Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - Coesão (elem. coesivos) e Coerência
3.367 Questões
Para responder à questão, considere o texto a seguir.
ÚLTIMA CARTA DE PAUL KLEE AOS GATOS DA SUA VIDA
Queridos Nuggi, Fritzy e Binho,
Chegando ao fim da minha vida, dirijo-vos esta
carta para vos dar conta da importância que tiveram
no meu atribulado percurso como pintor.
[5] Creio que não teria chegado aonde cheguei como
artista do meu tempo sem o vosso amor e a inspi-
ração que nunca me regatearam.
Fiz questão de vos manter presentes em tudo
quanto fiz, desde as cartas aos poemas, passando,
[10] naturalmente, pelos quadros em que tentei modes-
tamente representar-vos.
Vocês acompanharam-me nas horas de sofr-
imento e de incerteza, de exílio e de privação, mas
também naquelas que me deram a ilusão da feli-
[15] cidade. Primeiro, o meu querido Nuggi, cinzento e
meigo, ainda nos anos da juventude; depois, Fritzy,
tigrado, brincalhão e matreiro, a quem também
chamei Fripouille, nos tempos mais intensos da
criação pictórica e também do reconhecimento ar-
[20] tístico pelo público e pela crítica; por fim, Bimbo,
branco e discreto, já nos anos da doença e da de-
cadência física, sempre dedicado, sempre presente,
sempre terno e atento.
Devo confessar que sempre vislumbrei em vós um
[25] toque do sagrado, porque não hesito em considerar-vos
seres divinos, que eu não fui capaz de retratar com
o talento merecido nas telas e nos desenhos em que
vos tentei eternizar. Sim, é verdade que vos escrevi
cartas, sobretudo a Bimbo, já no fim da vida, e que
[30] não tinha sossego nos meus telefonemas sempre
que me diziam que algum de vocês estava doente ou
andava fugido. Isso nunca foi uma fraqueza minha e
sim uma das principais manifestações do amor que
consegui partilhar com outros seres.
[35] Ainda assim, alguns dos quadros de que mais
gosto são precisamente aqueles em que vos reser-
vei lugar, com títulos como O Gato e o Pássaro ou
A Montanha do Gato Sagrado. Os gatos ajudaram
também a fortalecer amizades com artistas e poetas
[40] que comungam comigo esse amor e essa admiração
irrenunciáveis. Foi o que aconteceu com Rainer Maria
Rilke. Até isso eu vos fiquei a dever, tributo reserva-
do a um pintor que tentou sempre estar à altura da
vossa ternura e infinita capacidade de dádiva.
[45] Agora que estou de partida, levo comigo a re-
cordação do que vocês foram para mim e a con-
vicção de que não teria sido o que fui, nem teria
chegado aonde cheguei, sem o vosso amparo e a
vossa dedicação. No meu íntimo, sei que volta-
[50] remos a encontrar-nos, porque não pode acabar
no perecível mundo material e terreno um amor
como foi o nosso.
Eternamente vosso,
Paul Klee
Fonte: LETRIA, J. J. Última carta de Paul Klee aos gatos da sua vida. In: LETRIA, J. J. Amados gatos: pequenas histórias de gatos célebres. Oficina do Livro: Alfragide, Portugal, 2005. (Adaptado)
Considerando que o texto é uma representação do envolvimento emocional do pintor com seus gatos e que tal envolvimento se materializa por meio de diferentes palavras, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada afirmativa a seguir.
( ) O verbo “acompanharam” (ℓ. 12) indica que Paul Klee julga de forma positiva a constância com que os gatos se mantiveram ao seu lado em distintos momentos.
( ) O termo “atribulado” (ℓ. 04) assinala que a relação entre Paul Klee e seus gatos nem sempre foi positiva.
( ) Adjetivos como “meigo” (ℓ. 16), “matreiro” (ℓ. 17) e “terno” (ℓ. 23) contribuem para a personificação dos gatos e, assim, para estabelecer simetria entre humanos e animais.
( ) Expressões como “toque do sagrado” (ℓ. 25) e termos como “divinos” (ℓ. 26) atribuem aos gatos características que, no fluxo do texto, representam a relação destes com os humanos em deslocamento de uma posição de paridade para uma posição de superioridade.
A sequência correta é
TEXTO
Disponível em: https://quasepublicitarios.wordpress.com/2010/09/01/anuncios-para-a-livraria-cultura/. Acesso em: 01 de set. de 2023.
Os textos publicitários são veiculados em diferentes formatos e suportes e servem a diversos objetivos.
Na publicidade acima, o objetivo comunicativo está centrado em
Os avanços alcançados a partir do encontro das geotecnologias com a Inteligência Artificial (IA) vêm inaugurando inúmeras possibilidades para a pesquisa geográfica, contudo, recentemente o problema das deepfakes geográficas acendeu o debate sobre problemas que tais falsas informações espaciais podem causar. O termo deepfake é uma mistura dos termos da língua inglesa deep learning (aprendizado profundo) e fake (falso). Uma nova modalidade de deepfakes tem circulado há alguns anos pela internet, mas tem sido potencializada atualmente com o uso de IA.
No que diz respeito às geotecnologias, IA e ao rigor ético-científico nas pesquisas espaciais, assinale a afirmação coerente com esta legítima preocupação.
“Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. (...).
Nesse ponto as pessoas são frequentemente vítimas de uma curiosa obnubilação. Elas afirmam que o próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven? (...). Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos humanos.”
CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que Antonio Candido defende que o acesso a bens como a literatura e a música
Dra. SAMPAIO, Murita L. da Cruz Rios. Ser médico.
Segundo esses versos de Dra. Murita Sampaio, o médico é um ser
Leia o texto de Austin Kleon, retirado do livro Roube como um artista, para responder à questão.
O escritor Jonathan Lethem disse que, quando as pessoas chamam algo de “original”, nove entre dez vezes elas não conhecem as referências ou as fontes originais envolvidas.
O que um bom artista entende é que nada vem do nada. Todo trabalho criativo é construído sobre o que veio antes. Nada é totalmente original.
Está lá na Bíblia: “Não há nada de novo debaixo do sol.” (Eclesiastes 1:9)
Alguns acham essa ideia deprimente, mas ela me enche de esperança. É como o escritor francês André Gide assinalou: “Tudo que precisa ser dito já foi dito. Mas, já que ninguém estava ouvindo, é preciso dizer outra vez.”
Se estivermos livres do fardo de ser completamente originais, podemos parar de tentar construir algo do nada e abraçar a influência ao invés de fugirmos dela.
(Roube como um artista, 2013.)
Segundo o autor, as pessoas que chamam algo de “original” estão, em sua maioria,
Adicionar à pastas
06