Twitter do ilustrador e quadrinista Paulo Bruno.
Considerando o texto e as duas imagens do tuíte, assinale a alternativa que melhor descreve o sentido de “interpretação” nesse contexto particular de uso.
Pastas
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