Questões de Português - Leitura e interpretação de textos -
2.451 Questões
Questão 35 12065975
UFSM Tarde 2024Em um artigo sobre o futebol no Brasil, Caio Lucas Morais Pinheiro destaca que, na década de 1920, no clube Vasco da Gama, os financiadores do time gratificavam os jogadores com animais. Essa prática é demonstrada neste relato de Franco Júnior (2007, p. 72):
“Cada vez era mais frequente os jogadores receberem uma premiação, desde 1923 chamada de ‘bicho’ – como o futebol era oficialmente amador, os comerciantes portugueses torcedores do Vasco recompensavam com uma vaca inteira as vitórias sobre o América, campeão do ano anterior, enquanto derrotar o Flamengo, campeão de 1920 e 1921, valia uma vaca de três pernas, o Fluminense duas ovelhas e um porco, e assim por diante”.
Fonte: FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
De acordo com o contexto descrito acima, assinale a alternativa correta.
Questão 9 12046856
UFSM Tarde 2024“Construtoras apostam em residenciais com espaço pet. [...]
Mercado pet: crescimento do setor que é tendência de negócio em 2023. [...]
O segmento pet tem superado a crise econômica mundial, apresentando um crescimento que surpreende a todos.”
Fonte: PET SHOP CONTROL. Disponível em: https://www. petshopcontrol.com.br. Acesso em: 18 dez. 2023. (Adaptado)
Esses fragmentos revelam o fenômeno chamado humanização de pets. Com relação à sua repercussão, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada afirmativa a seguir.
( ) A indústria percebeu, na humanização de animais domésticos, uma ótima oportunidade de inovação e crescimento.
( ) Uma das faces da humanização de pets a ser considerada é a preocupação com a saúde dos animais e dos donos.
( ) Novos empreendimentos e bairros planejados com tendência a integrar a comunidade reforçam o quanto o mercado, por meio de espaços que podem ser usados por todos, inclusive por animais para socializarem e brincarem, ganhou espaço dentro da economia.
A sequência correta é
Questão 8 12001216
FMP Medicina 2024Interativos demais
Antigamente, os escritores eram admirados apenas pelo que publicavam em livros e revistas. Quando
algum leitor gostava muito do que havia lido e queria compartilhar com alguém, dava o livro de presente
ou emprestava o seu. O conteúdo mantinha-se preservado, assim como seu autor. Ninguém divulgava um
texto de Somerset Maugham como sendo de Virginia Woolf, ninguém infiltrava parágrafos do Rubem
[5] Braga num texto do Sartre, ninguém criava novos finais para os poemas de Cecília Meireles. O escritor e
sua obra eram respeitados, e os leitores podiam confiar no que estavam consumindo.
Além disso, artistas de cinema, músicos e esportistas eram mitos a cuja intimidade não se tinha acesso.
Marilyn Monroe, Frank Sinatra e Ayrton Senna entregavam ao público o que prometiam – sua arte – e o
resto era especulação. Mais tarde pipocavam biografias, saciando a curiosidade do público, mas o legado
[10] desses ícones se manteve para sempre incorruptível: eram os donos legítimos de sua imagem, de sua voz
e de suas palavras.
Era uma época em que aceitávamos pacificamente nossa condição de plateia, até que se inventou o
conceito de interatividade e as ferramentas para exercê-la. Por um lado, a sociedade se democratizou, todos
passaram a ser ouvidos, diminuiu a distância entre patrões e empregados, produtores e consumidores: as
[15] relações ficaram mais funcionais.
Mas o uso dessas ferramentas acabou involuindo para a maledicência e a promiscuidade virtual. Hoje
ninguém consegue mais ter controle sobre sua imagem ou seu trabalho. Um ator de televisão diz “oi”
para uma amiga na rua e na manhã seguinte correm notícias de que estão de casamento marcado. Uma
cantora cancela um show porque está afônica e logo surge o boato de que tentou suicídio. Um escritor
[20] publica um texto no jornal e três segundos depois o mesmo texto está na internet, atribuído a Toulouse-
Lautrec, que nem escritor foi.
E no mundano da vida acontece algo similar. Fofocas se disseminam no Facebook, vídeos íntimos
são divulgados no Youtube, fotos de modelos vão parar em catálogos de prostituição e a credibilidade foi
para o beleléu. Ninguém mais confia totalmente no que vê ou lê e isso pouco importa. Informações são
[25] inventadas, adulteradas, inexatas, porque, por trás das telas dos computadores, há muita gente querendo
ter seu dia de autor, mesmo que autor de uma mentira.
Sinto nostalgia pelo tempo em que éramos seduzidos de frente, não pelas costas. Não se sabia toda a
verdade sobre nossos ídolos, mas o mistério era justamente a melhor parte. Sentíamo-nos honrados por
sermos receptores apenas do que eles tinham de melhor: o seu talento. Hoje não só engolimos qualquer
[30] factoide, qualquer manipulação, mas também a produzimos. A invencionice suplantou a arte.
Adaptado de MEDEIROS, M. Interativos demais. 28 de agosto de 2011. In: _____. A graça da coisa. Porto Alegre: L&PM, 2013.
No quinto parágrafo, a expressão “foi para o beleléu” configura um(a):
Questão 6 11722123
UNIFENAS Tarde 2024TEXTO
Disponível em: https://quasepublicitarios.wordpress.com/2010/09/01/anuncios-para-a-livraria-cultura/. Acesso em: 01 de set. de 2023.
Os textos publicitários são veiculados em diferentes formatos e suportes e servem a diversos objetivos.
Na publicidade acima, o objetivo comunicativo está centrado em
Questão 25 11467215
UNICAMP Conhecimentos Específicos 2024“Ninguém será submetido à tortura e nem a penalidades ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”.
(Artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU em 10/12/1948)
Assinale a alternativa correta.
Questão 55 10708437
FDF 2024Para responder à questão de Língua Portuguesa utilize como base os textos a seguir.
Texto 1
Cotado, Dino diz que há vários critérios de indicação ao STF além de raça e gênero
Ministro da Justiça É principal citado para a vaga de Resa Webes, Lula já disse não tee pressa com
sua senha
27 set. 2023 às 12h52 Marianna Holanda
BRASÍLIA ? O ministro Flávio Dino (Justiça) disse nesta quarta-feira (27) que existem vários critérios para a indicação do presidente Lula (PT) à vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) além de raça e gênero.
Dino é o principal cotado hoje na bolsa de apostas de candidatos à sucessão da ministra Rosa Weber, que se aposenta da corte nos próximos dias. O outro nome cotado é o do ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias.
O chefe do Executivo tem sido pressionado pela sociedade civil e por aliados a não diminuir a representatividade feminina na Suprema Corte, que hoje é de 2 mulheres para 9 homens. Há uma ânsia comum na parte que Lula escolha uma mulher negra para o posto.
"Toda reivindicação dos movimentos sociais é legítima, sempre. Agora lembramos que é um sistema. Temos instituições de Justiça com várias instâncias, com vários tribunais, e o presidente tem observado isso, sou testemunha. Ele tem nomeado muitas mulheres, pessoas negras", disse Dino a jornalistas no Palácio do Planalto [...].
"Então, ele [Lula] leva em conta isso como critério, e de fato é algo que nosso governo preza muito. Em relação ao Supremo, é claro, existem vários critérios. E aí é um arbitramento que cabe a ele, né?", completou.
Dino se declarou partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas últimas eleições.
[...]
Além do o presidente ter sinalizado não ter pressa para as indicações, Lula disse nesta semana que gênero e cor não serão critérios para a sua escolha.
"O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo por isso que eu tô dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira. Uma pessoa que vote adequadamente sem ficar votando pela imprensa. Saber?", afirmou o presidente a jornalistas no Itamaraty nesta semana.
A crítica a quem possa ficar "votando pela imprensa" ocorrerá três semanas depois de o mandatário já ter sugerido que votos de ministros da Suprema Corte façam eco sobre sigilo. À época, ele disse que seria para não criar "animosidade" com os magistrados e que a sociedade não tem que saber como eles votam.
Depois, Lula seguiu e disse que já tem várias pessoas "em mira". Mas, questionado sobre o nome de Dino, o presidente se esquivou e disse que vai indicar a pessoa mais correta que ele conhecer.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/cotado-dino-diz-que-ha-varios-criterios-de-indicacao-ao-stf-alem-de-raca-e-genero.shtml. Acesso em: 10 nov. 2023. (Adaptado)
Texto 2
O retrocesso bate à porta do STF
Diversidade não é bônus ou agrado, é dever indelével de nossos representantes 31.out.2023 às 22h00 Atualizado: 31.out.2023 às 22h58 Sheila Neder Cerezetti e Lívia Gil Guimarães
Diante da aposentadoria da ministra Rosa Weber, proliferam manifestações favoráveis à indicação de uma mulher ao posto. Nada mais natural, dado o enorme retrocesso que opção diversa representaria.
Até um dia antes de sua aposentadoria, o Supremo Tribunal Federal era composto por 9 homens e 2 mulheres; ou seja, o gênero feminino significava apenas 18,2% da mais alta corte do país. Se a vaga for preenchida por um homem, a porcentagem cairá para 9,1%. Dos atuais 10 integrantes, 1 se autoidentifica como pardo, os demais são brancos. Nunca uma mulher negra compôs o tribunal.
A ausência de indicação de uma mulher reforçaria o fato de que o Brasil está longe de alcançar equidade de gênero, sendo reflexo do descaso do Estado brasileiro em relação à situação de discriminação a que mulheres e meninas estão submetidas diariamente. É sob o prisma de evidente subvalorização do gênero feminino refletida nos índices de violência, desigualdade salarial e diminuta participação em espaços de poder que deve ser discutida a presença de ministras no STF
O debate deve centrar-se no imperativo de uma sociedade mais justa e igualitária, em que a exclusão de determinados grupos sociais seja constantemente rechaçada e combatida. Inexiste justificativa plausível para que homens sigam em pujante maioria nos altos postos públicos.
Por uma questão de igualdade distributiva e de reconhecimento, mulheres devem ter a oportunidade de contribuir ativamente nos espaços de tomada de decisão que dizem respeito às questões mais fundamentais da sociedade. Pensar diferente disso apenas revela o profundo descompasso do Brasil com instrumentos internacionais como a Cedaw (Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher) e o objetivo 5 da Agenda 2030 da ONU. Não podemos mais faltar com atenção à necessidade de combater preconceitos e discriminações que persistem na trajetória de mulheres.
Os marcadores sociais da diferença "raça" e "etnia" não devem ser entendidos como acessórios nessa análise: o Brasil historicamente secundarizou o exercício da cidadania de pessoas negras e indígenas, porque subalternizou- as em um projeto político e econômico. Na ótica interseccional, gênero e raça despontam como fatores de discriminação indevida e representam preconceitos e vivências de exclusão na dinâmica histórica brasileira.
Em perspectiva comparada, o Brasil possui posição bastante fragilizada. A ocupação feminina de apenas um assento no Supremo colocaria o país em penúltimo lugar na lista daqueles com maior desigualdade de gênero em cortes supremas da América Latina, à frente apenas da Argentina, segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Isso sem falar na comparação, por exemplo, com Canadá e Estados Unidos, em que mulheres ocupam 44,4% desses espaços.
Em 2022, esses países acompanharam inéditas indicações de juízas de suprema corte que levaram em consideração os marcadores sociais da diferença etnia e raça em intersecção com gênero. No caso canadense, houve a primeira mulher oriunda de povos originários e, nos EUA, a primeira mulher negra. Vê-se que as discussões sobre maior diversidade em cortes estão em pauta, especialmente em momentos de necessária oposição ao obscurantismo.
Perdemos reiteradamente oportunidades de melhorar os números nacionais e de favorecer a igualdade com as últimas indicações de homens brancos ao STF Diversidade não é bônus ou agrado; é dever permanente de nossos representantes, assim como o é o combate às desigualdades impregnadas nas estruturas das instituições estatais e privadas deste país.
A indicação de uma mulher progressista é ato inegociável de promoção da participação de brasileiras na vida pública. É a única medida aceitável se não quisermos compactuar com o gritante retrocesso que se avizinha e que poderá durar longos cinco anos até a próxima aposentadoria. Opções qualificadas não faltam ao presidente Lula.
Sheila Neder Cerezetti Professora de direito comercial da Faculdade de Direito da USP, é coordenadora do Grupo de Pesquisa e Estudos de Inclusão na Academia (Gpeia-USP)
Lívia Gil Guimarães Doutora e mestra em direito constitucional (USP), é autora da tese "Mulheres na Composição de Cortes Supremas: Um Estudo sobre a Desigualdade de Gênero"; coordenadora do Gpeia- USP e pesquisadora do grupo Constituição, Política e Instituições (Copi-USP)
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/10/o-retrocesso-bate-a-porta-do-stf.shtml.Acesso em: 10 nov. 2023. (Adaptado)
No texto 2, as autoras defendem que
Pastas
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