Questões de Arte - História da Arte - Movimentos Artísticos - Bossa Nova
5 Questões
Questão 10 46550
UNESP 2011/1Instrução: A questão toma por base duas passagens do livro A linguagem harmônica da Bossa Nova, do docente e pesquisador da Unesp José Estevam Gava.
Momento Bossa Nova
Nos anos 1940, o samba-canção já era uma alternativa para o samba tradicional, batucado, quadrado. Em sua gênese foram empregados recursos correntes na música erudita europeia e na música popular norte-americana. Já era algo mais sofisticado, praticado por compositores e arranjadores com maior preparo musical e sempre de ouvido aberto para as soluções propostas pela música estrangeira. O jazz, por exemplo, mais tarde permitiria fusões interessantes como o “samba-jazz” e o “samba moderno”, com arranjos grandiosos e com base nos instrumentos de sopro. Mas, em termos de poesia e expressividade, o samba-canção tendia a manter seu caráter escuro, sombrio, com muitos elementos que lembravam a atmosfera tensa e pessimista do tango argentino e do bolero, gêneros latinos por excelência.
O samba-canção esteve desde logo ambientado em Copacabana,lugar de vida noturna intensa, boates enfumaçadas, mulheres adultas e fatais envoltas num clima de pecado e traição, enquanto a Bossa Nova ambientou-se mais para o Sul, em Ipanema, além de tornar-se representativa de um público mais jovem, amante do sol e da praia. Nesse ambiente solar, a mulher passou a ser a garota da praia, a namorada. Deu-se um descanso às imagens de “amante proibida e vingativa, com uma navalha na liga. E as letras da Bossa Nova não tinham nada de enfumaçado. Eram uma saga oceânica: a nado, numa prancha ou num barquinho, seus compositores prestaram todas as homenagens possíveis ao mar e ao verão. Esse mar e esse verão eram os de Ipanema” (Castro, 1999, p. 59).
A Bossa Nova levou aos extremos a tendência intimista de cantar sobre temas do cotidiano, sem muita complicação poética. Em vez da negatividade do samba-canção, explorou ao máximo a positividade expressiva e um otimismo sem precedentes. Esse foi o grande traço distintivo entre a Bossa Nova e o samba-canção. O otimismo diante do amor trouxe consigo imagens de paz e estabilidade possibilitadas por relacionamentos amorosos felizes e amores correspondidos, sem as cores patológicas e dramáticas que tanto marcavam os sambas canções. Mesmo a dor, quando ocorria, era encarada como um estágio passageiro, deixando de assumir o antigo caráter terminal.
Em plenos anos 1950, quando nas rádios predominava o derramamento vocal e sentimental, Tom Jobim já buscava um retraimento expressivo pautado por um discurso poético/musical mais sereno, mais em tom de conversa do que de súplica. Se os mais jovens identificavam-se com essas coisas novas, os mais velhos e tradicionalistas viam-nas com estranheza, sendo compreensível que as descrevessem como canções bobas e ingênuas, não obstante a sofisticação harmônica e rítmica.
(José Estevam Gava. A linguagem harmônica da Bossa Nova. São Paulo: Editora Unesp, 2002.)
A leitura do fragmento como um todo permite concluir que, para o autor,
Questão 40 890572
UFRGS 1° Dia 2019Sobre o álbum Elis & Tom, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.
( ) A função conativa da linguagem, em que o sujeito cancional dirige-se a um tu/você, está presente na maioria das canções do álbum.
( ) A maioria das canções do álbum são sonetos de Vinícius de Moraes musicados por Tom Jobim e interpretados por Elis Regina.
( ) Canções como Águas de março e Chovendo na roseira configuram quadros descritivos do mundo natural.
( ) Todas as canções do álbum tematizam separações amorosas, o que confere tom sombrio ao disco.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Questão 8 46548
UNESP 2011/1Instrução: A questão toma por base duas passagens do livro A linguagem harmônica da Bossa Nova, do docente e pesquisador da Unesp José Estevam Gava.
Momento Bossa Nova
Nos anos 1940, o samba-canção já era uma alternativa para o samba tradicional, batucado, quadrado. Em sua gênese foram empregados recursos correntes na música erudita europeia e na música popular norte-americana. Já era algo mais sofisticado, praticado por compositores e arranjadores com maior preparo musical e sempre de ouvido aberto para as soluções propostas pela música estrangeira. O jazz, por exemplo, mais tarde permitiria fusões interessantes como o “samba-jazz” e o “samba moderno”, com arranjos grandiosos e com base nos instrumentos de sopro. Mas, em termos de poesia e expressividade, o samba-canção tendia a manter seu caráter escuro, sombrio, com muitos elementos que lembravam a atmosfera tensa e pessimista do tango argentino e do bolero, gêneros latinos por excelência.
O samba-canção esteve desde logo ambientado em Copacabana,lugar de vida noturna intensa, boates enfumaçadas, mulheres adultas e fatais envoltas num clima de pecado e traição, enquanto a Bossa Nova ambientou-se mais para o Sul, em Ipanema, além de tornar-se representativa de um público mais jovem, amante do sol e da praia. Nesse ambiente solar, a mulher passou a ser a garota da praia, a namorada. Deu-se um descanso às imagens de “amante proibida e vingativa, com uma navalha na liga. E as letras da Bossa Nova não tinham nada de enfumaçado. Eram uma saga oceânica: a nado, numa prancha ou num barquinho, seus compositores prestaram todas as homenagens possíveis ao mar e ao verão. Esse mar e esse verão eram os de Ipanema” (Castro, 1999, p. 59).
A Bossa Nova levou aos extremos a tendência intimista de cantar sobre temas do cotidiano, sem muita complicação poética. Em vez da negatividade do samba-canção, explorou ao máximo a positividade expressiva e um otimismo sem precedentes. Esse foi o grande traço distintivo entre a Bossa Nova e o samba-canção. O otimismo diante do amor trouxe consigo imagens de paz e estabilidade possibilitadas por relacionamentos amorosos felizes e amores correspondidos, sem as cores patológicas e dramáticas que tanto marcavam os sambas canções. Mesmo a dor, quando ocorria, era encarada como um estágio passageiro, deixando de assumir o antigo caráter terminal.
Em plenos anos 1950, quando nas rádios predominava o derramamento vocal e sentimental, Tom Jobim já buscava um retraimento expressivo pautado por um discurso poético/musical mais sereno, mais em tom de conversa do que de súplica. Se os mais jovens identificavam-se com essas coisas novas, os mais velhos e tradicionalistas viam-nas com estranheza, sendo compreensível que as descrevessem como canções bobas e ingênuas, não obstante a sofisticação harmônica e rítmica.
(José Estevam Gava. A linguagem harmônica da Bossa Nova. São Paulo: Editora Unesp, 2002.)
Seguindo as lições do fragmento apresentado sobre as características temáticas de cada gênero musical, aponte quais dos quatro seguintes exemplos fazem parte de letras de sambascanções.
I. Não falem dessa mulher perto de mim, / Não falem pra não me lembrar minha dor
(Cabelos brancos, de Marino Pinto e Herivelto Martins.)
II. Doce é sonhar / E pensar que você / Gosta de mim / Como eu de você
(Este seu olhar, de A. C. Jobim.)
III. Eu não seria essa mulher que chora / Eu não teria perdido você
(Castigo, de Dolores Duran.)
IV. Ah! se eu pudesse te mostrar as flores / Que cantam suas cores pra manhã que nasce
(Ah! se eu pudesse, de Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli.)
Questão 36 275195
CESUPA 200901 Chega De Saudade (1958) Tom Jobim e Vinicius de Moraes
02 Lobo Bobo (1959) Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli
03 Brigas Nunca Mais (1958) Tom Jobim e Vinicius de Moraes
04 Ho-Ba-La-La (1958) João Gilberto
05 Saudade Fez Um Samba (1959) Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli
06 Maria Ninguém (1959) Carlos Lyra
07 Desafinado (1958) Newton Mendonça e Tom Jobim
08 Rosa Morena (1959) Dorival Caymmi
09 Morena Boca De Ouro (1959) Ary Barroso
10 Bim Bom (1958) João Gilberto
11 Aos Pés Da Cruz (1959) Marino Pinto e Zé da Silva
12 É Luxo Só (1959) Ary Barroso e Luiz Peixoto
Baseando-se na leitura dos registros apresentados acima e nos estudos históricos a eles referentes, é correto afirmar
Questão 6 12578028
Barão de Mauá Junho 2019Leia o texto a seguir, extraído de uma entrevista com Oscar Castro Neves (1940-2013), um dos criadores da Bossa Nova:
Entrevista Oscar Castro Neves
Violonista emérito, compositor, arranjador, produtor, Oscar Castro Neves sabe tudo de música. Veio ao mundo bem acompanhado: nasceu trigêmeo, em 15 de maio de 1940, no Rio de Janeiro, numa família em que todos tocavam algum instrumento. Tinha 16 anos quando compôs “Chora tua tristeza”, seu primeiro grande sucesso. Pouco depois, em companhia de Antonio Carlos Jobim, João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescal e tantos outros artistas de uma geração excepcional, tornou-se um dos criadores da Bossa Nova, movimento que ainda hoje delicia inúmeros apreciadores, em todo o mundo.
[...]
JVP – Oscar, conte, para começar, como você compôs “Chora tua tristeza”, seu primeiro grande sucesso. OCN – Fiz “Chora tua tristeza” dentro de um lotação, brincando com intervalos. Cheguei em casa correndo e peguei o violão, para poder tocar a harmonia que tinha no ouvido desde que sentei no lotação. Quem colocou a letra foi o Luvercy Fiorini, um arquiteto, bom amigo, meu parceiro também em “Menina feia”. Na mesma época, fiz outra música com Ronaldo Bôscoli, chamada “Não faz assim”, gravada pelos Garotos da Lua, aquele grupo de que o João Gilberto participou.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 10 abr. 2019.
A respeito do gênero textual entrevista, tomando o texto lido como base, considere as proposições a seguir:
I. Trata-se de um gênero textual construído a partir de um diálogo entre duas ou mais pessoas, com o objetivo de colher informações, depoimentos, opiniões, aspectos da vida pessoal ou profissional de pessoas de destaque no meio artístico, cultural, político, religioso etc.
II. Esse gênero textual geralmente é estruturado a partir de perguntas feitas pelo entrevistador, seguidas das respostas dadas pelo(s) entrevistado(s), com um texto de fechamento, no qual são retomadas as principais ideias do diálogo estabelecido entre os participantes.
III. Trata-se de um texto cuja linguagem pode, em alguns casos, ser mais informal, a depender das características do entrevistado, do jornal ou revista e do público leitor. Em uma entrevista escrita, são cortadas, entretanto, marcas de oralidade como “aí, né”, “bom”, “então”, entre outras.
Está correto aquilo que se afirma em:
Pastas
06