Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - - Artigo de Opinião
1.443 Questões
Questão 35 12065975
UFSM Tarde 2024Em um artigo sobre o futebol no Brasil, Caio Lucas Morais Pinheiro destaca que, na década de 1920, no clube Vasco da Gama, os financiadores do time gratificavam os jogadores com animais. Essa prática é demonstrada neste relato de Franco Júnior (2007, p. 72):
“Cada vez era mais frequente os jogadores receberem uma premiação, desde 1923 chamada de ‘bicho’ – como o futebol era oficialmente amador, os comerciantes portugueses torcedores do Vasco recompensavam com uma vaca inteira as vitórias sobre o América, campeão do ano anterior, enquanto derrotar o Flamengo, campeão de 1920 e 1921, valia uma vaca de três pernas, o Fluminense duas ovelhas e um porco, e assim por diante”.
Fonte: FRANCO JÚNIOR, H. A dança dos deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
De acordo com o contexto descrito acima, assinale a alternativa correta.
Questão 8 12001216
FMP Medicina 2024Interativos demais
Antigamente, os escritores eram admirados apenas pelo que publicavam em livros e revistas. Quando
algum leitor gostava muito do que havia lido e queria compartilhar com alguém, dava o livro de presente
ou emprestava o seu. O conteúdo mantinha-se preservado, assim como seu autor. Ninguém divulgava um
texto de Somerset Maugham como sendo de Virginia Woolf, ninguém infiltrava parágrafos do Rubem
[5] Braga num texto do Sartre, ninguém criava novos finais para os poemas de Cecília Meireles. O escritor e
sua obra eram respeitados, e os leitores podiam confiar no que estavam consumindo.
Além disso, artistas de cinema, músicos e esportistas eram mitos a cuja intimidade não se tinha acesso.
Marilyn Monroe, Frank Sinatra e Ayrton Senna entregavam ao público o que prometiam – sua arte – e o
resto era especulação. Mais tarde pipocavam biografias, saciando a curiosidade do público, mas o legado
[10] desses ícones se manteve para sempre incorruptível: eram os donos legítimos de sua imagem, de sua voz
e de suas palavras.
Era uma época em que aceitávamos pacificamente nossa condição de plateia, até que se inventou o
conceito de interatividade e as ferramentas para exercê-la. Por um lado, a sociedade se democratizou, todos
passaram a ser ouvidos, diminuiu a distância entre patrões e empregados, produtores e consumidores: as
[15] relações ficaram mais funcionais.
Mas o uso dessas ferramentas acabou involuindo para a maledicência e a promiscuidade virtual. Hoje
ninguém consegue mais ter controle sobre sua imagem ou seu trabalho. Um ator de televisão diz “oi”
para uma amiga na rua e na manhã seguinte correm notícias de que estão de casamento marcado. Uma
cantora cancela um show porque está afônica e logo surge o boato de que tentou suicídio. Um escritor
[20] publica um texto no jornal e três segundos depois o mesmo texto está na internet, atribuído a Toulouse-
Lautrec, que nem escritor foi.
E no mundano da vida acontece algo similar. Fofocas se disseminam no Facebook, vídeos íntimos
são divulgados no Youtube, fotos de modelos vão parar em catálogos de prostituição e a credibilidade foi
para o beleléu. Ninguém mais confia totalmente no que vê ou lê e isso pouco importa. Informações são
[25] inventadas, adulteradas, inexatas, porque, por trás das telas dos computadores, há muita gente querendo
ter seu dia de autor, mesmo que autor de uma mentira.
Sinto nostalgia pelo tempo em que éramos seduzidos de frente, não pelas costas. Não se sabia toda a
verdade sobre nossos ídolos, mas o mistério era justamente a melhor parte. Sentíamo-nos honrados por
sermos receptores apenas do que eles tinham de melhor: o seu talento. Hoje não só engolimos qualquer
[30] factoide, qualquer manipulação, mas também a produzimos. A invencionice suplantou a arte.
Adaptado de MEDEIROS, M. Interativos demais. 28 de agosto de 2011. In: _____. A graça da coisa. Porto Alegre: L&PM, 2013.
No quinto parágrafo, a expressão “foi para o beleléu” configura um(a):
Questão 25 11467215
UNICAMP Conhecimentos Específicos 2024“Ninguém será submetido à tortura e nem a penalidades ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”.
(Artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU em 10/12/1948)
Assinale a alternativa correta.
Questão 10 10526905
FUVEST (USP) 2024“Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. (...).
Nesse ponto as pessoas são frequentemente vítimas de uma curiosa obnubilação. Elas afirmam que o próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven? (...). Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos humanos.”
CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que Antonio Candido defende que o acesso a bens como a literatura e a música
Questão 2 11015953
IFRN Integrados 2023TEXTO
Dez anos da Lei das Cotas
Rosane Garcia postado em 08/07/2022 | 06:00
A Lei das Cotas (nº 12.711/2012), que reserva 50% das vagas em universidade e institutos federais para negros, completará uma década em 28 de agosto próximo. Ao longo desses 10 anos, ela se tornou mais inclusiva, ao abrir espaço para indígenas e estudantes da rede pública, segmentos da sociedade que, como os negros, foram, historicamente, segregados pelo Estado, pautado pelo racismo estrutural e ambiental, base orientadora da formulação de políticas públicas excludentes.
Vista como uma reparação por danos provocados aos negros, após mais de 300 anos de escravidão, o novo marco legal esbarrou na reação dos abomináveis racistas e escravagistas contemporâneos, indignados com a conquista do movimento negro, que completou 40 anos neste 2022. Congressistas foram ao Supremo Tribunal Federal para tentar derrubar a nova lei.
Entre os argumentos, havia a alegação de que a regra privilegia pretos e pardos em detrimento dos direitos dos brancos, tornando desigual a disputa por uma vaga nas universidades. É puro deboche falar em desigualdade, quando todas as ações do poder público e setor privado sempre mortificaram o artigo da Constituição anterior a de 1988, em que todos "são iguais perante as leis". Escárnio.
Um discurso ridículo, ante os mais de 300 anos de escravidão, tortura e assassinatos de homens, mulheres e crianças sequestrados em terras africanas. Um crime de lesa-humanidade nunca reparado pelo Estado brasileiro. Pelo contrário. Ter muitos escravos e ser dono de grandes extensões de terra — latifúndios — representavam o poder político do explorador. Hoje, a eliminação de negros ainda é fato corriqueiro, protagonizado por integrantes de forças de segurança pública em investidas nas periferias dos centros urbanos.
Em uma década, a Lei das Cotas mudou o perfil das universidades brasileiras. Nesse período, o número de alunos negros cresceu em torno de 400%. Hoje, eles somam mais de 38% dos estudantes, embora o povo preto seja 56% da população brasileira.
O movimento pela diversidade tem mexido com as organizações privadas. Hoje, grandes corporações do setor privado com compromisso social, nos mais diferentes ramos de atividade, criam programas para que profissionais negros ocupem cargos de chefia ou de coordenação dentro das empresas. Uma mudança importante no comportamento do empresariado, cujo olhar passa a enxergar a pluralidade étnica e, também, de gêneros no país.
Mesmo com todos os efeitos positivos, a Lei das Cotas tem sido rechaçada por grupos conservadores e neonazistas, inconformados com a presença dos negros nas universidades ou em postos de mando em algumas empresas. Esses segmentos têm representantes no Congresso e incitam os parlamentares a não revalidarem a Lei das Cotas. As eleições de novembro podem ser um escudo, para evitar o estilhaçamento da legislação. Mas, considerando-se a atual composição do parlamento, é preciso ficar atento, pois o compromisso da maioria não tem sido, em hipótese alguma, com a sociedade. E, menos ainda, com os afrobrasileiros.
Texto adaptado para fins pedagógicos. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/07/5020827- artigo-dez-anos-da-lei-das-cotas.html. Acesso em: 28 ago. 2022
Quanto ao gênero textual, o Texto configura-se como
Questão 14 10795536
UPE 1ª Fase 1º Dia SSA 2023Leia os textos a seguir.
Vídeo-minuto, como o próprio nome diz, é um formato de vídeo com até 60 segundos. Pode ser utilizado para exibir produções audiovisuais curtas, de ficção ou não ficção, para apresentar boletins de notícias durante a programação de uma emissora ou mesmo veicular notícias nas redes sociais, para relatar brevemente os resultados de uma pesquisa, para fazer a propaganda de um produto ou serviço, para fazer uma apresentação pessoal, entre outros. Enfim, o vídeo-minuto é um formato de vídeo que, a princípio, pode servir a qualquer gênero audiovisual que se encaixe em 60 segundos. Sendo assim, vídeos-minuto podem ser classificados como gêneros multissemióticos ou multimodais (ROJO, 2014).
SILVA, Jonathan Zotti da O vídeo-minuto como prática de imprensa escolar. Trabalho de conclusão de curso (Especialização) -- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias da Educação, Mídias na Educação, Porto Alegre, BR-RS, 2018, p. 32. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/200665. Acesso 08/10/2022
A questão da curta duração do vídeo-minuto também é um ponto importante, levando em conta todas as etapas: a produção do material, a adequação aos espaços de publicização, como as redes sociais referidas, e mesmo pensando em alcance e no perfil do público, considerando que um vídeo breve, em tais canais de divulgação, tem mais possibilidades de ser visualizado por completo.
SILVA, Suéllen Rodrigues Ramos; CARVALHO, Danielle Abrantes de MENEZES; Lima, Maria de Lourdes Pereira; SILVA, Liliane Cunha; COSTA FILHO, José Moacir Soares. OS GÊNEROS DIGITAIS NA BNCC E AS POTENCIALIDADES DO VÍDEO-MINUTO. Disponível em minuto digital genres in bncc and // › › w Acesso 08/10/2022
Levando em consideração as ideias dos textos, é CORRETO afirmar que o vídeo-minuto
Pastas
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