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Acesse GrátisQuestões de Matemática - Grandezas e medidas
Questão 33 7203744
PUC-GO 2018/2TEXTO
O pé-d’água vinha zunindo nos cajueiros. Descia da mata numa carreira rumorosa, e roncava ao longe como trem na linha
— Tira o feijão do sol! Empurra o balcão de açúcar!
Os moleques corriam para o terreiro coberto de ramas de mulatinho secando. A chuva chegava com pingos de furar o chão e chovia dia e noite sem parar. As primeiras chuvas do ano faziam uma festa no engenho. O tempo se armava com nuvens pesadas, fazia um calor medonho.
— Vamos ter muita água!
O meu avô ficava pelo alpendre a olhar o céu, batendo com a vara de jucá pelas calçadas. Era a sua grande alegria: a bátega d’água amolecendo o barro duro dos partidos, a enverdecer a folha amarela das canas novas.
Nas primeiras pancadas do inverno, os cabras deixavam o eito para tomar uma bicada na destilação. Vinham gritando de contentes, numa alegria estrepitosa de bichos. Mas isto somente nas primeiras chuvas. Depois aguentavam nas costas o aguaceiro, tomando o seu banho de chuvisco de 12 horas. Pela estrada passavam os cargueiros metidos em capotes, no passo moroso do cavalo. Paco, paco, paco, paco — lá iam espanando a água com os cascos. Chegavam os moradores com as calças arregaçadas, pedindo semente de algodão para o roçado. E a chuva caindo sem cessar.
Ficava a olhar os riachos descendo pelos altos e a estrada que parecia um rio de lado a lado. A casa-grande, escura como se fosse a boca da noite. Acendiam os candeeiros mais cedo. E a cozinha me-
lada de lama, da gente de pés no chão que entrava por lá. José Felismino chegava de noite, respondendo às perguntas de meu avô:
— A terra molhou mais de um palmo. Tirou- -se quatro cinquentas na planta do roçado. Acabou-se o partido de baixo. O inverno deste ano vai ser pesado. O Crumataú já desceu com muita água. Invernão.
Os dias ficavam compridos. Não se tinha por onde ir. Eu dava para olhar a chuva, que era a mesma coisa sempre, engrossando e afinando numa intermitência monótona e impertinente.
À tardinha os cabras do eito chegavam, pingando da cabeça aos pés. Vinham com as canelas meladas de lama e as mãos enregeladas de frio. O chapéu de palha pesado de água, gotejando. Mas indiferentes ao tempo. Parecia que estavam debaixo de bons capotes de lã. Levavam bacalhau para a mulher e os filhos, e iam dormir satisfeitos, como se os esperasse o quente gostoso de uma cama de rico. Dentro da casa deles, a chuva de vento amolecia o chão de barro, fazendo riachos da sala à cozinha. Mas os sacos de farinha do reino eram os edredões das suas camas de marmeleiro, onde se encolhiam para sonhar e fazer os filhos, bem satisfeitos. Iam com a chuva nas costas para o serviço e voltavam com a chuva nas costas para a casa. Curavam as doenças com a água fria do céu. Com pouco mais, porém, teriam o milho verde e o macaça maduro para a fartura da barriga cheia.
Estes dias de chuva, agora que a minha tia se fora, me faziam mais triste, mais íntimo comigo mesmo. Acordava de manhã com a chuva correndo na goteira e nem um sinal de pássaro no gameleiro. Estirava-me na cama, pensando na vida. Todos me diziam que eu era um atrasado. Com 12 anos sem saber nada. Havia meninos da minha idade fazendo contas e sabendo as operações. Só mesmo no colégio. Sabia ruindades, puxara demais pelo meu sexo, era um menino prodígio da porcaria. E ali, sozinho, no quarto, os pensamentos maus me conduziam às gostosas masturbações. A negra Luísa me deixara, andava de barriga empinada, com as dificuldades e os medos da primeira cria. Estava prenha e não sabia de quem. Diziam que era de todos os cambiteiros do Santa Rosa.
(REGO, José Lins do. Menino de engenho. 102. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010. p. 128- 130.)
“O pé d’ água vinha zunindo nos cajueiros. A chuva chegava com pingos de furar o chão e chovia dia e noite sem parar”. No Texto, as afirmações sobre a chuva deixam claro que índice pluviométrico daquele inverno foi alto. O índice pluviométrico refere-se à quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e em determinado período e é calculado em milímetros. Se dissermos que o índice pluviométrico de um dia, em certo local, foi de 2 mm, significa que, se tivéssemos nesse local uma caixa aberta, com 1 m2 de base, o nível da água dentro dela teria atingido 2 mm de altura naquele dia.
Supondo que no dia do “pé d’água” de que nos conta o narrador, tenha chovido 1000 mm, quantos litros de água teria chovido por m2 ? Assinale a alternativa correta:
Questão 11 261951
CESUPA 2016Um reservatório de água que mede 3,5 m de largura, 0,5 dam de comprimento e 0,004 km de profundidade, fica totalmente cheio em 80 minutos. Quantos litros de água recebe por minuto esse reservatório?
Questão 163 6169932
ENEM 2° Dia 2021A relação de Newton-Laplace estabelece que o módulo volumétrico de um fluido é diretamente proporcional ao quadrado da velocidade do som (em metro por segundo) no fluido e à sua densidade (em quilograma por metro cúbico), com uma constante de proporcionalidade adimensional.
Nessa relação, a unidade de medida adequada para o módulo volumétrico é
Questão 34 5774828
PUC-Rio Verão 2019Uma mangueira fornece água a uma vazão de 400 cm3 por segundo.
Em quanto tempo, com essa mangueira, é possível encher uma pequena piscina de capacidade 1800 L?
Questão 2 130040
FAMERP 2017Um desodorante é vendido em duas embalagens de tamanhos diferentes, porém de formatos matematicamente semelhantes. A figura indica algumas das medidas dessas embalagens.
Se a capacidade da embalagem maior é de 100 mL, a capacidade da embalagem menor é de
Questão 33 1366277
UFAL 2014/2Em 1983, o voo 143 da Air Canadá, entre Montreal e Edmonton, ficaria conhecido como o maior planador do mundo ou como o Planador de Gimli, depois de se envolver num bizarro acidente aéreo. Devido a um erro no cálculo da quantidade de combustível, o Boeing 767-200 ficou completamente desabastecido, após percorrer cerca de metade do percurso previsto. Na época, o Canadá utilizava o sistema métrico Imperial, onde a quantidade de combustível era medida em libras (LB). Para o querosene de aviação, 1Kg ≈ 2,2LB. Assim, o avião que deveria ter sido abastecido com 22 300 Kg de querosene, recebeu apenas 22 300 libras desse combustível.
Sabendo que o fator de conversão de litros para quilos de querosene é 0,8, qual a diferença aproximada, em litros, entre a quantidade de combustível que deveria ter sido abastecido e a que efetivamente recebeu o voo 143?