Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - Gêneros textuais - Verbais/Narrativos - poema
1.120 Questões
Questão 9 12046592
UNIFESP 1º Dia 2024Leia o soneto de Manuel Maria Barbosa du Bocage para responder à questão.
Nos campos o vilão1 sem sustos passa,
Inquieto na corte o nobre mora;
O que é ser infeliz aquele ignora,
Este encontra nas pompas a desgraça.
Aquele canta e ri; não se embaraça
Com essas coisas vãs que o mundo adora;
Este (oh, cega ambição!) mil vezes chora,
Porque não acha bem que o satisfaça.
Aquele dorme em paz no chão deitado,
Este, no ebúrneo2 leito precioso,
Nutre, exaspera velador cuidado3.
.
Triste! Sai do palácio majestoso:
Se hás-de ser cortesão, mas desgraçado,
Antes ser camponês e venturoso!
(Bocage. Poemas escolhidos, 1974.)
1vilão: camponês.
2ebúrneo: feito de marfim.
3cuidado: preocupação, inquietação.
O eu lírico lança mão do recurso retórico conhecido como hipérbole no seguinte verso:
Questão 16 10800593
UPF Verão 2023Leia o poema abaixo, de Elisa Lucinda.
Escrito d’água
Toda lágrima devia virar palavra
assim ela secava
na forma certa do sentido.
Toda dor e seu alarido
devia tornar-se testemunha
daquilo que, doído
andou esborrando do ser.
Você vê:
se eu chorasse, só, sem escrever
você não saberia agora
que o mal que me doeu nesta hora
também um dia alcançou você.
O ser humano deve comungar
suas dores e glórias,
compartilhar batalhas, derrotas e vitórias do viver.
Aproveite a lágrima,
faça ela render.
Assim ela pode um dia virar caminho e estrada
Para quem a lê.
Falo sério.
Palavra.
Toda lágrima devia virar palavra.
Analise as afirmativas a seguir, concernentes à interpretação dos sentidos do poema:
I. O poema trata dos sentimentos e de sua comunhão pela palavra e pela poesia.
II. A identificação entre o eu-lírico e seu interlocutor é um elemento associado à comunhão entre sentimentos e palavras.
III. O eu-lírico, sem esperança, não se conforma com a intensidade de sua dor.
Adequa(m)-se à leitura do poema:
Questão 6 10047271
Faculdade Baiana de Direito Direito 2023/2Depois que morrer
Nascemos livres, iguais, dignos e com direitos.
Da liberdade, somente a ilusão.
Da igualdade, no máximo, a comunhão.
Da dignidade, é melhor não falar.
Dos direitos, nem dos “manos” nem dos humanos.
Iguais em cor, sexo, religião e opinião.
Do preto ao índio, “de cara” a exclusão.
Do sexo, por favor, não seja veado!
Da religião, nada que bata tambor.
Da opinião: – Cala a boca, falastrão!
Direito à vida, segurança, identidade e paz.
Do viver, ninguém pede para nascer.
Da segurança, que segurança?
Da identidade, somente no RG.
Da paz, só depois que morrer.
DOBROVOLISKI, Elton Paulo. Disponível em: https://ucpparana.edu.br/content. Acesso em: abr. 2023.
Os versos do autor evidenciam um jogo de palavras que revela uma
Questão 13 9764866
IMEPAC Araguari 2023/2Neste mês, as cigarras cantam
e os trovões caminham por cima da terra,
agarrados ao sol.
Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas,
e depois a noite é mais clara,
e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.
Mas tudo é inútil,
porque os teus ouvidos estão como conchas vazias,
e a tua narina imóvel
não recebe mais notícias
do mundo que circula no vento.
MEIRELES, Cecília. Disponível em: https://poetisarte.com/autores/cecilia-meireles/elegia/. Acesso em: 13 mar. 2023.
O recurso expressivo usado no verso em destaque é chamado de
Questão 12 9764810
IMEPAC Itumbiara 2023/1Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
CAMPOS, Álvaro de (Fernando Pessoa). Cartas de amor são ridículas. Disponível em: https://www.pensador.com/ os_melhores_poemas_de_fernando_pessoa/. Acesso em: 2 set. 2022.
Um dos recursos expressivos usados pelo poeta na construção do seu texto é a
Questão 53 9759627
UECE 2ª Fase 1º Dia 2023/2Texto
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio tão amargo.
[5] Eu não tinha estas mãos tão sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
[10] Tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou retida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Retrato. In: Viagem [1939]. Rio de Janeiro, Ed. Global, 2012, p. 29
O sentido de “Eu não tinha este coração/que nem se mostra.” (linhas 63-64) é semelhante a: Eu não tinha este coração que está
Pastas
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