
Faça seu login
Acesse GrátisQuestões de Português - Leitura e interpretação de textos
Questão 30 6410510
ENEM 1° Dia Reaplicação 2021 Agora sei que a minha língua é a língua de sinais.
Agora sei também que o português me convém. Eu quero
ensinar português para os meus alunos surdos, pois eles
precisam dessa língua para ter mais poder de negociação
com os ouvintes [G, 2004].
Eu me sinto bilingue, eu converso com os surdos na
minha lingua e converso com os ouvintes no português,
porque aprendi a falar o português, embora eu tenha voz de
surdo, mas as pessoas muitas vezes me entendem. Eu já me
acostumei a conversar com os ouvintes no meu português.
Se alguns não me entendem, eu escrevo [SZ, 2011].
QUADROS, R. M. Libras. São Paulo: Parábola, 2019.
Considerando os contextos de uso da Libras e da língua portuguesa, o depoimento desses surdos revela que no contato entre essas línguas há uma
Questão 43 1373436
FUVEST 2020O feminismo negro não é uma luta meramente identitária, até
porque branquitude e masculinidade também são
identidades. Pensar feminismos negros é pensar projetos
democráticos. Hoje afirmo isso com muita tranquilidade, mas
[5] minha experiência de vida foi marcada pelo incômodo de uma
incompreensão fundamental. Não que eu buscasse respostas
para tudo. Na maior parte da minha infância e adolescência,
não tinha consciência de mim. Não sabia por que sentia
vergonha de levantar a mão quando a professora fazia uma
[10] pergunta já supondo que eu não saberia a resposta. Por que
eu ficava isolada na hora do recreio. Por que os meninos
diziam na minha cara que não queriam formar par com a
“neguinha” na festa junina. Eu me sentia estranha e
inadequada, e, na maioria das vezes, fazia as coisas no
[15] automático, me esforçando para não ser notada.
Djamila Ribeiro, Quem tem medo do feminismo negro?.
O trecho que melhor define a “incompreensão fundamental” (L.6) referida pela autora é:
Questão 5 6306121
ETEC 2020/1Eu herdei da minha mãe esse trabalho de artesanato com barro. E, desde a minha bisavó, já se fazia desse jeito. Ela era índia. Então, a minha mãe fazia pote, bilha, qualquer tipo de louça. A gente faz assim: pega o barro mole, mistura com caraipé*, amassa até ele ficar mesmo bem ligado e, depois que ele já está bem ligado, a gente já vai começar a formar a louça. Agora, tem que ter uma coisa, tem que saber a temperatura e a quantia que o barro pega do caraipé. Se estiver bem areadinho, ele já tá bom. E eu tenho esperança que meu filho também vai continuar a trabalhar e alguém além dele vai também. Vai aprender um filho dele, um sobrinho, porque toda criança sempre mostra logo uma coisa que ela quer ser, que ela quer fazer. Eu acho que vai ter alguém assim, não vai ficar parado, não. Vão continuar a fazer essas panelas aqui.
https://tinyurl.com/y6lw6rbu%20Acesso%20em:%2009.10.2019.
* Árvore cujas cinzas são utilizadas pelos oleiros da região Amazônica para misturar com o barro, também denominada caripé-verdadeiro (Licania floribunda).
O depoimento de Maria da Saúde de Souza, artesã do Pará, foi gravado em vídeo e transcrito pelo Museu da Pessoa, website dedicado a coletar e a publicar as histórias de vida de milhares de brasileiros.
Os depoimentos orais são considerados fontes
Questão 81 6313079
ENCCEJA 2020Cartas dos leitores
Adoção (327/2004)
A grande família adotiva
Eu e meu marido somos um casal saudável, classe média, brancos e podemos gerar filhos. Há um ano entramos com o processo de adoção, que durou 26 dias, tempo recorde. Não exigimos recém-nascidos, brancos e não separávamos irmãos. Ganhamos duas joias raríssimas que mudaram completamente nossa vida. A Thalya, de 4 anos, e o Nathan, de 3, são irmãos, negros. Já os amávamos sem conhecê-los. Estamos juntos há um ano e a cada dia é uma surpresa e um aprendizado. Fisicamente não temos nada em comum; no restante, temos tudo um do outro. Gostaria de dizer que o sangue e a cor da pele são insignificantes. Sou mãe desde o primeiro olhar e são meus filhos desde o primeiro toque. Por fim, não fizemos favor algum para esses meninos maravilhosos. Foi exatamente o contrário: eles estão nos ensinando tudo, absolutamente tudo, e foram os dois que nos adotaram.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 29 out. 2019.
Essa é uma carta de leitor em resposta a uma reportagem intitulada “A grande família adotiva”, publicada em uma revista de grande circulação.
A partir de um relato pessoal, essa carta funciona como um(a)
Questão 26 6813369
FEMA 2018Leia o trecho que segue para responder a questão.
“A trave ficava no fundo da nossa garagem e era leve o suficiente para ser carregada por dois meninos até o meio da rua. Sobre o carpete agreste de paralelepípedos travávamos peladas épicas que só não entravam pela madrugada porque as mães apareciam nas portas das casas e, uma a uma, inclementes, iam nos convocando para o jantar.”
PRATA, Antônio. O meu avô. Folha 02/07/201
Pelo que se deduz a partir da leitura do fragmento acima, “peladas épicas” são:
Questão 24 5455851
ENEM PPL 1° Dia 2017Este mês, a reportagem de capa veio do meu umbigo. Ou melhor, veio de um mal-estar que comecei a sentir na barriga. Sou meio italiano, pizzaiolo dos bons, herdei de minha avó uma daquelas velhas máquinas de macarrão a manivela. Cresci à base de farinha de trigo. Aí, do nada, comecei a ter alergias respiratórias que também pareciam estar ligadas à minha dieta. Comecei a peregrinar por médicos. Os exames diziam que não tinha nada errado comigo. Mas eu sentia, pô. Encontrei a resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a glúten e a lactose. Arrivederci, pizza. Tchau, cervejinha.
Notei também que as prateleiras dos mercados de repente ficaram cheias de produtos que pareciam ser feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose, bolo, biscoito e macarrão sem glúten. E o mais incrível é que esse setor do mercado parece ser o que está mais cheio de gente. E não é só no Brasil. Parece ser em todo Ocidente industrializado. Inclusive na Itália.
O tal glúten está na boca do povo, mas não está fácil entender a real. De um lado, a imprensa popular faz um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo. De outro, muitos médicos ficam na defensiva, insinuando que isso tudo não passa de modismo, sem fundamento científico. Mas eu sei muito bem que não é só modismo — eu sinto na barriga.
O tema é um vespeiro — e por isso julgamos que era hora de meter a colher, para separar o joio do trigo e dar respostas confiáveis às dúvidas que todo mundo tem.
BURGIERMAN, D. R. Tem algo grande aí. Superinteressante, n. 335, jul. 2014 (adaptado).
O gênero editorial de revista contém estratégias argumentativas para convencer o público sobre a relevância da matéria de capa.
No texto, considerando a maneira como o autor se dirige aos leitores, constitui uma característica da argumentação desenvolvida o(a)