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Acesse GrátisQuestões de Português - Leitura e interpretação de textos
Questão 6 3639061
ACAFE Medicina Verão 2021Considerando que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um gênero discursivo específico, relacione a coluna de cima com a coluna de baixo.
( 1 ) Editorial
( 2 ) Cartaz
( 3 ) Conto
( 4 ) Publicidade
( 5 ) Entrevista
( 6 ) Resenha crítica
( ) A principal característica deste gênero discursivo é o uso do tom crítico, ou seja, a capacidade de interpretar os pontos mais importantes do tema e opinar a respeito, tendo como base textos e informações de outras fontes que possam complementar o argumento apresentado.
( ) Em jornais e revistas, artigo de opinião que geralmente aborda um tema do momento, um assunto que está em discussão na sociedade. A autoria não é revelada, mas tem o objetivo de apresentar o ponto de vista da publicação.
( ) Trata-se de interação entre interlocutores com o objetivo de relatar experiências, conhecimentos e opiniões acerca de um determinado assunto de acordo com os questionamentos apresentados.
( ) Texto curto que se costuma fixar em lugares públicos. Mistura linguagem verbal e visual com o objetivo de informar as pessoas, sensibilizá-las, convencê-las ou conscientizá-las sobre determinado assunto.
( ) Não importa o tamanho do texto, mas a estratégia que se quer adaptar nele. Combina imagem e mensagem para chamar a atenção do consumidor.
( ) É uma narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em que se passa, que envolve poucas personagens e com ações que, em geral, se passam em um só espaço e se encaminham diretamente para o desfecho, em torno de um só eixo temático e um só conflito.
A numeração correta da coluna de baixo, de cima para baixo, é:
Questão 10 5097083
UERJ 2021A questão refere-se ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.
O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam em favor de sua ideia, pede vênia para lembrar que a língua é a mais alta manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a emancipação política do país requer como complemento e consequência a sua emancipação idiomática.
PRIMEIRA PARTE
IV - Desastrosas Consequências de um Requerimento
O teor da solicitação de Policarpo Quaresma expressa uma ironia ao deixar implícita uma crítica histórica.
O alvo dessa crítica é:
Questão 54 5941532
FGV-RJ 2021/1Texto para a pergunta.
PAI CONTRA MÃE
A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a
outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a
certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também
a máscara de folha de flandres*. A máscara fazia perder o vício da embriaguez
[5] aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um
para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de
beber perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do
senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados
extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas
[10] a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez
o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas
não cuidemos de máscaras.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira
grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da
[15] cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos
castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava
um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem
todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada,
[20] e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas
repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono
não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação,
porque dinheiro também dói.
Machado de Assis, Relíquias de casa velha.
* "folha de flandres": fina chapa de ferro laminado, coberta com uma camada de estanho.
Dentre os trechos do texto, abaixo transcritos, o que revela de modo mais flagrante que a narração tem sempre em conta a interação com o leitor é o que está em:
Questão 40 6090500
ENEM 1° Dia 2021Introdução a Alda
Dizem que ninguém mais a ama. Dizem que foi uma boa pessoa. Sua filha de doze anos não a visita nunca e talvez raramente se lembre dela. Puseram-na numa cidade triste de uniformes azuis e jalecos brancos, de onde não pôde mais sair. Lá, todos gritam-lhe irritados. mal se aproxima, ou lhe batem, como se faz com sacos de areia para treinar os músculos.
Sei que para todos ela já não é. e ninguém lhe daria uma maçã cheirosa, bem vermelha. Mas não é verdade que alguém não a possa mais amar. Eu amo-a. Amo-a quando a vejo por trás das grades de um palácio, onde se refugiou princesa, chegada pelos caminhos da dor. Quando fora do reino sente o mundo de mil lanças. e selvagem prepara- -se, posta no olhar. Amo-a quando criança brinca na areia sem medo. Uns pés descalços, uma mulher sem intenções. Cercada de mundo, às vezes sofrendo-o ainda.
CANÇADO. M L O sofredor do ver. Beio Horizonte Autêntica 2015
Ao descrever uma mulher internada em um hospital psiquiátrico, o narrador compõe um quadro que expressa sua percepção
Questão 44 6090836
ENEM 1° Dia 2021Naquele tempo, Itaguaí, que, como as demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia; ou por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da matriz; — ou por meio de matraca.
Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão. De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, — um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores desfrutava a reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e alias nunca domesticara um só desses bichos; mas tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regímen mereciam o desprezo do nosso século,
ASSIM.M O atieniata. Disponivel em www dominigubico gov br
O fragmento faz uma referência irônica a forma. de divulgação e circulação de informações em uma localidade sem imprensa.
Ao destacar a confiança da população no sistema da matraca, o narrador associa esse recurso à disseminação de
Questão 11 6410302
ENEM 1° Dia Reaplicação 2021A caolha
A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho;
unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados. O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha um defeito horrível: haviam-lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fistula continuamente porejante. Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da olheira, era essa destilação incessante de pus que a tornava repulsiva aos olhos de toda a gente.
ALMEIDA, J. L. In: COSTA, F. M. (org.). Os melhores contos brasileiros de todos os tempos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
Que procedimento composicional o narrador utiliza para caracterizar a aparência da personagem?