Questões de Sociologia - Poder, Estado e Política - Globalização
47 Questões
Questão 65 13479143
ENEM 1º Dia (Azul) 2024Como conclusão provisória, parece então que a globalização tem, sim, o efeito de contestar e deslocar as identidades centradas e “fechadas” de uma cultura nacional. Ela tem um efeito pluralizante sobre as identidades, produzindo uma variedade de possibilidades e novas posições de identificação, e tornando as identidades mais policêntricas, mais políticas, mais plurais e diversas; menos fixas, unificadas ou trans-históricas.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.
De acordo com o texto, o processo apresentado contribui para
Questão 60 10324554
ENEM 1º Dia (Amarela) 2023Os vapores cruzavam os mares transportando pessoas, mercadorias e ideias, e ainda carregavam a mala postal, repleta de mensagens. Múltiplas histórias escritas atravessavam o oceano buscando por notícias de filhos e pais, irmãos, maridos e esposas, noivos e noivas. As missivas traziam boas e más novas, comunicavam alegremente nascimentos e casamentos, também doenças e mortes; enviavam declarações de amor e fidelidade, fotos de família; encaminhavam conselhos de velhos, pedidos de ajuda e de dinheiro; expediam cartas bancárias e de chamada. Essa literatura epistolar possibilitava a transmissão e reconstrução das tradições. Os deslocamentos tornaram-se um dos mais potentes produtores de escritura ao longo da história.
TRUZZI, O.: MATOS, |. Saudades: sensibilidades no epistolário de e/imigrantes portugueses (Portugal-Brasil 1890-1930). Rev. Bras. Hist., n. 70, jul.-dez. 2015.
Conforme o texto, as correspondências trocadas entre imigrantes no Brasil com os seus países de procedência constituíam um dispositivo tecnológico que possibilitava o(a)
Questão 6 12720541
UECE 1ª Fase 2022/2Texto
Ser leve e líquido
(Zygmunt Bauman)
A elite global contemporânea é
formada no padrão do velho estilo dos
“senhores ausentes”. Ela pode dominar sem
se ocupar com a administração,
[5] gerenciamento, bem-estar, ou, ainda, com a
missão de “levar a luz”, “reformar os modos”,
elevar moralmente, “civilizar” e com cruzadas
culturais. O engajamento ativo na vida das
populações subordinadas não é mais
[10] necessário (ao contrário, é fortemente
evitado como desnecessariamente custoso e
ineficaz) — e, portanto, o “maior” não só não
é mais o “melhor”, mas carece de significado
racional. Agora é o menor, mais leve e mais
[15] portátil que significa melhoria e “progresso”.
Mover-se leve, e não mais aferrar-se a coisas
vistas como atraentes por sua confiabilidade
e solidez — isto é, por seu peso,
substancialidade e capacidade de resistência
[20] — é hoje recurso de poder.
Fixar-se ao solo não é tão importante
se o solo pode ser alcançado e abandonado à
vontade, imediatamente ou em pouquíssimo
tempo. Por outro lado, fixar-se muito
[25] fortemente, sobrecarregando os laços com
compromissos mutuamente vinculantes, pode
ser positivamente prejudicial, dadas as novas
oportunidades que surgem em outros
lugares. Rockefeller pode ter desejado
[30] construir suas fábricas, estradas de ferro e
torres de petróleo altas e volumosas e ser
dono delas por um longo tempo (pela
eternidade, se medirmos o tempo pela
duração da própria vida ou pela da família).
[35] Bill Gates, no entanto, não sente remorsos
quando abandona posses de que se
orgulhava ontem; é a velocidade atordoante
da circulação, da reciclagem, do
envelhecimento, do entulho e da substituição
[40] que traz lucro hoje — não a durabilidade e
confiabilidade do produto. Numa notável
reversão da tradição milenar, são os grandes
e poderosos que evitam o durável e desejam
o transitório, enquanto os da base da
[45] pirâmide — contra todas as chances — lutam
desesperadamente para fazer suas frágeis,
mesquinhas e transitórias posses durarem
mais tempo. Os dois se encontram hoje em
dia principalmente nos lados opostos dos
[50] balcões das mega-liquidações ou de vendas
de carros usados.
A desintegração da rede social, a
derrocada das agências efetivas de ação
coletiva, é recebida muitas vezes com grande
[55] ansiedade e lamentada como “efeito
colateral” não previsto da nova leveza e
fluidez do poder cada vez mais móvel,
escorregadio, evasivo e fugitivo. Mas a
desintegração social é tanto uma condição
[60] quanto um resultado da nova técnica do
poder, que tem como ferramentas principais
o desengajamento e a arte da fuga. Para que
o poder tenha liberdade de fluir, o mundo
deve estar livre de cercas, barreiras,
[65] fronteiras fortificadas e barricadas. Qualquer
rede densa de laços sociais, e em particular
uma que esteja territorialmente enraizada, é
um obstáculo a ser eliminado. Os poderes
globais se inclinam a desmantelar tais redes
[70] em proveito de sua contínua e crescente
fluidez, principal fonte de sua força e garantia
de sua invencibilidade. E são esse derrocar, a
fragilidade, o quebradiço, o imediato dos
laços e redes humanos que permitem que
[75] esses poderes operem.
Se essas tendências entrelaçadas se
desenvolvessem sem freios, homens e
mulheres seriam reformulados no padrão da
toupeira eletrônica, essa orgulhosa invenção
[80] dos tempos pioneiros da cibernética
imediatamente aclamada como arauto do
porvir: um plugue em castores atarantados
na desesperada busca de tomadas a que se
ligar. Mas no futuro anunciado pelos
[85] telefones celulares, as tomadas serão
provavelmente declaradas obsoletas e de
mau gosto, e passarão a ser fornecidas em
quantidades cada vez menores e com
qualidade cada vez mais duvidosa. No
[90] momento, muitos fornecedores de
eletricidade exaltam as vantagens da
conexão a suas respectivas redes e disputam
os favores dos que procuram por tomadas.
Mas a longo prazo (o que quer que “longo
[95] prazo” signifique na era da instantaneidade)
as tomadas serão provavelmente banidas e
suplantadas por baterias descartáveis
compradas individualmente nas lojas e em
oferta em cada quiosque de aeroporto e
[100] posto de gasolina ao longo das estradas.
Essa parece ser a distopia feita sob
medida para a modernidade líquida.
BAUMAN, Zygmunt. Ser leve e líquido. In: BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. São Paulo: Zahar, 2008. p. 17-18.
Atente para o seguinte trecho: “A desintegração da rede social, a derrocada das agências efetivas de ação coletiva, é recebida muitas vezes com grande ansiedade e lamentada como ‘efeito colateral’ não previsto da nova leveza e fluidez do poder cada vez mais móvel, escorregadio, evasivo e fugitivo”. (linhas 52-58)
A expressão destacada é uma
Questão 27 9582236
Unilago 2021/2Leia o texto a seguir.
Compreende-se a desigualdade socioespacial como processo e condição estrutural de um território marcado por vulnerabilidades herdadas e atualizadas, resultante da relação de exploração, espoliação e opressão no atual período da globalização. Argumenta-se que a pandemia da Covid-19 pode ter repercussões mais graves em contextos de maior desigualdade socioespacial, com aprofundamento sistêmico e duradouro das crises econômica e social nos lugares. [...]. A análise da situação geográfica contribui para a compreensão do território herdado e das diferentes experiências da Covid-19 indissociavelmente das condições e dos sentidos da ação frente à pandemia, em cada lugar. A crise não é apenas sanitária, é um dado do período atual, e a desigualdade se revela como a maior emergência do século XXI.
( ALBUQUERQUE; RIBEIRO. Desigualdade, situação geográfica e sentidos da ação na pandemia da COVID-19 no Brasil. Cad. Saúde Pública, vol.36, n.12, Rio de Janeiro, 2020.)
Em relação à temática da desigualdade socioespacial e globalização a que o texto se refere, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) O crescimento das desigualdades é um fenômeno intrínseco à globalização, cuja dimensão socioespacial condiciona e é condicionada pela Covid-19, gerando riscos, vulnerabilizações e capacidade diferenciada de enfrentamento da pandemia.
( ) A pandemia da Covid-19 é condicionada pelas desigualdades socioespaciais e contribui para agravá- -las, em um processo de seletividade espacial, caracterizado, de um lado, pela produção e abundância de riqueza e, de outro, pela pobreza e vulnerabilização dos lugares.
( ) O coronavírus espraiou-se pelo território brasileiro indiferente às questões de classes sociais, cor da pele, ocupação, condições de moradia, trabalho e circulação. Para além das condições individuais, a pandemia democratizou o acesso dos grupos sociais aos serviços essenciais.
( ) Os espaços luminosos, isto é, mais ricos e fluidos, que se constituem como nós de redes de circulação e comunicação na escala nacional e global, serviram para frear a entrada e difusão da Covid-19 nos diversos países do globo.
( ) As condições preexistentes de vida e de saúde da população em cada lugar revelam, em grande parte, a sua capacidade de prevenção, acesso aos serviços de saúde e sobrevivência às consequências sanitárias, econômicas e sociais da Covid-19.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
Questão 9 6846750
Unioeste Tarde 2021A partir da ênfase destacada na tira citada acima, Mafalda sugere o adoecimento do planeta.
Ao pensar sobre essa indicação, é CORRETO afirmar que em relação à pandemia de COVID-19 e o convívio global na atualidade:
Questão 27 9512012
UnB - PAS 2020/3O poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas também para agir em concerto. O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e permanece em existência apenas enquanto o grupo se conserva unido. Quando dizemos que alguém está “no poder”, na realidade nos referimos ao fato de que ele foi empossado por um certo número de pessoas para agir em seu nome. A partir do momento em que desaparece o grupo do qual se originara o poder desde o começo, “seu poder” também se esvanece. Em seu uso corrente, quando falamos de um “homem poderoso” ou de uma “personalidade poderosa”, já usamos a palavra poder metaforicamente; aquilo a que nos referimos sem a metáfora é o vigor. O vigor, de modo inequívoco, designa algo no singular, uma entidade individual; é a propriedade inerente a um objeto ou a uma pessoa e pertencente ao seu caráter, podendo provar-se a si mesmo na relação com outras coisas ou pessoas, mas sendo essencialmente diferente delas.
A hostilidade quase instintiva dos muitos contra o único tem sido sempre atribuída, de Platão a Nietzsche, ao ressentimento, à inveja dos fracos aos fortes, mas essa interpretação psicológica não atinge o alvo. É da natureza de um grupo e de seu poder voltar-se contra a independência, a propriedade do vigor individual.
Hannah Arendt. Sobre a violência. (com adaptações).
Grândola, Vila Morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, a igualdade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Zeca Afonso. Grândola, Vila Morena. Versão da Banda 365.
A partir do fragmento do texto Sobre a violência, de Hannah Arendt, e da letra da canção Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso, anteriormente apresentados, julgue o item.
A violência da tirania do dinheiro e da informação é um dos pilares do mundo globalizado que, por meio do controle das mentes, possibilita o domínio avassalador do sistema financeiro pelos atores hegemônicos, que visam ao lucro.
Pastas
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