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Acesse GrátisQuestões de Português - Leitura e interpretação de textos
Questão 14 6410338
ENEM 1° Dia Reaplicação 2021Sou leitor da revista e, acompanhando a entrevista da juíza Kenarik Bouijikian, observo que há uma informação passível de contestação histórica. Na página 14, a meritíssima cita que “tivemos uma lei que proibia a entrada de africanos escravizados no Brasil (Lei Eusébio de Queirós), esabemos que mais de 500 mil entraram no país mesmo após a promulgação da lei”. Sou professor de História e, apesar de, após a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, africanos escravizados terem entrado clandestinamente no país, o número me parece exagerado. É possível que meio milhão de africanos tenham entrado ilegalmente após uma lei antitráfico de 1831, a Lei Feijó, que exatamente por seu não cumprimento passou a ser no anedotário jurídico cnamada de “lei para inglês ver”. Como a afirmação está entre parênteses, me parece ter sido uma nota equivocada do entrevistador, e não da juíza entrevistada. De toda sorte, há a ilegalidade do trânsito de escravizados para o Brasil apesar da existência de uma lei restritiva.
J.C.C.
Cult, n. 229, nov. 2017 (adaptado).
A função social da carta do leitor está contemplada nesse texto porque, em relação a uma publicação em edição anterior de uma revista, ele apresenta um(a)
Questão 2 635271
UP Medicina 2019/2O texto a seguir é referência para a questão.
A questão da identidade foi transformada de algo __________ em uma tarefa: você tem que criar a sua própria comunidade. Mas não se cria uma comunidade, você tem uma ou não; o que as redes sociais podem gerar é um substituto. A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. É possível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo. O papa Francisco, [...] ao ser eleito, deu sua primeira entrevista a Eugenio Scalfari, um jornalista italiano que é um ateu __________. Foi um sinal: o diálogo real não é falar com gente que pensa igual a você. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar controvérsias… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que __________ são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito __________, mas são uma armadilha.
(Zigmunt Bauman, entrevista ao jornal El País. Disponível: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/cultura/1451504427_675885. html?rel=mas>. Adaptado.)
Com base no texto, considere as seguintes afirmativas:
1. Na 5ª linha, “Isso” se refere a “controlar as pessoas com quem você se relaciona”.
2. Na 7ª linha, “Elas” se refere a “habilidades sociais”.
3. Na 12ª linha, “as” se refere a “controvérsias”.
4. Na 12ª linha, “seus” refere-se a “redes sociais”.
Assinale a alternativa correta.
Questão 28 638297
UP Demais Cursos 2019/1Em entrevista à BBC Brasil, a jornalista Adriana Negreiros fala sobre o livro que acaba de lançar – Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço (Objetiva). A seguir, são reproduzidas algumas das perguntas a que ela respondeu. Numere a coluna da direita, relacionando as respostas com as respectivas perguntas.
1. Como surgiu a ideia de escrever uma biografia de Maria Bonita?
2. Em que sentido diria que Maria Bonita foi uma mulher transgressora?
3. Você diz no livro que, durante a pesquisa, viu que os relatos das mulheres sobre o cangaço eram constantemente questionados. Como era isso?
( ) Sempre tive muito interesse no cangaço. Sou nordestina, do Ceará. Minha família é de Mossoró, a única cidade que conseguiu expulsar Lampião. Isso foi um marco na história do cangaço e é lembrado até hoje.
( ) Isso me chocou muito. Fui percebendo em conversas com pesquisadores do tema que as histórias delas eram desqualificadas. Muitas delas entraram no cangaço não porque quiseram, mas porque foram obrigadas. Foram raptadas. Não foi uma opção.
( ) Diferentemente da maioria das cangaceiras, ela entrou para o bando porque quis. Era empoderada para seu tempo e para aquele lugar. Vivia no sertão, nos anos 1920. Era uma mulher casada, de quem se esperava obediência ao marido.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
Questão 9 1374830
USS 2019/2ENTREVISTA COM O ESCRITOR MIA COUTO
1. Quais seus principais interesses como cientista?
Sou biólogo e ecologista. O que me fascina é a fronteira entre a descoberta científica e a margem de
mistério que sempre subsiste. Mas sobretudo a biologia me ajudou a repensar-me como pessoa solidária
e de identidades partilhadas. A biologia ensinou-me a entender outras linguagens, ensinou-me a fala das
[5] árvores, a fala dos que não falam. Resgatei uma intimidade perdida com criaturas que parecem muito
distantes de nós. Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária. Com ela entendi a vida como
uma história, uma narrativa perpétua de que somos apenas uma pequena parte.
2. O senhor afirmou uma vez que os cientistas estão perdendo o desafio de ter dúvidas. Quais são as suas?
Mais do que dúvidas, tenho receios. Penso que aos poucos a ecologia tenha sido recuperada e domesticada.
[10] A ecologia oferecia uma visão inovadora e capaz de questionar o homem como centro e proprietário
do patrimônio natural. Hoje generalizou-se uma terminologia simplificada que confirma esse lugar de
pretensos administradores dos patrimônios naturais que curiosamente são designados por “recursos”. As
próprias pessoas são designadas por “recursos humanos”. O termo “ecológico” passou a ser uma etiqueta
de marketing. Há sabonetes ecológicos, palitos ecológicos. Não tarda que haja armamento ecológico.
[15] 3. Que consequência isso pode ter?
As questões ambientais foram apartadas e autonomizadas. Sugere-se que os biólogos sejam espécies de
fiéis de armazém no controle desses recursos. Sugere-se que os ecologistas devam ocupar-se de espécies
e habitats em extinção. Que fiquem pelas questões “ambientais”. Mas os problemas da falta de água e da
fome são também ambientais.
[20] 4. O senhor tem atuação política importante e vínculo expressivo com o Brasil. De que forma enxerga o que está acontecendo no país?
Não sou brasileiro e seria uma pretensão opinar sobre assuntos que são dos brasileiros. A única coisa
que posso dizer tem a ver com o mundo em geral: espera-se da política uma ética, um sentido de
missão e de entrega aos outros. Essa conduta ética tornou-se no mundo todo uma exceção. Talvez seja
[25] necessário falar menos dos políticos para nos preocuparmos mais com a política. Não aquela que nos é
dada a ver pelas mídias mais poderosas que se tornaram hegemônicas. Teremos todos nós que inventar
um outro modo de fazer política.
5. Uma marca de seu estilo é a criação de neologismos, caso de “interinvenções”. As palavras que existem na língua portuguesa já não bastam para expressar o que se quer?
Os idiomas são entidades vivas e raramente são os escritores que criam mudanças que se tornam registro
[30] corrente. São as pessoas comuns. Não podemos abdicar do direito (e sobretudo do prazer) de sermos
coprodutores desse corpo social. Não se trata de uma questão literária. Mas da possibilidade de ver no
idioma um modo de assumirmos uma identidade solidária e coletiva e em permanente construção.
6. Embora seja conhecido como um “escritor da terra”, tanto por ser biólogo quanto por explorar temas ligados à natureza, há em sua obra um certo ar fantástico, até surrealista. Como conduzir o leitor entre o real e o imaginário sem confundi-lo?
Talvez o leitor precise mesmo de ficar confuso, de perder o pé e ser convidado a procurar um novo chão.
[35] Se a obra de arte não fizer isso, ela não cumpre a sua função de nos conduzir a uma viagem, a saltar
fronteiras e a desobedecer certezas. E talvez seja necessário questionar essa construção de literatura do
“mágico” e do “fantástico”. Não existe literatura que não caminhe com um pé no fantástico e outro no real.
Adaptado de https://istoe.com.br/teremos-que-inventar-um-outro-modo-de-fazer-politica/, 15/06/2017.
Na resposta à pergunta 2, Mia Couto formula uma crítica que se fundamenta no seguinte ponto de vista acerca das terminologias:
Questão 13 1403876
EAM 2019Texto para responder à questão.
O grande patrimônio que temos é a memória. A memória guarda o que vivemos e o que sonhamos. E a literatura é esse espaço onde o que sonhamos encontra o diálogo. Com a literatura, esse mundo sonhado consegue falar. O texto literário é um texto que também dá voz ao leitor. Quando escrevo, por exemplo: "A casa é bonita”, coloco um ponto final. Quando você lê para uma criança “A casa é bonita”, para ela pode significar a que tem pai e mãe. Para outra criança, “casa bonita” é a que tem comida. Para outra, a que tem colchão. Eu não seio que é casa bonita, quem sabe é o leitor. A importância para mim da literatura é também acreditar que o cidadão possui a palavra. O texto literário dá a palavra ao leitor. O texto literário convida o leitor a se dizer diante dele. Isso é o que há de mais importante para mim na literatura.
QUEIRÔS. Bartolomeu Campos de. Entrevista. Disponível em <http:/Amww.sesc.com.br/>. Acesso em 07 nov. 2018
Segundo o autor, o texto literário:
Questão 8 257726
CESUPA 2018Raul Jungmann, ministro da Defesa, à frente da “Operação Rio”, com o uso ostensivo das Forças Armadas para o combate ao crime organizado que tomou conta da rotina dos moradores, afirmou em entrevista à Istoé: “Não vamos acabar com o crime da noite para o dia, mas vamos fustigá-lo. Não haverá trégua.” Para ele, o crime está incrustado no Rio e o tráfico já domina 850 comunidades cariocas.
- Por que o Rio chegou a esse estágio de descontrole?
- O Rio chegou a esse ponto por subestimar o poder de articulação e conivência com o tráfico que se infiltrou no estado e demarca territórios, até eleitorais. Ou seja, em determinadas áreas, só é candidato quem eles permitem. Foi uma construção lenta e corrosiva. Múltiplos fatores contribuíram nesse processo. Mas a captura das instituições do Estado pelo crime e pela corrupção, associada ou não, foi decisiva.
(Istoé,30/08/2017-p 9 e 11, trecho)
“Não vamos acabar com o crime da noite para o dia. Mas vamos fustigá-lo, não haverá trégua.”, Essa declaração de Raul Jungmann possibilita uma avaliação sobre a “Operação Rio”: