Questões de Português - Leitura e interpretação de textos
A boneca Barbie possui um corpo de adulto extremamente magro, seios grandes e cintura muito estreita. As proporções corporais da Barbie, em uma mulher de verdade, seria algo perigoso, do ponto de vista fisiológico. Se transformadas em humanas, as bonecas teriam índices de massa corporal aproximadamente abaixo de 10, o que é incompatível com a vida. Se possuísse o tamanho de uma mulher normal, suas medidas seriam um risco à vida: seu pescoço seria duas vezes mais longo e 15 centímetros mais fino, o que a impediria de sustentar a cabeça erguida; sua cintura mediria 40 centímetros (seria menor do que a sua cabeça). Assim, se fosse uma mulher de verdade, ela só teria espaço para metade de um rim e alguns centímetros de intestino.
A influência das bonecas do tipo Barbie no imaginário corporal feminino, principalmente de crianças até 12 anos, pode gerar
Papo Preto: Vamos falar sobre transfeminismo?
Neste episódio do podcast Papo Preto, o apresentador Yago Rodrigues e a cinegrafista Débora Oliveira recebem Jarda Maria, que se tornou símbolo da luta pelos direitos das transexuais em Recife após ingressar na Universidade Federal de Pernambuco. Ela fala sobre os desafios de ocupar e se manter no ambiente acadêmico e da importância de compreender o que é o transfeminismo. Jarda explica que o conceito de transfeminismo ou feminismo trans surge nos EUA quando foi percebido que as pautas discutidas no feminismo não abarcavam a situação das mulheres trans e travestis. Ela diz que há muita cobrança em cima da comunidade de transexuais e travestis sobre os motivos e as causas da violência que sofrem todos os dias, mas as respostas devem partir da sociedade, que deve praticar a não violência e dar exemplos.
“Nós já estamos preocupadas em pensar esses meios de sobrevivência, que as pessoas que movimentam a transfobia pensem os movimentos de enfrentamento. A transfobia e a travestifobia são problemáticas cisgêneras e não nossa. Nós somos vítimas desse processo”, afirma Jarda.
(PAPO PRETO 69: Vamos falar sobre transfeminismo? [Locução de] Yago Rodrigues. S. I. Ecoa Produções, 09/03/2020. Podcast. Disponível em https://uol.com.br/ecoa/videos/2022/03/09/papo-preto-69-vamos-falar-sobre-transfeminism0.htm. Acesso em 20/10/2022.)
Sobre as ocorrências do item trans no texto, podemos afirmar que
Muitos escravos e libertos recorriam aos orixás para resolver diferentes tipos de problema. Aos poucos, a crença nos orixás foi se desenvolvendo e, no século XIX, deu origem ao Candomblé. Essa religião era formada por “irmãos de fé”, pessoas que acreditavam nos orixás e que se reuniam em torno de uma mesma casa ou terreiro. Nesse espaço, que era comandado por uma mãe de santo ou um pai de santo, além de realizar suas cerimônias religiosas, entrar em contato com seus deuses e buscar respostas por meio de jogos de adivinhação (como o jogo de búzios), muitos escravos e libertos conseguiram formar outra família, família essa que muito se assemelhava com as grandes linhagens existentes em diversas localidades africanas.
(Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)
O texto caracteriza o Candomblé como
O texto permitirá que você responda a pergunta.
TEXTO I
TEXTO II
Fundamental para a qualidade de vida, a prática de atividades físicas também é grande aliada do bom desempenho das funções laborais. Alguns profissionais, inclusive, trabalham com esforço físico e são diretamente impactados pela necessidade de uma vida ativa. Entre os mais conhecidos estão os agentes de segurança pública, atletas, professores de educação física e dançarinos. Por exemplo, quem trabalha com música também deve abdicar do sedentarismo, afinal, a desenvoltura no palco depende do preparo do corpo fora dele.
Disponível em: https://www.terra.com.br/esportes/a-relacao-entre-atividade-fisica-e-performances-artisticas,818c9bc9c51e7ab8296f4d29b47e634e5i9in98u. html. Acesso em: 27 nov. 2022.
TEXTO III
Afinal, o que é a Educação Física?
A Educação Física é a área do conhecimento que se dedica ao desenvolvimento da saúde integral das pessoas, que acontece por meio do desenvolvimento corporal e cognitivo. Era comum que a Educação Física se limitasse ao ambiente escolar. Apenas na década de 1980 que a disciplina conquistou clubes e academias, promovendo atenção para públicos de todas as idades. Por meio de atividades físicas coletivas ou individuais, como jogos e esportes, a Educação Física promove experiências construtivas de convivência, cidadania e consciência corporal. Além, é claro, de estimular um estilo de vida saudável. Através de atividades físicas é possível criar espaços de desenvolvimento crítico, respeito às diferenças, solidariedade e cooperação. Também contribui na promoção, prevenção e reabilitação da saúde física e mental. Sendo assim, o estudo da Educação Física é o ser humano como um todo. Isso é, aspectos emocionais, sociais, cognitivos e, claro, biológicos. Portanto, é uma área que utiliza de outras ciências para abordar o homem e todas as suas complexidades.
Disponível em: https://unileao.edu.br/blog/importancia-da-educacao-fisica/. Acesso em: 27 out. 2022 (adaptado).
Os textos apresentados desenham, em parte, a importância da prática de atividades e exercícios físicos, hoje disseminada, para o desenvolvimento do corpo humano, em sua integralidade.
Considerando o contexto aqui referido, assinale a alternativa correta.
O acesso às Práticas Corporais/Atividades Físicas (PC/AF) é desigual no Brasil, à semelhança de outros indicadores sociais e de saúde. Em geral, PC/AF prazerosas, diversificadas, mais afeitas ao período de lazer estão concentradas nas populações mais abastadas. As atividades físicas de deslocamento, trajetos a pé ou de bicicleta para estudar ou trabalhar, por exemplo, são mais frequentes na classe social menos favorecida. Aqui, há uma relação inversa e perversa entre variáveis socioeconômicas de acesso as PC/AF. As maiores prevalências de inatividade física foram em mulheres, pessoas com 60 anos ou mais, negros, pessoas com autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim, com renda familiar de até quatro salários mínimos por pessoa, pessoas que desconhecem programas públicos de PC/AF e residentes em áreas sem locais públicos para a prática.
KNUTH, A. G.; ANTUNES, P. C. Saúde e Sociedade, n. 2, 2021 (adaptado).
O fator central que impacta a realização de práticas corporais/atividades físicas no tempo de lazer no Brasil é a
Tiranos de nós mesmos: a servidão voluntária na era da sociedade do desempenho
Byung-Chul Han, no opúsculo Sociedade do cansaço, discute a ascensão de um novo paradigma social, em que a sociedade disciplinar de Foucault é substituída pela sociedade do desempenho. Esse novo modelo social é movido por um imperativo de maximizar a produção. Nós, sujeitos de desempenho, somos constante e sistematicamente pressionados a aperfeiçoar nossa performance e a aumentar nossa produção.
A crença subjacente, segundo Han, é a de que nada é impossível. Nós podemos fazer tudo. Estamos constantemente pressionados por um poder fazer ilimitado. É um excesso de positividade, que se constitui em verdadeira violência neuronal.
E por isso produzimos. Produzimos até a exaustão. E, mesmo cansados, continuamos produzindo. Uma meta é sempre substituída por outra. A tarefa nunca acaba. É frustrante e esgotante. O resultado é uma sociedade que gera fracassados e depressivos, a quem só resta recorrer a medicamentos para continuar produzindo mais eficientemente.
Disponível em: http://justificando.cartacapital.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).
Com base nessa reflexão acerca do livro Sociedade do cansaço, que discute o novo modelo da sociedade do desempenho, o resenhista a